Buscar

AULA 6 DIREITO ADMINISTRATIVO II

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR 
CURSO DE DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINITRATIVO II 
PROFESSOR: ALOISIO GONÇALVES 
 
 
AULA 6 
 
TEMA: CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (PARTE 1). 1. CONCEITO 2. DISTINÇÃO ENTRE 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS E CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO 3. FONTES 
NORMATIVAS E COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 4. CARACTERÍSTICAS 5. CLÁUSULAS 
NECESSÁRIAS 6. DURAÇÃO DO CONTRATO 7. CLÁUSULAS EXORBITANTES. 
 
1. Conceito 
 
Para a execução das suas finalidades, a Administração Pública necessita de bens e 
serviços e, em certos casos previstos no ordenamento jurídico, atribuir algum direito ao seu 
particular. 
 
Quando opta pelo fornecimento de bens ou serviços por terceiros, deve valer-se do 
instrumento idôneo à avença: o contrato. Embora seja instrumento eminentemente de direito 
privado, a sua utilização no âmbito do Direito Púbico é recorrente, embora acarrete algumas 
adaptações, sobretudo no que tange aos seus elementos essenciais. 
 
No âmbito privado, o contrato é, segundo Hely Lopes Meirelles, “todo acordo de 
vontades, firmado livremente pelas partes para criar obrigações e direitos recíprocos, sendo 
que, em princípio, todo contrato é negócio jurídico bilateral e comutativo. 
 
Nem todas as relações estabelecidas entre a Administração e terceiros resultam de 
atos unilaterais. Muitas delas procedem de acordos de vontades entre o Poder Público e 
terceiros, que são denominados contratos. 
 
Nesta senda, convém, inicialmente, estabelecer – ou se remeter – ao conceito de 
contrato administrativo. Este seria o ajuste celebrado entre a Administração Pública e o 
particular, regidos predominantemente pelo direito público, para execução de atividades de 
interesse público. É o ajuste que a Administração Pública firma com a outra parte, para 
consecução de interesse público. 
 
O art. 20 da Lei 8.666/93, em seu parágrafo único, sinaliza o conceito dos contratos em 
sentido amplo, assim considerados os contatos celebrados entre a Administração, os 
particulares e outros órgãos públicos: 
 
Art. 20- As obras, serviços, inclusive de 
publicidade, compras, alienações, concessões, 
permissões e locações da Administração 
Pública, quando contratadas com terceiros, 
serão necessariamente precedidas de licitação, 
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, 
considera-se contrato todo e qualquer ajuste 
entre órgãos ou entidades da Administração 
Pública e particulares, em que haja um acordo 
de vontades para a formação de vínculo e a 
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual 
for a denominação utilizada. (Grifos Nossos) 
 
Já o art. 54 da Lei de Licitações traz o conceito direcionado de contratos 
administrativos: 
 
Art. 54. Os contratos administrativos de que 
trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e 
pelos preceitos de direito público, aplicando-se-
lhes, supletivamente, os princípios da teoria 
geral dos contratos e as disposições de direito 
privado. 
 
2. Distinção entre contratos administrativos e contratos da Administração 
 
A Administração celebra contratos regidos, tanto pelo direito público quanto pelo 
direito privado. É o gênero conhecido como contrato da Administração. Quando celebrados 
entre o Poder Público e o particular, em situação de relativa igualdade, são regidos 
predominantemente pelo direto privado. São os considerados contratos privados da 
Administração Pública. 
Embora não existindo diferenças externas em relação aos contratos sob o regime de 
direito privado, o procedimento interno de manifestação de vontade observará as normas de 
direito público, vez que o seu objeto será a satisfação do interesse público. 
 
Neste sentido, as duas formas de contratos – contratos administrativos e contratos 
privados da Administração – tem como elemento subjetivo ou parte do ajuste a Administração. 
Exemplo de contrato privado da Administração: locação de um imóvel para a instalação de uma 
repartição pública. 
 
3. Fontes normativas e competência legislativa 
 
O art. 22, inciso XXVII, da CF/88 estabelece a competência privativa da União para 
legislar sobre normas gerais de contratação que devem ser observadas por todos os Entes 
Federados. Entretanto, cada Ente Federativo possui competência para legislar sobre normas 
específicas: 
 
Art. 22 (...) 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, 
em todas as modalidades, para as 
administrações públicas diretas, autárquicas e 
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, 
XXI, e para as empresas públicas e sociedades 
de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, 
III; 
 
A Lei 8.666/93 dispõe também sobre normas dos contratos da Administração Pública. 
 
Vale ainda mencionar outros dispositivos legais que versam sobre contratos com entes 
da Administração, como a Lei 13.303/16 (Estatuto das Empresas Públicas), que determina que 
os contratos celebrados com essas empresas serão regidos pelo direito privado, observando 
regras específicas previstas no Capítulo II, arts. 68 a 84. 
 
4. Características 
 
Os contratos administrativos são negócios jurídicos que exigem a participação do 
Poder Público, buscando a participação de um interesse coletivo, o que justifica a aplicação do 
regime público e um tratamento diferenciado para a Administração. 
 
Assim sendo, os contratos administrativos têm como características: 
 
a) Formalismo – não basta o consenso de vontades; é necessária também a obediência 
a certos requisitos. Via de regra, o contrato administrativo é formalizado por escrito. 
A atuação administrativa, ao contrário da atuação privada, exige maiores 
formalidades, tendo em vista a gestão da coisa pública. Entretanto, este formalismo 
deve ser observado com reservas, pois em algumas situações o particular de boa-fé 
que prestou o serviço ou forneceu o bem poderia sair prejudicado. É o exemplo de 
pequenas compras, de pagamento imediato, como no art. 24, inciso IV da Lei 
8.666/93; 
 
b) Consensualidade – Torna-se perfeito e acabado com uma simples manifestação de 
vontade, e os demais atos decorrentes dessa manifestação representam o 
adimplemento do contrato, sua execução; 
 
c) Comutatividade – As obrigações das partes contratantes são equivalentes e 
previamente estabelecidas; 
 
d) De adesão – Característica apontada pela maioria da doutrina. Demonstra a 
impossibilidade do contratado em discutir cláusulas contratuais. A Administração 
tem o monopólio da situação e todas as cláusulas são impostas unilateralmente, 
tendo o contratado a liberdade de decidir se quer participar ou não da relação 
jurídica; 
 
e) Personalíssimo (intuitu personae) – O contrato representa a melhor proposta entre 
as apresentadas. A escolha impessoal do contratado faz com que o contrato tenha 
que ser por ele executado. OBS: Em seu art. 72, a Lei 8.666/93 admite a figura da 
subcontratação: 
 
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, 
sem prejuízo das responsabilidades contratuais 
e legais, poderá subcontratar partes da obra, 
serviço ou fornecimento, até o limite admitido, 
em cada caso, pela Administração. 
 
f) Desequilíbrio – Ao contrário do que ocorre nos contratos privados, as partes 
contratantes dos contratos administrativos estão em posição de desigualdade, 
tendo em vista a presença das cláusulas exorbitantes que consagram prerrogativas 
à Administração e sujeição ao contratado (art. 58 da Lei de Licitações). 
 
5. Cláusulas necessárias 
 
As cláusulas entendidas como necessárias do contrato administrativo estão elencadas 
no art. 55 da Lei de Licitações. São ditas obrigatórias e indispensáveis em todo o contrato, 
devendoser previstas de forma clara e precisa e sua ausência deve ensejar a nulidade do 
contrato. 
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo 
contrato as que estabeleçam: 
I - o objeto e seus elementos característicos; 
II - o regime de execução ou a forma de 
fornecimento; 
III - o preço e as condições de pagamento, os 
critérios, data-base e periodicidade do 
reajustamento de preços, os critérios de 
atualização monetária entre a data do 
adimplemento das obrigações e a do efetivo 
pagamento; 
IV - os prazos de início de etapas de execução, 
de conclusão, de entrega, de observação e de 
recebimento definitivo, conforme o caso; 
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a 
indicação da classificação funcional 
programática e da categoria econômica; 
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua 
plena execução, quando exigidas; 
VII - os direitos e as responsabilidades das 
partes, as penalidades cabíveis e os valores das 
multas; 
VIII - os casos de rescisão; 
IX - o reconhecimento dos direitos da 
Administração, em caso de rescisão 
administrativa prevista no art. 77 desta Lei; 
X - as condições de importação, a data e a taxa 
de câmbio para conversão, quando for o caso; 
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao 
termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite 
e à proposta do licitante vencedor; 
XII - a legislação aplicável à execução do 
contrato e especialmente aos casos omissos; 
XIII - a obrigação do contratado de manter, 
durante toda a execução do contrato, em 
compatibilidade com as obrigações por ele 
assumidas, todas as condições de habilitação e 
qualificação exigidas na licitação. 
§20 Nos contratos celebrados pela 
Administração Pública com pessoas físicas ou 
jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no 
estrangeiro, deverá constar necessariamente 
cláusula que declare competente o foro da sede 
da Administração para dirimir qualquer questão 
contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 
desta Lei. 
§ 30 No ato da liquidação da despesa, os serviços 
de contabilidade comunicarão, aos órgãos 
incumbidos da arrecadação e fiscalização de 
tributos da União, Estado ou Município, as 
características e os valores pagos, segundo o 
disposto no o art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de 
março de 1964. 
 
6. Duração do contrato 
 
Os contratos administrativos devem ter prazo determinado de duração, sendo 
vedados contratos com prazo indeterminado, consoante art. 57, §30 da Lei 8.666/93: 
 
Art. 57. A duração dos contratos regidos por 
esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos 
créditos orçamentários, exceto quanto aos 
relativos: 
(...) §30 É vedado o contrato com prazo de 
vigência indeterminado. 
 
O prazo deve estar previsto no edital e deve corresponder à disponibilidade 
orçamentária, caso contrário, haveria um grande conflito para o ano seguinte: o contratado 
exigiria o cumprimento do contrato, enquanto à Administração teria que se recusar a pagar por 
falta de recurso. Também não é possível exigir que a lei orçamentária do ano seguinte contemple 
a previsão para garantir o adimplemento deste contrato. 
 
Os incisos I, II, IV e V do art. 57 trazem exceções em que o contrato poderá ter sua 
duração dilatada, frente ao crédito orçamentário, admitindo os seguintes casos: 
 
a) Projetos que estejam contemplados no Plano Plurianual (PPA); 
b) Prestação de serviços a serem executados de forma contínua; 
c) Aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática; 
d) Nos casos de dispensa de licitação previstos nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24. 
Em caráter excepcional, a lei permite a prorrogação do prazo do contrato. Para tanto, 
exigem-se previsão contratual e Concordância da Administração em se respeitar o limite 
máximo do prazo previsto pela lei. Toda prorrogação deve ser justificada e previamente 
autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. Exige-se ainda o termo aditivo 
com a sua devida publicação. 
O contrato administrativo deve ainda estipular os prazos de início e de conclusão de 
cada etapa, além do prazo para entrega. 
7. Cláusulas exorbitantes 
As chamadas cláusulas exorbitantes são aquelas que extrapolam, excedem e 
ultrapassam o padrão comum dos contratos em geral, manifestando uma vantagem para a 
Administração Pública. Refletem as prerrogativas da Administração, que se coloca em situação 
de superioridade em relação ao particular contratado. Se essas cláusulas estivessem regidas 
pelo direito privado, seriam cláusulas abusivas, ilícitas e, portanto, não lidas. 
 
As cláusulas exorbitantes estão enumeradas no art. 58 da Lei 8.666/93: 
Art. 58. O regime jurídico dos contratos 
administrativos instituído por esta Lei confere à 
Administração, em relação a eles, a prerrogativa 
de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor 
adequação às finalidades de interesse público, 
respeitados os direitos do contratado; 
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos 
especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; 
III - fiscalizar-lhes a execução; 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução 
total ou parcial do ajuste; 
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar 
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e 
serviços vinculados ao objeto do contrato, na 
hipótese da necessidade de acautelar apuração 
administrativa de faltas contratuais pelo 
contratado, bem como na hipótese de rescisão do 
contrato administrativo. 
 
 Modificação unilateral – obedece aos limites e formalidades previstas em lei (art. 65 da 
Lei de Licitações) ocorrendo sempre que represente necessidade de interesse público e não 
prejudique os direitos do contratado. Por isso que a lei proíbe alteração das cláusulas 
econômico financeiras e monetárias dos contratos administrativos, SEM PRÉVIA 
CONCORDÂNCIA DO CONTRATADO. 
 Rescisão Unilateral - a Administração também pode rescindir o contrato, tanto por 
razões de interesse público, como por descumprimento de cláusula contratual por parte da 
contratada (arts. 77 e ss. da Lei 8.666/93): 
Art. 77. A inexecução total ou parcial do 
contrato enseja a sua rescisão, com as 
consequências contratuais e as previstas em lei 
ou regulamento. 
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do 
contrato: 
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, 
especificações, projetos ou prazos; 
II - o cumprimento irregular de cláusulas 
contratuais, especificações, projetos e prazos; 
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a 
Administração a comprovar a impossibilidade 
da conclusão da obra, do serviço ou do 
fornecimento, nos prazos estipulados; 
IV - o atraso injustificado no início da obra, 
serviço ou fornecimento; 
V - a paralisação da obra, do serviço ou do 
fornecimento, sem justa causa e prévia 
comunicação à Administração; 
VI - a subcontratação total ou parcial do seu 
objeto, a associação do contratado com 
outrem, a cessão ou transferência, total ou 
parcial, bem como a fusão, cisão ou 
incorporação, não admitidas no edital e no 
contrato; 
VII - o desatendimento das determinações 
regulares da autoridade designada para 
acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim 
como as de seus superiores; 
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua 
execução, anotadas na forma do § 10 do art. 67 
desta Lei; 
IX - a decretação de falência ou a instauração de 
insolvência civil; 
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento 
do contratado; 
XI - a alteração social ou a modificação da 
finalidade ou da estrutura da empresa, que 
prejudique a execução do contrato; 
XII - razões de interesse público, de alta 
relevância e amplo conhecimento, justificadas 
e determinadas pela máxima autoridade da 
esfera administrativa a que está subordinado o 
contratante e exaradas no processo 
administrativo a que se refere o contrato; 
XIII - asupressão, por parte da Administração, 
de obras, serviços ou compras, acarretando 
modificação do valor inicial do contrato além 
do limite permitido no § 10 do art. 65 desta Lei; 
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem 
escrita da Administração, por prazo superior a 
120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de 
calamidade pública, grave perturbação da 
ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas 
suspensões que totalizem o mesmo prazo, 
independentemente do pagamento obrigatório 
de indenizações pelas sucessivas e 
contratualmente imprevistas desmobilizações e 
mobilizações e outras previstas, assegurado ao 
contratado, nesses casos, o direito de optar pela 
suspensão do cumprimento das obrigações 
assumidas até que seja normalizada a situação; 
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos 
pagamentos devidos pela Administração 
decorrentes de obras, serviços ou 
fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos 
ou executados, salvo em caso de calamidade 
pública, grave perturbação da ordem interna 
ou guerra, assegurado ao contratado o direito 
de optar pela suspensão do cumprimento de 
suas obrigações até que seja normalizada a 
situação; 
XVI - a não liberação, por parte da 
Administração, de área, local ou objeto para 
execução de obra, serviço ou fornecimento, 
nos prazos contratuais, bem como das fontes 
de materiais naturais especificadas no projeto; 
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força 
maior, regularmente comprovada, impeditiva 
da execução do contrato. 
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V 
do art. 27, sem prejuízo das sanções penais 
cabíveis (inobservância do art. 70, inciso XXXIII 
da CF/88) (Grifos Nossos) 
 Fiscalização – poder dever da Administração de fiscalizar efetivamente a execução 
do contrato administrativo e está prevista no art. 67 da Lei 8.666/93, ao exigir que 
a execução do contrato seja acompanhada e fiscalizada por um representante da 
Administração especialmente designado, sendo permitida a contratação de 
terceiros para assisti-la e subsidiá-la de informações pertinentes a essa atribuição. 
 Sanção – em caso de inadimplemento contratual, também pode aplicar uma das 
penalidades enumeradas na Lei de Licitações, em seu art. 87. Entretanto, a sanção 
deve ser adequada ao caso concreto e depende de decisão de caráter discricionário 
e devidamente fundamentada. 
 Ocupação provisória – É permitido à Administração ocupar móveis, imóveis, pessoal 
e serviços vinculados ao objeto do contrato, visando à proteção da continuidade 
dos serviços públicos. Verificado o inadimplemento do contrato por parte da 
empresa contratada, declara-se a rescisão unilateral do contrato, mediante 
instauração de processo administrativo, garantindo à empresa o contraditório e 
ampla defesa. 
7.1 – Exceção do contrato não cumprido 
Alguns doutrinadores sustentam a incidência da cláusula da “exceção do contrato não 
cumprido” (exceptio non adimplenti contractus) em sede de contratos administrativos. Muito 
comum na seara do direito contatual privado, essa cláusula estabelece que uma parte não 
poderá exigir o cumprimento da obrigação contratual da outra, se ela estiver inadimplente, ou 
seja, se ainda não cumpriu a sua prestação contratual. É o que se pode inferir dos incisos XIV e 
XV do art. 78 da Lei 8.666/93.

Continue navegando