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Contabilidade de Custos I

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FAMPER - Contabilidade de Custos I – Aulas 1 e 2
Introdução
A competitividade proporcionada pela nova ordem econômica mundial, resultando na globalização dos mercados, que se encontra em forte expansão nos últimos anos, vem influenciando as economias de todo o mundo capitalista, trazendo desafios para os gestores de diversos níveis e das mais variadas atividades, sejam entidades de fins lucrativos ou não, sejam de administração pública ou privada.
Podendo atuar em novos mercados, as empresas sentiram rapidamente a necessidade de modificar seus conceitos operacionais e produtivos, visando principalmente à redução de gastos, para possibilitar sua sobrevivência e crescimento em um novo mercado, caracterizado pela maior exigência dos consumidores.
Esses e outros fatores são responsáveis por grandes mudanças no objeto de preocupação dos empresários dos tempos modernos que é a necessidade de excelente gerenciamento de seus custos de produção de bens ou serviços.
Os usuários mais importantes de um eficiente sistema de custos são, em primeiro lugar, os próprios donos da empresa. Em seguida, os diretores e demais executivos responsáveis pelas tomadas de decisões, os quais necessitam de informações confiáveis, rápidas e de fácil entendimento.
As atividades de controle e o gerenciamento dos custos tornaram-se fundamentais para a manutenção e o crescimento da empresa. Na maioria dos segmentos do mercado, não é possível aumentar o preço dos produtos vendidos, em virtude de crescente concorrência e retração dos mercados consumidores.
Portanto, como não é possível um aumento significativo nas receitas, a solução é reduzir os gastos, para o conseqüente aumento nos lucros ou diminuição dos prejuízos.
Contabilidade de Custos x Contabilidade Financeira x Contabilidade Gerencial
Em sentido amplo, a Contabilidade trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos. Usam-se os termos Contabilidade Gerencial para descrever essa atividade dentro da organização e Contabilidade Financeira quando a organização presta informações a terceiros. A Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria.
A Contabilidade Financeira tem por objetivo controlar o patrimônio das empresas e apurar resultado (variação do patrimônio). Também presta informações a usuários externos que tenham interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras que concedem empréstimos, debenturistas e investidores.
A Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, tendo, por objetivo, fornecer instrumentos aos administradores de empresas que auxiliem no processo de tomada de decisões, tais como:
Se a capacidade de produção é insuficiente para atender todos as solicitações dos clientes, quais os produtos/serviços ou linha de produtos/serviços devem ser cortados?
Como fixar o preço de venda de um produto/serviço?
Qual é o produto produzido ou serviço prestado que mais contribui para a recuperação das despesas e custos fixos e para o lucro da empresa?
Deve-se comprar equipamento novo ou reformar o antigo?
Deve-se aceitar um pedido de compra do exterior a um preço inferior ao de venda no mercado interno?
Quais os produtos que menos contribuem e devem ser eliminados?
Conceito e Evolução da Contabilidade de Custos
A Contabilidade de Custos, cuja função inicial era fornecer elementos para a avaliação dos estoques e avaliação dos resultados, passou nas últimas décadas a prestar duas informações importantes para a Contabilidade Gerencial: a utilização dos dados de custos para auxílio ao controle e para a tomada de decisões.
No que tange ao controle sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompanhar o efetivamente acontecido com os valores previstos. Este tipo de custeamento é chamado de custeio-padrão, que tem um papel muito importante no sentido de detectar ineficiências ou desperdícios nas atividades produtivas.
Com relação à utilização dos dados da Contabilidade de Custos para tomada de decisões, estes podem ser muito úteis para o administrador avaliar as conseqüências de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação etc.
Em resumo, a Contabilidade de Custos passou, nessas últimas décadas, de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante instrumento de controle e decisão gerenciais. Com o advento da nova forma de usar Contabilidade de Custos, ocorreu seu maior aproveitamento em outros campos que não o industrial. Em outros tipos de organização como instituições financeiras, empresas comerciais, firmas de prestação de serviços, onde a Contabilidade de Custos para efeito de Balanço era quase irrelevante (pela ausência de estoques) passou-se a explorar seu potencial para o controle e até para as tomadas de decisões. 
Objetivos da Contabilidade de Custos
Dentre os objetivos da contabilidade de custo, pode-se destacar os seguintes: 
Determinação do lucro utilizando os dados dos registros convencionais da Contabilidade, ou compilando-os de maneira diferente para que sejam mais úteis à administração;
Controle das operações e dos estoques, estabelecimento de padrões e orçamentos, comparações entre custo real e custo orçado e ainda fazer previsões, e;
Tomada de decisões, formação de preços, determinação da quantidade a ser produzida, escolha de qual produto produzir, avaliação de decisão sobre corte de produtos ou decisão de comprar ou fabricar.
Johnson e Kaplan (1993) apontam 10 motivos para o uso da contabilidade de custos:
Ajudar a determinar um preço normal ou satisfatório para os produtos vendidos;
Ajudar a fixar um limite mínimo para as reduções de preço;
Determinar os produtos mais rentáveis e os não rentáveis;
Controlar os estoques;
Fixar um valor para os estoques;
Testar a eficiência de diferentes processos;
Testar a eficiência de diferentes departamentos;
Detectar perdas, desperdícios e roubos;
Separar o custo da ociosidade do custo de produção de bens;
 Estabelecer vínculos com as contas financeiras.
Princípios Fundamentais de Contabilidade e Convenções Contábeis aplicáveis à Contabilidade de Custos
Competência ou Realização da Receita: a receita deve ser reconhecida apenas quando realizada; a realização ocorre quando há troca de bens ou serviços por elementos do ativo, portanto, no ato da transferência de propriedade dos bens;
Competência ou Confrontação da Despesa: no momento do reconhecimento da receita devem ser deduzidos os valores dos esforços para obtenção dessas receitas. Esses esforços podem estar diretamente relacionados à receita ou indiretamente relacionados à receita;
Do Custo como Base de Valor: os ativos devem ser registrados pelo seu valor de entrada;
Da Consistência: uma vez escolhido um processo para o registro de custos, este não deve ser mudado com freqüência para que os resultados apurados não fiquem prejudicados;
Prudência (Conservadorismo): entre duas alternativas para o registro de um ativo, deve-se escolher entre o custo e o valor de mercado, dos dois o menor. O mesmo raciocínio deve nortear o contador no registro dos gastos que provocam dúvida de classificação entre custo de produção ou despesa do período, devendo prevalecer a escolha que representa redução imediata do resultado, portanto, despesa do período. O uso do princípio da prudência não deve ser indiscriminado e sim obedecer ao bom senso, para não serem subavaliados os ativos da empresa;
Materialidade (Relevância): esse princípio desobriga de um tratamento mais rigoroso àqueles itens cujo valor monetário é pequeno relativamente aos gastos totais. Alguns pequenos materiais de consumo industrial, por exemplo, precisariam ser contabilizados como custo na medida em que fossem utilizados no processo produtivo; maspor possuírem valores irrisórios, normalmente são incorporados e totalmente registrados como custo no período de sua aquisição, simplificando o procedimento por se evitar seu controle e baixa por diversos períodos.
Terminologias Contábeis aplicadas à Contabilidade de Custos
O objetivo das terminologias contábeis é uniformizar o entendimento de determinados termos que serão utilizados:
DESEMBOLSO: É o simples pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer concomitantemente ao investimento e/ou gasto (pagamento à vista) ou depois deste (pagamento a prazo).
INVESTIMENTO: Aquisição de bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou benefício de períodos futuros, ou seja, pode-se afirmar que é um futuro gasto a ser consumido. Exemplos: aquisição de móveis, utensílios, máquinas, equipamentos (imobilizados); despesas pré-operacionais; aquisição de marcas e patentes, aquisição de estoques e materiais. 
GASTO: Consumo genérico de bens ou serviços, para obtenção de receitas ou na geração de outros bens e serviços destinados á venda ou uso administrativo. O gasto se concretiza quando os bens adquiridos ou serviços prestados são utilizados no processo operacional da empresa, seja na produção ou administração. Exemplo: Consumo de materiais estocados, depreciação dos imobilizados, gasto com mão-de-obra (salários e encargos), gasto com frete ou impostos. Um gasto pode ser atribuído diretamente se o seu consumo for imediato, caso da maioria dos serviços prestados, não necessariamente se transformando em investimento. 
ATENÇÃO: Para que se torne um custo ou uma despesa, o GASTO deve ser consumido, utilizado, posto em atividade/operação, caso contrário fica estocado, é Ativado, daí recebe o nome de INVESTIMENTO.
CUSTO: Gasto relativo á bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços; são todos os gastos relativos à atividade de produção. Exemplos: salários do pessoal da produção; matéria-prima utilizada no processo produtivo; combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica; aluguéis e seguros do prédio da fábrica; depreciação dos equipamentos da fábrica; gastos com manutenção das máquinas da fábrica.
ATENÇÃO: A matéria-prima adquirida pela indústria enquanto não utilizada no processo produtivo, representa um investimento e estará ativada numa conta do Ativo Circulante; no momento em que é requisitada pelo setor de produção, é dada baixa na conta do Ativo e ela passa a ser considerada um CUSTO (GASTO), pois será consumida para produzir outros bens ou serviços.
DESPESA: Gasto com bens ou serviços não utilizados nas atividades produtivas, consumidos com a finalidade de obtenção de receitas ou na manutenção da atividade administrativa. Exemplos: Salários e encargos sociais do pessoal de vendas e do escritório de administração; energia elétrica consumida no escritório; gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas; contas telefônicas do escritório de vendas; aluguéis, depreciação e seguros do prédio da administração.
ATENÇÃO: Custo x Despesa – regra simples
Todos os gastos realizados com o produto até que este esteja pronto são custos; a partir daí, são despesas. Gastos com embalagens são custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o produto é vendido embalado); são despesas se realizados após a produção (o produto pode ser vendido com ou sem embalagem).
PERDA – Gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem ou serviço, tampouco receitas, são apropriados diretamente ao resultado do período em que ocorrem. Geralmente decorrem de fatores externos ou de fatos não previstos na atividade produtiva da empresa, praticamente impossíveis de serem controlados. Exemplos: perdas com catástrofes naturais, incêndios, alagamentos, obsoletismo ou má qualidade dos materiais aplicados, quebra de máquinas, etc.
DESPERDÍCIO: Gastos incorridos no processo produtivo ou na geração de receitas e que possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos bens, serviços ou receitas geradas. Exemplos: Re-trabalho para corrigir falhas/defeitos de fabricação, estocagem ou armazenamento errado de materiais e produtos, processos, controles ou relatórios financeiros, administrativos ou contábeis sem nenhuma utilidade; manutenção de cargos, funções ou máquinas e equipamentos desnecessários ao processo produtivo ou administrativo. 
RECEITA – São entradas de elementos para o ativo sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, frutos da atividade que se destina á empresa, correspondente normalmente à venda de bens ou serviços.
Prof. Ademir K. Bitencourt � PAGE �1�

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