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RESUMO - Poder Constituinte

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Resumo - Slides direito Constitucional – VA3 
Poder Constituinte 
O Poder Constituinte é aquele capaz de editar uma Constituição, dar Forma ao 
Estado e Constituir Poderes . 
Costuma-se distinguir a titularidade e o exercício do Poder Constituinte. 
 Titular = povo 
 Exercício = Órgão colegiado (Assembléia Nacional Constituinte) ou uma ou 
mais pessoas que se invistam desse poder (é o caso das constituições outorgadas). 
Poder Constituinte Originário 
O poder capaz de editar a primeira ou uma nova constituição (Genuíno ou de 1º 
Grau). É a expressão soberana da maioria de um povo em determinado momento 
histórico, expressão (vontade) que pode ser manifestada por meio de aceitação 
presumida do agente constituinte, por eleições (que geralmente selecionam os 
membros de uma Assembléia Constituinte) ou mesmo por uma Revolução. 
Através de um golpe não há legitimidade em uma nova constituição, Quem não tem 
competência para praticar um ato, quando o pratica produz atos nulos, por falta 
competência. 
Para conseguirem se manter terão que possuir Tribunais que digam o contrário. 
Solução: Desfazer os Tribunais atuais e colocar novos Juízes. Então, como justificar a 
validade dos atos, de forma a manter os Juízes atuais? 
Seria criar uma nova ordem que validasse aqueles atos. O fundamento de validade 
não é a ordem jurídica pretérita, assim terá que ser forjada uma NOVA ORDEM. 
A nova ordem tem um nome PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO que é pleno, 
absoluto e não está subordinado a qualquer outra ordem, nem mesmo a anterior. 
Tal poder surge de qualquer forma: consenso, golpe militar, guerra... Não importa qual 
seja o movimento. Não se submete a uma forma prefixada, o que importa é a FORÇA 
LEGITIMADORA DO ÊXITO. 
A força legitimadora do êxito nada mais é que a adesão da sociedade aquele 
movimento, às mudanças instituídas pelo Poder Constituinte Originário 
O fato é que a vontade do Povo – o Poder Constituinte Originário – pode não ser a 
melhor. 
A manifestação do Poder Originário por si só não garante que a manifestação tenha 
sido BOA ou JUSTA. 
Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a Ordem Constitucional e o Estado Democrático. CF, art. 5°, XLIV. 
Todavia se o movimento obtiver êxito, não será mais crime, pois romperá com a ordem 
vigente. 
O Poder Constituinte Originário tem as seguintes características: 
Inicial: não se funda em nenhum outro. Há um rompimento com a ordem jurídica 
anterior, ocorrendo a criação de um Estado ou um novo Estado; 
Autônomo: pois não esta de modo algum limitado pelo direito anterior, não tendo que 
respeitar os limites postos pelo direito positivo antecessor; 
Incondicionado: não obedece nenhuma forma prefixada para manifestar sua vontade. 
Subdivisões do Poder Constituinte Originário 
Histórico → Estrutura pela primeira vez o Estado (primeira Constituição) 
Revolucionário → Todos os posteriores ao Histórico 
Poder Constituinte Derivado 
Quando o Constituinte Originário exercita o poder de editar uma nova constituição, tem 
consciência de que, com o passar dos anos, haverá necessidade de modificações. 
Então, vislumbrando essa hipótese, a Assembléia Constituinte dispõe quando, por 
quem e de que maneira poderão ser feitas tais modificações, instituindo para tanto o 
Poder Constituinte Derivado. 
1 – Poder Constituinte Derivado Reformador - É a competência atribuída ao 
Legislador pela Constituição Federal para se reformar essa Constituição, mediante 
Ementas Constitucionais. 
2 – Poder Constituinte Derivado Decorrente (art. 11, ADCT) - É o poder de que se 
acham investidos os Estados-membros de se auto-organizarem de acordo com suas 
próprias constituições, art. 25, da CF, respeitados os princípios constitucionais 
impostos pelo Poder Constituinte Federal (originário ou derivado). 
3 – Poder Constituinte Derivado Revisor 
É fruto do trabalho de criação do Poder Originário, estando, portanto, a ele vinculado. 
É ainda, um “Poder” condicionado e limitado às regras instituídas pelo Originário. 
OBS: Competência de Revisão, na medida em que não se trata, necessariamente, de 
um “Poder”, uma vez que o processo de revisão está limitado por uma força maior que 
é o Poder Constituinte Originário. 
Poder Constituinte Supranacional 
É a elaboração de uma Constituição abrangendo mais de um Estado, porém 
respeitando os princípios constitucionais destes mesmos Estados. 
Ex: Comunidade Européia. 
Poder Constituinte Difuso 
“ Por vezes, em virtude de uma evolução na situação de fato sobre a qual incide a 
norma, ou ainda por força de uma nova visão jurídica que passa a predominar na 
sociedade, a Constituição muda, sem que as sua palavras hajam sofrido modificação 
alguma. O texto é o mesmo, mas o sentido que lhe é atribuído é outro[1]”. É a releitura 
ou interpretações dos dispositivos constitucionais feito pelo Judiciário (STF). 
PODER DE REFORMA CONSTITUCIONAL (ARTIGO 60) 
Quando o constituinte originário estabeleceu que o exercente do poder reformador 
seria o Congresso Nacional por meio de emenda constitucional, acabou por colocar 
limites e condicionamentos à reforma constitucional. Se houver a violação dos limites 
estabelecidos, a emenda constitucional será inconstitucional. 
Limites à Emenda Constitucional 
1- Procedimental: 
Limites procedimentais (ou formais) 
a) Iniciativa (artigo 60, “caput”) 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades 
da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa de seus membros. 
b) Votação (artigo 60, § 2.º) 
A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos 
dos respectivos membros. 
Observação: O poder anômalo de revisão, previsto no artigo 3.º do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias, possibilitou alterações na Constituição 
Federal pelo quorum de maioria absoluta (voto favorável de mais da metade de 
todos os deputados e senadores, em sessão unicameral) e encerrou seus 
trabalhos em 1994, após a edição da Emenda Constitucional de Revisão n. 6. 
Trata-se, pois, de norma de eficácia exaurida. 
 
 
c) Promulgação (artigo 60, § 3.º) 
A promulgação será feita pelas Mesas da Câmara e do Senado. Aprovada a 
emenda constitucional pelo Congresso, não irá para a sanção do Presidente da 
República. 
2- Limites circunstanciais (artigo 60, § 1.º) 
Durante a vigência de intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio, o 
poder de reforma não poderá ser exercido. Essa limitação é chamada pela 
doutrina de limitação circunstancial, pois são circunstâncias que limitam o exercício 
do poder de reforma. 
A norma constitucional decorrente do poder de reforma editada durante essas 
situações de anormalidade será inconstitucional. 
3- Limites temporais (artigo 60, § 5.º) 
A Constituição do Império (1824) instituía que o poder de reforma somente poderia 
ser exercido após quatro anos da vigência da Constituição. A Constituição Federal 
de 1988 não trouxe essa limitação temporal. 
Alguns doutrinadores entendem que existe uma limitação temporal no § 5.º do 
artigo 60 o qual dispõe que “a matéria constante de proposta de emenda rejeitada 
ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma 
sessão legislativa[1]”. Outros doutrinadores consideram essa limitação 
procedimental. 
Limites materiais 
O § 4.º do artigo 60 dispõe que: 
“Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - voto direto, secreto,universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais.” 
Explicação: 
Inciso I – Dispõe que o Estado Federal é imutável. 
Inciso II - Dispõe que o voto direto (escolher diretamente o candidato), secreto 
(visa garantir a lisura das votações inibindo intimidações etc..), universal (estende-
se a todas as pessoas. O condicionamento imposto por força do amadurecimento 
das pessoas (idade) não tira o caráter universal do voto.) e periódico (significa 
que os mandatos políticos são provisórios) é imutável. 
A constituição pode sofrer emenda no sentido de tornar o voto facultativo? 
Sim. O art. 14, § 1º dispõe sobre a obrigatoriedade do voto. Essa obrigatoriedade, 
entretanto, não é limitação material por não se tratar de “cláusula pétrea”, podendo 
ser objeto de emenda. 
Inciso III - Dispõe sobre o princípio da separação dos poderes. A Constituição 
consagra que os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo são independentes e 
harmônicos entre si. 
Inciso IV - Dispõe que não se podem suprimir os direitos e garantias individuais. 
Assim, a limitação não alcança todos os direitos e garantias fundamentais.

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