Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Métodos de Coloração Prof.: Daniela Pontes Introdução • Como é difícil observar as bactérias ao microscópio, pela sua transparência, a utilização de corantes é extensamente empregada em Microbiologia. • Os processos de coloração são usados para evidenciar a estrutura geral, ou alguma particularidade da estrutura dos microrganismos, auxiliando sua identificação. Introdução • Coloração: corar os microrganismos com um corante que enfatiza certas estruturas. * Antes que os microrganismos possam ser corados, devem ser fixados. • Fixação: aderência dos microrganismos à lâmina do microscópio. - Mata os microrganismos, - Fixa os microrganismos na lâmina, - Preserva várias partes dos micróbios em seu estado natural com apenas uma distorção mínima. - Um filme delgado de material contendo os microrganismos é espalhado na superfície da lâmina (esfregaço). - O esfregaço é deixado secar ao ar, ou passa-se várias vezes sobre a chama do bico de Bunsen fixação. Introdução • A secagem ao ar e a chama fixam os os microrganismos na lâmina. • A coloração é aplicada e lavada com água. • Seca-se a lâmina com papel absorvente. • Sem a fixação, a coloração poderia lavar os micróbios da lâmina. Introdução Corantes: • São sais compostos de um íon positivo e um íon negativo, um dos quais é colorido e é conhecido como cromóforo. • A cor dos corantes básicos está no íon positivo. Ex.: violeta de genciana, azul de metileno, verde malaquita e safranina. • A cor dos corantes ácidos está no íon negativo. Ex.: eosina, fucsina ácida e nigrosina. Introdução Corantes: • As bactérias são levemente carregadas negativamente em pH 7; por isso, o íon positivo colorido de um corante básico é atraído à célula bacteriana carregada negativamente. • Os corantes básicos são mais usados que os ácidos. • Os corantes ácidos não são atraídos pela maioria das bactérias, pois os íons negativos do corante são repelidos pela superfície bacteriana. A coloração cora o fundo. COLORAÇÃO NEGATIVA Introdução Coloração Negativa: • Importante na observação da forma geral da célula, tamanho e cápsula, pois a célula torna-se bem visível contra um fundo escuro contrastante. • As distorções no tamanho e da forma da célula são minimizadas, pois a fixação pelo calor não é necessária e as células não captam a coloração. Coloração Negativa: Introdução Coloração de cápsula. (A) Esquema ilustrando o resultado da técnica de coloração de cápsula. (B) Fotomicrografia de bactéria encapsulada que foi corada a partir da técnica de coloração de cápsula. A coloração da cápsula é um exemplo de técnica de coloração negativa. Observe que as células bacterianas e o plano de fundo se coram, mas as cápsulas não. As cápsulas são observadas como “halos” não corados ao redor das células bacterianas. Introdução • As colorações podem ser: - Simples: uma única solução é empregada com o intuito de contrastar o corpo bacteriano com o fundo de observação. Ex.: azul de metileno e safranina que permitem distinguir a morfologia geral da célula. - Diferencial: utilizam mais de uma solução corante e permitem distinguir partes de uma célula, discriminar uma dada espécie ou grupos determinados. - Especial: usadas para corar e isolar partes específicas dos microrganismos (ex.: endosporos, flagelos, cápsulas). COLORAÇÕES SIMPLES Colorações Simples • É uma solução aquosa ou alcoólica de um único corante básico. • Objetivo: destacar todo o microrganismo, para que a forma celular e as estruturas básicas fiquem visíveis. • Etapas: 1. Fixação 2. Coloração 3. Lavagem 4. Secagem 5. Exame ao microscópio Colorações Simples • Exemplos: azul de metileno, carbolfucsina, violeta de genciana, safranina. * Mordente: substância química adicionada à solução do corante para intensificar a coloração. Funções: - Aumentar a afinidade de uma coloração a uma amostra biológica; - Revestir uma estrutura (ex. flagelo) para torná-la mais espessa e mais fácil de ver após ser corada. COLORAÇÕES DIFERENCIAIS Colorações Diferenciais • Utilizam mais de uma solução corante e permitem distinguir partes de uma célula, discriminar uma dada espécie ou grupos determinados. • Os corantes diferenciais reagem de modo distinto com tipos diferentes de bactérias. • Os mais utilizados são: - Coloração de Gram - Coloração álcool-ácido resistente. Podem ser utilizados para diferenciá-las. Método de Gram • Coloração mais importante e mais amplamente utilizada. • Foi descrita por Hans Christian Gram (bacteriologista) em 1884, na Dinamarca. • O autor procurava uma forma de caracterizar pneumococos do tecido pulmonar de pacientes mortos de pneumonia. • Um dos procedimentos mais úteis, pois classifica as bactérias em dois grandes grupos: Gram-positivas Gram-negativas Método de Gram • Nesta técnica, o esfregaço fixado recebe o seguinte tratamento: 1. Solução de cristal violeta. 2. Solução de lugol: atua como mordente (fixador do corante). 3. Solução de etanol: é o passo crítico da diferenciação, já que um grupo de bactérias sofre descoloração pelo álcool e outro, não. 4. Solução de safranina (ou fucsina). Método de Gram No final da coloração, as bactérias apresentam-se roxas ou vermelhas. Retêm o complexo violeta- lugol e não se descolorem pelo etanol. Bactérias Gram-positivas Não conservam a coloração do complexo violeta-lugol. * A cor vermelha é devido ao corante de fundo (safranina). Bactérias Gram- negativas Método de Gram As etapas da coloração de Gram. (coloração primária: impregna todas as células) Lavagem Lavagem Lavagem secagem com papel M.O. (agente descolorante) GRAM-POSITIVAS GRAM-NEGATIVAS Micrografia de bactérias coradas pelo Gram. Os bastonetes e os cocos (violeta) são gram- positivos e os vibriões (rosa) são gram-negativos. Método de Gram A coloração de Gram é, geralmente, o primeiro passo dado no sentido da identificação de bactérias, possibilitando sua inclusão em um desses dois grandes grupos e permitindo ainda a visualização das células e dos possíveis agrupamentos formados. COLORAÇÕES ESPECIAIS Colorações Especiais • Usadas para corar e isolar partes específicas dos microrganismos (ex.: endosporos, flagelos, cápsulas). • Tipos: - Coloração Negativa para Cápsulas - Coloração para Endosporos (esporos) - Coloração dos Flagelos 5μm A seta evidencia endosporos centralmente localizados. A coloração da cápsula fornece um fundo contrastante; assim, as cápsulas apresentam-se como áreas claras circundando as células coradas. Os flagelos são mostrados como extensões ondulantes das extremidades. Em relação aos corpos das células, os flagelos são muito mais espessos que o normal, pois camadas da coloração se acumularam devido ao tratamento da amostra com um mordente. Bibliografia • TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. • BARBOSA, H. R.; TORRES, B. B. Microbiologia Básica. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
Compartilhar