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Biografia de Olavo Bilac

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Biografia de Olavo Bilac
Olavo Bilac (Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac) nasceu no dia 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro, então capital federal. Foi jornalista, poeta, inspetor de ensino e representante máximo do Parnasianismo, escola literária surgida no Brasil no século XIX, década de 80.
Filho de Braz Martins dos Guimarães Bilac e Delfina Belmira dos Guimarães Bilac, Olavo cursou até o quarto ano da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em São Paulo, iniciou o curso de Direito, que também não concluiu. Dedicou-se ao jornalismo e à literatura, engajando-se em campanhas cívicas e na política, sendo, inclusive, o autor da letra do Hino à Bandeira. Seu interesse pela política rendeu-lhe desafetos: em virtude da perseguição que sofria por parte do então presidente, o Marechal Floriano Peixoto — ao qual ele se opunha —, escondeu-se em Minas Gerais e, quando regressou para o Rio de Janeiro, foi preso.
Em 1891 foi nomeado oficial da Secretaria do Interior do Estado do Rio. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1897, tendo criado a cadeira de nº 15, cujo patrono é o escritor Gonçalves Dias. Posteriormente, em 1898, assumiu o cargo de inspetor escolar do Distrito Federal, do qual se aposentou pouco antes de falecer, em 28 de dezembro de 1918.
Olavo Bilac (em pé, o quarto da esquerda para a direita) entre os membros-fundadores da Academia Brasileira de Letras
Características da obra literária de Olavo Bilac
Nome mais conhecido do Parnasianismo brasileiro, Olavo Bilac publicou seu primeiro livro em 1888, intitulado Poesias. Ao lado de nomes como Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, Bilac defendeu veementemente a estética parnasiana, cuja principal preocupação era o formalismo e o culto ao estilo, empregando uma linguagem elaborada, constituída por um vocabulário hermético e repleto de referências à cultura greco-romana.
Um de seus mais famosos poemas, visto por muitos como a obra-prima do Parnasianismo, Profissão de fé, é um exercício de metalinguagem, no qual Bilac descreve o ofício de um poeta em sua busca pela forma perfeita, demonstrando uma preocupação exacerbada com a estrutura dos versos em detrimento do conteúdo. 
Foi o mais popular poeta parnasiano e também um dos autores mais lidos à sua época. Eleito “Príncipe dos Poetas Brasileiros” em um concurso promovido pela revista Fon-fon, Bilac ainda hoje desperta o interesse de leitores, já que representa com maestria a estética do parnasianismo.
Também foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Principais Obras
Poesias (18888 – reunia Panóplias, Via Láctea, Sarças de Fogo, Alma Inquieta, As Viagens, O Caçados de Esmeraldas)
Sagres (1889)
Poesias Infantis
Tarde (seu último livro – publicado postumamente em 1919)
Crônicas e Novelas (1894)
Critica e Fantasia (1904)
Ironia e Piedade (1916)
Conferências Literárias (1906)
O Tratado de metrificação (em colaboração com Guimarães Passos)
O dicionário de rimas (também em colaboração com Guimarães Passos)
A defesa nacional (discursos de atuação patriótica)
Últimas conferências e discursos (1924)
A Terra Fluminense
Contos Pátrios
Pátria Brasileira
Teatro Infantil
Profissão de fé
Contos para Velhos
Panóplias
Sarças de Fogo
Via-Láctea
Antologia poética;
Através do Brasil;
Dicionário de rimas (1913);
Hino à Bandeira;
Ironia e piedade, crônicas (1916);
Língua Portuguesa, soneto sobre a língua portuguesa;
Livro de Leitura;
Poesias (1888);
Vila Rica parnasiana de Olavo Bilac
Odete Soares Rangel
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos de ouro, as minas, que a ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre: 
E cada cicatriz brilha como um brasão.
O ângelus plange ao longe em doloroso dobre.
O último ouro do sol morre na cerração.
E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
O crepúsculo cai como uma extrema unção. 
Agora, para além do cerro, o céu parece 
Feito de um ouro ancião que o tempo enegreceu...
A neblina, roçando o chão, cicia, em prece, 
Como uma procissão espectral que se move…
Dobra o sino… Soluça um verso de Dirceu…
Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove.
Para se pensar esse soneto, vale lembrar que a Vila Rica do século XVIII, era a antiga denominação da cidade de Ouro Preto, cujo desenvolvimento deveu-se à mineração, principalmente, em torno das igrejas e confrarias. Essa corrida pelo ouro provocou um aumento populacional, inclusive, com a afluência de artistas e artesãos europeus contratados para construir monumentos, especialmente, igrejas que marcavam o súbito enriquecimento.
Na 1° estrofe do soneto, significa que o ouro encontrado era fruto do acaso, pois muitos o procuravam e não tinham a sorte de encontrá-lo. E que o fato acontecera num passado distante em que o ouro era tão abundante, que foi amplamente utilizado, inclusive, para adorno de casas e igrejas, cuja ornamentação relembra o fausto religioso da opulenta Vila Rica.
O poeta faz uma analogia com o corpo, pois este é que sangra, vê a terra também ferida pela extração do ouro. A ambição das pessoas pelo ouro era tão gigantesca que não mediam conseqüências para extraí-lo. Supõe-se que a extração do ouro foi a causadora da decadência da cidade. Ela deixou marcas na terra, como por exemplo, a erosão, a questão da contaminação com o mercúrio que ficaram como cicatriz. Por outro lado, cicatriz também pode ser identificada com a perda das riquezas, do poder de dominação, que empobreceram a cidade, mas não destruíram sua essência e seu glamour. A cidade  ficou na história e na memória das pessoas, seu tempo de brilho não se apaga. O passado deve ficar emoldurado para sempre.
A 2° estrofe denota o choro do povo mais simples (da periferia) que se torna mais doloroso ao entardecer em virtude do término da extração do ouro, quando a cidade entra em declínio. Talvez porque nesse horário, os trabalhadores voltassem das minas, o que não mais acontecia.
Com o dia se vai a glória do ouro, o passado. Com a noite que chega, a cidade se sente pobre, mas gloriosa por não ter perdido sua essência. Também pode-se depreender que esse dia e noite podem estar relacionados com o fato de “Vila Rica” transformar-se em “Ouro Preto” do dia para a noite ou vice-versa. O poeta traça um paralelo do ouro com o sol; do declínio da cidade com o crepúsculo, a cidade vivia da extração do ouro, sem ele as pessoas não teriam como sobreviver. O poema apresenta uma sonoridade, como por exemplo, o badalar do sino sugerido pelos sons nasais e pelo “g” no 1° verso da 2° estrofe. A luz do sol e do ouro das minas e do negro da noite do passado e do próprio nome da cidade deixam implícita a idéia cromática do ouro.
A 3° estrofe sugere um céu enegrecido, como um ouro que envelheceu e o tempo retirou-lhe o brilho. O ouro, a riqueza se foi, mas “Vila Rica” fica na história.
Há um contraste entre as idéias de:
Dia X noite
Riqueza X pobreza
Passado glorioso X presente humilde
Ouro preto X ouro dos astros
Na última estrofe do poema “Vila Rica” há uma analogia desta que ficou empobrecida, com o poema Marília de Dirceu, especialmente, de uma lira da segunda parte, na qual um pastor se dirige a Marília narrando como sua vida próspera e respeitosa fora interrompida por um acidente catastrófico e compara a situação anterior de abastança e felicidade com a atual, de privação e angústia, possível causa do soluço. Ainda no “Soluça” do verso de Dirceu há a repetição do som “S” na última estrofe, lembrando um choro, sugerindo ao mesmo tempo os sofrimentos amorosos de Marília e Dirceu e o dos inconfidentes mineiros. Dentro do estilo simbolista, o destaque de palavras em maiúsculas é bastante freqüente e serve para indicar sua elevação à categoria absoluta, como no caso de “Soluça”.
Ainda nessa, o poeta evidencia que o povo todo (procissão espectral) está consternado com a perda, as pessoas seriam como fantasmas, andam atônitas cuja morte já lhes fora anunciada, o desemprego e tudo que este possa retirar-lhes. Restou sobreOuro Preto a chuva não de ouro que existia na velha Vila Rica, mas de água que representa o ouro dos astros.
As reticências indicam que o poeta deixou implícita e inacabada uma mensagem que o leitor deverá interpretar. Creio ter feito isso.
Um Beijo
Foste o beijo melhor da minha vida, 
ou talvez o pior...Glória e tormento, 
contigo à luz subi do firmamento, 
contigo fui pela infernal descida! 
Morreste, e o meu desejo não te olvida: 
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, 
e do teu gosto amargo me alimento, 
e rolo-te na boca malferida. 
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo, 
batismo e extrema-unção, naquele instante 
por que, feliz, eu não morri contigo? 
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto, 
beijo divino! e anseio delirante, 
na perpétua saudade de um minuto.... 
Olavo Bilac, in "Poesias" 
Características românticas 
O eu lírico do poema compara o beijo da mulher amada tanto com os aspectos positivos como com os aspectos negativos, fazendo referência à elementos naturais, como a morte, e relacionando-os ao divino. Pelo poema percebe-se que a mulher amada do eu lírico morreu ("morreste, e o meu desejo não te olvida") Eu lírico considera o beijo da mulher amada algo bom e ao mesmo tempo ruim. Bom porque traz lembranças de um amor erótico, ardente, da qual o eu lírico desfrutava e trazia a seu alimento, ou seja, era o amor da mulher amada que supria as suas necessidades na vida. ("Contigo à luz subi do firmamento"- mostra como o amor lhe trouxe uma sensação positiva "queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, e do teu gosto amargo me alimento-" mostra a parte erótica do seu amor).
Por outro lado, o beijo é considerado algo ruim, porque faz o eu lírico ter um sentimento de saudade, o qual é infindável, pois sua amada morreu. Traz também o arrependimento, pois o eu lírico mostra o desejo de ter morrido, para que ficasse com a sua amada. ("Por que, feliz, eu não morri contigo?") - mostra o desejo do eu lírico de ter partido junto com a amada, "contigo fui pela infernal descida" "mostra o aspecto negativo do beijo, o tormento causado pela morte - pois infernal descida se refere à passagem entre a vida e a morte). Estas são características do romantismo no poema, pois se referem à vida e à morte.
Características parnasianas
 Apesar das características românticas, o poema é bem descritivo, com citações de características e verbos, que dai uma dinamizador no poema, além do modo imparcial como os fenômenos naturais são tratados, pelo fato de apresentar características boas e ruins da morte e da vida. Tais características diferem, desta maneira, do romantismo. Além disso, não são cometidos exceções sentimentais no poema, pelo contrário, ele apresenta uma harmonia e perfeição formal. Apresenta preocupação com a técnica, o ritmo, e a rima. O poema é organizado em dois quereria e três tercetos, sendo a rima do tipo: ABBA nos quartetos e CDC no primeiro terceto e EDE no segundo terceto. A repetição do termo "e": um recurso de ligarem muito utilizado na poesia parnasiana. Chamado de polissíndeto, na qual ocorre a repetição das conjunções coordenativas aditivas. O polissíndeto é usado também para enumerar todos os sentimentos desencadeados pelo beijo. Olavo Bilac explora os polissíndeto para destacar os efeitos do beijo de sua amada. A recorrência da conjugação aditiva enfática a ação que está sendo descrita: os verbos, apresentaria em sequência tem a sua ação interrompida pela conjução, que introduz uma nova ação e, assim, gera um acúmulo de consequências desencadeadas pela sedução do beijo feminino.
Bibliografia
http://www.citador.pt/poemas/um-beijo-olavo-bilac
http://odeter.blogspot.com.br/2011/04/vila-rica-parnasiana-de-olavo-bilac.html
http://portugues.uol.com.br/literatura/olavo-bilac.html
https://prezi.com/g0mwumi1rhal/analise-do-poema-um-beijo-de-olavo-bilac/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac
http://www.infoescola.com/escritores/olavo-bilac/

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