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MIT OpenCourseWare Multivariable Calculus, Fall 2007 Prof. Denis Auroux Notas de Aula∗ Aula 22 Teorema de Green. Se C e´ uma curva fechada, positivamente orientada e limitando uma regiaˆo R, enta˜o∮ C ~F · d~r = ∫∫ R rot ~FdA ou seja ∮ C Mdx+Ndy = ∫∫ R (Nx −My)dA. Exemplo 1 (reduz uma integral de linha complicada a uma integral dupla simples) Calcular a integral∮ C y e−x dx+ ( 1 2 x2 − e−x ) dy onde C = c´ırculo unita´rio com centro em (2, 0) orientado no sentido anti-hora´rio Soluc¸a˜o. Seja R = disco unita´rio centrado em (2, 0). Enta˜o∮ C y e−x dx+ ( 1 2 x2 − e−x ) dy = ∫∫ R Nx −MydA = ∫∫ R (x+ e−x)− e−x dA = ∫∫ R xdA. Essa u´ltima integral e´ o momento de massa de R em relac¸a˜o a Oy, e portanto e´ igual a a´rea×x¯ = 2pi (o ca´lculo direto da integral de linha provavelmente envolveria a substituic¸a˜o x = 2 + cos θ, y = sen θ, mas os ca´lculos ficam realmente complicados.) � Aplicac¸a˜o Prova do crite´rio para campos gradientes. Teorema 1 Se ~F = Mıˆ + Nˆ e´ definido e continuamente diferencia´vel em todo o plano, enta˜o Nx = My ⇒ ~F e´ conservativo (⇔ ~F e´ um campo gradiente). Demonstrac¸a˜o. Se Nx = My enta˜o por Green, ∮ C ~F · d~r = ∫∫ R rot ~FdA = ∫∫ R 0 dA = 0. Enta˜o ~F e´ conservativo. � Observe que o argumento funciona apenas se ~F e seu rotacional sa˜o definidos em toda a regia˜o R. Para o campo vetorial −y x2+y2 ıˆ + x x2+y2 ˆ, o argumento na˜o funciona se a origem estiver contida na regia˜o – por exemplo, a integral de linha ao longo do c´ırculo unita´rio e´ na˜o-nula apesar de rot(~F ) ser zero em toda a regia˜o onde e´ definido. Demonstrac¸a˜o do Teorema de Green Comec¸amos com duas observac¸o˜es pre´vias: 1) o teorema pode ser dividido em duas identidades, ∮ C Mdx = − ∫∫ R MydA e∮ C Ndy = ∫∫ R NxdA. ∗Traduc¸a˜o livre, por Andre´ von Borries Lopes, de parte do texto Lecture Notes - Week 9 Summary 2 2) (aditividade) se o teorema e´ verdadeiro para as regic¸o˜es R1 e R2 ilustradas ao lado, enta˜o e´ verdadeiro para unia˜o R = R1 ∪ R2. Isso porque as integrais de linha das porc¸o˜es internas se cancelam, e portanto ∮ C =∮ C1 + ∮ C2 ; ale´m disso, temos que ∫∫ R = ∫∫ R1 + ∫∫ R2 . O passo mais importante da demonstrac¸a˜o e´ mostrar que (∗) ∮ C Mdx = − ∫∫ R MydA para regio˜es “verticalmente simples”, descritas por a < x < b, f0(x) < y < f1(x), como ilustra a figura ao lado. Nesse caso, divida a curva C do lado esquerdo de (∗) em quatro partes (in- ferior C1, segmento vertical a` direita C2, superior C3, segmento vertical a` esquerda C4), e observe que ∫ C2 Mdx = ∫ C4 Mdx = 0 pois x =constante em C2 e C4. Da´ı obtemos que∮ C Mdx = ∮ C1 Mdx+ ∮ C3 Mdx = ∫ b a M(x, f0(x))dx− ∫ b a M(x, f1(x))dx onde usando a parametrizac¸a˜o (x, f0(x)) para C1, com x variando de a ate´ b. Para a curva C3 usamos a parametrizac¸a˜o (x, f1(x)) com x variando de b ate´ a, e da´ı o sinal negativo. Em relac¸a˜o ao lado direito de (∗), basta notar que − ∫∫ R My dA = − ∫ b a ∫ f1(x) f0(x) My dydx = − ∫ b a (M(x, f1(x)))−M(x, f0(x))dx que e´ exatamente igual ao lado esquerdo calculado acima. Finalmente, se a regia˜o R pode ser subdividida em regio˜es verticalmente simples, para cada regia˜o obtemos ∮ Ci Mdx = − ∫∫ Ri MydA e, por aditividade, ∮ C Mdx = − ∫∫ R MydA. Analogamente, ∮ C Ndy = ∫∫ R NxdA por subdivisa˜o em regio˜es horizontalmente simples. Isso completa a demonstrac¸a˜o. Exemplo 2 A a´rea de uma regia˜o R pode ser avaliada usando uma integral de linha: por exemplo, ∮ C xdy = ∫∫ R 1dA = a´rea de R. A ide´ia deste exemplo foi usada para construir o plan´ımetro, um dispositivos mecaˆnicos que mede a a´rea de uma regia˜o qual- quer em um pedac¸o de papel (ver foto ao lado). Ao mover o brac¸o do plan´ımetro ao longo de uma curva fechada, ele calcula a integral de linha de um campo vetorial apropriado por meio de um engenhoso mecanismo. No final, essa integral de linha e´ exatamente a a´rea da regia˜o limitada pela curva.
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