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Luci Carlos de Andrade Orientação ao TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) | Luci Carlos de A ndradeEditora TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ORIENTAÇÃO AO TCC Unidade 3. TCC: A PESQUISA MONOGRÁFICA 53 Nesta unidade, estudaremos os conceitos e as espe- cificidades de uma monografia. Os objetivos e fina- lidades dos TCCs, complementando com considera- ções sobre a pesquisa bibliográfica, base teórica de uma monografia. Bom estudo! Caro(a) aluno(a), 55 3.01. O TRABALHO MONOGRÁFICO Iniciando nossa conversa e estudos, nesta unidade, jul- gamos interessante compreender primeiramente a ex- pressão Monografia. Situando-a historicamente. A pala- vra monografia surgiu no final do século XVIII através do autor Frederico Le Play. Etimologicamente mónos quer dizer um só e graphein, escrever (SALOMON, 2004, p. 254). Trata-se de um trabalho científico em que se apre- sentam os resultados da pesquisa desenvolvida. Um documento, cujo estudo minucioso discorre sobre um determinado assunto. Existem vários tipos de mono- grafias. São trabalhos acadêmicos em geral que englo- bam o Trabalho de Graduação Interdisciplinar - TGI e o TCC contendo então a “monografia”. Isto é, a descri- ção de um determinado assunto, que não exige um es- tudo completo e exaustivo, pois se trata de um requisito para complementação de cursos em graduação e pós- -graduação. Diferenciam-se quanto ao nível de inves- tigação do assunto proposto. No caso das dissertações científicas de mestrados e teses de doutorados, que são estudos mais aprofundados. (HABERMANN, 2009) O estudo ou pesquisa monográfica é exigida tanto no nível da graduação, como no da pós-graduação. “Re- 56 fere- se, geralmente, ao trabalho de término de curso ou de unidade de programa de uma disciplina, como atividade de desempenho escolar a ser avaliada”. (SA- LOMON, 2004, p. 261) MONOGRAFIA: CONCEITOS Na conceituação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os trabalhos acadêmicos ou similia- res são: documentos que representam o resultado de es- tudo, e que devem expressar, conhecimento do assunto escolhido: “deve ser obrigatoriamente emanado da dis- ciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador”. (NBR 14724,2005, p.3) A dissertação exigida em mestrados, para se obter o grau de mestre, é um outro exemplo de monografia. No entanto, é um documento que representa o resul- tado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, mais aprofundado, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. O referido estudo deve necessariamente evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistemação do aluno. É feito sob a co- 3.02. 57 ordenação de um orientador (doutor), e visa à obtenção do título de mestre. (NBR 14724,2005) Com base nestas considerações, compreende- se que: as monografias são estudos investigativos que cumprem importante papel didático-pedagógico. Pois, oferecem ao estudante universitário a oportunidade de descobrir, iniciar na produção da ciência e conhecer gradativamente os métodos para desenvolvê-la. Compreendemos, então, que não há diferença específica quanto ao termo monografia e TCC, e sim quanto ao estilo de pesquisa, profundidade, nível de in- vestigação e originalidade do tema abordado, os quais classificam o grupo dos trabalhos científicos desenvol- vidos. (SALOMON, 2004) A monografia é um trabalho, que reúne a síntese de leituras, observações, reflexões e críticas, desenvolvidas de forma metódica e sistemática. Os relatos são feitos por um pesquisador sobre um determinado escrito, re- sultado de suas investigações. O que se investiga em uma monografia, inicia-se com as inquietações acadêmicas. Como todo trabalho de investigação ou trabalho científico, a monografia inicia-se por uma dúvida ou problema. Ao buscar os meios para resolver essa proble- mática, o pesquisador levanta dados em fontes específi- cas do conhecimento. Ou seja, busca fontes teóricas que dizem respeito ao assunto em questão. A revisão crítica de todos os achados serão somados, ou não, a uma pes- quisa empírica (de campo). Da busca, da reflexão crítica 58 resulta a monografla, que deverá colher mais fatos que opiniões. Esta é uma caracterização de monografia: “Localizamos, na origem histórica da monografia, aquilo que até hoje caracteriza essencialmente esse tipo de trabalho científico: a especificação, ou seja, a redução da abordagem a um só assunto, a um só problema. Mantém-se o sentido etimológico: mónos (um só) e graphein (escrever): dissertação a respeito de um assunto único...” “É preciso atentar (...) para o uso escolar da palavra monografia. Embora, tenha de comum com o em- prego científico o caráter de tratamento de um tema bem delimitado, difere na qualidade da tarefa: o ní- vel de investigação que a precede. As “monografias” de término de seminários ou atividades semelhantes não merecem a rigor a classificação que se lhes atri- bui, pois não são, em geral, autênticos trabalhos de investigação científica, mas apenas de iniciação na investigação.” (SALOMON, 2004, p. 219) A estruturação ou a preparação sistematizada de um trabalho científico, no caso a monografia, pressu- põem as seguintes etapas: 1) determinação do tema- -problema do trabalho (dúvida, questão, problema); 2) levantamento da bibliografia referente a esse tema (fontes); 3) leitura e documentação (tratamento com a bibliografia); 4) reflexão crítica; 5) construção lógica do trabalho e 6) redação do texto (monografia). 59 O trabalho monográfico é muito comum nas uni- versidades, fazendo parte da rotina das referidas insti- tuições. É uma forma de associar concretamente o en- sino e a pesquisa. Muitos cursos exigem monografias como trabalhos de conclusão de curso. Martins (2002) complementa: “A monografia é um documento que descreve um estudo minucioso sobre um tema relativa- mente restrito. Frequentemente é solicitada como “Tra- balho de Formatura” ou “Trabalho de Final de Curso” (p. 19)”. As dissertações de mestrado e teses de douto- ramento também são trabalhos monográficos. 3.03. A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: BASE dA MONOGRAFIA Ao caracterizar um trabalho monográfico fica evidente a estruturação sistematizada desse documento, tendo como base a pesquisa bibliográfica, como parte fundamental da monografia. Pois, o levantamento ou revisão bibliográfi- ca é parte fundamental e inicial em uma monografia. A pesquisa bibliográfica é sempre realizada para fundamentar teoricamente o objeto de estudo de uma monografia. Apresenta elementos que subsidiam a aná- lise dos dados e imprime o aspecto teórico, com base na comprensão crítica do pesquisador. (MINAYO, 2001) 60 Através do pensamento de Lakatos (2010), com- preendemos a pesquisa bibliográfica como aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. É uma pesquisa que busca os dados ou as categorias teóricas, já trabalhadas por ou- tros pesquisadores e devidamente registradas. Assim, as contribuições dos autores tornam-se fontes para novos temas a serem pesquisados. Ao considerar que a pesquisa bibliográfica é utili- zada basicamente em todos os trabalhos científicos, é importante evidenciar que essa pesquisa tem como fi- nalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir aocientista uma sustentação para a análise de sua investigação ou na manipulação das suas informações. Contribui com informações e pesquisas baseadas em acervos de diversos autores, que já estuda- ram sobre o tema em questão. Existem pesquisas produzidas somente a partir de fontes bibliográficas. Pois, é uma pesquisa que cobre uma imensa gama de fenômenos, oferecendo grande vantagem ao pesquisador. Isso é fundamental no caso de uma grande demanda de dados ou da complexidade do tema, para solucionar o seu problema de pesquisa. Para Severino (2007) e Lakatos (2010) existem na pesquisa bibliográfica oito fases distintas: 61 a) escolha do tema; b) elaboração do plano de trabalho; c) identificação; d) localização; e) compilação; f) fichamento; g) análise e interpretação; h) redação. ESCOLHA dO TEMA O tema é o assunto que se deseja provar ou desenvol- ver. É uma dificuldade ou problema que se deseja solu- cionar. Escolher um tema significa levar em considera- ção fatores internos e externos. Os internos consistem em: a) selecionar um assunto de acordo com as inclinações, as aptidões e as tendências de quem se propõe a elabo- rar um trabalho científico; b) optar por um assunto compatível com as qualifica- ções pessoais; c) encontrar um objeto que mereça ser investigado cien- tificamente e tenha condições de ser formulado e deli- mitado em função da pesquisa. 3.04. 62 Os externos requerem: a) a disponibilidade do tempo para realizar uma pesqui- sa completa e aprofundada; b) a existência de obras pertinentes ao assunto em nú- mero suficiente para o estudo global do tema; c) a possibilidade de consultar especialistas da área, para uma orientação, tanto na escolha, quanto na análise e interpretação da documentação específica. (LAKA- TOS, 2010, p. 26-27) Pode-se ter como fontes para a escolha do assunto, a própria experiência pessoal ou profissional, de estudos e leituras, da observação. O passo seguinte a escolha do assunto é sua delimitação. Nesse sentido, é interessante pensar que o sujeito é a realidade, a respeito da qual se deseja saber alguma coisa. É o universo de referência. Que pode ser constituída de objetos, fatos, fenômenos ou pessoas. O objeto de um assunto é o tema propria- mente dito, está relacionado àquilo que se deseja saber ou realizar a respeito do sujeito. 3.04.1. ELABORAçãO dO PLANO dE TRABALHO É interessante elaborar o Plano de Trabalho antes do fichamento. Na elaboração do plano, deve-se observar a estrutura de todo o trabalho científico: introdução, de- 63 senvolvimento e conclusão. a) Introdução. Formulação clara e simples do tema, sua delimitação, importância, caráter, justificativa, metodo- logia empregada e apresentação sintética da questão. b) desenvolvimento. Fundamentação lógica do trabalho, cuja finalidade é expor e demonstrar suas principais ideias. c) Conclusão. Consiste no resumo completo, mas sinteti- zado, da argumentação desenvolvida na parte anterior. Devem constar da conclusão a relação existente en- tre as diferentes partes da argumentação e a união das ideias e, ainda, a síntese de toda a reflexão. (LAKATOS, 2010, p. 28) 3.04.2. IdENTIFICAçãO É a identificação das obras ou a fase de reconhecimento do assunto pertinente ao tema em estudo. Deve-se par- tir, inicialmente, pela procura de catálogos onde se en- contram as relações das obras. Essas obras podem ser publicados pelas editoras, com a indicação dos livros e revistas editados, ou pertencer a bibliotecas públicas, com a listagem por título dos trabalhos. Existem, ainda, os catálogos específicos de alguns periódicos, com o rol dos artigos publicados anteriormente. 64 Em seguida, seria o levantamento, pelo Sumário ou Índice, dos assuntos nele abordados. Outra fonte de informações refere-se aos resumos das obras que ofere- cem elementos para identificar o trabalho. 3.04.3. LOCALIZAçãO Após o levantamento bibliográfico, com a identificação das obras que interessam, é preciso partir para a locali- zação das fichas bibliográficas nos arquivos das bibliote- cas públicas, nos de faculdades oficiais ou particulares e outras instituições. É um trabalho que demanda tempo, mas que posteriormente facilita a busca do pesquisador. 3.04.4. COMPILAçãO É o apanhado geral de todo o material selecionado, ou a reunião sistemática do material contido em livros, revis- tas, publicações avulsas ou trabalhos mimeografados. Esse material pode ser obtido por meio de fotocópias, xerox ou vídeos, microfilmes etc. 65 3.04.5. FICHAMENTO São as anotações e registros em forma de resumos das leituras realizadas com base no material selecionado. O pesquisador após minuciosa leitura transcrever resumi- damente o pensamento dos autores lidos. De posse das fontes de referência, o pesquisador deve transcrever os dados em fichas ou não, com o máximo de exatidão e cuidado. Pode-se utilizar fichas que levam o indivíduo a pôr em ordem no seu material. Possibilita, ainda, uma seleção constante da documentação e de seu ordenamento. 3.04.6. ANÁLISE E INTERPRETAçãO Essa fase é importante, pois o pesquisador terá condi- ções de verificar criticamente o material coletado para utilizá-lo ou não na elaboração do seu trabalho. A pri- meira fase da análise e da interpretação é a crítica do material bibliográfico, sendo considerado um juízo de valor sobre determinado material científico. De acordo com Salomon (2004, p. 115), é preciso analisar: 66 a) crítica do texto: averiguar se o texto sofreu ou não alte- rações, interpolações e falsificações ao longo do tempo. Investigar, principalmente, se o texto é autógrafo (escri- to pela mão do autor) ou não; em caso negativo, se foi ou não revisto pelo autor; se foi publicado pelo autor ou outra pessoa o fez; que modificações ocorreram de edição para edição; b) crítica da autenticidade: determina o autor, o tempo, o lugar e as circunstâncias da composição; c) crítica da proveniência: investiga a proveniência do tex- to. Varia conforme a ciência que a utiliza. Em História, tem particular importância o estudo de onde provie- ram os documentos; em Filosofia, interessa muito mais discernir até que ponto uma obra foi mais ou menos decalcada sobre outra. 3.04.7. REdAçãO A redação da pesquisa bibliográfica varia de acordo com o tipo de trabalho científico que se deseja apresen- tar. Pode ser uma monografia, uma dissertação ou uma tese. No caso da monografia, é interessante que o autor tenha certo conhecimento sobre o que irá escrever e uma leitura apurada do material a ser pesquisado. A redação, na monografia exige cuidados necessários a todo trabalho científico: 67 a) Clareza - não deixa margem a interpretações diversas; não utiliza linguagem rebuscada, ter- mos desnecessários ou ambíguos; evita falta de ordem na apresentação das ideias; b) Precisão - cada palavra traduz exatamente o que o autor transmite; c) Comunicabilidade - abordagem direta e simples dos assuntos; lógica e continuidade no desenvol- vimento das ideias; uso criterioso da pontuação; d) Consistência - de expressão gramatical; de ca- tegoria, equilíbrio existente nas seções de um capítulo ou subseções de uma seção; de sequên- cia, ordem na apresentação de capítulos, seções e subseções do trabalho. (SALOMON, 2004 E MARTINS, 2002) No texto devem constar citações e suas respec- tivas referências bibliográficas, indicando as leituras existentes e devidamente fundamentadas em um texto apresentável. A coerência e articulação entre as partes são fundamentais, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão devem estar correlacionadas para melhorcompreensão do trabalho como um todo. 69 Exercícios Propostos 1. Na sua compreensão, o que é um estudo monográfico? 2. Para Severino (2007) e Lakatos (2010) existem na pesquisa bibliográfica, oito fases distintas. Aponte-as e comente cada uma delas. 3. Esclareça a função da pesquisa bibliográfica em um trabalho científico. 4. De acordo com Salomon (2004), é preciso ter cuida- do ao elaborar a redação em um trabalho monográfico. Aponte-os. 5. Esclareça aspectos importantes a serem considerados na escolha do tema de uma monografia. Unidade 4. TCC: O TRABALHO MONOGRÁFICO 73 Nesta unidade, estudaremos itens relevantes para a ela- boração de uma monografia. Complementando com considerações sobre as normas da ABNT e informa- ções sobre a formatação do trabalho monográfico. Bom estudo! Caro(a) aluno(a), 75 4.01. O TRABALHO MONOGRÁFICO Um trabalho científico requer disponibilidade do pes- quisador em buscar todo aparato para que torne pos- sível a realização da pesquisa. Demanda tempo, dedi- cação e organização, para que na medida do possível e mediante a clareza e objetividade da investigação, o pesquisador obtenha êxito na sua produção científica, seja ela qual for. Em princípio, realizar leituras de revistas especiali- zadas da área a ser estudada e a participação em cursos de especialização, extensão e aperfeiçoamento, em seminá- rios e congressos científicos muito contribuem, no mo- mento, em que se busca investigar um determinado tema. Outra questão importante em um projeto de pes- quisa é o interesse por algo , por uma questão que se queira investigar. Certamente, que só se conhece, só se é levado a investigar à medida que se precisa encontrar solução ou respostas a questionamentos ou dificuldades na área específica da temática. 76 4.02. CRITéRIOS PARA ELABORAçãO dE UMA MONOGRAFIA Além disso, alguns outros pontos merecem atenção, quando se propõe uma investigação. São critérios que servem para reflexão do pesquisador. Pensar na pesqui- sa a ser realizada nos seguintes aspectos: originalidade, importância, viabilidade e conhecimento do assunto. É necessário pensar na originalidade do trabalho para evitar que se pesquise sobre um assunto já conhe- cido e, portanto, não se acrescente nada com o traba- lho de investigação. Mesmo uma pesquisa bibliográfica, quando se utiliza de outros autores, dispensando a pes- quisa de campo, é possível somar grande contribuição para a ciência no preenchimento de lacunas deixadas pelas pesquisas publicadas sobre o assunto. (INÁCIO FILHO, 1995) Um tema deve levar em conta também a sua im- portância. Refletir sober a relevância do trabalho para a comunidade científica e mesmo para a sociedade. A viabilidade é outro item que não se pode desconsiderar, pois o pesquisador pode correr o risco de perder tempo e recurso. O pesquisador deve atentar para realizar uma pesquisa sobre um determinado assunto, que ainda não foi objeto de estudos e publicações. Essa reflexão com 77 base em estudos requer também muita observação so- bre as produções já realizadas. Essa observação feita com base em leituras irá auxiliar o pesquisador para que tenha o conhecimento do assunto a ser estudado. Desse modo, terá condições de propor problemas relevantes no seu projeto de pesquisa. A Fundamentação teórica é outra questão impor- tante em qualquer elaboração científica, pois consiste em explicitar e embasar os conceitos fundamentais na utilização de procedimentos para as análises, assim como as categorias e os pressupostos teóricos, que sus- tentarão todo o desenvolvimento da pesquisa. Para Inácio Filho (1995), todo esse conjunto de categorias, conceitos e pressupostos deve constituir-se num todo articulado dentro do trabalho científico. O conhecimento sobre a estrutura da pesquisa também deve fazer parte do interesse do pesquisador, no senti- do de estruturar o trabalho dentro dos padrões exigidos para elaboração de um trabalho científico. Além de buscar um conhecimento sobre o assunto a ser pesquisado, fazendo um levantamento das obras já apresentadas sobre a temática, é necessário também que o pesquisador tenha acesso à estrutura do trabalho e à questão da normatização das elaborações científicas. Toda pesquisa deve atender as exigências da normas, para que seja aceito pela comunidade científica. Logo abaixo, seguem algumas considerações sobre as normas da ABNT, para que você pesquisador, possa 78 inteirar-se de forma breve de normas que regulam a ela- boração científica, sem contudo deixar de pesquisá-las e estudá-las de maneira mais criteriosa, para o êxito do seu trabalho, no caso a monografia. AS NORMAS dA ABNT Todo trabalho científico exige uma formatação com base nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. É um padrão nacional de normas, que vale para todos as produções científicas. É interessante ter acesso a estas normas para formatar de forma prática e objetiva seus próprios trabalhos e, principalmente, a monografia. Nesse sentido, Habermann (2009) traz colabora- ções, que esclarecem questões importante relacionadas às normas, e que são na maioria das vezes, motivo de dificuldades na elaboração de trabalhos, por parte de pesquisadores. A ABNT foi fundada no ano de 1940. Trata-se de uma entidade privada de políticas públicas, sem fins lu- crativos, reconhecida por Lei, como órgão de utilidade pública dirigida por membros de um conselho delibe- rativo, conselho fiscal, conselho técnico e a diretoria executiva. 4.03. 79 Pode-se dizer que é o único órgão responsável de normalização técnica no Brasil, e é a única e exclusi- va representante no país de entidades internacionais, como: a ISO - International Oganization For Standar- dization, da qual é membro fundadora, bem como da COPANT - Comissão Pan-Americana de Normas Téc- nicas e da AMN - Associação MERCOSUL de Norma- lização. Também é representante da IEC - International Eletrotechnical Commission. Quando se refere aos trabalhos acadêmicos o co- mitê responsável pela elaboração e alteração é o da in- formação e documentação - ABNT/CB-14. A ABNT tem como finalidade promover o desenvolvimento tec- nológico nacional e, neste caso, padronizar a forma de apresentação dos trabalhos acadêmicos, para que todos os trabalhos apresentados pelos alunos sigam o mesmo padrão. (HABERMANN, 2009) A ABNT apresenta várias normas que são referen- dadas com números chamados de NBR, que significa Normas Brasileiras, as quais estão sujeitas a revisões pe- riodicamente. O acadêmico precisa estar atento às mu- danças das normas por ocasião da elaboração do seu trabalho, considerando as constantes adequações que a ABNT processa. Abaixo, apresentamos as normas mais utilizadas em trabalhos acadêmicos: - ABNT NBR 6023:2002, que referencia sobre a elaboração das referências; 80 - ABNT NBR 6024:2003, que referencia sobre a numera- ção progressiva das seções de um documento escrito; - ABNT NBR 6027:2003, que referencia sobre o sumário; - ABNT NBR 6028:2003, que referencia sofre o resumo de trabalho; - ABNT NBR 6034:1989, que referencia sobre o índice de publicações; - ABNT NBR 10520:2002, que referencia sobre as citações em documentos; - ABNT NBR 12225:2004, que referencia sofre a lombada e; - ABNT NBR 14724:2005, que referencia sobre a forma- tação dos trabalhos acadêmicos como: a capa, página de rosto, dedicatória, agradecimentos, epígrafe, dentre outros itens. A formatação básica paraelaborar um tra- balho acadêmico deve ser baseada nos princípios gerais da NBR 14724:2005. 4.04. SOBRE A FORMATAçãO dA MONOGRAFIA Ainda, em Habermann (2009), apresentamos basica- mente os padrões a serem seguidos na formatação de uma monografia, devendo-se considerar que a forma- tação básica para elaborar um trabalho acadêmico deve ser baseada nos princípios gerais da NBR 14724:2005: 81 • PAPEL: deve ser branco, formato A4 e o texto deve ser digitado no anverso da folha, ou seja, na frente, exceto para a folha de rosto que deverá conter a ficha catalo- gráfica, impressos na cor preta, podendo utilizar outras cores apenas para ilustrações; • MARGENS: a margem deverá obedecer 3 cm de borda superior e esquerda e 2 cm de borda inferior e direita; • ESPACEjAMENTO ENTRELINHAS: deve ser de 1,5 cm em todo o trabalho, exceto para as citações com mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, ficha catalográfica, natureza do trabalho, nome da instituição e área de formação, que devem ser redigidos em espaçamento simples; • PARÁGRAFO: 1,25 cm em todo o trabalho, exceto para as citações; • TExTO: deve ser justificado em todo o trabalho, exceto para as referências no final do trabalho e notas de ro- dapé, as quais deverão estar alinhadas à esquerda. Se no decorrer do texto utilizar termos de origem estrangeira, recomenda-se o uso de itálico; • FONTE E TAMANHO: é facultado ao acadêmico utilizar- se de qualquer tipo de fonte, porém as mais indicadas são a Arial ou Times New Roman, até mesmo a Courier New, pois o formato da letra contribui para que a leitura seja menos cansativa. O tamanho exigido é 12, exceto para citações com mais de 3 linhas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas, devendo ser redigidas em tamanho menor e uniforme. Nestes 82 casos, o tamanho indicado é 10; • PAGINAçãO: deve ser contada a partir da folha de rosto continuamente, mas não numeradas, só deve aparecer o número de páginas a partir da primeira folha da parte textual, ou seja, da introdução, em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha a 2cm da borda supe- rior. Se por ventura, o trabalho for em dois volumes, o número de páginas continua de onde parou o primeiro volume. Se houver apêndices e anexos, estes deverão ser numerados sequencialmente após a conclusão; • TíTULOS dAS SEçõES E SUBSEçõES: trata-se dos elemen- tos textuais, que devem seguir o indicativo numérico, alinhado à esquerda separado por um espaço de carac- teres, destacados em letras maiúsculas, negrito, itálico ou sublinhado, devendo o texto iniciar após dois espa- ços de 1,5 cm entrelinhas; • TíTULOS dAS SUBSEçõES: segue a mesma formatação dos títulos das seções, porém é opcional redigir em le- tras maiúsculas ou minúsculas, desde que seja padrão em todo o trabalho. (HABERMANN, 2009, p. 22) Vale ressaltar que nos elementos pré-textuais e pós-textuais, não se utiliza a indicação numérica de- vendo ser redigidos em letras maiúsculas, centraliza- das, em negrito, itálico ou sublinhado, com exceção da dedicatória e epígrafe, as quais não deverão conter os títulos e indicativo numérico conforme dispõe a NBR 6024:2003. 83 Além da formatação básica do trabalho acadêmico, é necessário compreender a divisão da estrutura desse trabalho. Ou seja, os elementos pré- textuais, textuais e pós-textuais descritos abaixo. ELEMENTOS PRé-TExTUAIS Nos elementos pré-textuais devem constar: - Capa; - Folha de rosto; - Folha de aprovação; - Dedicatória(s); - Agradecimento(s); - Epígrafe; - Resumo na língua vernácula; - Resumo em língua estrangeira; - Lista de ilustrações; - Lista de tabelas; - Lista de abreviaturas e siglas; - Lista de símbolos; - Sumário. Nestes elementos, estão os de caráter obrigatório e os de caráter opcional, que poderão ser melhor identifica- dos na unidade 5. 4.05. 84 ELEMENTOS TExTUAIS Nos elementos textuais, configura-se o corpo do traba- lho, e deve constar: - Introdução; - Objetivo Geral; - Objetivo Específico; - Método; - Resultado; - Discussão; - Conclusão. 4.06. ELEMENTOS PóS-TExTUAIS Esta é a última parte da estrutura do trabalho e deve constar: - Referências (obrigatório); - Apêndice (opcional); - Anexo (opcional); - Glossário (opcional). 4.07. 85 Exercícios Propostos 1. Comente os critérios a serem pensados para a elabo- ração de uma monografia. 2. O que deve constar nos elementos pré-textuais de uma monografia? 3. No corpo da monografia existe o item - Títulos das seções e subseções. Esclareça. 4. Todo trabalho científico exige uma formatação com base nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Justifique esta afirmação. 5. Comente o pensamento de Inácio Filho (1995): “todo esse conjunto de categorias, conceitos e pressu- postos deve constituir-se num todo articulado dentro do trabalho científico. O conhecimento sobre a estrutu- ra da pesquisa também deve fazer parte do interesse do pesquisador, no sentido de estruturar o trabalho dentro dos padrões exigidos para elaboração de um trabalho científico”.
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