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6-Apostila 3-6

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BIOLOGIA E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS 
 
 
 
ÍNDICE 
 
 
 
Página 
 
 
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM PASTAGENS ........................... 145 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 145 
2. COMPETIÇÃO ENTRE PLANTAS DANINHAS E FORRAGEIRAS. 146 
2.1. Fatores do Ambiente Passíveis de Competição ................................................ 146 
2.1.1. Competição por água................................................................................... 150 
2.1.2. Competição por luz ..................................................................................... 150 
2.1.3. Competição por nutrientes .......................................................................... 152 
2.2. Integração da Agricultura e Pecuária................................................................ 152 
2.3. Plantas Tóxicas ................................................................................................. 152 
3. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ................................................ 155 
3.1. Controle Preventivo .......................................................................................... 156 
3.2. Controle Cultural .............................................................................................. 156 
3.3. Controle Mecânico ou Físico............................................................................ 159 
3.4. Controle Químico ............................................................................................. 160 
3.4.1. Uso de herbicidas na reforma e formação de pastagens ............................. 161 
3.4.2. Uso de herbicidas na recuperação de pastagens.......................................... 162 
3.4.3. Uso de herbicidas na manutenção de pastagens.......................................... 162 
LITERATURA CITADA .................................................................................. 166 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 145 
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM PASTAGENS 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Atualmente, a humanidade coloca em segundo plano os tratados e previsões que 
fundamentaram a “revolução verde” e busca, diante das transformações que vêm se processando, 
formas de produção que, além de produtivas, possibilitem convivência harmoniosa com a 
natureza. Com relação aos sistemas de produção agrícolas, em geral, e na pecuária, em 
particular, isto é sinônimo de estabelecimento de sistemas sustentáveis, ou seja, sistemas 
economicamente viáveis, socialmente justos, ambientalmente corretos, capazes de ser 
conservadores de recursos, como solo, água e recursos genéticos animais e/ou vegetais, e 
produtivos, competitivos e eficientes. 
As mudanças que vêm ocorrendo nos sistemas de produção são reflexos de 
transformações econômicas, sociais e políticas. A tomada de decisão na pecuária, nesse contexto, 
deve considerar os vários pontos determinantes dos segmentos envolvidos no setor, como 
política, economia, social, consumidor, indústria, produtor, eficiência, qualidade, 
competitividade e sustentabilidade (Euclides Filho, 1996) 
A pecuária brasileira está sendo influenciada pelo processo de globalização em 
andamento no mundo. É importante ressaltar que, apesar de esse processo estar sendo propalado 
como a globalização da economia, essa tendência é muito mais complexa e envolve 
modificações muito mais profundas, que são responsáveis pela reestruturação desde níveis e 
formas de informação, passando por mudança do estágio de conhecimento e culminando com o 
estabelecimento de um novo padrão de comportamento da sociedade como um todo. 
Conseqüentemente, espera-se, em última instância, a formação do que pode ser denominado um 
novo status de cultura global (Euclides Filho, 1997). 
Dessa forma, a atividade pecuária tende a se tornar cada vez mais uma atividade 
empresarial, afastando-se cada vez mais do modelo extrativista, representado pela pecuária 
extensiva, e aproximando-se, em maior ou menor grau, dependendo de cada caso, da 
intensificação total. 
Os últimos dez anos têm sido decisivos para a economia brasileira, em especial para a 
pecuária. Nesse período, parte expressiva do setor se distanciou da prática extrativista que por 
muitos anos caracterizou a atividade e tem sido um exemplo de capacidade de ajustes e 
adaptação à realidade do mercado atual, que penaliza os setores não-competitivos e ineficientes 
(Euclides Filho, 1997). 
Uma das características que faz com que a atividade pecuária no Brasil seja altamente 
competitiva é o fato de o País possuir grandes áreas de pastagens e condições adequadas para o 
desenvolvimento destas. As pastagens, nesse contexto, assumem dois aspectos fundamentais. O 
primeiro é que elas viabilizam a competitividade brasileira, e o segundo é o fato de 
possibilitarem o atendimento da grande demanda mundial por alimento produzido de forma 
natural, com respeito ao ambiente e aos animais. 
Diante da importante função assumida pela pastagem no contexto de pecuária empresarial 
e competitiva, é lógico que o sucesso desse setor está estreitamente relacionado com a 
manutenção das pastagens em condições adequadas. No entanto, a prática demonstra outra 
realidade. 
Pastagem degradada se constitui, atualmente, em um dos maiores problemas dos sistemas 
de produção de bovinos no Brasil Central. Estima-se que 80% dos quase 60 milhões de hectares 
da área de pastagens na região de Cerrados apresentam algum estágio de degradação (Macedo 
et al., 2000). Além dos impactos negativos na produção e desvalorização do patrimônio, 
agravam-se os efeitos ambientais pela erosão dos solos e assoreamento dos mananciais de água. 
Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. 
 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 146 
Degradação de pastagens é um processo evolutivo de perda de vigor e produtividade da 
forrageira, sem possibilidade de recuperação natural, que afeta a produção e o desempenho 
animal e culmina com a degradação do solo e dos recursos naturais em função de manejos 
inadequados. Causada por diversos fatores, entre eles má escolha da espécie forrageira, má 
formação inicial, falta de adubação de manutenção e manejo da pastagem inadequado, a 
degradação precisa ser revertida para garantir a produtividade e a viabilidade econômica da 
pecuária (Macedo et al., 2000). 
 
2. COMPETIÇÃO ENTRE PLANTAS DANINHAS E FORRAGEIRAS 
 
Pastagens produtivas significam pastagens bem formadas, bem manejadas e livres de 
plantas daninhas. Nas Figuras 1 e 2 são apresentadas algumas das principais espécies de plantas 
daninhas das pastagens. A presença delas em pastagens reduz a produtividade, devido à elevada 
capacidade competitiva das plantas daninhas. Essa competição se dá principalmente por luz, mas 
também por espaço, água e nutrientes. 
Em razão do porte arbustivo, e até mesmo arbóreo, de muitas espécies de plantas 
daninhas infestantes de pastagens em condições brasileiras, pode-se considerar a luz como o 
principal fator (recurso) de competição destas com as forrageiras. Isso ocorre porque a maioria 
das gramíneas forrageiras cultivadas no Brasil tem a sua eficiência fotossintética altamente 
dependente da intensidade da luz, pois são espécies que apresentam o metabolismo C4. Essas 
forrageiras, se sombreadas, até mesmo parcialmente, têm a sua taxa de fotossíntese líquida 
altamente reduzida e, nestas condições, é facilmente dominada pelas plantas daninhas. 
Assim, a presença de plantas daninhas em pastagens reduz a sua capacidade de suporte 
(unidade animal por ha), por diminuir o potencial de formação de pasto pelas forrageiras,ocasionado pela competição com as plantas daninhas, e aumenta o tempo de formação das áreas 
reformadas, uma vez que estas plantas competem por luz, espaço, nutrientes e água, reduzindo a 
disponibilidade desses fatores para as forrageiras, além de ser um ambiente propício para o 
desenvolvimento de parasitas, as quais dificultam o processo de produção pecuária. As plantas 
daninhas podem, ainda, ocasionar danos físicos aos animais, como ferimentos no úbere das 
vacas, causados por espécies com espinhos, ou até mesmo levá-los à morte, caso eles se 
alimentem de plantas tóxicas, muito comuns em pastagens brasileiras. 
A seguir serão abordados os principais fatores envolvidos na competição entre as plantas 
daninhas e as forrageiras. 
 
2.1. Fatores do Ambiente Passíveis de Competição 
 
Em ecossistemas agropastoris, a forrageira e as plantas daninhas desenvolvem-se juntas 
na mesma área. Como ambas possuem suas demandas por água, luz, nutrientes e CO2 e, na 
maioria das vezes, esses fatores de crescimento (ou pelo menos um deles) estão disponíveis em 
quantidade insuficiente, até mesmo para o próprio desenvolvimento da forrageira, estabelece-se a 
competição. Isso ocorre porque, nessas circunstâncias, qualquer planta daninha que se estabeleça 
na pastagem vai usar parte dos fatores de produção, já limitados no meio, reduzindo a 
produtividade da forrageira. Radosevich et al. (1996) dividem os fatores do ambiente que 
determinam o crescimento das plantas e influenciam a competição em “recursos” e “condições”. 
Recursos são os fatores consumíveis, como água, gás carbônico, nutrientes e luz. A 
resposta das plantas aos recursos segue uma curva-padrão: é pequena se o recurso for limitado e 
máxima quando o ponto de saturação for atingido, podendo declinar se houver excesso do 
recurso (ex.: toxidez devido a excesso de Zn no solo). 
 
 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 147 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Principais plantas daninhas das pastagens (a) assa-peixe branco (Vernonia polyanthes), (b) leiteiro 
(Peschiera fuchsiaefolia), (c) mata-pasto (Eupatorium maximilianii), (d) assa-peixe roxo (Vernonia 
glabrata), (e) ciganinha (Memora peregrina), (f) fedegoso (Senna ocidentalis), (g) guanxuma (Sida 
glaziovii) e (h) lobeira (Solanum lycocarpum). 
 
 
Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. 
 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 148 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Principais plantas daninhas das pastagens - (a) camboatá (Tapirira guianensis), (b) arranha-gato (Acacia 
plumosa), e plantas tóxicas - (c) guizo-de-cascavel (Crotalaria spectabilis), (d) cafezinho (Palicourea 
marcgravii), (e) cambará (Lantana camara), (f) algodão-bravo (Ipomoea carnea sbsp. fistulosa), (g) 
mamona (Ricinus communis), (h) ximbuva (Enterolobium contortisiliquum) e (i) samambaia (Pteridium 
aquilinum). 
 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 149 
Condições são fatores não diretamente consumíveis, como pH do solo, densidade do solo, 
etc., cuja dependência é muito grande, em razão da influência extrema que eles exercem na 
utilização dos recursos pelas plantas. A condição pode limitar a resposta da planta tanto pela 
carência quanto pela abundância, até que um nível ideal seja alcançado. Todavia, a competição 
somente se estabelece quando a intensidade de recrutamento de recursos do meio pelos 
competidores suplanta a capacidade do meio em fornecer aqueles recursos, ou quando um dos 
competidores impede o acesso por parte do outro competidor, como acontece, por exemplo, em 
condições de sombreamento (Pitelli, 1985). 
A maioria dos estudos sobre competição entre plantas daninhas e culturas tem focalizado 
somente a ocorrência e o impacto da competição na produção da cultura, sem examinar as 
características das plantas e os mecanismos que estão associados à competitividade (Radosevich 
et al., 1996). Os mecanismos de competição consistem tanto do efeito que as plantas exercem 
sobre os recursos quanto da resposta destas às variações dos recursos (Goldberg, 1990, citado 
por Radosevich et al., 1996). 
Determinadas plantas são boas competidoras por utilizarem um recurso rapidamente ou 
por serem capazes de continuar a crescer, mesmo com baixos níveis do recurso no ambiente 
(Radosevich et al., 1996). 
A base fisiológica que explica as vantagens que levam as plantas daninhas a ganhar a 
competição é muito complexa, não estando, ainda, totalmente esclarecida. Na realidade, a 
competição entre a planta daninha e a cultivada afeta ambas as partes, porém a espécie daninha 
quase sempre supera a cultivada. Os fatores que determinam a maior competitividade das plantas 
daninhas em relação às culturas são o seu porte e sua arquitetura; a maior velocidade de 
germinação e estabelecimento da plântula; a maior velocidade do crescimento e a maior extensão 
do sistema radicular; a menor suscetibilidade das espécies daninhas às intempéries climáticas, 
como veranico e geadas; o maior índice de área foliar; e a maior capacidade de produção e 
liberação de substâncias químicas com propriedades alelopáticas. Entretanto, em áreas de 
pastagens degradadas a capacidade competitiva das plantas daninhas é ainda maior. 
A competição entre plantas daninhas e forrageiras é um fator crítico para o 
desenvolvimento da pastagem quando a espécie daninha se estabelece junto ou primeiro que a 
forrageira. Contudo, se a forrageira se estabelecer primeiro, dependendo da espécie cultivada, do 
seu vigor, da velocidade de crescimento inicial e da densidade de plantio, ela poderá cobrir 
rapidamente o solo, podendo excluir ou inibir significativamente o crescimento das plantas 
invasoras. No entanto, se a população de plantas da forrageira por área for baixa ou o estande for 
desuniforme, caracterizado pela pastagem degradada, as plantas daninhas poderão vencer a 
competição pelos substratos ecológicos. 
A competição pode ser intra-específica, ocorrendo entre indivíduos de uma mesma 
espécie, seja ela daninha ou não, e, também, interespecífica, envolvendo indivíduos de espécies 
diferentes. Várias generalizações podem ser inferidas sobre os aspectos competitivos entre as 
forrageiras e as plantas daninhas, como: a competição é mais séria nos períodos iniciais de 
desenvolvimento da forrageira; as espécies daninhas de morfologia e desenvolvimento 
semelhantes ao da forrageira, comumente, são mais competitivas se comparadas com aquelas 
que apresentam desenvolvimento diferente; as espécies daninhas de maior porte do que as 
forrageiras exercem grande potencial competitivo com estas, principalmente se a forrageira 
possui metabolismo C4, devido ao sombreamento, e as espécies daninhas competem por água, 
luz, nutrientes e espaço, podendo, ainda, liberar toxinas no solo, que podem inibir a germinação 
e ou desenvolvimento da forrageira. 
As plantas daninhas apresentam certas características que lhes conferem grande 
capacidade competitiva, como: germinação fácil em condições ecológicas variáveis; 
desenvolvimento e crescimento rápido de grande superfície fotossintética mesmo ainda na fase 
de plântula; grande número de estômatos por área foliar; e sistema radicular muito desenvolvido, 
Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. 
 
Manejo dePlantas Daninhas em Pastagens 150 
apresentando muitas raízes fasciculadas nas camadas superficiais do solo e raízes principais com 
penetração profunda. 
Para que se faça o manejo adequado de plantas daninhas em uma pastagem, o profissional 
necessita ter o conhecimento profundo da forrageira e da vegetação daninha infestante da área a 
ser formada. O princípio básico da competição baseia-se no fato de que as primeiras plantas que 
surgem no solo, pequenas ou grandes, tendem a excluir as demais, pois se estabelecem primeiro. 
Desse modo, no manejo da forrageira, as condições para que ela se estabeleça devem ser 
fornecidas antes do surgimento da vegetação daninha. Disso resulta a importância do preparo do 
solo, da profundidade de plantio, da percentagem de germinação e vigor das sementes, da 
escolha da forrageira adequada para a região, da época correta de plantio, das condições 
adequadas de pastejo e manejo adequado da forrageira, etc., que são métodos culturais de 
controle de plantas daninhas. Conhecendo esses fatores, torna-se fácil o manejo da forrageira, 
fazendo com que esta leve vantagem sobre o complexo de plantas daninhas. Assim a competição 
é mais facilmente minimizada ou até mesmo eliminada com a integração de outros métodos de 
controle, como o químico ou mecânico, realizando, dessa forma, o chamado manejo integrado de 
plantas daninhas. 
 
2.1.1. Competição por água 
 
As plantas daninhas são verdadeiras bombas extratoras de água do solo; por isso, é 
normal em alguns agroecossistemas, especialmente nos trópicos em dias quentes, que as plantas 
forrageiras fiquem completamente murchas e as plantas daninhas túrgidas, sem qualquer sinal de 
déficit hídrico. Normalmente, a competição por água leva a planta a competir ao mesmo tempo 
por luz e nutrientes, especialmente nitrogênio e carbono. Vários fatores influenciam a capacidade 
competitiva das espécies por água. Dentre esses fatores destacam-se a taxa de exploração de 
volume do solo pelo sistema radicular (maior profundidade do sistema radicular – ex.: assa-
peixe, ciganinha e outras); as características fisiológicas das plantas, como capacidade de 
remoção de água do solo, regulação estomática e capacidade das raízes de se ajustarem 
osmoticamente; magnitude da condutividade hidráulica das raízes; etc. (Radosevich et al., 1996). 
 
2.1.2. Competição por luz 
 
A competição pela luz é muito complexa e sua magnitude é influenciada pela espécie, ou 
seja, se ela é umbrófila ou heliófila e, também, se a rota fotossintética que ela apresenta é C3, C4 
ou se realiza o mecanismo ácido das crassuláceas (CAM). As diferenças entre as rotas 
fotossintéticas C3 (plantas ineficientes), C4 (plantas eficientes) e CAM estão nas reações 
bioquímicas que ocorrem na fase escura da fotossíntese. 
As plantas C3 apresentam apenas o ciclo de Calvin e Benson, responsável pela fixação do 
CO2, de modo que o primeiro produto estável da fotossíntese é um composto de três carbonos 
(ácido 3-fosfoglicérico). A enzima responsável pela carboxilação primária do CO2 proveniente 
do ar é a ribulose 1-5 bifosfato carboxilase-oxigenase (Rubisco), a qual apresenta atividades de 
carboxilase e oxigenase. Esta enzima apresenta baixa afinidade pelo CO2 e, por ser ambígua 
quanto ao substrato, catalisa a produção do ác. 3-fosfoglicérico e, também, do glicolato, 
substrato inicial da respiração. Em conseqüência da ação desta enzima, as plantas C3 
fotorrespiram intensamente, apresentam baixa afinidade pelo CO2 e possuem elevado ponto de 
compensação para CO2, baixo ponto de saturação luminosa, baixa eficiência no uso da água e 
menor taxa de produção de biomassa, quando comparadas com plantas C4, considerando ambos 
os grupos em condições ótimas. 
As plantas C4 possuem duas enzimas responsáveis pela fixação do CO2. Essas plantas, 
além do ciclo de Calvin e Benson, que ocorre em todas as plantas superiores, possuem ainda o 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 151 
ciclo de Hatch e Slack. Elas não apresentam fotorrespiração detectável, logo, não desassimilam o 
CO2 fixado. A enzima primária de carboxilação é a PEP-carboxilase, localizada nas células do 
mesófilo foliar, a qual carboxiliza o CO2 absorvido do ar via estômatos, no ácido 
fosfoenolpirúvico, formando o ácido oxaloacético (AOA). Este AOA é convertido em malato ou 
aspartato, dependendo da espécie vegetal, e, em seguida, por difusão, é transportado para as 
células da bainha vascular das folhas, onde esses produtos são descarboxilados, liberando no 
meio o CO2 e o ácido pirúvico. Este CO2 liberado é novamente fixado, agora pela enzima 
ribulose 1,5 difosfato carboxilase, ocorrendo o ciclo de Cavin e Benson; o ácido pirúvico, por 
difusão, retorna às células do mesófilo, onde é fosforilado, consumindo 2 ATPs, regenerando a 
enzima PEP-carboxilase e recomeçando o ciclo. 
A maior eficiência das plantas C4 em relação a C3 em condições adequadas de 
luminosidade e temperatura é o principal fator da superioridade de produção forrageira em 
condições tropicais (maioria C4), comparado a regiões temperadas. Entretanto, a superioridade 
das forrageiras utilizadas no Brasil (C4 em sua grande maioria) é dependente de certas condições, 
como a luminosidade adequada. As plantas C4, por apresentarem dois sistemas carboxilativos, 
requerem maior energia para produção dos fotoassimilados, pois precisam recuperar duas 
enzimas para realização da fotossíntese. É sabido que a relação, molécula de CO2 
fixado/ATP/NADPH é de 1:3:2 para as plantas C3, sendo esta relação para as plantas C4, de 
1:5:2. Esse fato evidencia que as plantas C4 necessitam de mais energia para produção dos 
fotoassimilados. Como toda essa energia é proveniente da luz, se for reduzido o acesso à luz, 
estas plantas passarão a perder a competição com as plantas C3. Todavia, a enzima responsável 
pela carboxilação primária nas plantas C4 (PEP-carboxilase) apresenta algumas características, 
como: alta afinidade pelo CO2; atua especificamente como carboxilase; atividade ótima em 
temperaturas mais elevadas; e não satura em alta intensidade luminosa. Em função destas e de 
outras características, quando plantas estão se desenvolvendo em condições de temperaturas 
elevadas, luminosidade alta e até mesmo déficit hídrico temporário, as espécies C4 dominam 
completamente as C3, chegando a acumular o dobro de biomassa por área foliar no mesmo 
espaço de tempo. Isso acontece porque, nessas condições, a enzima carboxilativa das plantas C3 
encontra-se saturada quanto à luz e, em temperatura acima da ótima para a ribulose 1,5-bifosfato 
carboxilase-oxigenase (25oC), esta passa a atuar mais como oxidativa, liberando CO2. Além 
disso, é comum, nessas condições, os estômatos estarem parcialmente fechados (horas mais 
quentes do dia). Esse fato faz com que a concentração do CO2 no mesófilo foliar caia a níveis 
abaixo do mínimo necessário para atuação desta enzima, levando a planta a atingir o ponto de 
compensação rapidamente. 
No caso das plantas C4, mesmo que a concentração de CO2 no mesófilo foliar atinja 
níveis muito baixos, ainda assim elas continuam acumulando biomassa, porque a enzima 
responsável pela carboxilação primária nestas plantas (PEP-carboxilase) apresenta alta afinidade 
pelo CO2 (baixo Km). Isso é possível porque esse grupo de plantas não apresenta fotorrespiração 
detectável. 
Como a maioria das forrageiras das regiões tropicais e subtropicais - espécies de 
Brachiaria (Corsi et al., 1994), gênero Panicum (Rodrigues & Reis, 1995), gênero Cynodon 
(Silva et al., 1998) e Pennisetum purpureum (Rodrigues et al. 1999) - são plantas C4, as 
condições de luminosidade e temperatura serão preponderantes no desenvolvimento adequado 
das forrageiras. Portanto, a ocorrência de sombreamento por plantas daninhas implica redução 
drástica do potencialcompetitivo dessas forrageiras. 
A luz como fonte de energia de todos os processos biológicos na forrageira é o 
componente principal na produção da pastagem; conseqüentemente, ocorre a necessidade de 
controle de invasoras, a fim de evitar o sombreamento. 
Cada espécie de forrageira possui um padrão genético de crescimento e expansão foliar 
(determinado por suas características morfogênicas - alongamento de folha, aparecimento de 
Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. 
 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 152 
folha e duração da folha) que, aliado a outros fatores, indica o potencial de produção de uma 
pastagem. Essas características são genéticas, porém são influenciadas por fatores externos, 
como água, temperatura, luminosidade e nutrientes. 
A combinação das características morfogênicas determina as três principais 
características estruturais das forrageiras: tamanho de folha, densidade de perfilhos e número de 
folhas por perfilho, que são diretamente correlacionadas com a quantidade e qualidade da luz. 
 
2.1.3. Competição por nutrientes 
 
As plantas daninhas possuem grande capacidade de extrair do ambiente os elementos 
essenciais ao seu crescimento e desenvolvimento e, em conseqüência disso, exercem forte 
competição com as forrageiras pelos nutrientes essenciais, os quais quase sempre estão em 
quantidades inferiores às necessidades das forrageiras em nossos solos. 
Devido à grande variação em termos de recrutamento dos recursos minerais do solo 
apresentada pelas diferentes espécies de plantas daninhas, a competição por nutrientes depende, 
em alto grau, das espécies presentes. Quando se trata de analisar a capacidade de uma espécie de 
planta daninha em competir por nutrientes, deve-se considerar, com maior ênfase, a quantidade 
extraída do que os teores que ela apresenta na matéria seca. 
 
2.2. Integração da Agricultura e Pecuária 
 
A degradação das pastagens, a queda na produtividade das lavouras, o empobrecimento 
da fertilidade do solo, a baixa retenção de água no solo e o aumento do processo erosivo são 
sintomas do manejo inadequado que prejudicam o meio ambiente. As tecnologias para 
recuperação e manejo sustentável dos solos degradados dos Cerrados, tanto para as áreas de 
pastagens como de agricultura, visam melhoria das propriedades do solo, evitando a erosão e 
quebra do equilíbrio, que facilitam a ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas. Essas 
tecnologias também proporcionam maior diversificação das atividades econômicas no meio rural 
(Kichel & Miranda, 2001). 
É notório que o setor agropecuário brasileiro está passando por um processo de transição 
socioeconômica e agroambiental; apesar de esse processo ser lento e silencioso, observam-se a 
expansão do plantio direto, a consorciação de lavouras e forrageiras, a preocupação da utilização 
racional de água e agroquímicos e a necessidade de maior competitividade e sustentabilidade 
(Cobucci, 2001). 
Nesse sentido, tem sido proposto recentemente, como alternativa de recuperação de 
pastagens degradadas, a utilização de culturas anuais em cultivos seqüenciais ou simultâneos 
como formas de sistemas de produção. A venda de grãos das culturas, o aproveitamento da 
adubação residual e o preparo do solo mais elaborado podem ser vantajosos na redução dos 
custos e na eficiência de recuperação das pastagens degradadas (Macedo et al., 2000; Portes 
et al., 2000), além da quebra do ciclo de pragas e doenças, melhoria das propriedades físicas do 
solo, maior eficiência no uso de máquinas, diversificação do sistema produtivo e de aumento da 
produtividade do empreendimento agrícola, tornando-o sustentável em termos econômicos e 
ecológicos (Kichel et al., 2000). 
A integração agricultura e pecuária não será abordada em maior detalhe, por constituir-se 
em tema complexo e não ser objetivo do presente trabalho. 
 
2.3. Plantas Tóxicas 
 
Calcula-se que 12% das mortes de bovinos são causadas por sementes, folhas ou raízes de 
plantas que possuem grande quantidade de elementos químicos nocivos ao gado (Afonso & Pott, 
2002). 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 153 
O conceito sobre plantas tóxicas é relativo. Segundo Howes (1933), citado por Hoehne 
(1939), plantas tóxicas não são somente vegetais que provocam verdadeiros envenenamentos e 
intoxicações agudas, mas também aquelas que provocam direta ou indiretamente perturbações na 
saúde do animal. 
Tokarnia et al. (2000) definem planta tóxica de interesse pecuário a que é ingerida por 
animais domésticos de fazenda, em condições naturais, e causa danos à saúde ou morte, com 
comprovação experimental. Portanto, consideram-se tóxicas todas as plantas que, ingeridas 
espontânea ou acidentalmente pelo animal, podem provocar danos que se refletem na sua saúde 
ou vitalidade. 
A maioria das plantas tóxicas é consumida pelos animais em razão da escassez de 
alimentos nas pastagens e da mudança de animais famintos para pastagens que possuem plantas 
tóxicas (Freitas et al., 1991). 
Além da fome, há outros fatores que também propiciam intoxicações, os quais podem 
estar relacionados ao animal ou à planta. No caso da espécie bovina, certas raças toleram mais, 
outras menos, certos venenos. Na mesma raça há fatores ligados ao próprio indivíduo, como 
idade, peso, sexo, estado sanitário e nutricional, além do grau de sensibilidade do animal a um 
princípio tóxico (Afonso & Pott, 2002). 
Com relação à planta, deve-se considerar a sua fase vegetativa, como brotação, floração e 
frutificação, pois às vezes ela provoca intoxicações apenas em uma dessas fases. Existem 
também plantas com princípio tóxico cumulativo, que o animal, ingerindo pequenas quantidades 
diárias, vai retendo no seu organismo, até atingir a dose letal (Afonso & Pott, 2002). 
Por outro lado, a ingestão de certas plantas em pequenas quantidades leva o animal a 
adquirir resistência ou tolerância ao princípio tóxico, como é o caso das mandiocas-do-mato 
(Manihot spp.). O tipo de solo também pode influenciar na toxidez de uma planta, visto algumas 
serem tóxicas em uma região e em outra não (Afonso & Pott, 2002). 
Os biomas Pantanal e Cerrado possuem floras ricas em espécies, muitas das quais 
ingeridas pelo gado, sendo algumas, tóxicas. Várias provocam sinais que podem ser confundidos 
com picada de cobra, raiva ou outra doença. A mais temível do Brasil é a erva-de-rato ou 
cafezinho (Palicourea marcgravii) (Pott & Afonso, 2000). 
Algumas plantas cultivadas também são consideradas tóxicas, como Brachiaria 
decumbens, que causa fotossensibilização ("orelha frita"), principalmente em bezerros; e 
braquiária-d´água ou "tanner grass" (B. subquadripara = B. arrecta), que pode causar anemia 
devida a nitratos/nitritos. 
São várias as espécies de plantas tóxicas presentes nas pastagens no Brasil. Na Figura 2 
estão apresentadas e no Quadro 1 listadas as de maior ocorrência e importância no Brasil, com 
um resumo das suas principais características. 
 
Quadro 1 – Principais plantas tóxicas encontradas no Brasil 
 
Espécie - Família Princípio ativo Informações sobre a planta 
DL(dose letal considerando 100 kg de peso vivo 
do animal), sinais clínicos da intoxicação e 
recomendação de controle da planta tóxica. 
Erva de rato; 
cafezinho (Palicourea 
marcgravii) 
Rubiaceae 
 
Figura 2 d 
Ácido monoflúor-
acético, afeta o ciclo 
de Krebs 
Arbusto responsável pela maioria das 
mortes de bovinos causadas por plantas 
tóxicas em terra firme. Possui distribuição 
ampla, sendo encontrada em todo o País, 
com exceção do extremo sul e do sertão 
nordestino. Ocorre em terra firme, em 
áreas sombreadas das beiras das matas, 
capoeiras e em pastos recém-formados. 
Possui boa palatabilidade, sendoingerida 
em qualquer época do ano. São tóxicas as 
folhas e as sementes. 
DL (100 g de folhas verdes). Nos bovinos, iniciam 
poucas horas após ser completada a ingestão da 
dose letal. Causa a síndrome da morte súbita; os 
sintomas consistem em queda repentina do animal 
ao chão, sobrevindo a morte dentro de poucos 
minutos. Às vezes o animal mostra, antes de cair, 
desequilíbrio do trem posterior, tremores 
musculares, respiração ofegante. 
Controle: erradicar as plantas, cercar as matas e 
as capoeiras onde existir a planta, uso de 
herbicidas. 
Continua... 
 
Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. 
 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 154 
Quadro 1, cont. 
 
Espécie - Família Princípio ativo Informações sobre a planta 
DL(dose letal considerando 100 kg de peso vivo 
do animal), sinais clínicos da intoxicação e 
recomendação de controle da planta tóxica. 
Algodão-bravo, 
canudo-de-pita 
(Ipomoea carnea 
subsp. fistulosa) 
Convolvulaceae 
 
Figura 2 f 
Alcalóides derivados 
do ácido lisérgico 
(LSD) 
Arbusto aquático, trepador, de 1 a 4 m de 
altura. Perene, flor e semente 
praticamente durante o ano todo. A 
semente pilosa (origem do nome algodão) 
é espalhada pela água. A principal forma 
de propagação é vegetativa; os ramos que 
encostam no chão enraízam. Rebrota após 
cortes e fogo, exceto se for afogado 
depois. Cresce somente em solo de barro 
(argiloso), muito alagável. É muito 
comum em lagoas rasas, nas planícies de 
inundação dos rios Negro, Abobral e 
Paraguai. Aumenta em campos com 
excesso de gado ou perto de porteiras, 
cochos e aguadas. 
DL (9 kg de folhas verdes por dia, durante 
semanas, o que é difícil de ocorrer no campo, 
havendo pasto). Inicialmente os sinais 
apresentados são de emagrecimento progressivo, 
lassidão e pêlos ásperos. Com a evolução da 
intoxicação o animal apresenta sinais de origem 
nervosa, ou estado de embriaguez. O seu andar se 
torna desequilibrado (como se estivesse 
embriagado), com as pernas traseiras abertas e 
instabilidade no trem posterior, caindo com 
facilidade. A evolução da intoxicação é crônica e 
não há recuperação do animal 
Controle: erradicação, controle químico 
Cambará, 
chumbinho ou 
camará (Lantana 
camara) Verbenaceae 
 
Figura 2 e 
Triterpenóides 
(lantadene A e 
lantadene B) 
Arbusto ou subarbusto é cosmopolita. 
Sob condições naturais, os bovinos 
ingerem a planta somente em 
circunstâncias especiais, principalmente 
quando transferido, com fome, para áreas 
infestadas. No tratamento os animais 
devem ficar na sombra. Deve-se 
administrar glicose, extrato hepático e 
purgante oleoso e medicar as lesões na 
pele. Já na fase aguda, utilizar ungüentos 
antiinflamatórios. 
DL (variada). Consistem nas manifestações de 
fotossensibilidade hepatógena. Inicialmente, os 
animais apresentam anorexia e diminuição ou 
parada dos movimentos do rúmen; quando 
expostos ao solo, manifestam fotossensibilidade 
sob forma de eritema e edema inflamatórios nas 
partes menos pigmentadas da pele e inquietação à 
procura de sombra, fezes ressequidas e, em 
pequena quantidade, eventualmente diarréias 
enegrecidas. Muitos animais morrem nessa fase. 
Controle: erradicar as plantas (herbicidas) e não 
transferir animais com fome para pastagens 
infestadas. 
Samambaia 
(Pteridium aquilinum) 
Dennstaedtiaceae 
 
Figura 2 i 
Substância 
radiomimética e 
tiaminase 
Planta tóxica de importância no Brasil e 
no mundo. A fome faz o animal ingerir a 
planta, que faz com que este, depois de 
comê-la por algum tempo, se habitue a 
ela e, mesmo cessada a fome, continue a 
procurá-la. A planta toda é tóxica, sendo a 
brotação a porção mais tóxica das partes 
aéreas. As plantas ocorrem em solo ácido, 
sendo a correção e aração deste um 
método cultural de controle desta espécie. 
DL (1.000 g de folhas verdes ingerido durante três 
semanas a poucos meses, para provocar sintomas 
de intoxicação aguda, que aparece de repente, 
devido ao efeito acumulativo). Os animais 
apresentam andar incerto, trôpego, tem 
incordenação ao andar, apresentam tremores 
musculares, convulsões, sonolência, falta de 
apetite. Ingestão em menores quantidades 
ocasionam hematúria intermitente, anemia, 
emagrecimento, culminando na morte. Causa 
febre alta, hemorragia na pele e nas mucosas 
visíveis. O animal sangra prolongadamente por 
qualquer ferimento. Em eqüinos causa deficiência 
de vitamina B1. 
Controle: erradicação da planta, controle cultural 
(calagem e aração do solo) e químico 
Mamona (Ricinus 
communis) 
Euphorbiaceae 
 
Figura 2 g 
Ricinina (alcalóide) 
na folha e ricina 
(toxoalbumina) na 
semente. 
Arbusto pouco lenhoso, com copa, ereto, 
de 1 a 4 m de altura. Há formas de folhas 
verdes e outras arroxeadas. Perene, mas 
de ciclo curto, com flor e semente em 
grande parte do ano. O fruto estoura ao 
sol e lança as sementes a vários metros de 
distância. Comum em áreas ruderais 
como beira de estrada, taperas, depósitos 
de lixo, etc., geralmente não inundáveis, 
em solos argilosos ou arenosos, 
geralmente férteis. Possui ampla 
distribuição. É palatável; tanto as folhas 
como as sementes são tóxicas. A torta de 
mamona não bem detoxicada pelo calor 
também é tóxica. O consumo repetido de 
pequenas quantidades de semente pode 
dar imunidade, mas das folhas não. 
 
DL (2.000 g de folhas frescas ou 200 g de 
sementes, os animais mais novos são mais 
sensíveis - um quarto dessa dose no caso de 
bezerro). A intoxicação pelas folhas é aguda, 
causando perturbação nervosa. Os sinais 
apresentados têm predominância neuro-muscular. 
O bovino apresenta andar desequilibrado, com 
tremores musculares, e dificuldade de caminhar 
longas distâncias, procurando ficar deitado. 
Ocorre também eructação excessiva (arroto) 
acompanhada por sialorréia (baba). Já a 
intoxicação pelas sementes varia de aguda a 
subaguda, com o animal apresentando fraqueza, 
apatia e diarréia sanguinolenta, por irritação do 
tubo digestivo. 
Controle: É facilmente eliminada com mais de 
uma roçada, antes da formação de sementes. 
Deve-se atentar para o seu aparecimento em leiras, 
onde o solo é mais fértil. A parte aérea morre com 
a queima, que favorece a germinação. Uso de 
herbicidas. 
Continua... 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 155 
Quadro 1, cont. 
 
Espécie - Família Princípio ativo Informações sobre a planta 
DL(dose letal considerando 100 kg de peso vivo 
do animal), sinais clínicos da intoxicação e 
recomendação de controle da planta tóxica. 
Guizo-de-cascavel, 
chique-chique 
(Crotalaria 
spectabilis) 
Leguminosae 
 
Figura 2 c 
Alcalóides do grupo 
das pirrolizidinas 
Planta ereta, de 50 a 100 cm de altura. 
Anual, com flor e fruto quase durante o 
ano todo. Comum em áreas mexidas, 
leiras provenientes de desmatamento e 
pastagens cultivadas, em solos de vários 
tipos, geralmente férteis. No Brasil 
existem mais de 40 espécies de 
Crotalaria, sendo umas mais, outras 
menos tóxicas. Há relatos de que o 
princípio tóxico desta planta se concentra 
mais nas flores e nas sementes. Embora 
conste como pouco palatável, as folhas 
foram observadas bem pastadas por 
bovinos no Pantanal, ingerindo também 
flores e frutos, principalmente em 
situações de fome. 
DL (5.500 g de folhas verdes ao dia foram 
suficientes para levar os bovinos à morte). É 
tóxica ao fígado. Os principais sinais na 
intoxicação por Crotalaria iniciam-se por 
contrações abdominais, perda de apetite, 
perturbações digestivas, perda do equilíbrio ao 
caminhar e alteração do sistema nervoso sob 
forma de excitação ou depressão. Após apresentar 
estes sinais, dificilmente o animal se recupera. 
Controle:Pode ser praticamente eliminada com 
roçadeira (rebrota pouco), antes que forme 
sementes, as quais são o meio de propagação. 
Morre na queimada, mas retorna por semente, que 
germina melhor após o fogo, e a plântula encontra 
condições mais favoráveis na pastagem rapada e 
rala (degradada). Controle com herbicida. 
Ximbuva, tamboril 
(Enterolobium 
contortisiliquum) 
Leguminosae 
 
Figura 2 h 
Saponina do tipo 
esteroidal 
Árvore de 8 a 18 m de altura, copa larga, 
perde as folhas na estação seca. Floresce 
de setembro a novembro, produz fruto de 
agosto a novembro. Semente espalhada 
pela fauna. Comum em matas e 
cerradões, solos arenosos ou argilosos, 
geralmente férteis. Encontrado em todo o 
Brasil, especialmente no Nordeste e 
Triângulo Mineiro. A parte tóxica 
importante desta planta são os seus frutos, 
que amadurecem e caem no período da 
seca e apresentam boa palatabilidade para 
os bovinos. 
DL (1.300 a 1.500 g de favas que leva um bovino 
à morte na intoxicação experimental). O quadro de 
intoxicação se manifesta poucas horas após a 
ingestão das favas e a sua evolução é aguda. Causa 
lesões no tubo digestivo. Os principais sinais 
apresentados pelo animal intoxicado se 
caracterizam por lassidão, diminuição ou até perda 
total do apetite. Em seguida provoca diarréia de 
coloração amarelada e fétida, acompanhada de 
outras perturbações digestivas. Ocorre retração 
acentuada dos globos oculares e, próximo à morte, 
o animal faz movimentos de pedalagem com os 
membros traseiros e dianteiros. Há citações de que 
as favas provocam aborto em vacas, mesmo em 
pequenas porções, embora, neste caso, não causem 
outros sinais de intoxicação. 
Controle: É facilmente eliminada com 
anelamento (descascar em volta do tronco). Uso 
de herbicidas. 
Gibata ou chibata 
(Arrabidaea bilabiata) 
Bignoniaceae 
 
Glicosídeo do tipo 
esteróide cardioativo 
Trepadeira, planta tóxica mais importante 
das regiões de várzea da bacia amazônica. 
Os bovinos ingerem a planta somente 
quando estão com fome; aparentemente, a 
planta não tem boa palatabilidade. 
DL (250 a 1.500 g de folhas verdes). Os sintomas 
iniciam-se, aproximadamente, de 6 a 24 horas 
após a ingestão da planta. Os animais, quando 
movimentados, caem ou deitam-se 
precipitadamente. Ficam logo em decúbito letal, 
fazendo movimentos de pedalagem; às vezes, 
cerram fortemente as pálpebras, berram e morrem. 
Controle: Pastagens em abundância e erradicação 
da espécie. 
Fonte: Freitas et al. (1991); Afonso & Pott (2002). 
 
3. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS 
 
Os métodos de controle de plantas daninhas usados são os mesmos empregados em 
outros sistemas de produção agrossilvopastoril, sendo muito variados. Atualmente, recomenda-se 
o “manejo integrado das plantas daninhas”, que consiste num sistema ambientalmente correto no 
campo, onde são usados todos os conhecimentos e ferramentas disponíveis para produção das 
culturas livre de danos econômicos da vegetação daninha competitiva. A redução da 
interferência das plantas daninhas, considerando uma forrageira, deve ser feita quando as perdas 
forem superiores ao incremento no custo devido ao controle, ou seja, quando não há redução da 
sua produtividade econômica. Um bom programa de manejo de plantas daninhas pode ser 
resumido em três situações básicas: máxima produção no menor espaço de tempo, máxima 
sustentatibilidade de produção e mínimo risco (Silva et al., 2000). 
Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. 
 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 156 
O nível de controle das plantas daninhas, obtido em uma pastagem, dependerá da espécie 
infestante, da capacidade competitiva da forrageira, do período crítico de competição, dos 
métodos empregados, das condições ambientais, etc. Muitas vezes faz-se necessária a associação 
de dois ou mais métodos para se atingir o nível desejado, constituindo-se, esse fato, no controle 
integrado. Os métodos de controle podem ser: preventivo, cultural, mecânico ou físico, biológico 
e químico. 
Atualmente, com o advento da chamada agricultura economicamente sustentável, tem 
sido preconizado o manejo integrado de plantas daninhas, com o objetivo de reduzir as perdas 
causadas por estas plantas, os custos de controle, a energia gasta com tratos culturais, além de 
outras operações e a erosão do solo causada por água e vento. Visa, ainda, assegurar a produção 
adequada de alimentos, mantendo a qualidade ambiental com a maximização de lucro para o 
agricultor. 
Dessa forma, segundo Victoria Filho (2000), o manejo de plantas daninhas pode ser 
definido como a combinação racional de medidas preventivas associadas a medidas de controle e 
de erradicação, se necessárias, em um determinado agroecossistema. 
O controle ideal é aquele que, economicamente, elimina os prejuízos causados pelas 
plantas daninhas, resguarda os seus aspectos benéficos e não causa danos à forrageira, aos 
animais e ao solo. Isso pode ser possível se o pecuarista proceder à absoluta racionalização do 
controle de plantas daninhas, por meio de métodos e equipamentos usados oportunamente. 
 
3.1. Controle Preventivo 
 
O controle preventivo de plantas daninhas consiste no uso de práticas que visam prevenir 
a introdução, o estabelecimento e, ou, a disseminação de determinadas espécies-problema em 
áreas ainda por elas não infestadas. Essas áreas podem ser um país, um estado, um município ou 
uma gleba de terra na propriedade. 
Regionalmente, o controle é de responsabilidade de cada agricultor ou cooperativas, 
visando prevenir a entrada e disseminação de uma ou mais plantas daninhas, que poderão se 
transformar em sérios problemas para a região, como a ciganinha (Memora peregrina). Em 
síntese, o elemento humano é a chave do controle preventivo. 
As medidas que podem evitar a introdução onde a espécie ainda não ocorre são: 
utilização de sementes de elevada pureza; limpeza cuidadosa de máquinas, grades; inspeção 
cuidadosamente de mudas adquiridas com torrão e também de toda a matéria orgânica (esterco e 
composto) proveniente de outras áreas; limpeza de canais de irrigação; e, principalmente, a 
quarentena de animais introduzidos em outras áreas; etc. 
 
 
 
3.2. Controle Cultural 
 
O controle cultural reúne todas as práticas disponíveis para o estabelecimento das 
forragens em condições adequadas ao seu desenvolvimento e à sua persistência com boa 
produtividade, qualidade, palatabilidade e longevidade. Proporciona, ainda, condições favoráveis 
para a forrageira em relação às demais espécies presentes na área (plantas daninhas) e possibilita 
a vantagem competitiva da forrageira em relação às plantas daninhas. 
A escolha de espécies forrageiras adequadas para cada área e objetivo de pastejo é um 
importante componente do sucesso da atividade. Quando da escolha dessa espécie, os seguintes 
procedimentos devem ser observados: diagnóstico da área - realizado por meio de análise 
química e física do solo, tipo de solo, clima (déficit hídrico e ocorrência de queimadas), 
topografia, pragas, banco de sementes de plantas daninhas, impedimentos físicos ou mecânicos, 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 157 
histórico da área e outros; análise da produtividade desejada; o nível tecnológico a ser adotado; 
objetivo da produção; e época de utilização da espécie. 
Outro componente importante do controle cultural é a formação adequada da pastagem, 
que deve começar antes da implantação, com uma limpeza adequada da área, eliminando-se 
rebrota do cerrado de porte alto, arbustos, capoeiras, tocos, pedaços de tronco e galhadas. 
A conservação do solo é outro ponto importante, devendo-se realizar a construção de 
terraços ou curvas de nível quando a área apresentar suscetibilidadeou risco de erosão ou até 
mesmo escorrimento superficial da água das chuvas, impedindo, assim, ou mesmo reduzindo os 
efeitos erosivos. A correção da acidez do solo e o fornecimento de cálcio e magnésio a este 
(quando necessária), bem como a aplicação de adubos fosfatados, devem ser realizados no 
momento correto. As quantidades desses produtos dependem da espécie forrageira e do nível de 
produtividade desejado. 
O preparo do solo deve ser feito de modo a proporcionar ótima germinação e 
estabelecimento da forrageira. A intensidade e os equipamentos a serem utilizados no preparo de 
solo dependem do tipo deste, da quantidade e das espécies de plantas daninhas e de forrageira a 
ser implantada; esta deve ser considerada como uma cultura que vai produzir por muitos anos. 
Portanto, o preparo do solo deve ser igual, ou melhor, ao daquele utilizado para plantio de soja, 
algodão, milho e outros, isto é, poucos torrões, solo nivelado e livre de plantas daninhas, com 
pouca palha. Em áreas que apresentarem alta quantidade de palhada, deve-se realizar o preparo 
do solo no mínimo 120 dias antes do plantio no período das águas, para que ocorra a 
decomposição desta sem interferir na germinação da forrageira. 
Em áreas que apresentarem alta infestação de plantas daninhas ou outras forrageiras, o 
preparo do solo deve ser escalonado, para favorecer a germinação e eliminação delas, retardando 
o plantio da forrageira. Deve-se, no entanto, evitar o preparo excessivo do solo, ou seja, a sua 
pulverização, principalmente nos solos mistos e arenosos. 
A correção adequada de nutrientes do solo é outro fator que melhora as condições de 
estabelecimento, produção e longevidade da forrageira. A correção de fósforo, potássio, enxofre 
e micronutrientes, quando necessária, deve ser realizada em quantidades recomendadas, levando 
em consideração o resultado da análise de solo, a exigência de cada espécie forrageira e o nível 
de produtividade desejado. Podem ser aplicados antes do plantio ou em cobertura, exceção feita 
aos fosfatos naturais reativos, que, quando recomendados, devem ser antes do plantio e 
incorporados. 
Outro componente do controle cultural muitas vezes desprezado é a quantidade e a 
qualidade das sementes das forrageiras, como: pureza, ou seja, livres de sementes de plantas 
daninhas e possuindo qualidade fisiológica (vigor e germinação). A quantidade de sementes a ser 
utilizada depende da espécie forrageira, da germinação e do vigor. As sementes devem 
possibilitar a formação de estande adequado e uniforme, proporcionando, assim, o 
estabelecimento mais rápido da forrageira na área, sendo este um fator importante na dinâmica 
competitiva da forrageira com as plantas daninhas. Comumente, tem vantagem competitiva a 
espécie que se estabelece primeiro na área. Em áreas com infestação elevada de plantas daninhas 
é recomendada a utilização de até 50% a mais da quantidade de semente. 
O plantio na época correta e de forma correta é fator preponderante no estabelecimento 
adequado da forrageira. Para a maioria das forrageiras, a época do plantio é muito ampla em 
quase todo o território nacional, começando com as primeiras chuvas em setembro até março. 
Entretanto, de modo geral, a melhor época é de novembro a janeiro, podendo variar em certas 
regiões. Deve-se considerar para isso a disponibilidade hídrica e temperatura para cada região, 
além das exigências térmicas, hídricas e de fotoperíodo da forrageira. 
O plantio pode ser realizado a lanço sobre o solo devidamente preparado com uma grade 
leve, parcial ou totalmente fechada, para incorporar as sementes de 0,5 a 4 cm de profundidade 
(dependendo do solo e da forrageira), exceto para estilosantes ou andropógon. Logo após a 
Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. 
 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 158 
última gradagem (niveladora), as sementes devem ser distribuídas na área e, posteriormente, 
deve-se passar o rolo compactador, com maior peso no solo arenoso, peso médio no misto e peso 
leve no argiloso, evitando, assim, a compactação da camada superficial deste, que impõe 
restrição à emergência das plântulas. Deve-se evitar a utilização do rolo em solo com excesso de 
umidade, para que o solo não fique aderido nele. O plantio com semeadeira deve seguir as 
mesmas exigências do plantio a lanço, com espaçamento entre linhas de 13 a 40 cm, dependendo 
do equipamento e da espécie forrageira, com profundidade de 0,5 a 4 cm, podendo-se realizar, na 
mesma operação, a adubação da pastagem ou consórcio com outras espécies. Se a semeadeira 
não possuir sistema de compactação, deve-se passar o rolo compactador após o plantio. 
Já o plantio direto exige as mesmas condições do plantio direto de grãos (soja, milho), 
isto é, boa cobertura do solo, distribuição uniforme da palhada, sem limitações químicas e 
físicas, sem erosão, compactação, trilheiros, cupins, tocos, plantas daninhas de difícil controle 
por herbicidas e outros. Esse sistema de plantio exige máquinas e equipamentos adequados. 
Após a dessecação, realiza-se o plantio de linhas espaçadas de 13 a 40 cm, colocando-se 10 a 
20% a mais de sementes do que o sistema tradicional, para garantir o estande adequado e 
uniforme. 
A manutenção da pastagem em condições ideais com o controle adequado de pragas 
também é componente do controle cultural de plantas daninhas, por melhorar as condições desta. 
As pragas mais importantes na formação de pastagens são: lagartas, cupins subterrâneos e 
formigas. Toda vez que o nível de infestação for significativo, ele deve ser controlado com 
defensivos específicos para cada tipo de praga. O não-controle dessas pragas pode comprometer 
a formação e a persistência da pastagem, favorecendo o surgimento e estabelecimento de plantas 
daninhas. 
A realização de adubações de cobertura nitrogenadas melhora as condições de 
desenvolvimento e estabelecimento da forrageira. Para gramíneas forrageiras de média a boa 
produtividade, o nitrogênio é muito importante, principalmente em solos de baixo teor de matéria 
orgânica. Estando todos os nutrientes corrigidos, o nitrogênio é o que proporciona o maior efeito 
no aumento de produtividade. Na formação de pastagem, recomenda-se a aplicação de nitrogênio 
de 30 a 40 dias após a emergência ou após o manejo de formação (primeiro pastejo), com o 
objetivo de auxiliar na boa formação da pastagem. A dose aplicada vai depender da análise de 
solo, espécie forrageira e produtividade desejada. A adubação nitrogenada possibilita maior 
rapidez e quantidade de área foliar, fechando o dossel mais rápido, implicando o sombreamento 
e abafamento das plantas daninhas. 
O manejo de formação da pastagem, também chamado de pastejo de uniformização, tem 
como objetivo contribuir para a boa formação da pastagem. A princípio, deve-se iniciar o pastejo 
de 60 a 100 dias após a emergência da pastagem, ou antes da emissão da inflorescência 
(sementeira), desde que o plantio seja realizado na época recomendada para cada região. Devem-
se utilizar, de preferência, animais jovens com alta lotação, por curto período de tempo (10 a 
30 dias). As vantagens desse manejo são: evitar o acamamento; diminuir a competição 
interespecífica, eliminando o excesso de plantas; eliminar a maior parte das gemas apicais, 
reduzindo assim a produção de semente e translocação de nutrientes para estas, estimulando a 
emissão de novos perfilhos e raízes; antecipar a utilização da forragem, aproveitando o maior 
valor nutritivo, com boa produção de carne/hectare; e proporcionar a mais rápida e perfeita 
cobertura de solo, proporcionando, dessa forma, maior sombreamento para plantas daninhas. 
O manejo da pastagem estabelecida é, possivelmente, o método de controle cultural de 
plantas daninhas mais importante, uma vez que vai garantir a longevidade e qualidade da 
pastagem, ou seja, maior aproveitamentodo investimento empregado até o momento. Este 
manejo pode facilitar o desenvolvimento da espécie forrageira ou das espécies de plantas 
daninhas; portanto, o beneficiamento da forrageira vai depender do manejo correto. A melhoria 
das condições para o desenvolvimento das plantas daninhas ocorre quando o manejo empregado 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 159 
reduz as reservas e a capacidade competitiva e de restabelecimento da forrageira. Isso ocorre 
quando há pastejo excessivo (superpastejo), excesso de lotação (carga animal excessiva), 
pisoteio demasiado e arranque de plantas. 
O manejo correto consiste na utilização de lotação adequada, épocas corretas de entrada e 
retirada dos animais (altura de pastejo), sendo o manejo específico para cada região, condições 
da propriedade (solo e clima), finalidade de pastejo, espécie forrageira, etc. A altura de pastejo 
depende da espécie forrageira, como exemplo: tanzânia e mombaça (40 a 50 cm); marandu e 
andropógon (30 cm); Brachiaria decumbens (20 cm); Humidícola e Dictioneura (15 cm); e tifton 
(15 cm). 
De modo geral, o pastejo pode ser classificado de três maneiras: contínuo - o animal fica 
sempre na mesma invernada ou pastagem; alternado - o animal explora duas invernadas 
alternadamente, com 28 a 36 dias de pastejo, e com o mesmo período de descanso; e rotacionado 
- o animal usa de 3 a 40 piquetes ou invernadas, com período de pastejo de 1 a 15 dias, com 
período de descanso de 24 a 39 dias, dependendo da espécie forrageira, nível de adubação ou 
fertilidade natural do solo, época do ano, categoria animal, sistema de produção e outros. O 
tamanho e o número de piquetes dependem, exclusivamente, do potencial produtivo da 
forrageira, da intensidade de pastejo e do número de animais. 
Uma das principais causas da degradação das pastagens é a redução da fertilidade do 
solo, em razão dos nutrientes perdidos no processo produtivo, que pode chegar a mais de 40% do 
total de nutrientes ingeridos pelo animal em pastejo, principalmente nitrogênio e fósforo. A 
pastagem degradada não oferece condições à forrageira de competir com as plantas daninhas, 
tornando a infestação da área uma questão de tempo. A adubação de manutenção é, portanto, um 
fator importante no controle integrado de plantas daninhas. 
A quantidade de adubação de manutenção, utilizada anualmente, está diretamente 
relacionada com a produtividade da pastagem. De maneira geral, recomenda-se devolver às 
pastagens 20% da receita bruta anual. A utilização da adubação de manutenção é extremamente 
econômica desde que seja escolhida a espécie de forrageira adequada às condições de clima e 
solo e que ela esteja bem formada e com manejo adequado. 
Outro método cultural de controle de plantas daninhas é a manutenção de animais 
oriundos de outras pastagens em área isolada por 24 a 48 horas, evitando assim a infestação da 
pastagem com sementes de plantas daninhas presentes no trato digestivo desses animais. Esta 
prática também é considerada um método preventivo, por evitar a entrada de plantas daninhas na 
pastagem. 
 
3.3. Controle Mecânico ou Físico 
 
São métodos mecânicos de controle de plantas daninhas o arranque manual, a capina 
manual, a roçada, a inundação, a queima, a cobertura morta e o cultivo mecanizado. 
A utilização do fogo é um método pouco eficiente, pois reduz a quantidade de matéria 
orgânica do solo, afeta a atividade microbiana deste, expondo-o à ação da erosão, e disponibiliza 
de forma desorganizada os nutrientes armazenados nos vegetais, ocorrendo perda de nutrientes e 
degradação da fertilidade do solo. Este método, além de controlar as plantas daninhas, também 
controla a espécie forrageira, e na maioria dos casos a forrageira é mais suscetível à ocorrência 
de queimadas do que as plantas daninhas. 
O arranque manual, ou monda, é o método mais antigo de controle de plantas daninhas. 
Ainda hoje é usado no controle em hortas caseiras, jardins e na remoção de plantas daninhas 
entre as plantas das culturas em linha, quando o principal método de controle é o uso de enxada. 
No controle de plantas daninhas em pastagens, é um método pouco eficiente e ineficaz. Serve 
para controlar plantas gramíneas, por possuir sistema radicular menos profundo e mais fácil de 
ser arrancado. Entretanto, para plantas daninhas perenes a manutenção de parte do sistema 
Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. 
 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 160 
radicular no solo possibilita a rebrota e o seu restabelecimento. Este método de controle exige 
muita mão-de-obra e possui baixo rendimento operacional, acarretando, assim, elevado custo de 
controle; no entanto, possui a vantagem se ser altamente seletivo quanto à planta controlada. 
Um dos métodos mais utilizados no controle de plantas daninhas em pastagens é a roçada 
manual com foice. Seu rendimento operacional é maior do que o arranque, porém possui baixa 
eficiência e eficácia. As plantas roçadas podem rebrotar logo após a realização desta prática, e 
algumas ainda perfilham, aumentando a infestação. É um método relativamente seletivo, ou seja, 
agride pouco a forrageira e pode ser empregado em locais de difícil acesso com máquinas 
(roçadeira); contudo, possui custo elevado, por demandar muita mão-de-obra. 
Outro método muito empregado entre os pecuaristas é a roçada mecanizada, que possui 
rendimento operacional elevado e necessita de pouca mão-de-obra. O custo é relativamente 
inferior ao da roçada manual, porém demanda equipamentos apropriados, como o trator e a 
roçadeira, os quais requerem manutenção adequada. Possui baixa eficiência e eficácia, devido à 
rebrota e ao restabelecimento das plantas daninhas. É um método não-seletivo, por também 
cortar a forrageira, danificando assim o sistema radicular e reduzindo o vigor da forrageira. Esta 
prática, bem com a roçada manual, deve ser repetida periodicamente, uma vez que a maioria das 
plantas se restabelece logo após o corte. 
Assim, as espécies de plantas daninhas perenes que possuem reservas no sistema 
radicular rebrotam ou, ainda, rebrotam e perfilham, induzindo o aparecimento de reboleiras, esta 
tem a tendência de aumentar a cada roçada. A parte aérea das plantas cortada ao entrar em 
contato com a superfície do solo vai desencadear os processos de decomposição e degradação. 
No entanto, como a maior parte desse material vegetal é constituída por tecidos de elevada 
relação C/N (na maioria gramíneas), os microrganismos do solo demandam nitrogênio, e este 
será imobilizado do solo, reduzindo, assim, a quantidade disponível deste nutriente no solo em 
um momento em que a forrageira dele necessita para seu restabelecimento. 
A roçada é uma prática que controla plantas daninhas sem reservas no sistema radicular e 
as demais espécies, quando for adotada juntamente com outros métodos de controle, como o 
cultural e químico. Deve-se salientar que, após a realização da roçada, os animais devem ser 
retirados da área, para garantir o restabelecimento da forrageira e o seu poder de competição com 
as plantas daninhas. 
 
3.4. Controle Químico 
 
No controle químico utilizam-se herbicidas que, em concentrações convenientes, têm a 
finalidade de inibir o desenvolvimento ou provocar a morte das plantas daninhas. As vantagens 
do uso do controle químico podem ser enumeradas: 
• Menor dependência da mão-de-obra, que possui custo elevado; em certas regiões é difícil 
de ser encontrada no momento certo e na quantidade necessária. 
• Maior rendimento na operação de controle de plantas daninhas. 
• Mesmo em épocas chuvosas, o controle é mais eficiente, proporcionando menor 
rebrota das plantas daninhas. 
• É eficiente no controle de plantas daninhas na pastagem sem afetar o sistema 
radicularda forrageira. 
• Permite o menor revolvimento do solo - plantio direto. 
• Pode controlar plantas daninhas perenes e de propagação vegetativa. 
O herbicida deve ser considerado uma ferramenta a mais e não como o único método de 
controle. São necessárias pessoas capacitadas para uso correto dos herbicidas, observando-se as 
normas técnicas, as instruções dos fabricantes e as leis governamentais que regulamentam o seu 
uso. 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 161 
Todo herbicida é uma molécula química que tem que ser manuseada com cuidado, 
havendo perigo de intoxicação do aplicador, principalmente. Pode ocorrer também poluição do 
ambiente - água (rios, lagos e água subterrânea), solo e alimentos - quando manuseados 
incorretamente. Há necessidade de mão-de-obra especializada para aplicação dos herbicidas, 
sendo essa a causa de cerca de 80% dos problemas encontrados na prática. O conhecimento da 
fisiologia das plantas, dos grupos aos quais pertencem os herbicidas e da tecnologia de aplicação 
é fundamental para o sucesso do controle químico das plantas daninhas. Os riscos de uso 
existem, mas devem ser conhecidos, perfeitamente controlados e evitados. 
A utilização de herbicida seletivo no controle de plantas daninhas em pastagens tem 
demonstrado várias vantagens. Por possuir seletividade, tanto fisiologicamente como quando 
aplicado de forma localizada, ele causa menor dano à forrageira. É eficiente no controle de 
plantas daninhas anuais e perenes e possui alto rendimento operacional, sendo o tempo de 
recuperação da área relativamente rápido, uma vez que reduz ou elimina a competição entre estas 
e a forrageira. Na maioria dos casos, a utilização de herbicidas no controle de plantas daninhas 
tem se mostrado uma prática economicamente viável, possuindo retorno rápido e certo, desde 
que inserida em um manejo adequado de controle de plantas daninhas e recuperação da 
pastagem. 
O emprego do controle químico deve ser feito juntamente com outras práticas de 
controle, sendo a de maior importância o controle cultural, uma vez que este possibilita as 
melhores condições de desenvolvimento e permanência da forrageira, cabendo ao controle 
químico apenas auxiliar quando necessário. O emprego do controle químico como único e 
generalizado implica a inviabilidade econômica da prática agrícola e sério desequilíbrio no 
sistema de produção. Portanto, o herbicida é uma ferramenta muito importante no manejo 
integrado de plantas daninhas, desde que utilizado no momento adequado e de forma correta. 
São necessários alguns fatores para o sucesso da utilização do controle químico no 
manejo integrado de plantas daninhas, como: conhecimento das condições de degradação da 
pastagem e decisões conjuntas para sua recuperação; identificação correta das plantas daninhas 
(espécie, biologia, estádio de desenvolvimento, atividade metabólica e densidade de infestação); 
conhecimento do tipo da forrageira; e distribuição de plantas daninhas (localizada ou não). 
A seguir será abordado o manejo de plantas daninhas em pastagens utilizando-se 
herbicidas. 
 
3.4.1. Uso de herbicidas na reforma e formação de pastagens 
 
Na reforma de pastagens ocorre a necessidade da destruição da vegetação da área, com 
posterior implantação da forrageira. A eliminação da vegetação pode ocorrer pelo emprego de 
práticas mecânicas ou por meio de controle químico com herbicidas, sendo estes de amplo 
espectro de ação e baixa persistência no ambiente (dessecantes). Os principais herbicidas 
utilizados com essa finalidade são glyphosate, sulfosate, paraquat, diquat, paraquat + diuron e 
2,4-D, sendo comum a mistura entre alguns destes. Os herbicidas a serem utilizados, bem como 
suas misturas, são dependentes das plantas daninhas presentes na área e de seu desenvolvimento 
no momento da aplicação (Quadro 2). 
Os demais sistemas de plantio devem ser realizados em solo com preparo adequado, não 
possuindo torrões e tocos, sendo para isso realizada a destoca e gradagens. A gradagem é um 
método mecânico de controle de plantas daninhas, porém não controla as espécies que possuem 
órgãos de reserva, sendo necessário o emprego conjunto do controle químico com herbicidas 
sistêmicos (Quadro 2). 
Quando a forrageira (monocotiledônea) estiver se estabelecendo na área e surgirem 
plantas daninhas dicotiledôneas, também em estádios iniciais de desenvolvimento, o emprego do 
controle químico se faz necessário. O objetivo deste controle é reduzir a competição das plantas 
Biologia e Controle de Plantas Daninhas WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. 
 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 162 
daninhas e possibilitar condições ideais ao rápido estabelecimento e desenvolvimento da 
forrageira. Nesse caso, o emprego de reguladores de crescimento, em pequenas doses, é prática 
viável, uma vez que estes produtos são seletivos às gramíneas (Quadro 2). 
 
3.4.2. Uso de herbicidas na recuperação de pastagens 
 
A recuperação de pastagens é caracterizada pelo retorno às condições de produção destas 
sem ocorrer destruição da forrageira ou mesmo o revolvimento do solo. É dependente da 
população adequada de plantas forrageiras na área e da viabilidade do seu sistema radicular, ou 
seja, presença de comprometimento da fertilidade do solo com manutenção da integridade da 
forrageira. A prática da recuperação é dependente, ainda, da espécie da forrageira, do nível de 
infestação de plantas daninhas, das espécies de plantas daninhas presentes na área e do nível 
tecnológico empregado pelo pecuarista. 
A recuperação da pastagem demanda menor custo e possibilita a obtenção mais rápida de 
pasto, quando comparada à formação ou mesmo à reforma, uma vez que implica disponibilizar 
condições adequadas ao restabelecimento e desenvolvimento da forrageira já implantada na área. 
Na prática da recuperação das pastagens, o primeiro passo é a eliminação da competição 
pelas plantas daninhas, o que pode ser realizado pelo emprego de herbicidas, como: 2,4-D, 2,4-D 
+ picloram, fluroxipir + picloram, triclopyr e tebuthiuron (Quadro 2). Eles possibilitam 
condições de rápida recuperação da pastagem e melhor aproveitamento do adubo e da calagem 
pela forrageira. Práticas culturais adequadas, como adubação e calagem, são componentes 
fundamentais no sucesso do manejo de plantas daninhas e na recuperação da forrageira. A 
ausência da complementação do controle químico com o controle cultural inviabiliza essa 
tecnologia, mesmo que os herbicidas sejam eficazes no controle das espécies infestantes. A 
ausência de condições adequadas ao desenvolvimento da forrageira proporciona o 
restabelecimento das plantas daninhas na área. Deve-se manter a pastagem sem pastoreio por um 
período de tempo após as práticas suficiente para recuperação desta, a fim de proporcionar 
condições adequadas de restabelecimento da forrageira. 
 
3.4.3. Uso de herbicidas na manutenção de pastagens 
 
O manejo adequado da pastagem é o principal fator responsável por sua longevidade e 
produtividade, por possibilitar condições adequadas ao desenvolvimento da forrageira, tornando 
esta competitiva e dificultando o estabelecimento de plantas daninhas. Dentre os vários 
componentes do manejo de pastagens, o controle de plantas daninhas é fundamental para a 
sustentabilidade do sistema de produção. Os herbicidas podem ser utilizados para eliminar as 
plantas daninhas, através de produtos seletivos às gramíneas, como o 2,4-D, 2,4-D + picloram, 
fluroxipir + picloram e triclopyr (Quadro 2). 
A eliminação de reboleiras de plantas daninhas perenes e arbustivas pode ser realizada 
com aplicação localizada nas folhagens, no meristema apical (ex.: na pindoba) ou mesmo no 
toco recém-cortado de arbustos e árvores, utilizando-se para isso o picloram, 2,4-D + picloram,fluroxipir + picloram e triclopyr (Quadro 2). Entretanto, os arbustos com muitos espinhos, que 
impõem dificuldades na pulverização ou mesmo no corte, podem ser eliminados pela utilização 
de produtos granulados espalhados no solo na projeção da copa, como o tebuthiuron (Quadro 2). 
Deve-se atentar para a manutenção da pastagem livre de pastoreio no momento e também 
por um período de tempo após a aplicação dos herbicidas, objetivando a recuperação da 
forrageira. Esta prática também reduz a contaminação do esterco dos animais com esses 
herbicidas, que possuem persistência neste e no solo, podendo causar sérios danos a culturas 
sensíveis adubadas com o esterco, como tomate, alface e outras hortaliças, ou cultivadas em área 
tratada por um período inferior à sua carência. 
WERLANG, R.C., SILVA, A.A., FERREIRA, L.R. Biologia e Controle de Plantas Daninhas 
Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 163 
Quadro 2 – Principais herbicidas recomendados na cultura das pastagens 
 
Nome técnico Nome 
comercial Observações 
2,4-D Diversos 
Aplicação (pós-emergência) em área total em forrageiras monocotiledôneas controlando seletivamente as 
espécies dicotiledôneas. Deve ser aplicado preferencialmente nos estádios iniciais de desenvolvimento das 
plantas daninhas, visando redução das doses e maior eficiência de controle. Controla plantas de folhas 
largas anuais e algumas perenes. Utilizar pontas de pulverização especiais para reduzir o efeito da deriva e 
proporcionar boa cobertura das plantas daninhas. Na dessecação para o sistema de plantio direto, em 
infestações mistas (de gramíneas e dicotiledôneas), usá-lo em mistura no tanque do pulverizador, com 
glyphosate, glyphosate potássico ou sulfosate. Não aplicar em plantas daninhas perenes adultas, devendo ser 
aplicada a mistura de 2,4-D com picloram, devido ao rápido metabolismo do 2,4-D nessas plantas, não 
ocasionando a morte delas em aplicação isolada. No controle em área total procede-se, previamente, ao 
pastoreio da área, com a finalidade de rebaixar a pastagem e expor as plantas daninhas ao herbicida que será 
aplicado. Deve-se atentar para o efeito da deriva para culturas altamente sensíveis próximo à área de 
pulverização, como: algodão, tomate, batata, feijão, soja, café, entre outras. Plantas daninhas controladas: 
amendoim-bravo (Euphorbia spp), beldroega (Portulaca oleracea), caruru (Amaranthus sp.), carrapicho-de-
carneiro (Acanthospermum hispidum), cordão-de-frade (Leonotis spp.), corriola (lpomoea spp), dente-de-
leão (Taraxacum officinale), erva-moura (maria preta) (Solanum nigrum), flor-roxa (Echium plantagineum), 
guanxuma (Sida spp.), joá (Solanum spp.), jurubeba (Solanum paniculatum), mamona (Ricinus communis), 
mastruço (mentruz) (Coronopus didymus), melão-de-são-caetano (Momordica charantia), mentrasto 
(Ageratum conyzoides), Mostarda (Brassica campestre), Nabiça (Raphanus raphanistrum), Nabo-bravo 
(Brassica rapa), picão-branco (Galinsoga parviflora), picão-preto (Bidens pilosa), poaia (Richardia spp.), 
serralha (Sonchus oleraceus), trapoeraba (Commelina spp.) e aguapé (Eichornia crassipes) 
Diuron + 
paraquat Gramocil 
Utilizado na renovação das pastagens, em área total, para matar as plantas daninhas anuais 
(monocotiledôneas e dicotiledôneas), porém não elimina as plantas perenes. Também é utilizado na 
dessecação para o plantio direto em pós-emergência das plantas daninhas, estando estas em estádio inicial 
de desenvolvimento. Controla várias espécies de gramíneas e dicotiledôneas anuais, que não se reproduzem 
por partes vegetativas. Por ser herbicida não-seletivo, de ação por contato, não pode ser aplicado sobre a 
forrageira. Recomenda-se aplicá-lo com ponta de pulverização que produza boa cobertura foliar. 
2,4-D + 
picloram Mannejo 
Utilizar surfatantes 0,3% v.v. Aplicação em pós-emergência em área total ou localizada. É utilizado na 
reforma e recuperação da pastagem no controle de plantas daninhas dicotiledôneas herbáceas e semi-
arbustivas; a aplicação deve ser realizada cerca de 40 dias após a emergência das plantas daninhas, em 
pleno vigor vegetativo. Caso contrário, deve-se roçar as plantas daninhas e esperar a rebrota vigorosa e bem 
enfolhada (30 a 40 cm para plantas herbáceas e 1 m para semilenhosas) para posterior aplicação. Utilizar 
doses maiores em plantas daninhas adultas que tenham sofrido várias roçadas anteriormente ou quando já 
tenham terminado seu desenvolvimento vegetativo (final do período chuvoso). Em aplicações em área total 
deve-se evitar o plantio de culturas suscetíveis na área por 2 a 3 anos. Utilizar pontas de pulverização 
especiais para reduzir o efeito da deriva e proporcionar boa cobertura das plantas daninhas. Deve-se atentar 
para o efeito da deriva para culturas altamente sensíveis próximo à área de pulverização, como: algodão, 
tomate, batata, feijão, soja, café, entre outras. No controle em área total procede-se, previamente, ao 
pastoreio da área, com a finalidade de rebaixar a pastagem e expor as plantas daninhas ao herbicida que será 
aplicado. Em aplicações em área total deve-se evitar o plantio de culturas suscetíveis na área por 2 a 3 anos. 
Plantas daninhas controladas: assa-peixe branco (Vernonia polyanthes), cheirosa (Hyptis suaveolens), 
malva-branca (Sida cordifolia), guanxuma (Sida rhombifolia), fedegoso (Senna obtusifolia), canela-de-
perdiz (Croton glandulosus) e mata-pasto (Eupatorium maximilianii) e outras. 
2,4-D + 
picloram Tordon 2,4-D 
Utilizar surfatantes (0,20 a 0,25% v.v Aterbane ou 0,2 a 0,3% de óleo mineral). É utilizado no controle de 
plantas herbáceas tolerantes ao 2,4-D e para controlar arbustos e árvores. No primeiro caso, pulveriza-se por 
via terrestre ou aérea toda a área ou as reboleiras mais infestadas. No segundo caso, na erradicação de 
arbustos ou árvores isoladas utiliza-se o método da pulverização da copa ou, preferencialmente, o de 
aplicação no toco recém-roçado. No controle em área total procede-se, previamente, ao pastoreio da área, 
com a finalidade de rebaixar a pastagem e expor as plantas daninhas ao herbicida que será aplicado. Deve 
ser realizado durante a estação das chuvas, quando as plantas se encontram em pleno vigor vegetativo. 
Deve-se atentar para o efeito da deriva, principalmente em pulverizações aéreas que devem ser realizadas 
no mínimo a 2.000 metros de distância de culturas sensíveis, como: algodão, tomate, batata, feijão, soja, 
café, entre outras. Utilizar doses maiores em plantas daninhas adultas que tenham sofrido várias roçadas 
anteriormente ou quando já tenham terminado seu desenvolvimento vegetativo (final do período chuvoso). 
Em aplicações em área total deve-se evitar o plantio de culturas suscetíveis na área por 2 a 3 anos. Utilizar 
pontas de pulverização especiais para reduzir o efeito da deriva e proporcionar boa cobertura das plantas 
daninhas. Plantas daninhas controladas (*aplicação no toco recém-roçado): amendoim-bravo (Euphorbia 
paniculata), arranha-gato* (Acacia sp. e Sharnkya sp.), aguapé (Eichordia crassipes), assa-peixes 
(Vernonia spp.), buva (Erigeron bonariensis), cajussara (Solanum spp.), cambarazinho (Eupatorium 
laevigatum), capixingui (Croton floribundus), caraguatá (Erygium spp), carqueja (Bacharis trimera), erva-
de-bicho (Polygonum punctatum), erva-lanceta (Solidago microglossa), espinilho (Fagara praecox), 
fumeiro (Solanum sp), guanxumas (Sida spp.), joá (Solanum sisymbrifolium), jurubeba (Solanum 
paniculatum), leiteiro* (Peschiera fuchsiaefolia), maria-mole (Senecio brasiliensis), mio-mio (Baccharis 
coridifolia), picão-preto (Bidens pilosa), samambaia (Pteridium aquilinum), timbó* (Serfania sp), tojo 
(Ulex europaeus) e trançagem (Plantago major). 
 
Continua... 
 
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Manejo de Plantas Daninhas em Pastagens 164 
Quadro 2, cont. 
 
Nome técnico Nome 
comercial

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