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A eficácia dos exercícios de estabilização segmentar vertebral no tratamento das lombalgias

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A EFICÁCIA DOS EXERCÍCIOS DE 
ESTABILIZAÇÃO SEGMENTAR VERTEBRAL 
NO TRATAMENTO DAS LOMBALGIAS 
THE EFFECTIVENESS OF YEARS OF STABILIZATION IN THE TREATMENT OF SPINAL 
SEGMENTAL BACK PAIN 
Carina Guimarães Muniz (1,2) 
Daniel Rodrigues (1,3) 
1 – Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu em Exercício Físico Aplicado à 
Reabilitação Cardíaca e à Grupos Especiais da Universidade Gama Filho – UGF. 
2- Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Reabilitação da ASCE- 
FRASCE. 
3- Mestre em atividade Fisica, prevenção e promoção em saúde – Universidade 
São Judas Tadeu – SP; 
carina.guimaraes.fisio@gmail.com 
 
Resumo 
Introdução: a lombalgia é considerada uma das causas de incapacidade temporária 
ou definitiva do trabalho. Um dos principais fatores para a dor lombar é a 
instabilidade segmentar, e para manter a estabilidade é necessário a integração de 
três subsistemas: coluna vertebral (passivo), músculos da coluna vertebral (ativo) 
e controle neural. Um programa de exercício de estabilização segmentar vertebral 
que promove contração da musculatura profunda (músculo Multífido lombar e 
Transverso do Abdome) vem sido sugerido por alguns autores como tratamento 
dessas dores inespecíficas. Objetivo: revisar a literatura verificando a eficácia do 
exercício de estabilização segmentar vertebral em indivíduos portadores de dor 
lombar. Revisão de literatura: foram encontrados 25 artigos que abrangem a 
temática lombalgia e estabilização segmentar da coluna lombar. Estes estabelecem 
o importante papel do Transverso e Multífido na estabilização da coluna lombar e 
propõem que os exercícios de contração isométrica, sincronizados (exercícios de 
estabilização segmentar) atuam diretamente no alívio da dor e comparados com 
tratamentos tradicionais apresentam menores índices de recidivas. Conclusão: o 
estudo esclareceu e reforçou a efetividade dos exercícios de estabilização nas 
lombalgias. Contudo, ainda é necessário realizar pesquisas mais detalhadas com 
maiores representações das amostras e outras metodologias de coletas de dados, 
para haver maior comprovação sobre o estudo. 
Palavras –chave: estabilização segmentar lombar, exercícios, músculos 
Multífidos, Transverso do Abdome e lombalgia. 
Abstract 
Introduction: Low back pain is one of the causes of disability temporary or 
permanent work. One of the main factors for low back pain is segmental instability, 
and to maintain stability is required the integration of three subsystems: the spine 
(passive), muscles of the spine (active) and neural control. An exercise program 
for spinal segmental stabilization that promotes deep muscle contraction (muscle 
lumbar multifidus and transversus abdominis) has been suggested by some authors 
as treatment of these unspecific pain. Objective: To review the literature on the 
effectiveness of exercise for spinal segmental stabilization in individuals with low 
back pain. Literature review: found 25 articles covering the topic back pain and 
segmental stabilization of the lumbar spine. These establish the important role of 
Transverse and multifidus in stabilizing the lumbar spine and propose that 
isometric exercises, synchronized (segmental stabilization exercises) work directly 
on pain relief compared with traditional treatments and have lower relapse rates. 
Conclusion: This study clarified and strengthened the effectiveness of stabilization 
exercises on low back pain. However, it is still necessary to conduct further 
research with larger samples and other representations of the methodologies of 
data collection, to be no greater proof of the study. 
Keywords: lumbar segmental stabilization, exercises, lumbar Multifidus, 
Transversus Abdominis and LBP. 
Introdução 
A lombalgia é uma sintomatologia que acomete ambos os sexos e apresenta uma 
incidência alta na população economicamente ativa, gerando incapacidade 
temporária ou definitiva para execução das atividades profissionais (BARROS et 
al., 2011). Cerca de 70 a 85% de toda população mundial terá dor lombar em 
alguma época da vida (ALMEIDA et al., 2008). Citam-se como causas processos 
degenerativos, inflamatórios, alterações congênitas e mecanico-posturais 
(FRANÇA et al., 2008). A coluna lombar desempenha um papel importante na 
acomodação de cargas resultantes do peso corporal, da ação muscular e das forças 
externas aplicadas. Esta deve ser forte e rígida, diante de cargas; e flexível, 
permitindo o movimento. A capacidade de envolver as duas funções é adquirida 
através de mecanismos que garantem a manutenção do alinhamento corporal. 
Quando estes mecanismos estão desequilibrados, é produzida a instabilidade 
lombar, que terá como principal conseqüência a dor (ALMEIDA et al., 2006). 
Panjabi (1992) cita a “zona neutra” (região de movimento intervertebral em torno 
da postura neutra, onde a resistência é pouco oferecida pela coluna vertebral 
passiva) como indicativo clinicamente importante da função da estabilidade 
espinhal, podendo aumentar com a lesão na medula ou fraqueza dos músculos, 
resultando em instabilidade da coluna ou uma alteração da lombar; e diminuir por 
formação de osteófitos, cirurgias e fortalecimento muscular. 
A estabilização pode ser dividida em três subsistemas: coluna vertebral (passivo) 
que fornece maior parte da estabilidade pela limitação passiva no movimento final; 
músculos da coluna vertebral (ativo) que fornece suporte e rigidez no nível 
intervertebral para sustentar forças exercidas diariamente; e controle neural que 
coordena as atividades dos músculos em resposta a forças esperadas ou não. Esse 
sistema calcula a estabilidade necessária gerando um padrão muscular adequado, 
para cada instancia (PANJABI, 2003). Bergmark (1989) classificou os músculos 
que controlam o tronco em dois grupos: (1) musculos diretamente ligados às 
vértebras lombares, fornecendo uma estabilidade segmentar a coluna, que incluem 
os Multífidos Lombares, Transverso Abdominal e Oblíquos Internos; (2) musculos 
grandes produtores de torque muscular, fornecendo estabilidade geral da coluna. 
São eles Eretor da espinha (Longuíssimo e Iliocostal), Reto Abdominal e Oblíquo 
Externo. 
Alguns autores tem associado os músculos Transverso do Abdome e Multífido 
Lombar com a lombalgia (CORNWALLA et al., 2006; KJAER et al., 2007; 
DICKX et al., 2010; LEE et al., 2011; BENECK e KULIG, 2012; KIESEL et al., 
2012). Outros vêem sugerindo um programa de estabilização segmentar como um 
tratamento das lombalgias crônica e recorrentes (RASMUSSEN-BAR et al., 2003; 
GOLDBY et al., 2006; STEVENS et al., 2007; FERREIRA et al., 2007; HIDES et 
al., 2008; PEREIRA et al., 2010; FRANÇA et al., 2010; HIDES et al., 2011; 
FRANÇA et al., 2012). 
O exercício de estabilização segmentar, criado por Richardson e Jull, são 
realizados pela isometria de baixa intensidade dos músculos Multífidos Lombares 
e Transverso do Abdome, que ligam-se de vértebra à vértebra e são responsáveis 
pelo suporte dos segmentos lombares durante os movimentos funcionais. Esses 
exercícios isométricos são benéficos por atuarem na reeducação dos músculos 
profundos. Em estágio mais avançado de treino a isometria pode ser combinada 
com exercícios dinâmicos para outras partes do corpo (RICHARDSON e JULL, 
1995 citado por FRANÇA et al., 2007). Os exercícios podem ser ordenados 
didaticamente em três estágios: (1) cognitivo: exercícios de co-contração dos 
músculos locais, separadamente dos músculos globais com a pelve em posição 
neutra (sem anteversão ou retroversão) (REINEHR et al., 2008; MCGILL e 
KARPOXIEZ, 2009 em SANTOS et al., 2010). A co-contração muscular é 
ativação de dois ou mais músculos em torno da articulação (GRANATA e 
ORISCHISMO, 2001; GRANATA e WILSON, 2001; HOGAN, 1984 em 
FONSECA et al., 2004), esta ocorre em diversas situações que requerem uma 
elevada estabilidade articular,como por exemplo, aprendizagem de uma tarefa 
motora novaou quando necessita estabilizar uma articulação para evitar 
perturbações mecânicas externas (SMITH, 1981 em NIELSEN e 
KAGAMIHARA, 1992). (2) Nesta fase é priorizado o aprendizado motor, são 
aplicados exercícios de correção dos desequilíbrios das forças e de treino de 
resistência muscular; (3) fase de automatização com objetivo de realizar os 
exercícios de maneira subjetiva dentro das atividades de vida diária mantendo a 
estabilização durante toda demanda (REINEHR et al., 2008; MCGILL e 
KARPOXIEZ, 2009; O´SULLIVAN, 2000 em SANTOS et al., 2010). 
O presente estudo tem por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre a 
eficácia dos exercícios de estabilização segmentar vertebral (fortalecimento do 
Múltifido Lombar e Transverso do Abdome) em indivíduos com dor lombar. 
Metodologia 
Foi utilizado o modelo de pesquisa na base de dados de PubMed, LILACS e 
SciELO, sem limites de data até agosto de 2012. Para tanto, foram utilizados os 
termos músculo transverso do abdome, multífidos lombares, estabilização da 
coluna lombar, nos idiomas inglês e português. Foram localizados 44 artigos. 
Desses, 25 atenderam os critérios para compor o presente estudo abordando 
estabilidade da coluna, papel dos músculos em sua estabilização, músculos 
profundo associados à lombalgias e exercícios de estabilização segmentar 
vertebral na dor lombar e comparando-os com outros tratamentos. 
Transverso do abdome e multífido lombar nas lombalgias 
Quadros de lombalgias foram correlacionados com os Músculo Transverso do 
Abdome e Multífido lombar por alguns autores, para tanto estes realizaram 
pesquisas: induzindo a dor através da injeção de solução salina hipertonia (5%) 
(CORNWALLA et al., 2006; KIESEL et al., 2012); analisando infiltração de 
gordura no Músculo Multifidos (KAJAER et al., 2007), densidade do paravertebral 
lombar (KALICHMAN et al., 2010), área de secção transversa dos Múltifidos, 
Eretores Espinhais e Psoas (LEE et al., 2011) e volume do Músculo Multífido 
Lombar (BENECK e KULIG, 2012) 
Cornwalla et al. (2006) injetou solução salina hipertônica (5%) no nível do 
processo espinhoso de L5 em indivíduos que não apresentavam quadro de dor, na 
tentativa de estimular dor induzida experimentalmente. Constataram que todos os 
pacientes relataram dor lombar após a estimulação do ramo medial dorsal, 
afirmando que os Multífidos lombares podem ser fonte de lombalgia. 
Um estudo semelhante foi feito por Kiesel et al. (2012), aonde elegeram indivíduos 
sem dor lombar e também injetaram solução salina hipertônica de 0,5ml no 
processo de L4, porém associaram o quadro álgico com as alterações de tarefas 
funcionais. Os sujeitos realizaram testes: extensão de tronco, flexão e extensão de 
ombro, deslocamento de peso para trás e para frente; e através da eletromiografia 
foi verificado o comportamento do Multífido. Obtiveram como resultado que a dor 
altera a ativação do Multífido Lombar durante deslocamento de peso (as 
amplitudes EMG foram aumentadas) e extensão de ombro (as amplitudes EMG 
foram diminuídas), sugerindo que o músculo Múltifido Lombar não responde à 
dor induzida da mesma forma durante diferentes fases de tarefas funcionalmente 
orientadas. 
Kjaer et al. (2007) através do exame de ressonância magnética verificaram a 
infiltração de gordura dos voluntários com lombalgia, observaram que a havia 
infiltração de gordura no Multífido Lombar, sugerindo que essa está fortemente 
associada a quadro de dor em adultos. A infiltração de gordura parece ser uma fase 
tardia da degeneração muscular. 
Beneck et al. (2012), analisaram indivíduos com dor lombar baixa unilateral, e 
verificou que a atrofia do músculo Múltifido Lombar encontra-se bilateral. Foi 
comparado o volume desse músculo específico em pessoas com e sem dor lombar 
crônica unilateral localizada entre a crista ilíaca e espinha ilíaca postero-superior 
com ou sem irradiação para região posterior do quadril, através da Ressonância 
Magnética de imagem. 
Entretanto Kalichman et al. (2010) verificaram que a densidade do músculo 
paraespinhal diminui com a idade, e aumenta com IMC, está associada com alguns 
níveis de osteoartrite da faceta articular , espondilólise e estreitamento do disco no 
mesmo nível, mas não associada à ocorrência de dor lombar baixa. 
Ainda, Lee et al. (2011) associaram a cronicidade da dor lombar com alterações na 
área de secção transversa dos músculos paravertebrais (Multífidos e Eretores 
Espinhais) e Psoas. Através da ressonância magnética observaram que o corte 
transversal do músculo Eretor Espinhal e a proporção dele para os músculos 
lombares a nível de L5 pode ser considerado fatores de cronicidade da dor lombar. 
Portanto o músculo Multífido Lombar está fortemente associado com quadros de 
lombalgias, porém não é o único fator. 
Exercícios de estabilização segmentar 
Richardson e Jull (1995, 1999) descreveram exercícios específicos de estabilização 
com contração isométrica da musculatura abdominal profunda (músculo 
Transverso do abdome e Múltifidos lombares). O’SULLIVAN et al. (1997) 
observaram que exercícios para Múltifido Lombar eram eficazes para diminuição 
da dor e incapacidade em pacientes com lombalgia crônica que tinham diagnóstico 
de espondilólise ou espondilolistese. Desde então, diversos autores vêm realizando 
pesquisas comprovando a eficácia destes exercícios aplicando em indivíduos com 
lombalgias e comparando-os com outras terapias de tratamento. 
Efetividade dos Exercícios de controle motor nas lombalgias 
Richardson et al. (2002), em seu estudo, verificaram que a frouxidão da articulação 
sacroiliaca pode ser reduzida através de exercícios de estabilização dos músculos 
Transverso e Multífidos lombares, em indivíduos que apresentam essa frouxidão. 
Avaliando os benefícios derivados de um programa de estabilização lombar, 
Stevens et al. (2007) realizaram uma pesquisa utilizando como procedimento a 
EMG dos músculos locais (Transverso do abdome e Multifidos Lombares) e 
globais (Oblíquos Externos, Reto Abdominal e Ílio costais lombares) durante os 
exercicios. Os resultados indicaram uma maior atividade do músculo Transverso, 
porém sem atividade dos Multífidos Lombares e mínima atividade da musculatura 
global durante os exercícios estabelecidos. 
Jovens jogadores de Cricketers de Elite que apresentavam e não apresentavam dor 
lombar participaram de um estudo, onde foram avaliados (através de um ultra-som 
de imagem) a área de secção transversa do músculo Múltifido Lombar. Os 
jogadores que apresentaram dor lombar foram colocados em um grupo de 
Estabilização vertebral (programa que envolve contração voluntária dos músculos 
Multífidos, Transverso do Abdome e assoalho pélvico). Como conclusão 
obtiveram que a atrofia o músculo Múltifido pode existir em atletas com lombalgia 
e o trabalho específico de estabilização aumenta o corte transversal dos 
Multífidos e a simetria entre os lados direito e esquerdo, e concomitantemente 
diminui a dor (HIDES et al., 2008). 
Pereira et al. (2010) estabeleceram que o programa de contração independente dos 
músculos profundos do tronco é efetivo na redução da dor e na incapacidade 
funcional na dor lombar mecânico-postural. Foi realizado uma pesquisa com 12 
mulheres jovens que apresentavam dor lombar crônica inespecífica. Avaliaram a 
dor (através da escala de dor Mcgill-BrMPQ- versão brasileira) e a capacidade 
funcional (através do Questionário de Roland-Morris) pré e pós um tratamento de 
6 semanas de estabilização segmentar vertebral (contração isométrica de 
Transverso do Abdome e Múltifidos e assoalho pélvico). Portanto um programa 
de estabilização segmentar vertebral é eficaz na redução das lombalgias. 
Exercícios de estabilização X outras terapias 
Segundo Rasmussen-Barr et al. (2003) e Goldby et al. (2006) os efeitos dos 
exercícios de estabilização vertebral são mais eficazes a curto e longo prazocomparado com tratamento de Terapia Manual em indivíduos com dor lombar sub-
aguda ou crônica. Foi avaliado por Rasmussen-Barr et al. (2003): a dor (pela EVA- 
escala visual analógica), a incapacidade funcional (pelo questionário de Oswestry 
Low Back Pain) e Índice de Avaliação de Deficiência (DRI) (RASMUSSEN-
BARR et al., 2003); e por Goldby et al. (2006): a dor (escala numérica NRS), 
qualidade de vida (Nottingham Health Profile) e deficiência (Disability Oswestry 
Index) (GOLDBY et al., 2006). Ferreira et al. (2007) também realizaram um 
estudo comparando o melhor tratamento para lombalgia e verificaram que a curto 
prazo os exercícios de controle motor e a terapia manipulativa melhoram mais que 
os exercícios gerais, porém a longo prazo todos fazem efeito. A pesquisa foi feita 
com grupos de: exercício físico geral (alongamentos e fortalecimentos para os 
principais grupos do corpo e exercícios aeróbios), exercício de estabilização 
segmentar vertebral (Transverso do Abdome e Multífidos Lombares incluindo 
diafragma e os músculos do assoalho pélvico) e terapia espinhal manipulativa 
(Meitland). 
Ainda elegendo melhor forma de tratamento, França et al. (2010) constataram que 
um programa de estabilização segmentar vertebral (exercícios voltados para 
Transverso do Abdome e Multífido Lombar) e um trabalho de fortalecimento 
global (reto Abadominal, Obliquo Interno, Obliquo Externo, e Ereto espinhal) são 
eficazes para redução da dor e incapacidade da lombalgia crônica, porém o grupo 
de que realizaram o protocolo de estabilização segmentar obtiveram melhores 
ganhos (dor, incapacidade funcional e contração do músculo Transverso). 
Igualmente Hides et al. (2011) confrontaram o programa de exercícios específicos 
de controle motor (contração isométrica dos Multífidos e Transverso do abdome) 
e de força geral (“sit-ups”, “diagonal sit-ups”, “leg lifts: single and double” e 
“alternating arm and leg lifts”; exercícios para Quadrado Lombar, abdutores e 
adutores de quadril, músculos da cintura escapular, Bíceps, Tríceps, Isquiostibiais, 
Gastrocnêmio, Sóleo e Peitoral Maior e Menor). Verificaram que ambos são bem 
sucedidos em restaurar o corte transversal do músculo Multífidos, porém o 
programa de força geral resulta em maiores diminuições no volume e altura do 
disco vertebral anterior, sugerindo que o programa de controle motor é preferível 
pois não gera compressão na coluna vertebral. Utilizaram como avaliação o exame 
de imagem Ressonância Magnética. 
Ainda, França et al. (2012) submeteram pacientes com lombalgias crônica a dois 
tratamentos: estabilização segmentar vertebral (exercícios focados no Transverso 
do Abdome e músculos Múltifidos) e alongamento (alongamentos do Eretores da 
Espinha, Ísquiostibiais, Tríceps Sural e dos tecidos conjuntivos posteriores à 
coluna). Avaliaram a dor (escala visual analógica- EVA; questionário de McGill), 
a deficiência funcional (Questinário Oswestry de incapacidade) e capacidade de 
ativação do Transverso do Abdome ( avaliado por meio de uma unidade de 
biofeedback de pressão- UNP; Chattanooga Group-Austrália). Os dois grupos 
foram eficazes para melhora da dor e incapacidade, porém o grupo de estabilização 
segmentar teve ganhos maiores para todas as variáveis e apenas este obteve melhor 
ativação muscular do transverso. Deste modo, comparando com outras terapias o 
programa de estabilização vertebral lombar apresenta melhores resultados a curto 
e longo prazo. 
Conclusão 
A revisão permitiu constatar a eficácia dos exercícios de estabilização segmentar 
vertebral nas lombalgias a curto e longo prazo, necessitando de menos recorrência 
de tratamentos. Embora, tenham sido encontrados artigos bem relevantes sobre o 
assunto, ainda há necessidade de realizar novas pesquisas mais detalhadas com 
maiores representações das amostras e outras metodologias de coleta de dados para 
maior entendimento sobre o estudo. 
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