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Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia

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METODOLOGIA DA PESQUISA EM 
BIBLIOTECONOMIA 
APRESENTAÇÃO 
 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
 
Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
●Mestre em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias 
(Universidade Pitágoras Unopar). 
● Licenciatura e Bacharel em Pedagogia (CESUMAR). 
● Especialista em Psicopedagogia Institucional (Faculdade Maringá) 
● Especialista em Educação Especial (Faculdade de Tecnologia América do Sul) 
● Especialista em EAD e as Novas Tecnologias Educacionais (UniCESUMAR). 
● Especialista em Docência no Ensino Superior (UniCESUMAR). 
● Especialista em Tecnologias Aplicadas no Ensino A Distância (UniFCV). 
● Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da Pós-Graduação 
(UniFCV). 
● Professora conteudista na área da Educação (UniFCV/UniFATECIE). 
● Professora de disciplinas de Pós-Graduação na área da Educação (UniFEV). 
● Coordenadora de cursos EAD de Pós-Graduação na área da Educação (UniFCV). 
● Supervisora de Cursos EAD de Graduação na área da Educação (UniFCV). 
● Psicopedagoga do Núcleo de Atendimento Escolar (NEA). 
● Experiência na Educação Básica há 10 anos. 
● Experiência no Ensino Superior (presencial e a distância) desde 2012 até os dias 
atuais. 
 
Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7315666246327967 
 
 
 
 
http://lattes.cnpq.br/7315666246327967
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Olá, caro(a) acadêmico(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) à disciplina de METODOLOGIA DA PESQUISA EM 
BIBLIOTECONOMIA, para o curso de Biblioteconomia. Você já venceu algumas etapas 
de seu curso e chegou até aqui, meus parabéns! 
O objetivo principal da disciplina é estudar e compreender as metodologias de 
pesquisa utilizadas na construção de trabalhos científicos. 
Para compor este material, organizamos uma introdução, seguida de quatro 
unidades criteriosamente analisadas, selecionadas para dar sustentação à presente 
discussão, conclusão, referências, leituras complementares, indicações de livros, filmes, 
entre outros. 
● Unidade I, intitulada NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS 
ACADÊMICOS, com os subtópicos: Estrutura e organização de trabalhos 
acadêmicos. Regras da ABNT. Construção de instrumentos e técnicas de 
coleta de dados. 
● Unidade II, intitulada METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO, com os 
subtópicos: Método quantitativo e qualitativo. Estudo de caso: o que é, onde 
é empregado e características dessa metodologia de investigação. Como 
realizar um estudo de caso. 
● Unidade III, intitulada TRABALHO ACADÊMICO-CIENTÍFICO: ARTIGO, 
com os subtópicos: Artigo científico: tipos, estrutura e formatação do artigo. 
Organização textual do artigo: artigo original e artigo de revisão. 
Comunicação científica. 
● Unidade IV, intitulada PROJETO E RELATÓRIO DE PESQUISA, com os 
subtópicos: Projeto de pesquisa: etapas de um projeto de pesquisa e regras 
gerais de apresentação do projeto de pesquisa. Relatórios. Citações e 
Referências bibliográficas. 
Lembre-se, caro(a) estudante, que o texto apresentado não irá esgotar todas as 
possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas ao longo da disciplina, 
mas irá iniciar momentos importantes e oportunos para a compreensão das análises 
realizadas acerca das temáticas propostas. 
Pensamos que, para além do texto em si, você, estudante, poderá explorar as 
sugestões de leitura na metodologia da pesquisa científica. 
 
Bom estudo! Sucesso! 
 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
UNIDADE I 
NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS ACADÊMICOS 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
Plano de Estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Estrutura e organização de trabalhos acadêmicos; 
• Regras da ABNT; 
• Construção de instrumentos e técnicas de coleta de dados. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conhecer a estrutura e organização de trabalhos acadêmicos, tais como: monografias, 
dissertações, teses, e artigos científicos; 
• Elencar algumas das regras da ABNT importantes para o desenvolvimento de trabalhos 
acadêmicos; 
• Conhecer alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas pesquisas, 
sendo eles: a observação, o questionário, o formulário e a entrevista. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) à Unidade I intitulada, “NORMATIZAÇÃO DOS TRABALHOS 
ACADÊMICOS” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. 
O objetivo da presente unidade é estudar a normatização dos trabalhos 
acadêmicos-científicos, por meio da principal referência a ABNT, isto é a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas. 
Sendo assim, no primeiro momento é conhecer a estrutura e organização de 
trabalhos acadêmicos, tais como: monografias, dissertações, teses, e artigos científicos. 
Em sequência o assunto é regras da ABNT, no qual veremos algumas destas regras que 
são aplicadas no desenvolvimento de trabalhos acadêmicos-científicos. Para finalizar a 
unidade é citado alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas 
pesquisas. 
Esperamos que este estudo colabore para a sua melhor compreensão sobre o 
tema de nossa primeira unidade. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS 
 
 
 No Brasil, as normas mais utilizadas no meio acadêmico brasileira são as da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Entidade privada e sem fins 
lucrativos, a ABNT é membro fundador da International Organization for Standardization 
(Organização Internacional de Normalização - ISO), da Comisión Panamericana de 
Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas - Copant) e da 
Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização - AMN). 
Desde a sua fundação, é também membro da International Electrotechnical Commission 
(Comissão Eletrotécnica Internacional - IEC). A ABNT é responsável pela elaboração 
das Normas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros 
(ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo 
Especiais (ABNT/CEE). (ABNT, 2021). 
 Algumas das principais normas da ABNT estão voltadas para o emprego na 
elaboração dos documentos científicos, para tanto, iremos apresentar nos subtópicos a 
seguir o que são documentos científicos ou acadêmicos. 
 
 
 
1.1 Documentos Científicos ou Acadêmico 
 
 Acadêmico(a), considera-se como documentos científicos, uma gama enorme de 
documentos que incluem: monografias, trabalhos de conclusão de curso, relatórios, 
teses, dissertações, artigos científicos, resumos, resenhas, livros, capítulo de livros, 
projetos entre outros. Vamos conhecer mais detalhadamente alguns destes 
documentos?! 
 
 
1.1.1 Monografias, Dissertações, Teses, e Artigos Científicos 
 
De acordo com a ABNT, a monografia consiste na exposição exaustiva de um 
problema ou assunto específico que tenha sido investigado cientificamente. É adotada 
na maioria dos cursos superiores e de pós-graduação lato sensu como requisito parcial 
para a conclusão do curso. 
A produção de uma monografia permite o desenvolvimento, com certa 
profundidade, de um tema de pesquisa e seu desdobramento com base nos elementos 
estruturantes, bem como a construção das demais etapas da pesquisa, como a revisão 
de literatura, com investigações que possibilitem a aplicação de uma ou mais teorias para 
o entendimento de determinado fenômeno (PEROVANO, 2016). 
A monografia difere do projeto de pesquisa em alguns aspectos, quanto à forma 
e ao conteúdo. No que se refere à forma (formalidade), a monografia apresenta alguns 
elementos pré-textuais não encontrados no projeto de pesquisa, que são: dedicatória, 
agradecimento, epígrafe, resumo em língua vernácula e resumo em língua estrangeira. 
Apresentaremos a seguir estudante a sequência dos elementos da monografia na 
figura 1. 
 
Figura 1 - Sequência dos elementos da monografia 
 
 
 
 
Fonte: Elaboradocom base em ABNT (2005) 
 
 Acadêmico(a) o que é uma Dissertação? Trata-se da comunicação dos 
resultados de uma pesquisa e de uma reflexão, que versa sobre um tema único e 
delimitado. Deve ser elaborada de acordo com as mesmas diretrizes metodológicas, 
técnicas e lógicas do trabalho científico, como na tese de doutoramento. 
 A dissertação de mestrado consiste num requisito importante para a obtenção de 
proeminente título. Deve, portanto, cumprir as exigências da Monografia científica. 
 Tratando-se de um trabalho ainda vinculado a uma fase de iniciação à ciência, de 
um exercício diretamente orientado, primeira manifestação de um trabalho pessoal de 
pesquisa, não se pode exigir da Dissertação de mestrado o mesmo nível de originalidade 
e o mesmo alcance de contribuição ao progresso e desenvolvimento e tendenciosamente 
minucioso da Dissertação de mestrado. Ao contrário, pode-se mensurar que ela significa 
um importante e consistente passo para a construção de contribuições científicas 
maiores, de suma importância ao desenvolvimento do país (SANTOS, 2019). 
 
 A dissertação de mestrado deve necessariamente demonstrar uma proposição e 
não apenas explanar um assunto, o que resume o tipo de exigência lógica de todo 
trabalho desde que tenha objetivos de natureza científica bem determinados. Sua 
delimitação, abordagem e redação devem ser bem definidas, embasadas em profundas 
investigações e incursões sobre a temática leita, resultando num texto coeso, preciso, 
diretamente proporcional ao assunto selecionado, de forma a refletir o importante passo 
científico resumido na titulação do mestrado. Dessa forma, a elaboração de uma 
dissertação de mestrado necessita de aplicação de concentração, tempo hábil, estudo, 
investigação, tomada coerente de conclusões, e sua transmigração para um texto bem 
embasado e organizado (SANTOS, 2019). 
 Tese é um trabalho acadêmico em que o autor defende uma ideia e sustenta sua 
argumentação através dos resultados de uma profunda investigação sobre o tema. A 
tese acadêmica é um documento fundamental para a obtenção do grau de doutor. 
 Para elaboração da tese de doutorado, o estudante conta com o apoio de um 
orientador que coordena o trabalho de pesquisa. A tese é defendida em público perante 
um grupo de doutores que constituem o júri de avaliação do trabalho (também 
denominado por banca) (SANTOS, 2019). 
 O artigo científico tem a finalidade de discutir os fenômenos com base na 
exposição de resultados originais e sucintos de pesquisas realizadas, bem como 
apresentar uma síntese analítica de estudos realizados pelo próprio autor (PEROVANO, 
2016). 
 O artigo científico é apresentado segundo a linguagem e o método próprios de 
uma área da ciência e, de modo geral, com uma estrutura lógica de argumentação, 
apresentando inicialmente o problema ou objetivo da investigação, o conjunto de 
hipóteses, as possíveis soluções do problema ou modos de se atingir o objetivo, uma 
descrição dos métodos e técnicas utilizados, uma análise dos resultados obtidos, suas 
considerações finais ou conclusão que aponta qual hipótese foi verificada 
experimentalmente (SANTOS, 2019). 
 Em geral, os artigos científicos se constituem com base nos seguintes elementos: 
 
Tabela 1 - Elementos bases da estrutura de artigo científico segundo a ABNT 
 
Elementos Pré-textuais Textuais Pós-textuais 
Título Introdução Referências 
Autores e instituição a que 
pertencem os autores 
Desenvolvimento Glossário (opcional) 
Resumo e palavras-chave em 
português 
Considerações finais Apêndice (opcional) 
Resumo e palavras-chave em 
outro idioma 
 Anexos (opcional) 
 Agradecimentos (opcional) 
Fonte: Elaborada pela autora com base em Santos (2019) e Marcelino (2020). 
 
Em algumas instituições de ensino superior, tem-se optado pelo artigo científico 
como trabalho de conclusão de curso, em substituição à monografia. Em ambos os 
casos, a escrita resultará de pesquisa planejada, sistematizada e organizada a partir de 
critérios metodológicos definidos pela ABNT. 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que muitos artigos são produtos de trabalhos monográficos de 
conclusão de cursos de graduação ou de dissertações de mestrado, ou ainda, 
publicações de dados secundários obtidos em outra pesquisa central e que, em seu 
relatório, não eram relevantes. 
 
Fonte: a autora (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
1.2 Elementos mínimos de um trabalho acadêmico-científico 
 
 Todos os trabalhos acadêmicos do tipo monográficos apresentam a mesma 
estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão), devendo ser dada especial atenção 
 
aos elementos do desenvolvimento. Espera-se que existam, independentemente do 
número de capítulos, ao menos, os seguintes elementos (MARCELINO, 2020, p. 53-54): 
 
1. Revisão da literatura: debate entre os principais autores que discutem o tema, 
apresentando as diferentes posições e oferecendo ao leitor um panorama de 
conceitos e opiniões sobre o assunto. Apesar de ser importante que o autor 
apresente suas diversas opiniões, é ainda mais fundamental que se posicione 
sobre qual das linhas ou correntes irá seguir. 
2. Procedimentos metodológicos: descrição do local em que a pesquisa foi 
realizada (história, localização, características), qual o universo da amostra e 
como ela foi selecionada, qual a técnica e o instrumento utilizados, citando autores 
que fundamentem o uso para aquela finalidade. 
3. Apresentação e interpretação dos dados: é a parte na qual o autor apresenta 
dados já sistematizados, demonstrando os principais resultados e fazendo uma 
interpretação à luz das teorias usadas na revisão bibliográfica. Nunca deverá ser 
apenas uma apresentação de dados, visto que a análise precisa estar 
fundamentada e buscar confirmar ou refutar a hipótese de pesquisa. 
 
 
 
1.2.1 Estrutura geral dos trabalhos científicos 
 
Independentemente do porte, todos os trabalhos científicos apresentados até o 
momento são caracterizados por serem estruturados em três partes: elementos pré-
textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais (SANTOS, 2019; MARCELINO, 
2020). 
A primeira parte é chamada de pré-textual e nela são alocados os elementos que 
vêm antes do texto e que apresentam o título do trabalho, o autor, o local e a data de 
realização e outros elementos próprios à identificação. 
 
A segunda parte é chamada de textual e é o próprio texto produzido. Ela é 
caracterizada por apresentar uma introdução, um desenvolvimento e suas 
considerações finais ou conclusão. 
A terceira parte é chamada de pós-textual e nela são alocados elementos 
informativos e acessórios. É o espaço para as referências bibliográficas e os anexos. 
Segundo a NBR 14724 (ABNT, 2011), a estrutura de tese, dissertação ou trabalho 
acadêmico compreende elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-
textuais, como explicitado a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Esquema de estrutura do trabalho acadêmico 
 
 
 
Fonte: Elaborado com base em ABNT (2011). 
 
 
2 REGRAS DA ABNT 
 
 
 A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é uma organização não 
governamental, mantida com recursos da contribuição dos seus associados e do governo 
federal. No Brasil, ela representa a International Organization for Standardization (ISO) 
e a Associação Mercosul de Normalização (AMN), e é responsável pela adaptação, 
criação e comercialização das normas nacionais. Dentre suas atribuições está a 
normalização do trabalho científico, amplamente utilizada no ambiente acadêmico, lugar 
em que o conhecimento científico é privilegiado. 
 As suas normas são antecedidas pelas siglas ABNT/NBR e pelo número 
correspondente. A seguir, na tabela 2, selecionamos algumas de uso mais recorrente na 
elaboração de trabalhos acadêmico-científicos. 
 
 
 
 
 
Tabela 2 - Normas da ABNT 
 
Norma número Ano e Edição 
da 
publicação 
Objeto danorma 
NBR ISO/2108 1ª ed. 2006 Número Padrão Internacional de Livro (ISBN). 
Norma ABNT NBR 5892 
1ª ed.1989 
2ª ed. 2019 Norma para datar 
Norma ABNT NBR 6021 2ª ed. 2015 
versão 
corrigida em 
2016 
Informação e documentação — Publicação 
periódica técnica e/ou científica — 
Apresentação 
Norma ABNT NBR 6022 1ª ed. 2003 
2ª ed. 2018 
Informação e documentação - Artigo em 
publicação periódica científica impressa - 
Apresentação 
Norma ABNT NBR 6023 
 
1ª ed. 2002 
2ª ed. 2018 
Informação e documentação - Referência - 
Elaboração 
Norma ABNT NBR 6024 
 
1ª ed. 2003 
2ª ed. 2012 
Numeração, informação e documentação - 
Numeração progressiva das seções de um 
documento escrito - Apresentação 
Norma ABNT NBR 6027 
 
1ª ed. 2003 
2ª ed. 2013 
Informação e documentação - Sumário - 
Apresentação 
Norma ABNT NBR 6028 
 
1ª ed. 2003 
2ª ed. 2021 
Informação e documentação - Resumo - 
Apresentação 
Norma ABNT NBR 6032 
 
1ª ed. 1989 Abreviação de títulos de periódicos e 
publicações seriadas 
Norma ABNT NBR 6033 
 
1ª ed. 1989 Ordem alfabética 
Norma ABNT NBR 6034 
1ª ed.1989 
2ª ed. 2005 
Informação e documentação - Índice - 
Apresentação 
 
 
Norma ABNT NBR 10520 
 
 
1ª ed. 2002 
Informação e documentação - Citações em 
documentos - Apresentação 
Norma ABNT NBR 10719 
2ª ed. 2009 
3ª ed. 2011 
4 ed. 2015 
Informação e documentação — Relatório 
técnico e/ou científico — Apresentação 
Norma ABNT NBR 14724 
 
 
2ª ed. 2006 
3ª ed. 2011 
Informação e documentação - Trabalhos 
acadêmicos - Apresentação 
Norma ABNT NBR 15287 
 
1ª ed. 2005 
2ª ed. 2011 
Informação e documentação — Projeto de 
pesquisa — Apresentação 
Norma ABNT NBR 15437 
 
1ª ed. 2006 
Informação e documentação — Pôsteres 
técnicos e científicos — Apresentação 
Fonte: Elaborado pela autora (2021) 
 
ATENÇÃO! Caro(a) acadêmico(a), como pode observar na tabela 2 acima, temos 
normas que foram atualizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, sendo 
assim, quando for utilizar pesquise a última edição publicada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS 
 
 
 Existem várias maneiras de colher dados. Para selecionar uma ou mais entre elas, 
o pesquisador deve levar em conta o contexto e o objetivo da pesquisa. Em geral, as 
informações podem ser colhidas de fontes primárias ou secundárias, cada uma com seus 
instrumentos. 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que uma fonte é primária quando o pesquisador colhe os dados em primeira 
mão. A entrevista, o questionário, o formulário e a observação são os principais 
instrumentos de coleta desse tipo. Nesse caso, o pesquisador não se concentra no que 
outros dizem a respeito do objeto de estudo, mas no que ele próprio observa. Os 
arquivos, os bancos de dados e os relatórios são fontes de dados secundárias, pois o 
pesquisador não tem contato direto com seu objeto de estudo. 
 
Fonte: Mascarenhas (2018). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
Nos próximos subtópicos, vamos conhecer alguns dos instrumentos de coleta de 
dados mais utilizados nas pesquisas, sendo eles: a observação, o questionário, o 
formulário e a entrevista. 
 
 
3.1 Observação 
 
 A observação é um processo imprescindível em qualquer tipo de pesquisa, pois 
se refere ao olhar atento e crítico do pesquisador sobre os fenômenos estudados. Ela 
também pode se constituir em uma técnica de pesquisa usada exclusivamente como 
método, normalmente quando se quer estudar o comportamento humano em sua forma 
espontânea, desde que observados parâmetros que lhe conferem cientificidade 
(MARCELINO, 2020). 
 Richardson (1999), Lakatos e Marconi (1994) e Gil (1999), concordam que 
existem vários tipos de observação, destacando que as principais são: 
 
a. Não participante: o pesquisador atua apenas como um observador atento, não 
fazendo parte do grupo. 
b. Participante: o pesquisador participa do grupo, agindo como um membro deste, 
participando das atividades assim como os pesquisados. 
 
 Em ambos os casos, as observações podem se dar de forma sistemática ou 
assistemática. No primeiro caso, a observação consiste somente em olhar atentamente, 
sem roteiros, anotações ou fichas de registro. No segundo caso, o pesquisador possui 
um roteiro a cumprir, devendo observar fatos específicos e suas frequências 
(MARCELINO, 2020). 
 Já o autor Luna (2003), divide em observação direta, observação indireta, relato 
verbal e documento. A observação direta trata do registro de uma dada situação, 
acontecimento ou ocorrência; já a observação indireta refere-se ao uso de indícios ou 
pistas como informações das quais se deduzem outras informações. Os relatos verbais 
 
são as falas dos sujeitos de modo ainda informal sem a elaboração prévia dos 
instrumentos (questionários, entrevistas e formulários), e dos documentos são fontes de 
informação que podem ser literatura pertinente a um assunto, anuários estatísticos e 
censos, prontuários médicos, legislação entre outros. 
 
 
3.2 Questionário e formulário 
 
 O questionário e o formulário, são instrumentos muito utilizados quando o objetivo 
do pesquisador é abranger um número maior de pesquisados. Esses instrumentos são 
muito parecidos, somente o que os diferencia é a forma de aplicação. O primeiro é 
respondido manualmente pelos próprios pesquisados, o segundo é preenchido pelo 
pesquisador após respondidas as perguntas pelos pesquisados (SANTOS; MOLINA, 
DIAS, 2012). 
 Richardson (1999, p. 189) explica que os questionários servem a duas funções, 
sendo elas: “descrever as características de um grupo e medir determinadas variáveis 
de um grupo social”. Assim, o questionário é muito útil para levantar as características 
comuns de um grupo, tais como: sexo, religião, escolaridade, posições políticas, dentre 
outros. 
 Tanto os questionários como os formulários são fundamentados em uma série de 
questões ordenadas sucessivamente e relacionadas com o objetivo do estudo, isto é, o 
pesquisador elabora esses instrumentos visando atingir os objetivos e resolver os 
problemas propostos no projeto de pesquisa (SANTOS; MOLINA, DIAS, 2012). 
 Atualmente, inexistem regras para quantidade de perguntas ou tamanho de um 
questionário, ficando a critério do pesquisador. Mas quanto maior for o questionário, 
maior também a chance de não recebermos retorno dos pesquisados, pois instrumentos 
extensos demandam tempo e desencorajam a participação (MARCELINO, 2020). 
 Temos três tipos de questionários: o de perguntas integralmente fechadas, que 
comportam apenas o assinalamento de respostas objetivas, tais como sim, não, nunca, 
ocasionalmente, frequentemente, de manhã, de tarde, de noite. Outro tipo é o de 
perguntas totalmente abertas, tais como: “qual a sua ocupação principal”, ficando a cargo 
 
do pesquisado responder da maneira como lhe convier. Por fim, o mais usado, aquele 
que combina o primeiro e o segundo, mesclando perguntas fechadas e abertas 
(MARCELINO, 2020). 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que existem uma técnica de coleta de dados chamada survey? 
Os surveys consistem num tipo de pesquisa comparada ao levantamento em geral, mas 
caracteriza-se pela aplicação de questionário específico quando se buscam dados 
quantitativos, especificamente para avaliar a opinião de pessoas sobre um assunto, 
como pesquisas de opinião pública, pesquisas de qualidade e satisfação ou pesquisas 
eleitorais. 
 
Fonte: a autora (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
3.3 Entrevista 
 
 Esta é uma das técnicas mais flexíveis de coleta de dados na área social, pois por 
meio da interação face a face com o sujeito da pesquisa, permite captar além de dados, 
subjetividades, significados e comportamentos, tais como o que as pessoas desejam, no 
que elas creem, o que elas sabem sobre determinado fato, motivos, o que fazia, fazem 
ou irão fazer diante de determinada situação. 
 Gil (1999, p. 116) define a entrevista como “[...]a técnica em que o investigador 
se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, como objetivo de obtenção 
de dados que interessam à investigação”. Sendo assim, a entrevista é, portanto, “[...] 
 
uma forma de interação social [...]. É uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das 
partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação” (GIL, 1999, 
p. 116). 
A entrevista conforme Lima (2004, p. 90 apud SANTOS; MOLINA; DIAS, 2012), 
pode ser definida 
 
[...] como um encontro entre duas ou mais pessoas a fim de que uma ou 
mais delas obtenha dados, informações, opiniões, impressões, 
interpretações, posicionamentos, depoimentos, avaliações a respeito de 
um determinado assunto, mediante uma conversação de natureza 
acadêmica e/ou profissional (LIMA, 2004, p. 90 apud SANTOS; MOLINA; 
DIAS, 2012, p. 147). 
 
 Os tipos de entrevista são: estruturada, semiestruturada, não estruturada ou em 
profundidade (MARCELINO, 2020). 
 
● Estruturada, na qual se possui um roteiro prévio, fechado, atendo-se 
exclusivamente a ele, consistindo em um processo de perguntas e respostas, 
normalmente rápidas e objetivas. 
● Semiestruturada, realizada com um roteiro, composto de perguntas fechadas e 
objetivas, somada a perguntas abertas e que permitem espaços de livre fala ao 
entrevistado. 
● Não estruturada ou em profundidade, sendo aquela em que o entrevistador 
possui apenas um roteiro para si, com a finalidade de lembrar os conteúdos que 
precisam ser abordados, mas não há perguntas fechadas, sendo focada em 
assuntos mais amplos nos quais o entrevistado tem espaço livre de fala para 
expressar o que sabe, pensa ou sente em relação ao tema. 
 
 Cabe salientar aqui que essa prática requer um pouco de experiência e um amplo 
conhecimento do tema tratado pelo pesquisador. 
 Os passos para aplicação da entrevista são (SANTOS; MOLINA; DIAS, 2012, p. 
148): 
 
 
● elaboração do roteiro da entrevista, tendo como base os autores lidos, a 
problemática levantada e os objetivos a serem alcançados; 
● identificar e selecionar os sujeitos que serão entrevistados; 
● certificar-se do interesse e da disponibilidade do contato em responder as 
questões; 
● agendar dia, horário e local das entrevistas; 
● registrar as respostas por meio de gravador ou filmadora (com a devida 
autorização do entrevistado). O registro escrito (manual) deve ser feito durante a 
entrevista, conferindo-se as respostas com o entrevistado. 
 
 A entrevista como instrumento de coleta de dados nos proporciona inúmeras 
vantagens. Na sequência, descrevemos as que mais se destacam (SANTOS; MOLINA; 
DIAS, 2012, p. 148): 
 
● possibilita coletar maior número de respostas (adaptadas às experiências do 
entrevistado e às circunstâncias da entrevista); 
● pode ser realizada com pessoas que não tenham o domínio da leitura ou da 
escrita; 
● é eficiente para obtenção de dados específicos. 
 
 Ao mesmo tempo, podemos apontar seus limites (SANTOS; MOLINA; DIAS, 
2012, p. 149): 
 
● inabilidade ou incapacidade do entrevistado para responder adequadamente; 
● influência exercida pelo entrevistador sobre as respostas do entrevistado. 
 
 Dessa forma, existem alguns cuidados que são essenciais ao pesquisador que 
utilizará esse instrumento. Esse deve ter bem definidos os objetivos e os propósitos do 
estudo; deve formular questões claras e entendíveis; familiarizar-se com a técnica antes 
de aplicá-la; escolher o local, a data e a hora; fazer um questionamento de cada vez; 
 
ouvir com muita atenção o entrevistado; evitar troca de informações/opiniões e conferir 
as respostas sempre que possível. 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que o pesquisador pode elaborar um roteiro com datas e afazeres? 
Esse cronograma tem como objetivo organizar o trabalho a ser realizado. 
 
Fonte: a autora (2022). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Exemplo de cronograma 
 
 
Fonte: a autora (2022). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
SAIBA MAIS 
 
Você sabia que as pesquisas acadêmicas estão utilizando cada vez mais as 
informações encontradas na web. Mas será que é uma boa ideia? 
Sem dúvida, a internet vem facilitando a troca de informações entre pessoas em 
diferentes cantos do mundo. No entanto, não é toda pessoa que sabe usar bem seus 
recursos para encontrar o que procura. Muito antes do primeiro computador, a ciência 
das informações e a biblioteconomia já estavam cansadas de estudar a melhor forma de 
 
procurar informações, por isso, desenvolveram o conceito de alfabetização informacional 
para explicar o que é necessário saber para uma busca eficiente. 
Para saber mais sugerimos o livro intitulado Comunicação e Linguagem da autora 
Thelma de Carvalho Guimarães. Boa leitura! 
 
Fonte: GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 
2018. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Prezado(a) acadêmico(a). 
 
Chegamos ao final da nossa primeira unidade, ao longo deste material foi possível 
conhecer e estudar a estrutura e organização de trabalhos acadêmicos, e as regras que 
 
rege estes trabalhos segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem 
como alguns dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados nas pesquisas. 
Assim, convidamos você, acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações 
de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu 
conhecimento. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Para nossa leitura complementar, indicamos o trabalho das organizadoras Maria 
Aparecida Leão Bittencourt, Maria José Serrão Nunes e Angye Cássia Noia, da editora 
da Universidade Estadual de Santa Cruz. Disponível para acesso no Google ou clicando 
na imagem abaixo. 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título. 
Orientações e Dicas práticas para trabalhos acadêmicos 
• Autor. 
Gisele do Rocio Cordeiro Mugnol Santos; Nilcemara Leal Molina; Vanda Fattori Dias 
• Editora. 
InterSaberes 
• Sinopse. 
Direcionado especificamente a estudantes de graduação e pós-graduação, este livro 
fornece as ferramentas normativas básicas no processo de produção e desenvolvimento 
científico. Passo a passo, de forma simplificada, Orientações e dicas práticas para 
trabalhos acadêmicos instrumentaliza o aluno de modo a auxiliá-lo em suas atividades 
de pesquisa. 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
 
• Título. 
A garota do livro 
• Ano. 
2015. 
• Sinopse. 
Alice Harvey, de 28 anos, é assistente de uma editora de livros, que sonha em ser 
escritora. Filha de um poderoso agente literário de Nova York, ela vai ser obrigada a 
enfrentar dolorosos acontecimentos de seu passado ao ser convidada para trabalhar no 
lançamento de um livro de Milan Daneker, um antigo cliente de seu pai, que a abusou 
sexualmente quando esta tinha apenas 14 anos. 
• Disponível na Netflix. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2021. Disponível em: 
https://www.abnt.org.br/institucional/sobre Acesso em: 07 dez. 2021. 
 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. 
 
GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. 2 ed. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2018. 
 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3 ed. 
São Paulo: Atlas, 1994. 
 
LUNA, S. V. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: Educ, 2003. 
 
MARCELINO, C. A. A. da S. Metodologia de pesquisa. Curitiba: Contentus, 2020. 
 
MASCARENHAS, S. A. Metodologia científica. 2 ed. São Paulo: Education do Brasil, 
2018. 
 
PEROVANO, D. G. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: 
InterSaberes, 2016. 
 
RICHARDSON, R. et. al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 
1999. 
 
SANTOS, J. H. dos. Manual de normas técnicas de formatação de trabalhos de 
conclusão de curso: relatórios, monografiasdos cursos superiores, dissertações e 
teses. Rio de Janeiro: Interciência, 2019. 
 
SANTOS, G. do R. C. M.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas práticas 
para trabalhos acadêmicos. Curitiba: InterSaberes, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II 
METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
Plano de Estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Método quantitativo e qualitativo; 
• Estudo de caso: o que é, onde é empregado e características dessa metodologia de 
investigação; 
• Como realizar um estudo de caso. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Abordar o método qualitativo e quantitativo; 
• Apresentar a metodologia do estudo de caso e sua aplicabilidade: o que é o estudo de 
caso, onde é empregado, características dessa metodologia de investigação e como 
realizar um estudo de caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) à Unidade II intitulada, “METODOLOGIA DO ESTUDO DE 
CASO” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia. 
O objetivo da presente unidade é apresentar a metodologia do estudo de caso e 
sua aplicabilidade. O estudo de caso como será apresentado ao longo da unidade tem 
sua função de descrever e analisar de modo mais aprofundado e árduo. A qualidade do 
trabalho dependerá da facilidade de compreensão e do empenho do(a) autor(a) em 
realizar um trabalho dentro das melhores práticas ou das mais recomendáveis. 
Ao longo da unidade é abordado o método qualitativo e quantitativo, no qual os 
métodos que envolvem números, porcentagens e estatísticas, os que envolvem a 
interpretação da fenomenologia e os métodos mistos. 
Em sequência o assunto é estudo de caso, no qual iremos responder algumas 
perguntas como: o que é o estudo de caso, onde é empregado e as características dessa 
metodologia de investigação. 
Para finalizar a unidade é citado como realizar o estudo de caso, procurou-se não 
se fazer um texto carregado, mas apresentar a implementação do modo mais simples 
possível de modo a torná-lo aplicável. 
 Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 MÉTODO QUANTITATIVO E QUALITATIVO 
 
 
 
 Acadêmico(a), iniciaremos a nossa unidade abordando sobre o método 
quantitativo e qualitativo, você sabia que a pesquisa quantitativa utiliza uma metodologia 
baseada em números, métricas e cálculos matemáticos. Já a pesquisa qualitativa, por 
sua vez, baseia-se no caráter subjetivo, isto é, seu resultado não mostra números 
concretos, e sim narrativas, ideias e experiências individuais dos participantes. 
 
 
1.1 Método quantitativo 
 
Para a abordagem quantitativa, contamos com a colaboração de Julio Gnap, 
estatístico e mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) (2013, 
apud KNECHTEL, 2014), que emprestou sua experiência de mais de 20 anos no âmbito 
da pesquisa nessa modalidade. A abordagem quantitativa é uma modalidade de 
pesquisa sobre um problema, humano ou social, baseada na testagem de uma teoria 
composta de variáveis, quantificadas em números e analisadas por meio de 
 
procedimentos estatísticos, de forma a determinar se as generalizações previstas na 
teoria se sustentam ou não. 
 A pesquisa quantitativa deu suporte ao pensamento científico até meados do 
século XX. Nesse período, era considerado científico o conhecimento produzido a partir 
das bases estabelecidas pelo método positivista, apoiado na experimentação, na 
mensuração e no controle rigoroso dos fatos (KNECHTEL, 2014). 
 Na abordagem quantitativa, a objetividade é garantida pelos instrumentos e pelas 
técnicas de mensuração, bem como pela neutralidade do pesquisador ante à 
investigação da realidade (KNECHTEL, 2014). 
 A ideia de quantificar significa medir opiniões, informações, na forma de coleta de 
dados e com o emprego de recursos e técnicas estatísticas, desde as mais simples 
(como porcentagem, média, moda, mediana e desvio-padrão) até as de utilização mais 
complexa. Dentre as últimas destacamos as de coeficiente de correlação e de análise de 
regressão, normalmente utilizadas na elaboração de dissertações, teses e outros 
estudos. Para que possamos realizar uma pesquisa quantitativa, vamos deixar claro o 
que são DADOS QUANTITATIVOS (KNECHTEL, 2014). 
 Dados quantitativos: “trata-se dos valores de um conjunto de variáveis que dizem 
respeito a alguns ou a todos os elementos de uma determinada população. Esses dados 
podem ser expressos na forma de textos, tabelas ou gráficos” (RAO, 1986, p. 09). 
 Podemos observar, então, que o método quantitativo é muito utilizado na 
elaboração de pesquisas empírico-descritivas, nas quais procuramos descobrir e 
classificar a relação entre as variáveis, bem como na investigação da relação de 
causalidade entre diferentes fenômenos (relação de causa e efeito). O referido método 
também é empregado na realização de pesquisas no campo social, econômico, de 
comunicação, mercadológico, administrativos, entre outros, representando, em linhas 
gerais, uma forma de garantir a precisão dos resultados e evitando, com isso, distorções 
de análise e interpretação (KNECHTEL, 2014). 
 Os métodos quantitativos são geralmente utilizados na sociologia quando o 
pesquisador deseja obter e/ou produzir dados estatísticos, mensuráveis e comparáveis 
entre si, acerca de uma determinada população, a ser tratada como objeto de 
observação com vistas a descobrir regularidades sociais (BABBIE, 1999). 
 
 Acadêmico(a), você sabia que métodos e pesquisas quantitativas são muito 
utilizados na Administração Pública? É para o planejamento e a definição de políticas e 
ações de governo. 
 A pesquisa quantitativa passou a ser contestada abertamente por diferentes 
correntes de pensamento a partir da década de 1960. Muitos pesquisadores 
questionaram os limites da validação da pesquisa meramente quantitativa e propuseram 
caminhos alternativos de pesquisa para as ciências humanas e sociais (CHIZZOTTI, 
1995). 
 
➔ Técnicas utilizadas em pesquisa quantitativa 
 
 As técnicas mais utilizadas em pesquisas quantitativas (CERVI, 2017), são: 
 
A) Experimento de campo - é o estudo no qual o pesquisador promove alguma 
alteração intencional no objeto de análise para medir padrões de comportamento 
e de relação entre diferentes variáveis. Exemplo: pesquisas de experimentos 
agrícolas para verificar a produtividade de sementes. 
B) Pesquisa descritiva - trata-se de uma série de informações coletadas em um 
grande número de variáveis e, em seguida, reduzidas a indicadores 
representativos da dinâmica social, para descrever como os fenômenos 
acontecem. Exemplo: pesquisas eleitorais e de mercado. 
C) Pesquisa exploratória - é aplicada aos objetos de estudo pouco descritos ou 
analisados pela literatura existente. Consiste em aplicar instrumentos para a 
medição e a descrição inicial de determinados comportamentos sociais que até 
então receberam pouca atenção dos cientistas. Exemplo: pesquisas para verificar 
mudanças nos padrões de comportamento social. 
 
➔ Etapas e passos para a realização de uma pesquisa quantitativa 
 
 Para se realizar uma pesquisa quantitativa, a rigor, é necessário que sejam 
cumpridas sete etapas: 
 
 
1. identificação do problema; 
2. definição dos objetivos; 
3. planejamento da pesquisa; 
4. coleta de dados; 
5. processamento dos dados; 
6. análise dos resultados; 
7. produção de relatório final. 
 
 Os principais passos para o planejamento e a execução de uma pesquisa 
quantitativa, envolvendo também o aspecto da amostragem, são: 
 
1. Delineamento preliminar (desenho inicial da pesquisa): 
● definição clara dos objetivos; 
● rol de questões (o que se quer; o que perguntar); 
● definição do público (a quem perguntar); 
● definição do(s) local(is) de pesquisa(onde perguntar). 
 
 
2. Formatação da pesquisa: 
● elaboração de questionário piloto (como perguntar/ abordar o tema); 
● teste do questionário piloto (aplicados a 5 ou 6 sujeitos da pesquisa); 
● ajuste do questionário; 
● delineamento final da pesquisa (questões, objetivos, público, local); 
● elaboração e estruturação final do questionário para aplicação; 
● planejamento amostral (cálculo estatístico do número de questionários a 
serem aplicados: amostra total, por público e por local pesquisado). 
 
3. Coleta de dados (trabalho de campo): 
● preparação da logística de pesquisa (equipe, transporte, alimentação, entre 
outros); 
 
● seleção e treinamento dos entrevistadores; 
● acompanhamento do trabalho de campo; 
● conferência do trabalho de campo. 
 
4. Finalização da pesquisa: 
● crítica (conferência) dos questionários preenchidos; 
● digitação; 
● verificação da consistência dos dados digitados (erros de digitação); 
● análise e interpretação dos resultados e preparação do relatório final. 
 
 
1.2 Método qualitativo 
 
 A abordagem qualitativa é uma modalidade de pesquisa voltada para o 
entendimento de fenômenos humanos cujo objetivo é obter uma visão detalhada e 
complexa desses fenômenos, analisando a forma como os respondentes os configuram 
e os apreendem. Dessa forma, é dada ênfase à linguagem e à percepção dos 
informantes (KNECHTEL, 2014). 
 A pesquisa qualitativa é uma modalidade de pesquisa na qual os dados são 
coletados através de interações sociais, por exemplo, estudos etnográficos e pesquisas 
participantes, e analisados subjetivamente pelo pesquisador (KNECHTEL, 2014). 
 A pesquisa qualitativa tem como pressupostos básicos: 
 
● a preocupação primária com processos, e não com resultados ou produtos; 
● o interesse central no significado - a forma pela qual as pessoas explicam sua 
vida e suas experiências e como estruturam seu mundo; 
● a necessidade do trabalho de campo - o pesquisador vai ao “campo” 
selecionado para observar e/ou coletar informações consideradas pertinentes 
aos participantes; 
 
● a ênfase na descrição e na explicação do fenômeno, à medida que o interesse 
se encontra na apreensão de processos e significados obtidos via linguagem, 
filmes ou fotografias; 
● a utilização de processos indutivos, haja vista que o pesquisador constrói 
abstrações, conceitos, hipóteses e teorias. 
 
 Perceba, estudante, então, que as pesquisas qualitativas se preocupam com o 
SIGNIFICADO dos fenômenos e processos sociais, considerando-se as motivações, as 
crenças, os valores e as representações que permeiam a rede de relações sociais. Como 
esses aspectos não são passíveis de mensuração e controle, sua cientificidade tem sido, 
às vezes, questionada (KNECHTEL, 2014). 
 A respeito, Denzin e Lincoln (2006) mencionam que a pesquisa qualitativa, 
enquanto conjunto de práticas, envolve, dentro de sua própria multiplicidade de histórias 
disciplinares, tensões e contradições constantes em torno do projeto propriamente dito, 
incluindo seus métodos e as formas que suas descobertas e suas interpretações 
assumem. 
 Ainda de acordo com os autores Denzin e Lincoln (2006, p. 20-21), a pesquisa 
qualitativa pode se configurar como “[...] um terreno de múltiplas práticas educativas”, ou 
seja: 
 
● Não privilegia uma única prática metodológica ou métodos em relação a outro, 
pois cada um carrega os traços de sua própria história disciplinar, isto é: a 
etnografia e a etnologia na educação; a observação participante e a da 
etnografia na antropologia, na sociologia, na comunicação e nos estudos 
culturais; a análise textual, hermenêutica, fenomenológica, psicanalítica, 
semiótica e da narrativa no cinema e nos estudos literários; a análise de 
arquivos, da cultura material e histórica e de documentos na história, na 
biografia e na arqueologia; a análise de discurso e a análise conversacional na 
medicina, nas comunicações e na educação. 
● Não tem uma teoria ou método nitidamente próprios. 
 
● Na análise e na interpretação dos dados, utiliza a semântica, a semiótica, a 
narrativa, o conteúdo, os arquivos e a fonêmica, não dispensando as 
estatísticas, as tabelas, os gráficos e os números. 
● Utiliza os métodos e as técnicas da etnometodologia, da fenomenologia, da 
hermenêutica, do feminismo, do desconstrucionismo, da etnografia, das 
entrevistas, da psicanálise, dos estudos culturais, da pesquisa baseada em 
levantamentos e da observação. 
● Com isso, a diversidade de práticas metodológicas da pesquisa qualitativa 
permite que o pesquisador assuma funções múltiplas: cientista, naturalista, 
pesquisador de campo, jornalista, crítico social e ensaísta. 
 
 Essa multiplicidade de opções, de acordo com Denzin e Lincoln (2006, p. 18), 
coloca o pesquisador no papel de bricoleur: “[...] um indivíduo que confecciona colchas 
ou reúne imagens, transformando-as em montagens”. Assim, o pesquisador qualitativo 
bricoleur “[...] utiliza as ferramentas estéticas e materiais do seu ofício, empregado 
efetivamente estratégias, métodos ou materiais empíricos que estejam ao seu alcance” 
(DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 18). 
 Ainda para Denzin e Lincoln (2006), o pesquisador (bricoleur) qualitativo pode ser 
classificado da seguinte forma: 
 
 
O bricoleur metodológico é um perito na execução de diversas tarefas, 
que variam desde a entrevista até uma autorreflexão e introspecção 
intensivas. O bricoleur teórico lê muito e é bem informado a respeito dos 
diversos paradigmas interpretativos (feminismo, marxismo, estudos 
culturais, construtivismos, teoria queer) que podem ser trazidos para 
determinado problema. Entretanto, ele talvez não ache que os 
paradigmas possam ser misturados ou sintetizados. [...] O pesquisador 
no papel teórico bricoleur trabalha dentro de perspectivas e paradigmas 
concorrentes e sobrepostos, e entre eles. O bricoleur interpretativo 
entende que a pesquisa é um processo interativo influenciado pela 
história pessoal, pela biografia, pelo gênero, pela classe social, pela raça 
e pela etnicidade dele e daquelas pessoas que fazem parte do cenário. 
O bricoleur político sabe que a ciência significa poder, pois todas as 
descobertas da pesquisa têm implicações políticas. Não existe nenhuma 
ciência livre de valores. [...] O bricoleur narrativo, marcado pelo gênero, 
 
também sabe que todos os pesquisadores contam histórias sobre os 
mundos que estudaram (DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 20). 
 
Denzin e Lincoln (2006) salientam também que os textos da pesquisa qualitativa 
elaborados pelo bricoleur interpretativo apresentam como características: 
 
● a dialogicidade; 
● a presunção de uma audiência ativa, favorecendo a interação ao criar espaços 
para a troca de ideias entre o leitor e o escritor; 
● a transformação do outro além do objeto do olhar das ciências sociais; 
● a visão da situação por múltiplos olhares, cada um com uma “cor”, com uma 
importância. 
 
 Por outro lado, Denzin e Lincoln (2006), os leitores podem: 
 
● explorar visões concorrentes do contexto; 
● imergir e fundir em novas realidades a serem compreendidas. 
 
 
1.3 Aspectos significativos que diferem a pesquisa quantitativa da 
qualitativa 
 
 Acadêmico(a), para fecharmos este assunto, abordaremos os aspectos 
significativos que diferem a pesquisa quantitativa da qualitativa, como nos aspectos 
conceituais e metodológicos, que precisam ser observadas no processo da pesquisa, 
vide quadro 01. 
 
Quadro 01 - Principais diferenças entre as pesquisas qualitativa e quantitativa 
Pesquisa quantitativa Pesquisa qualitativa 
Enfatiza o ato de mensurar (mede e 
quantifica os fenômenos). 
Ressalta a natureza socialmente construída da 
realidade. 
 
Analisa as relações causais entre as 
variáveis (isola as causas e os efeitos). 
Íntima relação entre o pesquisadore o objeto 
(o que é estudado). 
Permite a generalização das descobertas. Ênfase nas qualidades e nos processos. 
Realça a forma como a experiência social é 
criada e adquire significado. 
Materiais e métodos empíricos dedutivos. Utilização de entrevistas e observação 
detalhada: métodos interpretativos. 
Ética baseada em probabilidades: casos 
selecionados aleatoriamente. 
Estudo de casos específicos. 
Generalizações. Valoriza as descrições detalhadas. 
Utiliza modelos matemáticos, tabelas 
estatísticas e gráficos. 
Emprega narrativas históricas, histórias de 
vida, materiais biográficos e autobiografia. 
Fonte: Elaborado com base em Knechtel (2014). 
 
➔ Classificações de pesquisa nos desenhos quantitativo e qualitativo 
 
Vamos analisar o conceito de matriz de métodos para entender com propriedade 
os desenhos de pesquisa conforme os enfoques que envolvem a maneira como o 
pesquisador trata os dados de sua investigação. 
Os enfoques de pesquisa e os tipos de estudos devem estar definidos pelo 
investigador para que possa eleger o desenho que será adotado. Verificaremos que, a 
partir da definição do desenho de pesquisa, será possível saber como os dados serão 
coletados e, após sua definição, como serão analisados e discutidos à luz da teoria 
(PEROVANO, 2016). 
O organograma apresentado abaixo na figura 02 consiste em relacionar os 
enfoques de pesquisa e os tipos de estudos com as classificações de pesquisa 
correspondentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02 - Classificação da pesquisa e tipos de estudos nos desenhos quantitativo e qualitativo 
 
 
 
Fonte: Elaborado com base em Perovano (2016). 
 
A matriz de métodos, conforme exemplificado no organograma acima, é composta 
pelo enfoque, tipos de estudo, classificação da pesquisa e a descrição do instrumento 
de coleta de dados. 
Na figura 02, na coluna que trata dos “Estudos descritivos”, são apresentadas as 
seguintes classificações: pesquisa de levantamento e pesquisa-ação que, 
respectivamente, se enquadram no enfoque quantitativo e no qualitativo. O estudo de 
caso poderá ser considerado quantitativo, qualitativo ou misto, pois dependerá da 
maneira como o pesquisador tratará os dados. Como relatado anteriormente 
 
acadêmico(a), os enfoques quantitativo e qualitativo diferem entre si pela sua natureza 
e finalidade, e para cada um podemos encontrar formas variadas de emprego de 
classificações de pesquisa e de instrumentos de coleta de dados, na abordagem do 
problema a ser investigado (PEROVANO, 2016). 
 
 
1.4 Método misto 
 
 Acadêmico(a), para encerrar não poderíamos deixar de abordar o método misto, 
também conhecido como integrativo, multimodal ou pesquisa qualiquantitativa, no qual 
se deve à convergência ou à combinação do qualitativo com quantitativo. 
 Por que as duas composições são possíveis? 
 Isso ocorre porque uma pessoa inicia uma pesquisa com o enfoque qualitativo e 
necessário, pelas características, finalidades e natureza da investigação, adotando 
dados quantificáveis para potencializar e ampliar as conclusões. Esse raciocínio também 
pode ser realizado partindo-se da pesquisa quantitativa para qualitativa, porém nesse 
caso, se realiza o entendimento e as explicações sobre as variáveis contidas no sistema 
de análise. As duas modalidades preservam os elementos dos respectivos enfoques de 
pesquisa e seu caráter eminentemente empírico na coleta e na análise dos dados 
(PEROVANO, 2016). 
 Para Creswell (2010), é possível agregar os dois enfoques de modo a integrar os 
dois métodos de coleta de dados, avaliando-se os aspectos subjetivos e objetivos 
simultaneamente. 
 Com base em uma amostra, existe a possibilidade de generalizar os resultados a 
uma população, por intermédio de uma visão mais contextualizada sobre o fenômeno 
pesquisado. Nesse sentido, a pesquisa quantitativa permite apontar a relação entre as 
variáveis contidas na hipótese de pesquisa, ao passo que, na qualitativa, existe a 
possibilidade de entender e descrever as propriedades, os predicados e os atributos do 
fenômeno (PEROVANO, 2016). 
 
EXEMPLO 
 
Estudante deixamos aqui para a leitura, um exemplo do método misto, acesse o link 
abaixo: 
https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/download/157/100 
#EXEMPLO# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 ESTUDO DE CASO: O QUE É, ONDE É EMPREGADO E CARACTERÍSTICAS 
DESSA METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO 
https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/download/157/100
 
 
 
Acadêmico(a), iniciaremos este tópico com a seguintes pergunta: 
O que é um estudo de caso? 
O estudo de caso é circunscrito a uma ou a poucas unidades pesquisadas, 
entendidas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão 
público, uma comunidade ou mesmo um país. Essa modalidade tem caráter de 
profundidade e detalhamento, podendo ou não ser realizada em campo. 
Utilizado em vários campos da ciência, o estudo de caso é uma pesquisa bem 
detalhada sobre poucos objetos. A ideia é refletir sobre um conjunto de dados para 
descrever com profundidade o objeto de estudo - seja ele uma pessoa, uma família, uma 
empresa ou uma comunidade. O problema é que, com uma amostra muito reduzida, não 
é possível generalizar os resultados. Além disso, o estudo de caso requer pesquisadores 
com alto nível de capacitação (MASCARENHAS, 2018). 
Imagine, por exemplo, que você, acadêmico(a) queira avaliar o nível de satisfação 
dos funcionários de sua empresa. Os resultados desse estudo de caso não vão refletir, 
necessariamente, o grau de satisfação de empregados de qualquer organização. Para 
 
generalizar, é preciso contar com um número muito maior de participantes, capaz de 
representar, de fato, toda a população que você deseja conhecer melhor. Por outro lado, 
a vantagem do estudo de caso é que você passa a entender muito bem o contexto 
analisado (MASCARENHAS, 2018). 
As características do estudo de caso são descritas por Lüdke e André (2013, p. 
18-20) da seguinte maneira: 
 
● Visam à descoberta - O investigador deve buscar novas respostas e novas 
indagações no desenvolvimento do seu trabalho. 
● Enfatizam a “interpretação do contexto” - O pesquisador leva em conta o 
contexto em que o objeto de estudo está inserido, as percepções, os 
comportamentos e as interações das pessoas relacionadas à situação 
específica ou à problemática determinada a que estão ligadas. 
● Buscam retratar a realidade de forma completa e profunda - O pesquisador 
revela a multiplicidade de dimensões presentes em uma situação ou um 
problema investigado. 
● Utilizam grande variedade de fontes de informação - Os dados são os mais 
variados e a coleta ocorre em diferentes situações e com os mais diversos 
tipos de informantes. 
● Revelam experiências vicárias e permitem generalizações naturalísticas - O 
pesquisador relata suas experiências durante o estudo, de modo que a pessoa 
que leia esse estudo possa fazer suas próprias generalizações. 
● Procuram representar os diferentes e, às vezes, conflitantes pontos de vista 
presentes em uma determinada situação social - O pesquisador procura trazer 
para o estudo, as opiniões divergentes quanto à situação ou aos problemas 
estudados, revelando, igualmente, seu próprio ponto de vista sobre a questão. 
Dessa forma, a realidade pode ser vista sob diferentes pontos de vista; assim, 
a pesquisa não oferece uma única verdade. 
● Os relatos do estudo de caso utilizam linguagem e forma mais acessíveis do 
que as de outros relatórios de pesquisa - os dados podem ser apresentados 
das mais diferentes formas, como desenhos, fotos e narrativas. O pesquisador 
 
preocupa-se que a mensagem seja transmitida de forma clara, direta e bem 
articulada e em um estilo que se aproxime da experiência pessoal do leitor. 
 
 O estudo de caso pode envolver exame de registros, observação da ocorrência 
de fatos, entrevistasestruturadas e não estruturadas ou qualquer outra técnica de 
pesquisa. Por sua vez, o objeto do estudo de caso pode ser um indivíduo, um grupo, 
uma organização, um conjunto de organizações ou, até mesmo, uma situação (DENZIN; 
LINCOLN, 2006). 
 Em geral, o estudo de caso, emprega mais que uma técnica de coleta de dados 
e/ou procedimentos para o delineamento da pesquisa. Os mais utilizados são a 
observação, a análise de documentos e a entrevista. Por outro lado, pode estar atrelado 
a qualquer uma das abordagens de pesquisa (DENZIN; LINCOLN, 2006). 
 
 
 SAIBA MAIS 
 
 Sugerimos que você, acadêmico(a), assista ao filme: O óleo de Lorenzo. Direção: 
George Miller. EUA: Universal Pictures, 1992. 129 min. Nesse filme, você poderá 
compreender os trâmites da pesquisa e o alcance dos resultados científicos. 
Sinopse: Em 1984, um médico diagnostica em uma garoto uma doença rara, dando-lhe 
no máximo mais dois anos de vida. Inconformados com essa situação, seus pais passam 
a pesquisar sobre a doença, a fim de encontrar algo que possa ajudar o filho. 
 
Fonte: O ÓLEO DE LORENZO. Direção George Miller. EUA: Universal Pictures, 1992. 129 min. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 Segundo Yin (2014, apud PEROVANO, 2016) há quatro tipos de estudo de caso: 
 
● Casos únicos ou Holístico: são válidos e decisivos para testar a teoria, 
quando é raro ou extremo; quando é representativo ou típico, ou seja, se 
 
assemelha a muitos outros casos; quando é revelador, ou seja, quando o 
fenômeno é inacessível; e longitudinal, em que se estuda o caso único em 
momentos distintos no tempo; 
● Casos múltiplos: são mais consistentes e permitem maiores generalizações, 
mas demandam maiores recursos e tempo por parte do pesquisador; 
● Enfoque incorporado: neste estudo de caso pode-se envolver mais de uma 
unidade de análise; 
● Enfoque holístico: busca examinar apenas a natureza global de um programa 
ou da organização. 
 
 Assim, de acordo com Yin (2005, apud GIL, 2008, p. 58), o estudo de caso é um 
estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, 
quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no 
qual são utilizadas várias fontes de evidência. 
 O estudo de caso vem sendo utilizado com frequência cada vez maior pelos 
pesquisadores sociais, visto servir a pesquisas com diferentes propósitos, tais como 
(YIN, 2005, apud GIL, 2008, p. 58): 
 
a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; 
b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada 
investigação; e 
c) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito 
complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos. 
 
 O estudo de caso pode, pois, ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias 
quanto descritivas e explicativas. Cabe ressaltar, todavia, que existem preconceitos 
contra o estudo de caso, como os que são indicados a seguir (YIN, 2005, apud GIL, 
2008, p. 58). 
 
a) Falta de rigor metodológico. Diferentemente do que ocorre com os 
experimentos e levantamentos, para a realização de estudos de caso não são 
 
definidos procedimentos metodológicos rígidos. Por essa razão, são 
frequentes os vieses nos estudos de caso, os quais acabam comprometendo 
a qualidade dos seus resultados. Ocorre, porém, que os vieses não são 
prerrogativa dos estudos de caso, podendo ocorrer em outras modalidades de 
pesquisa. Logo, o que se propõe ao pesquisador disposto a desenvolver 
estudos de caso é que redobre seus cuidados tanto no planejamento quanto 
na coleta e análise dos dados. 
b) Dificuldade de generalização. A análise de um único ou mesmo de múltiplos 
casos fornece uma base muito frágil para a generalização. No entanto, os 
propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o conhecimento 
preciso das características de uma população a partir de procedimentos 
estatísticos, mas sim o de expandir ou generalizar proposições teóricas. 
c) Tempo destinado à pesquisa. Alega-se que os estudos de caso demandam 
muito tempo para serem realizados e que frequentemente seus resultados 
tornam-se pouco consistentes. De fato, os primeiros trabalhos qualificados 
como estudos de caso foram desenvolvidos em longos períodos de tempo e 
seus resultados deixaram muito a desejar. Todavia, a experiência acumulada 
nas últimas décadas mostra que é possível a realização de estudos de caso 
em períodos mais curtos e com resultados passíveis de confirmação por outros 
estudos. Convém ressaltar, no entanto, que um bom estudo de caso constitui 
tarefa difícil de realizar. Pesquisadores inexperientes, entusiasmados pela 
flexibilidade metodológica dos estudos de caso, ao final de sua pesquisa, 
conseguem apenas um amontoado de dados que não conseguem analisar e 
interpretar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 COMO REALIZAR UM ESTUDO DE CASO 
 
 
 Acadêmico(a), neste último tópico de nossa primeira unidade, apresentaremos a 
sequência de uma pesquisa de estudo de caso, vide figura 03. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03 - Sequência para a elaboração do estudo de caso 
 
Fonte: Adaptado de Perovano (2016, p. 203). 
 
Como já mencionamos, os estudos de caso são largamente utilizados em 
organizações públicas e privadas para a compreensão ou resolução de problemas, 
 
utilizando-se da pesquisa aplicada. Os estudos desses problemas podem derivar da 
observação de situações do cotidiano, como no caso de se querer saber por que há 
funcionários que fazem o uso de bebida alcoólica, se a adoção de determinado pacote 
estatístico poderia melhorar o controle de produção e como promover a melhoria na 
gestão de determinado processo na empresa, entre outros (PEROVANO, 2016). 
Os desenhos do estudo de caso devem apresentar uma sequência padronizada 
e adaptada às condições do estudo da quantidade às condições do estudo da quantidade 
de unidades de análise. Além disso, essa classificação de pesquisa pode ser elaborada 
para construir ou refinar uma teoria, dar suporte a conhecimentos sobre um tema de 
pesquisa, criar conceitos, entender situações do cotidiano, estabelecer fluxos e diretrizes 
e elaborar um quadro teórico (PEROVANO, 2016). Todas essas possibilidades podem 
ser adaptadas de acordo com o desenho e sequência que entramos no fluxograma da 
figura 04. 
 
Figura 04 - Fluxograma: Roteiro para a elaboração de estudo de caso 
 
Fonte: Adaptado de Perovano (2016, p. 205). 
 
 
Definido o roteiro de elaboração do estudo de caso, é necessário considerar as 
fontes de evidências, ou seja, de onde o pesquisador extrai as informações necessárias 
para realizar o processo empírico de pesquisa, o que está vinculado ao local em que 
serão coletados os dados para análise. Segundo Yin (2014, apud PEROVANO, 2016, p. 
205), “os dados e as informações são extraídos de documentos, registro de arquivos, 
entrevistas, observação direta, observação participante e de artefatos físicos”. 
As fontes mencionadas devem proporcionar detalhes de pessoas e fatos, 
cobertura temporal e de contextos amplos, dados e informações quantitativas, dados 
originais, informações sobre situações e eventos em tempo real, sobre comportamentos 
e motivações pessoais, sobre detalhes relativos à cultura e outros (PEROVANO, 2016). 
A última etapa da construção do desenho de estudo de caso é o relatório final, 
cuja estrutura, de acordo com Yin (2014, apud PEROVANO, 2016, p. 206), “[...] pode 
ser: linear-analítica, comparativa, cronológica e de construção da teoria; pode ainda não 
existir estrutura prevista”. 
Se os casos forem do tipo múltiplo, cada caso deverá ser concluído 
separadamente. A comparação dos casos somente deverá ser feita se o estudo for 
correlacional ou explicativo (causa e efeito) (PEROVANO, 2016). 
O pesquisadordeve ter o cuidado de, ao final do processo de pesquisa, verificar 
se as variáveis previstas nos elementos estruturantes não sofreram alterações. O estudo 
de caso que não apresenta nenhuma estrutura prevista é do tipo qualitativo quando 
utiliza o método indutivo. Nesse modelo, o estudo de caso não apresenta uma ordem ou 
sequência definida no planejamento da pesquisa, e seu relatório é elaborado na medida 
em que se avança no estudo (PEROVANO, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Chegamos ao final de nossa segunda unidade, ao longo deste material foi 
possível abordamos o método qualitativo e quantitativo, no qual os métodos que 
envolvem números, porcentagens e estatísticas, os que envolvem a interpretação da 
fenomenologia e os métodos mistos.Na sequência apresentamos o estudo de caso, no 
qual respondemos algumas perguntas como: o que é o estudo de caso, onde é 
empregado e as características dessa metodologia de investigação, bem como realizar 
um estudo de caso. 
Assim, convidamos você acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações 
de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu 
conhecimento. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
 
Estudante deixamos aqui para leitura complementar, alguns exemplos de estudo 
de caso podem ser encontrados na Web para servirem de referência. 
 
1. GOUVEA, E. P. ; ODAGIMA, A. M.; SHITSUKA, D. M.; SHITSUKA, R. Metodologia 
ativa: um estudo de caso sobre a ferramenta glossário em ambientes virtuais de 
educação a distância. REGS - Revista Educação, Gestão e Sociedade: revista 
da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, v. 6, n. 22, junho de 2016. 
Disponível em: 
http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170509162729.pdf . Acesso em: 
04 dez. 2021. 
2. PEREIRA, L. de T. K.; GODOY, D. M. A.; TERCARIOL, D. Estudo de caso como 
procedimento de pesquisa científica: reflexão a partir da clínica fonoaudiológica. 
Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 22, n. 3, p. 422-429, 2009. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/prc/a/Rjm8bQcZJjSn4MXZCpNzyLj/?lang=pt . Acesso em: 
04 dez. 2021. 
 
 
 
http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170509162729.pdf
 
LIVRO 
 
• Título. 
Estudo de Caso: Planejamento e Métodos 
• Autor. 
Robert K. Yin. 
• Editora. 
Bookman. 
• Sinopse . 
Ao oferecer uma abordagem completa do planejamento e do uso do estudo de caso 
como um método de pesquisa, este clássico aborda o tema, mostra a sua aplicação e 
fornece acesso a casos oriundos de uma grande variedade de campos acadêmicos e 
aplicados. Traz tutoriais ao final de cada capítulo, com discussões detalhadas sobre a 
complexidade dos tópicos abordados no texto. 
 
 
 
 
https://www.amazon.com.br/Robert-K-Yin/e/B000APSBMO/ref=dp_byline_cont_book_1
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título. 
Um sonho de liberdade 
• Ano. 
1994. 
• Sinopse. 
Andy é um homem de negócios bem sucedido, traído pela esposa e acusado 
injustamente por um crime que não condiz com seu caráter. É reservado, conhece suas 
forças e sabe como usá-las, especialmente quando enfrenta adversidades. Ele cria uma 
vida com significado mesmo dentro da prisão, conectando-se com as pessoas certas, 
fazendo favores aos guardas e resolvendo questões financeiras para o diretor em troca 
de melhores condições para os presos. Andy é otimista, tanto nas pequenas empreitadas 
como na doação de livros para a biblioteca, como nos grandes projetos como a sua saída 
da prisão. Red, o melhor amigo de Andy, já teve o pedido de soltura rejeitado muitas 
vezes e demonstra apatia e pessimismo, mas vai mudando à medida que interage com 
Andy até a sua espetacular fuga, que se torna símbolo do valor da esperança 
(Cineterapia). 
http://www.cineterapia.com.br/um-sonho-de-liberdade/
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BABBIE, E. Métodos de pesquisa de survey. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 
1999. 
 
CERVI, E. U. Manual de métodos quantitativos para iniciantes em Ciência Política. 
Volume 1. Curitiba: CPOP-UFPR, 2017. 
 
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 2 ed. São Paulo: Cortez, 
1995. 
 
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 
Porto Alegre: Artmed, 2010. 
 
DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e 
abordagens. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
 
KNECHTEL, M. do R. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem 
teórico-prática dialogada. Curitiba: InterSaberes, 2014. 
 
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 2 
ed. São Paulo: EPU, 2013. 
 
MASCARENHAS, S. A. Metodologia científica. 2 ed. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2018. 
 
PEROVANO, D. G. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: 
InterSaberes, 2016. 
 
RAO, I. K. R. Métodos quantitativos em biblioteconomia e ciências da informação. 
Brasília: Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal, 1986. 
 
 
https://plataforma.bvirtual.com.br/
https://plataforma.bvirtual.com.br/
 
UNIDADE III 
TRABALHO ACADÊMICO-CIENTÍFICO: ARTIGO 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
Plano de Estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Artigo científico: tipos, estrutura e formatação do artigo; 
• Organização textual do artigo: artigo original e artigo de revisão; 
• Comunicação científica. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Estudar os tipos, estrutura e formatação do artigo científico; 
• Compreender os dois tipos de artigos; 
• Estabelecer a importância da comunicação científica na produção de trabalho 
acadêmico-científico, bem como estudar as formas de comunicação científica; gêneros 
textuais apresentados como comunicação oral; linguagem científica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Caro(a) acadêmico(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) à Unidade III intitulada, “TRABALHO ACADÊMICO-
CIENTÍFICO: ARTIGO” da disciplina de Metodologia da Pesquisa em 
Biblioteconomia. 
O objetivo da presente unidade é apresentar o artigo como trabalho acadêmico-
científico. O artigo científico é a parte de uma publicação com autoria declarada que 
apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas mais diversas 
áreas do conhecimento. 
Sendo assim, no primeiro momento é estudar os tipos, estrutura e formatação do 
artigo científico; bem como compreender os dois tipos de artigos, sendo eles: artigo 
original e artigo de revisão. E para finalizar estabelecer a importância da comunicação 
científica na produção de trabalho acadêmico-científico, no qual será abordado como 
estudar as formas de comunicação científica; gêneros textuais apresentados como 
comunicação oral; linguagem científica. 
Esperamos que este estudo colabore para a sua melhor compreensão sobre o 
tema de nossa primeira unidade. 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 ARTIGO CIENTÍFICO: TIPOS, ESTRUTURA E FORMAÇÃO DO ARTIGO 
 
 
 O artigo científico é um texto destinado à publicação e é muito elaborado por 
alunos de graduação e, mais especialmente, de pós-graduação. A ABNT define artigo 
científico como “[...] parte de uma publicação com autoria declarada, de natureza técnica 
e/ou científica” (ABNT, 2018, p. 02). Serve à apresentação e discussão, nas diversas 
áreas do conhecimento, de ideias, métodos, técnicas, processos e resultados. 
Trata-se de uma produção mais profunda do que um ensaio e menos abrangente 
do que uma monografia, mas que exige uma boa capacidade de síntese dos 
pesquisadores. Normalmente, é publicado em revistas ou periódicos especializados, 
com normas editoriais próprias, às quais deve o autor se submeter. Possibilita ao leitor 
uma rápida tomada sobre o assunto, abordando o resultado de uma pesquisa teóricaou 
de campo. Para sua elaboração, contudo, é necessário passar por todas as fases de 
construção do conhecimento científico. Assim, elaborar um projeto de pesquisa é a 
primeira tarefa do pesquisador. Em seguida, passa pela fase da pesquisa propriamente 
dita para, então, elaborar o relato em forma de artigo científico (BRASILEIRO, 2021). 
 
➔ Tipos de artigos 
 
 
 A depender de seu conteúdo, há dois tipos de artigo científico, são eles (SANTOS; 
CARVALHO, 2015; BRASILEIRO, 2021): 
 
● Artigo original: o autor (pesquisador) pretende responder a uma pergunta 
(problema). Para isso, ele parte da pesquisa bibliográfica para a de campo, a fim 
de elaborar uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais. 
● Artigo de revisão: é uma produção que resume, analisa e discute informações já 
publicadas. O autor delimita um assunto amplo e procura dialogar com alguns 
autores tidos como referências teóricas. Nesse diálogo, a voz do pesquisador 
aparece apresentando, confirmando, refutando, sintetizando o que os outros 
disseram. 
 
Como descrito na NBR 6022 artigo de revisão “parte de uma publicação que 
resume, analisa e discute informações já publicadas” (ABNT, 2018, p.02), esse tipo de 
artigo é com mais frequência escrito por alunos de graduação e de pós-graduação, como 
forma de apresentar os conhecimentos adquiridos, na grande maioria das vezes, através 
de pesquisa bibliográfica (SANTOS; CARVALHO, 2015). 
Já os artigos originais são, em geral, escritos por estudiosos que estão em um 
nível mais elevado de produção de conhecimento, uma vez que “parte de uma publicação 
que apresenta temas ou abordagens originais” (ABNT, 2018, p. 02). 
 Os artigos científicos, ao longo dos tempos, têm sido produzidos com o intuito de 
serem publicados em periódicos científicos, permitindo com isso a propagação de 
conhecimentos e de autores, abrindo espaço na comunidade científica para 
apresentação, análise, discussão, refutação e questionamento. Dessa forma, as 
publicações de artigos em periódicos melhoram o nível do currículo de seus autores. 
 Nos últimos anos, muitas instituições acadêmicas têm substituído a monografia 
como trabalho de conclusão de curso (TCC) pelo artigo científico, entendendo que o 
aluno pode posteriormente fazer um melhor uso desse do que da monografia, no que diz 
respeito a tornarem-se conhecidos os resultados de seus estudos (SANTOS; 
CARVALHO, 2015). 
 
 
➔ Estrutura do artigo 
 
 A estrutura do artigo científico é formado por elementos pré-textuais, textuais e 
pós-textuais assim dispostos no quadro 1. 
 
Quadro 1 - Relação dos elementos estruturais que compõem um artigo 
Elementos pré-textuais Elementos textuais Elementos pós-textuais 
● Título na língua do 
texto (obrigatório) 
● Subtítulo (se houver) 
na língua do texto 
(opcional) 
● Nome(s) do(s) 
autor(es) (obrigatório) 
● Resumo na língua do 
texto (obrigatório) 
● Palavras-chave na 
língua do texto 
(obrigatório) 
● Introdução 
(obrigatório) 
● Desenvolvimento 
(obrigatório) 
● Conclusão 
(obrigatório) 
Elementos pós-textuais 
● Título em língua 
estrangeira 
(obrigatório) 
● Subtítulo (se houver) 
na língua do texto 
(opcional) 
● Resumo em língua 
estrangeira 
(obrigatório) 
● Palavras-chave em 
língua estrangeira 
(obrigatório) 
● Nota(s) explicativa(s) 
(opcional) 
● Referências 
(obrigatório) 
● Glossãrio (opcional) 
● Apêndice(s) 
(opcional) 
● Anexo(s) (opcional) 
Fonte: Santos e Carvalho (2015, p. 125). 
 
 Acadêmico(a), para explicar melhor cada elemento utilizaremos os autores Santos 
e Carvalho (2015) e Brasileiro (2021). 
 
★ Parte pré-textual 
 
a) No alto da página, escrevem-se o título do artigo e o subtítulo (se houver), 
diferenciando-os tipograficamente ou separando-os por dois-pontos (:); 
opcionalmente, é possível incluir, logo abaixo do título e do subtítulo no idioma do 
texto, o título e o subtítulo em outro idioma. 
 
b) Alinhado à direita, registra (m)-se o(s) nome(s) do(s) autor(es), em ordem direta 
(prenome e sobrenome), com respectivas credenciais em nota de rodapé, 
indicando formação, instituição à qual está vinculado e endereço eletrônico, 
usando fonte 10, entrelinhas 1 e alinhamento do texto à 1ª linha da nota. 
c) Após espaço duplo, escreve-se “RESUMO”, mais um espaço duplo e o registro 
do resumo homotópico na língua do texto (máximo de 250 palavras). 
d) Abaixo do resumo, registram-se as palavras-chave na língua do texto (máximo de 
cinco palavras ou expressões iniciadas por letra maiúscula, separadas e 
finalizadas por ponto-final). 
e) Caso haja resumo e palavras-chave em outra língua, devem ser escritos logo após 
aqueles no idioma do documento. 
f) A seguir, o autor deve indicar as datas (dia, mês e ano) em que o artigo foi 
submetido e aprovado para publicação. 
g) Caso o artigo esteja disponível em meio eletrônico, pode ser indicado o endereço 
eletrônico, DOI (Digital Object Identifier - um código digital usado como 
identificador de publicações científicas), suportes, além de outras informações 
relacionadas à disponibilidade do documento. 
 
 
 
 
★ Parte textual 
 
 O conteúdo dos elementos textuais deve ser registrado em fonte 12, entrelinhas 
1,5 e margens justificadas: 
 
a) Introdução: o autor informa o tema da pesquisa e o contextualiza, apresenta a 
delimitação, os objetivos geral e específicos do estudo, bem como sua justificativa. 
Faz menção ao método utilizado e finaliza com uma orientação ao leitor sobre o 
modo como o texto foi estruturado. 
 
b) Desenvolvimento: é a parte principal do artigo, normalmente, dividido em duas 
ou três seções e em subseções, que expõem, ordenada e detalhadamente, o 
assunto tratado. O artigo original é seccionado em referencial teórico, 
metodologia, apresentação e análise de dados; e o artigo de revisão tem seu 
desenvolvimento dedicado ao referencial teórico e à discussão desse referencial, 
tendo em vista o objetivo pretendido no estudo. 
c) Considerações finais: é o espaço em que o autor apresenta a resposta 
encontrada para a delimitação proposta, avalia cada um dos objetivos, faz uma 
análise crítica do percurso e do resultado a que se chegou e apresenta as 
recomendações para o encaminhamento da questão, se houver. 
 
★ Parte pós-textual 
 
a) Referências: logo após as considerações finais, apresentam-se as referências, 
em ordem alfabética, conforme a ABNT NBR 6023/2018. 
b) Glossário: lista de termos técnicos ou científicos com respectivos significados. 
(utiliza-se do glossário apenas se você não conseguir inserir o significado da 
palavra no corpo do texto e caso sejam mais de cinco termos.). 
c) Apêndices: textos de autoria própria que o autor julgue de relevância para o 
conhecimento do leitor. 
d) Anexos: textos de autoria de terceiros que o autor julgue de relevância para o 
conhecimento do leitor. 
e) Agradecimentos: último elemento pós-textual, se houver, deve ser um texto 
sucinto, aprovado pelo periódico em que será publicado, usado apenas para dar 
créditos a quem contribuiu de forma relevante para o estudo. 
 
 
★ Partes e especificações do artigo científico 
 
Quadro 2 - Partes e especificações do artigo científico 
Parte do texto Especificações 
 
Título do trabalho Centralizado, negrito, caixa-alta, fonte 12 Arial ou Times 
New Roman. 
Subtítulo do trabalho (se 
houver) 
Separado do título por dois-pontos (:) ao final do título. 
Centralizado, negrito, caixa baixa, fonte 12 Arial ou Times 
New Roman. 
Título e subtítulo do trabalho 
em outro idioma (opcional) 
Mesmas formatações do título e do subtítulo no idioma do 
texto, acrescentando-se o itálico. 
Nome(s) do(s) autor(es) Iniciais maiúsculas, alinhado à direita, fonte 10. Saltar um 
espaço simples. 
Resumo na língua vernácula e 
na estrangeira 
Título: caixa-alta, centralizado, negrito, fonte 12. Saltar um 
espaço simples. 
Texto: margens justificadas, fonte 12, entrelinhas simples. 
Saltar

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