Buscar

COMO ELABORAR UM ARTIGO CIENTÍFICO

Prévia do material em texto

OFICINA DE COMO PRODUZIR UM ARTIGO CIENTÍFICO
Professora Msc. Maiara Fernanda Souza Pinto¹
1-Professora da área de Engenharia da Estácio;Tutora dos curso de Engenharia da Estácio; Mestre em Ensino de Ciências e Matemática (NPGECIMA/UFS)
O que é um artigo?
Segundo a ABNT (NBR 6022, 2003, p.2), o artigo científico pode ser definido como a “publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”.
Para que serve um artigo?
Segundo Cislaghi (2010): 
Comunicar os resultados de pesquisas, ideias e debates de uma maneira clara, concisa e fidedigna. 
Servir de medida da produtividade (qualitativa e quantitativa) individual dos autores e das intituições a qual servem. 
Servir de medida nas decisões referentes a contratação, promoção e estabilidade no emprego.
É um bom veículo para clarificar e depurar suas idéias.
Um artigo reflete a análise de um dado assunto, num certo período de tempo.
Serve de meio de comunicação e de intercâmbio de idéias entre cientistas da sua área de atuação. 
Levar os resultados do teste de uma hipótese, provar uma teoria (tese, trabalho científico).
Registrar, transmitir algumas observações originais.
Servir para rever o estado de um dado campo de pesquisa.
Fundamentos da pesquisa
o que se pretende investigar;
como se planejou conduzir a investigação de modo a atingir o objetivo e/ou a responder as questões propostas; 
porque o estudo é relevante (em termos de contribuições teóricas e/ou práticas que o estudo pode oferecer).
O PROBLEMA: o que se pretende investigar
“O conhecimento da literatura pertinente ao problema que nos interessa (relatos de pesquisa, teorias utilizadas para explicá-lo) é indispensável para identificar ou definir com mais precisão os problemas que precisam ser investigados em uma dada área. Três situações encontradas na literatura podem dar origem a um problema de pesquisa: (a) lacunas no conhecimento existente; (b) inconsistências entre o que uma teoria prevê que aconteça e resultados de pesquisas ou observações de práticas cotidianas; e (c) inconsistências entre resultados de diferentes pesquisas ou entre estes e o que se observou na prática.” 
Quadro teórico- onde pesquisar?
Revista científicas específicas da área ( preferencialmente qualis A)
Evitar sites informativos populares;
Livros
Algumas fontes de buscas:
http://www.scielo.br/?lng=pt
https://scholar.google.com.br/ 
 
Introdução a pesquisa 
Esta é a parte em que o pesquisador “constrói o seu problema”, isto é, coloca a pesquisa proposta no contexto da discussão acadêmica sobre o tema, indicando qual a lacuna ou inconsistência no conhecimento anterior que buscará esclarecer, demonstrando assim que o que está planejando fazer é necessário e original. (ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1999) 
Introdução a uma pesquisa 
Creswell (1994) aponta quatro componentes-chave na Introdução de um projeto de pesquisa: 
 apresentação do problema que levou ao estudo proposto; 
 inserção do problema no âmbito da literatura acadêmica; 
 discussão das deficiências encontradas na literatura que trata do problema; e
 identificação da audiência a que se destina prioritariamente e explicitação da significância do estudo para essa audiência. 
Quais elementos essenciais contidos em um artigo?
O artigo possui a seguinte estrutura: 
1.Título 
2. Autor (es) 
3. Epígrafe (facultativa) 
4. Resumo e Abstract 
5. Palavras-chave; 
6. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão),
 7. Referências.
O TÍTULO: Deve compreender os conceitos-chave que o tema encerra
“Doença mental e psicologia”
“A afirmação histórica dos direitos humanos”
“Influência da granulometria e da mineralogia sobre a retenção do fósforo em latossolos sob pastagens no cerrado”
“Aspectos críticos do controle do dengue no Brasil”
AUTOR (ES): o autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita
. 
EPÍGRAFE é um elemento facultativo, que expressa um pensamento referente ao conteúdo central do artigo. 
RESUMO: onde se expõe, de forma reduzida, o objetivo do artigo, a metodologia utilizada para solucionar o problema e os resultados alcançados.
PALAVRAS-CHAVE: São palavras características do tema que servem para indexar o artigo, até 6 palavras.
Conteúdo: a introdução
Alves-mazzotti e Gewandsznajder (1999) recomendam: 
 iniciar com um parágrafo que expresse a questão focalizada inserindo-a numa problemática mais ampla, de modo a estimular o interesse de um grande número de leitores;
 especificar o problema que levou ao estudo proposto; 
indicar por que o problema é importante; 
focalizar a formulação do problema nos conceitos-chave que serão explorados; e 
considerar o uso de dados numéricos que possam causar impacto. 
Conteúdo: a introdução
No que se refere às deficiências encontradas na literatura, sugerem: 
apontar aspectos negligenciados pelos estudos anteriores, como, por exemplo, tópicos não explorados, tratamentos estatísticos inovadores ou implicações significativas não analisadas; 
indicar como o estudo proposto pretende superar essas deficiências, oferecendo uma contribuição original à literatura na área.
Finalmente, sugere que se finalize a introdução apontando a relevância do estudo para um público específico
 
OBJETIVO: a finalidade da pesquisa
“objetivo” é desdobrado em questões que detalham e clarificam seu conteúdo. Essas questões ajudam o pesquisador a selecionar os dados e as fontes de informação, e também a organizar a apresentação dos resultados, uma vez que estes devem ser organizados de modo a responder às questões propostas. (ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1999) 
METODOLOGIA:
O detalhamento dos procedimentos metodológicos inclui a indicação e justificação do paradigma que orienta o estudo, as etapas de desenvolvimento da pesquisa, a descrição do contexto, o processo de seleção dos participantes, os procedimentos e o instrumental de coleta e análise dos dados, os recursos utilizados para maximizar a confiabilidade dos resultados e o cronograma. (ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1999) 
Procedimentos e instrumentos de coleta de dados
Experimento
Observação
Entrevista
Analise de dados ( documentos, bibliografia etc)
Resultados e Discussão
Apontar os resultados e analisa-los de acordo com o referencial adotado.
Pode-se adotar:
Analise do conteúdo ou análise do discurso
Análise textual discursiva
Fases da Análise de Conteúdo
10/06/2017
Sistematizar ideias
Hipóteses e objetivos definidos
Leitura flutuante
Aplicação sistemática da decisões tomadas
Significativos 
Teste de validação
Análise do Discurso
SUJEITO: 
 “O sujeito é clivado, ou seja não é uno; o sujeito é assujeitado, isto é, não é livre e não está na origem do discurso -, sobre as quais há uma extensa literatura...”
(POSSENTI In: MUSSALIM, 2004 p.386)
 
DISCURSO:
 “Não é língua, nem texto, nem fala, mas necessita de elementos linguísticos para ter uma existência material. [...]encontra-se no social [...]. Referimos-nos a aspectos sociais e ideologicamente impregnados nas palavras quando estas são pronunciadas.”
(FERNANDES, 2008 p.13)
Análise textual discursiva 
Etapa
Descrição
Desmontagem dos textos ou processo deunitarização;
O texto é desmontado no sentido de atingir unidades fragmentadas referentes ao fenômeno estudado. São constituídos de sentidos e significados, a partir do processo de desmontagem, o analista atribui significado.
Estabelecimento de relações ou processo de categorização
Consiste em agrupamento de ideias que se relacionam e assim produzem categorias de significado.
Captando o novo emergente
Construção dometatextoa partir das categorias, descritivas, interpretativas e crítica.
Um processo auto organizado
Consiste na comunicação e validação das compreensões do material analisado articulado ao referencial teórico.
Conclusão ou considerações finais
Nestemomento são relacionadas às diversas ideias desenvolvidas ao longo do trabalho, num processo de síntese dos principais resultados, com os comentários do autor e as contribuições trazidas pela pesquisa. 
Cabe, ainda, lembrar que a conclusão é um fechamento do trabalho estudado, respondendo às hipóteses enunciadas e aos objetivos do estudo, apresentados na Introdução, onde não se permite que nesta seção sejam incluídos dados novos, que já não tenham sido apresentados anteriormente.
Referências Bibliográficas- normas da ABNT.
Livros, guias, folhetos, manuais e catálogos.
a) Com um só autor. 
FAZENDA, Ivani C. Arantes. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2007. 
b) Com dois autores (separados por ponto e vírgula). 
SACRISTÁN, J. Gimeno; GÓMEZ, A.I. Pérez. Compreender e transformar o ensino. Tradução de Ernani F. da Fonseca Rosa. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
c) Com quatro ou mais autores. Pode-se indicar apenas o primeiro autor, acrescentando-se a expressão “et al” (= e outros).
Entidade como autor:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, 2002
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. 2. ed. rev. e atual. Brasília, 2002.
Capítulo ou parte de livro:
ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos Jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16. 
Trabalhos acadêmicos
NIEL, Marcelo. Anestesiologistas e uso de drogas: um estudo qualitativo. 2006. 149 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo. 
Artigo ou matéria de revista: 
GADELHA, Carlos A. Grabois; COSTA, Laís Silveira. Saúde e desenvolvimento no Brasil: avanços e desafios. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 46, p. 13-20, dez. 2012. Suplemento.
MASETTO, Marcos T. Inovação curricular no ensino superior. Revista e-curriculum, São Paulo, v. 7, n. 2, ago. 2011. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/6852/4966>. Acesso em: 8 set. 2011
27
Referências Bibliográficas
ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisas quantitativas e qualitativas. São Paulo: Editora Pioneira, 1999 (2ª edição).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, 2002
BARDIN, L. (2011). Análise de Conteúdo . Trad. Reto, L; Pinheiro, A. São Paulo: Edições 70.
CRESWELL, J. W., (1994). Research design: Qualitative & quantitative approaches. Londres: Sage Publications.
FERNANDES, C. A. Análise do discurso: reflexões introdutórias. 2ª ed. São Carlos: Editora Claraluz, 2008.
MORAES, R.; GALIAZZI, M. do C. Análise Textual Discursiva. 2.ed.rev.- Injuí: Ed. UniJUÍ, 2011.
MUSSALIN, F. Análise do Discurso. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A.C. (Orgs.). Introdução a Linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2004. v.2. p. 101-142.

Continue navegando