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TRATAMENTO HIDROTERAPÊUTICO EM PACIENTE COM HÉRNIA DE DISCO LOMBAR

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TRATAMENTO HIDROTERAPÊUTICO EM PACIENTE COM HÉRNIA DE DISCO LOMBAR
Resumo:
Este estudo teve como propósito avaliar a resposta da hérnia de disco lombar num paciente de 45 anos de idade. A hérnia de disco é geralmente precedida por uma ou mais incidências de dores lombares. Rupturas irradiando-se patoanatomicamente são conhecidas por ocorrer na parte posterior do anel, indo em direção a áreas nas quais as terminações nervosas descobertas estão localizadas. Analisando o problema em questão, serão estabelecidos métodos eficazes no tratamento a partir de técnicas fisioterapêuticas como caminhada para aquecimento, exercícios de alongamentos, exercícios de fortalecimento, correções posturais e relaxamento na água. Através da avaliação feita no paciente, pode-se apontar diversos problemas e dificuldades em realizar AVD’s. Todo o tratamento foi aplicado na hidroterapia onde a partir de embasamento teórico cientifico realizado no paciente, foi possível estabelecer o alivio da dor, diminuição do estresse e da tensão da musculatura paravertebral. Uma melhora também pode ser obervada da ADM, houve ganho de flexibilidade, ganho de força muscular e correção postural. Orientações quanto a exercícios realizados na residência do paciente foram dados a fim de contribuir para resultados mais rápidos e eficazes. O tratamento ao paciente foi oferecido pela acadêmica do 7º período do curso de fisioterapia, que se deu início em 04 de março de 2009 no CIABS (Clínica Integrada de Atenção básica a Saúde) que fica localizado no Bairro Rio Caveiras Biguaçu-SC e o atendimento foi efetuado na Natação Pingüim – localizado no Bairro Centro Biguaçu-SC. Foram realizados até o presente momento vinte e dois atendimentos, realizados duas vezes por semana com duração de 50min cada sessão. Tal estudo de caso tem o intuito de comprovar a eficácia do atendimento fisioterapêutico em pacientes com hérnia de disco.
Introdução:
Do ponto de vista biomecânico, a coluna é uma das regiões mais complexas do corpo humano. É composta por vários ossos, articulações, ligamentos e músculos, todos eles envolvidos no movimento espinhal [10]. Pode ser definida como sendo o verdadeiro eixo do corpo humano, cabendo a mesma uma responsabilidade imensa, pois exerce papel de suporte ao tronco e a cabeça dotada de flexibilidade que permite movimentos do tronco nos três planos projetando a medula espinhal e é estabilizada intrinsecamente pelos ligamentos e discos intervertebrais e extrinsecamente pelos músculos [2]. A proximidade e a relação da medula espinhal, das raízes nervosas e dos nervos periféricos com a coluna vertebral aumentam a complexidade dessa região. A lesão na coluna cervical tem implicações com possível risco de vida; além disso, a dor na coluna lombar é uma das indisposições mais comuns conhecidas pelo homem [10].
A coluna vertebral consiste de 33 vértebras que se estendem desde os côndilos occipitais do pescoço até a base do cóccix. A coluna pode ser dividida em cinco regiões: coluna cervical (sete vértebras); coluna dorsal (torácica) (doze vértebras); coluna lombar (cinco vértebras); sacro (cinco vértebras fundidas); e cóccix (quatro vértebras fundidas de modo variável) [15]. O formato das vértebras é irregular, porém, determinadas características são comuns a todas elas. Cada uma consiste de um arco neural, através do qual passa a medula espinal, e de vários processos proeminentes, que servem de inserção para os músculos e os ligamentos [10].
Entre cada uma das vértebras cervicais, torácicas e lombares encontram-se os discos intervertebrais fibrocartilaginosos, que atuam como importantes absorvedores de impacto na coluna [10]. Esse disco é rico em água que diminui com o tempo, fazendo-o perder elasticidade e espessura. Esse desgaste pode fazer parte do disco se projetar para o interior do canal vertebral, resultando em uma compressão mecânica da raiz dos nervos que saem da medula espinhal [18], que normalmente é o mais lesado ocasionando com freqüência as hérnias de disco, principalmente provocadas por esforços repetitivos ou posturas funcionais errôneas ou viciosas, ou até mesmo pela degradação do disco [2]. É a hérnia, que pode se formar em qualquer segmento da coluna, porém é mais comum na região lombar [18].
Os discos intervertebrais são formados por um núcleo pulposo semifluido que se encontra envolvido por um anel fibroso de lâminas concêntricas de fibrocartilagem, limitado acima e abaixo por lâminas de cartilagem. O núcleo pulposo é formado por colágeno hiperhidratado, com matriz de muco polissacarídeo. Com o envelhecimento, as fibras colágenas se espessam elevando-se a relação de ceratina/condroitina, na matriz, o que diminui a elasticidade dos músculos de forma a resistir a redistribuição de peso; impõe, assim “stresses” no anel fibroso. O núcleo não dispõe de nervos sensitivos – esses estão no anel fibroso (e nos ligamentos longitudinais, anterior e posterior). A compressão do disco torna-se menor na posição deitada, porém quando de pé, aumenta, sendo maior que a de posição sentada [8].
Quando a degeneração do núcleo pulposo estiver acompanhada da erosão do anel fibroso, teremos, então, a ruptura interna do disco. À fissura radial do anel fibroso se segue o prolapso discal, estágio em que o ligamento longitudinal posterior continua íntegro. Se este ligamento romper e o núcleo pulposo degenerado migrar para dentro do canal vertebral, teremos a hérnia extrusa. Quando um fragmento migra dentro do canal, para cima, para baixo ou para o interior do forame, tem-se a hérnia seqüestrada [9].
A herniação é tanto: (a) posterolateral, como desprendimento do ligamento posterolongitudinal e compressão das raízes nervosas emergentes. Causa a ciática; como posterior, causando apenas lombalgia (raramente compressão da medula). Por vezes ocorre hérnia assintomático acima e abaixo, através das lâminas da cartilagem, no interior dos corpos vertebrais adjacentes [8].
Hérnia discal pode ser conceituada como uma herniação do núcleo pulposo através do anel fibroso, constituindo-se como uma das principais causas de dor lombar. Quando há uma herniação medial, envolve a medula espinhal diretamente, pode haver pouca ou nenhuma dor, ou dor na distribuição radicular bilateral. Sendo que, em muitas vezes, as dores são sentidas em local distantes da herniação do disco [20]. Surge como resultado de diversos pequenos traumas na coluna que vão, com o passar do tempo, lesando as estruturas do disco intervertebral, ou pode acontecer como conseqüência de um trauma severo sobre a coluna. A Hérnia de Disco surge quando o núcleo do disco intervertebral migra de seu local, do centro do disco para a periferia, em direção ao canal medular ou espaços por onde saem as raízes nervosas, levando à compressão das raízes nervosas [2,20].
Esta pode ser considerada uma doença do tipo degenerativa (depende de uma sinalização genética ou tendência do individuo para acontecer) em que por enfraquecimento dos ligamentos intervertebrais e perda de flexibilidade do disco intervertebral [21].
Existem, normalmente, 31 pares de raízes nervosas que saem da coluna e se distribuem para todo o corpo. O maior nervo do corpo humano (nervo ciático) é formado por cinco dessas raízes. Quando uma delas é comprimida pela hérnia, ocorre dor e outros sintomas.
O quadro clássico de Hérnia de Disco é uma dor, de início aguda na região da coluna lombar e que vai se irradiar, em direção a perna até chegar ao pé. Além da dor, o paciente pode se queixar de formigamento e falta de força no membro afetado. Este quadro é conhecido como lombociatalgia, pois a dor é ao longo do nervo ciático, estes são os sintomas mais freqüentes das hérnias de disco. O suprimento dos sintomas pode afetar jovens com idade entre 20 a 25 anos, mas também pode vir aparecer entre os 35 e os 55 anos de idade. Geralmente os homens são os mais afetados devido aos esforços repetitivos, trabalhos que exijam muito esforço físico. Os locais mais afetados na coluna pela Hérnia de Disco são L4-L5, L5-S1, mas isto não quer dizer que os outrosdiscos lombares não estão propensos ao colapso [2].
Ao longo da ultima década, despertou-se um interesse pela hidroterapia como ferramenta de reabilitação, pois é benéfica no tratamento de lesões ortopédicas até danos na medula espinal, dor crônica, paralisia cerebral, esclerose múltipla, dentre outros, tornando-se útil em vários aspectos. A hidroterapia também é utilizada como instrumento de manutenção preventiva, para facilitar o condicionamento físico geral de pacientes saudáveis. Habilidades de movimento, condicionamento e força podem ser ampliadas com essa terapia [13].
A hidroterapia é considerada bem-sucedida porque diminui os níveis de dor, uma vez que reduz as forças de compressão articular. A percepção da ausência de peso experimentada na água parece eliminar ou reduzir drasticamente a proteção muscular do corpo. Isso resulta na diminuição do espasmo muscular e da dor que podem ocorrer nas atividades funcionais diárias do paciente. O objetivo primário da hidroterapia é ensinar o paciente a usar a água como uma modalidade para melhorar o movimento e o condicionamento físico. Em seguida, juntamente com outras modalidades e tratamentos terapêuticos, a hidroterapia pode tornar-se um elo a mais na cadeia de recuperação do paciente [13].
Sendo assim, tem-se por objetivo descrever um caso clínico bem como analisar e estudar os efeitos da fisioterapia aquática num paciente com diagnostico clínico de hérnia de disco lombar L4 e L5, com intuito de minimizar os sintomas e proporcionar melhorias em suas atividades da vida diária (AVD’s).
Materiais e Métodos:
Este estudo foi realizado na CIABS e na Natação Pingüim, em Biguaçu. A avaliação fisioterapêutica deu-se início na data de 04/03/2009, onde foram obtidos os dados iniciais do paciente, como nome, idade, estado civil, naturalidade, data de nascimento, sexo, etnia, endereço residencial, cidade em que residia, profissão, contatos, histórica social e dados clínicos como o nome do médico responsável e a especialidade do mesmo.
Em seguida foram verificados os sinais vitais, onde a pressão arterial (PA) e a freqüência cardíaca (FC) foi aferida, através do aparelho de pressão digital. Após realizou-se a anamnese, coletando informações sobre a queixa principal (QP) do paciente, história da doença atual (HDA), história da doença pregressa (HDP), história familiar, história social e exames complementares.
No exame físico avaliou-se primeiramente seu grau de dor, onde em uma escala numérica de zero a dez a paciente em estudo relatou em que grau se encontrava sua dor, sendo que zero seria a ausência de dor, e dez seria a dor máxima. As características da dor também foram avaliadas, onde se solicitou que a mesma descrevesse se sua dor era em agulhada, fisgada, pontada, queimação ou latejante.
O uso da escala para dor pode fornecer informações adicionais valiosas para as suas interpretações e sua compreensão do tópico estudado, este procedimento não toma muito tempo e não é particularmente problemático para o responsável pelo teste nem para o indivíduo que está sendo estudado. A exigência principal ao ser utilizada a escala da dor é que usem números de tal forma que a relação entre eles corresponda à relação entre suas intensidades percebidas [4].
Com o paciente em posição ortostática realizou-se a inspeção geral, onde foram avaliados: estado geral de saúde, emocional, estado geral da pele, alterações cutâneas e articulares, presença de curativos, fixadores ou cicatrizes atuais e antigas.
A avaliação postural foi realizada com auxílio do simetrógrafo, onde o paciente em posição de pé foi avaliado em uma vista anterior, vista posterior e por fim vista lateral. O paciente retirou a camisa e tênis, de maneira a favorecer uma melhor visualização das alterações posturais.
Na palpação as estruturas e segmentos foram palpados, visando investigar tônus, trofismo, nódulos subcutâneos, presença de dor a palpação, edema, cacifo, temperatura, textura, elasticidade e estado de tensão muscular ou outras alterações da pele, músculos e/ou articulações. Em seguida, goniometria, prova de função muscular e por fim alguns testes especiais específicos para o tipo de lesão do paciente.
A goniometria é utilizada para medir ângulos articulares do corpo. Estas são usadas pelos profissionais para quantificar a limitação dos ângulos articulares, escolherem a melhor intervenção terapêutica e posteriormente observar se houve aumento dessa angulação articular. De acordo com esse sistema, na postura ereta anatômica, as articulações encontram-se a zero grau de movimento, assim o arco de movimento começa em zero grau e vai até um máximo de 180 graus [12]. O método foi realizado com o paciente em posição ortostática, através de movimentos ativos.
A prova de função muscular foi realizada com o paciente sentado, com seus membros inferiores para fora da maca sem entrar em contato com o solo. Através do exame manual buscou-se avaliar a função muscular através de resistência a um membro, ou outra parte do corpo após ter completado a amplitude de movimento, ou ter sido colocado na amplitude final pelo examinador.
O conhecimento da função muscular é imperativo em muitas intervenções terapêuticas. A prova muscular acurada pode influenciar uma decisão cirúrgica. O programa de exercícios terapêuticos, desenvolvido por um terapeuta ou treinador baseia-se nas forças e fraquezas identificadas pelas provas musculares. Onde a graduação da força muscular é de: grau 5 normal – consegue amplitude completa contra a gravidade e é capaz de manter resistência máxima; grau 4 bom – consegue amplitude de movimento completa contra a gravidade e é capaz de manter resistência moderada; grau 3 razoável – apenas consegue amplitude de movimento completa contra a gravidade; grau 2 ruim – não consegue realizar o movimento contra a gravidade; grau 1 traço – uma contração visível ou palpável sem movimento muscular significativo e grau 0 zero – não é observada nem sentida nenhuma contração [5].
Testes especiais foram realizados com o paciente em decúbito dorsal no tatame, dentre estes, Laségue, Kerning, Milgram, Gaenslen, Slump e Patrick.
Ao fim da avaliação, foi encontrado o diagnóstico fisioterápico, os objetivos para o tratamento e o possível plano de tratamento fisioterápico para o paciente. Então, no dia 09 de março deu-se início ao tratamento fisioterápico proposto através dos dados encontrados na avaliação.
Ao final da primeira parte da sessão, o paciente foi reavaliado, no que diz respeito a goniometria e também na força muscular.
As sessões fisioterapêuticas têm ocorrido duas vezes por semana na Escola de Natação Pingüim com duração do atendimento de 50min, onde até o presente momento foram realizados 11 sessões de hidroterapia. Ao final da primeira parte do tratamento, o paciente foi encaminhado a outro acadêmico de fisioterapia onde segundo informações dele, há um prognóstico de serem realizados com o paciente mais 11 sessões.
Resultados e Discussão:
No dia 04 de março de 2009 foi realizada a avaliação do paciente J.B.S, sexo masculino, nascido no dia 17 de abril de 1964, com 45 anos, branco, casado, residente em São José, tem como profissão mecânico.
O presente estudo foi realizado no CIABS e na Escola de Natação Pingüim localizada na Rua Salim Antônio Kaier, nº. 128 Bairro Centro, Biguaçu-SC.
Na avaliação fisioterapêutica inicial, foi constatado os sinais vitais obtidos: PA = 120/80 mmHg e FC = 73 bpm.
Na anamnese, como queixa principal, o paciente relata dor na região lombar. Na HDP relata que 30 anos atrás estava jogando futebol, rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) e fez cirurgias e também fez cirurgia no ouvido. Na sua história atual, relata que há 10 anos atrás, durante o trabalho, ele estava carregando peso e sentiu travar a coluna lombar. Ainda relata que faz uso de medicamento para aliviar a dor cloridrato de ciclobenzaprina – 5 mg, ao qual explica que só ingere o medicamento quando sente dor no local. Ele também informou que já vem realizando tratamento fisioterapêutico há 4 anos. Na história familiarrelata que a mãe tem problema no rim e na coluna e irmã tem problema na coluna.
Em sua história social, relatou-se que o paciente não é tabagista e nem etilista. Não é hipertenso, não tem diabetes, considera-se estressado, não realiza controle alimentar. Sua estatura é de 1,73 metros e 72 kg. Paciente apresentou exames complementares: Ressonância Magnética (RM) da coluna lombo-sacra. Os resulltados apresentados neste exame foram: osteofitos anteriores em L4 e L5; discopatia degenerativa L4-L5 e L5-S1; protrusão discal mediana L4-L4 comprimindo o saco dural com sinais de rotura do anel fibroso; protrusão discal mediana em L5-S1 comprimindo o saco dural.
Durante a avaliação da dor paciente referiu dor fisgada e o grau da dor 4.(conforme escala de Borg da dor de 1 a 10) na região lombar.
Na inspeção geral foi observada alteração do estado geral de saúde: paciente estressado e desmotivado para realizar atividades. No estado geral da pele, não há alterações cutâneas ou articulares, não há presença de curativos, fixadores, somente cicatrizes no joelho direito e ouvido esquerdo.
Durante a palpação, houve presença de dor na contratura muscular na região lombar (paravertebrais). O teste de sensibilidade foi realizado com o auxílio de estesiômetro e apresenta normal na região lombar.
Não foi necessário realizar a perimetria, pois o paciente não apresenta edema na região lombar.
O resultado da goniometria, a partir de uma análise dos movimentos ativos de flexão da coluna lombar, obtiveram resultados de 46º; extensão 16º; flexão lateral de 12º (D) e 10º (E) respectivamente. Já o resultado da análise dos movimentos ativos de rotação da coluna lombar, obteve-se 10º (D) e 12º (E) respectivamente. Através desta medida pode-se perceber que a flexão, extensão, flexão lateral e rotação da coluna lombar encontram-se diminuída, pois as mesmas podem variar até 95º, 35º, 40º e 35º respectivamente.
Na prova de função muscular, foram testados os músculos responsáveis pelas seguintes funções da coluna lombar: nos músculos flexores da coluna na posição sentada obteve-se o resultado 5, enquanto que nos músculos extensores da coluna na posição ortostático obteve-se o resultado 4, nos músculos rotadores direito da coluna na posição sentado obteve-se o resultado 5 e esquerdo obteve-se o resultado 4, enquanto nos músculos flexores laterais direito e esquerdo da coluna na posição sentado obteve-se o resultado 5.
Nos testes especiais foram realizados o teste de Laségue, Kerning, Milgram e Gaenslen. O resultado foi positivo, apresentando estabilidade durante sua realização. No teste de Slump, obteve-se um resultado positivo e ainda relata-se alongamento de isquiotibiais. Por último foi realizado teste de Patrick, onde obteve-se um resultado positivo no lado direito e negativo no lado esquerdo.
Na avaliação postural mostrou em vista anterior: inclinação da cabeça para o lado direito, pequena rotação direita e uma leve extensão da coluna cervical, rotação interna de ombros, elevação esquerda de ombro, alinhamento de clavícula elevada esquerda, triângulo de talles aumentado direito, alinhamento da espinha ilíaca elevada direita, rotação interna dos joelhos, hálux valgo. Em vista posterior evidenciou desvio lateral esquerdo da coluna cervical, pequena rotação direita da coluna cervical, hipercifose torácica, elevação esquerda de ombros, báscula lateral e elevação das escápulas, alinhamento da espinha ilíaca elevada direita, rotação interna dos joelhos e pés normais. Em vista lateral foram notados ombros protusos, hipercifose torácica, retroversão e coluna cervical estendida.
Posteriormente na avaliação, foi encontrado o seguinte diagnóstico fisioterápico para este paciente: dor na região lombar; estresse; aumento de tensão da musculatura paravertebral; diminuição da ADM e força muscular na coluna lombar; diminuição da flexibilidade dos músculos quadríceps, isquiotibiais e paravertebrais; fraqueza muscular abdominal; alteração postural e dificuldade em realizar AVD’s.
Os objetivos do tratamento hidroterápico foram: aliviar a dor, diminuir o estresse, diminuir a tensão da musculatura paravertebral, melhorar a ADM, ganhar a força muscular, melhorar a flexibilidade, fortalecer a musculatura abdominal, minimizar as alterações posturais e orientar AVD’s.
Contudo, as condutas realizadas na água foram: caminhada de aquecimento e deslocamento lateral para facilitar alongamentos e também para trabalhar a flexibilidade geral.
O aquecimento de estruturas constituídas por tecido fibroso, como as cápsulas articulares, ligamentos, tendões e tecido cicatricial, pode causar um aumento temporário na sua extensibilidade, e, portanto uma diminuição na rigidez articular. O aquecimento leve pode também reduzir a dor e o espasmo muscular e promover processos de cicatrização [11].
Pompage da coluna lombar para facilitar alongamentos. Este procedimento irá agir especialmente sobre essas estruturas, restabelecendo seu comprimento ideal, estimulando a circulação de líquidos nelas contidos, abrindo as interlinhas articulares ao longo do segmento, facilitando a nutrição da cartilagem articular. Pompagem é o procedimento de tratamento fascial por excelência [3].
Alongamentos ativos dos músculos gastrocnêmio, sóleo, flexor longo e curto dos artelhos, flexor longo do hálux, músculos do quadríceps, músculos flexores do quadril, quadrado lombar, glúteo máximo, isquiotibiais, isquiopoplíteo, sacroespinhal, oblíquo interno e externo, flexores e extensores dos dedos, trapézio, rombóide, infra-espinhal, redondo maior e menor e deltóide posterior. Ressaltando que todos os exercícios citados acima foram executados três vezes em cada membro por 30 segundos, (respeitando o limite do paciente).
Os exercícios de alongamento devem ser conduzidos com leveza e suavidade, para desenvolver a flexibilidade é necessário manter o alongamento por um tempo aproximadamente de trinta segundos ou mais, este procedimento fornece um bom relaxamento muscular, e assim é possível permanecer mais tempo em alongamento ou ainda aumentar ligeiramente a amplitude de movimento. O alongamento passivo é feito com a ajuda de forças externas estando o praticante numa boa posição passiva, isto é, com descontração muscular e com boa posição do sistema músculo articular. Não é suficiente pedir ao executante para descontrair a musculatura, é preciso verificar se a descontração muscular foi alcançada, além disso, durante o alongamento deve-se observar a expressão facial do paciente, se ele fecha a glote, ou contrai voluntariamente musculatura acessória, particularmente a musculatura do pescoço, isso é prejudicial e deve ser evitado [1].
Exercício de fortalecimento, chutes altos à frente com apoio para os músculos quadríceps e isquiotibiais; abdução do quadril de frente para a parede para flexibilidade no tronco; balanço nos calcanhares para amplitude de movimento lombar; movimento horizontal dos braços com auxílio de palmares para a região lombar, para a postura e equilíbrio; balanceamento paralelo dos braços com auxílio de palmares para resistência do tronco, estabilidade e equilíbrio que ajuda a corrigir a postura e posicionamento devido à variação do centro de gravidade; elevação de ombro com braços flexionados com auxílio de halteres: exercício de postura para região torácica, fortalecimento e corrigir deficiência de postura; deitado em pronação segurando a barra ou prancha (ação de bater as pernas) para fortalecer a musculatura da coluna e membros inferiores; suavizando cargas na coluna ou tração lombar, aparelho de flutuação sob as axilas para fazer uma força para cima na região torácica e peso nos membros inferiores: este exercício abre os espaços intervertebrais e elimina a pressão dos discos e raízes dos nervos, que permite o alongamento total da coluna e alivia a pressão dos discos; e exercício de fortalecimento para flexores laterais da coluna com auxílio de bóia e extensão passiva da coluna com auxílio de bóia.
Exercícios de fortalecimento muscular podem fazer parte de um programa de recuperaçãofuncional para diversos tipos de problemas. No entanto, devem ser usados com esta finalidade somente sob supervisão de um fisioterapeuta. Embora cada exercício, para ser eficaz, deva ser repetido várias vezes, inexiste uma regra quanto ao número de repetições indicadas para cada indivíduo em cada caso [14]. O músculo esquelético e os mecanismos neuromotores são extremamente adaptáveis aos estresses de atividade. A magnitude de mudança na capacidade do músculo está diretamente relacionada com a intensidade, com a duração e com a freqüência do exercício [7].
Ainda, massoterapia paravertebrais e relaxamento em decúbito dorsal com auxílio de espaguetes, pois o efeito principal da massagem consiste em produzir estimulação mecânica dos tecidos por meio de pressão e estiramento ritmicamente aplicados. A pressão comprime os tecidos moles e distorce as redes de receptores nas terminações nervosas. O estiramento aplica tensão nos tecidos moles e distorce os plexos dos receptores nas terminações nervosas. Ao aumentar os lumens dos vasos sanguíneos e espaços dos vasos linfáticos, essas duas forças afetam a circulação capilar, venosa, arterial e linfática [6].
A respiração está diretamente ligada com a função de nossos órgãos e tecidos. Os exercícios de respiração diafragmática, consistem na expansão consciente da parede abdominal durante o ato inspiratório, teoricamente pode aumentar a eficiência mecânica diafragmática reduzindo os movimentos costais ineficazes [19]. Seu objetivo é fazer com que o paciente contraia voluntariamente o diafragma durante a inspiração, na tentativa de melhorar a ventilação nas bases pulmonares; ao mesmo tempo, a respiração torna-se mais eficiente devido ao maior volume corrente e menor freqüência respiratória determinada por este tipo de respiração [16].
Para finalizar o tratamento foram realizadas algumas técnicas que ajudam a aliviar a dor, além de causar um relaxamento muscular, buscando a sensação de bem estar através de um alongamento suave e soltura do corpo desbloqueando as articulações e os meridianos que também respondem a um bom alongamento. As técnicas utilizadas foram de watsu, tração lombar e mobilização escapular, ao qual refere-se aos movimentos acessórios passivos que visam à recuperação da artrocinemática, ou seja, dos movimentos de giro, rolamento e deslizamento entre as superfícies articulares. O seu restabelecimento promove a congruência articular, diminui o atrito mecânico na articulação, melhora a dor, edema e, conseqüentemente, a função do segmento corporal comprometido [17].
A água é um excelente meio para terapia e recuperação, desde lesões simples até as mais complexas cirurgias, e também possibilita trabalho de crosstraining e condicionamento preventivo. Reduz o desgaste e o impacto comuns em exercícios de lazer, de competição e relacionados a problemas no trabalho. Indico atividades na água para lesões musculares, problemas de postura ou lesões crônicas por esforços repetitivos em determinados grupos musculares. Essas lesões por esforços repetitivos podem se iniciar no trabalho ou no lazer e, se não forem tratadas, podem evoluir gravemente. Os sintomas agravantes devem ser logo identificados, para evitar o desenvolvimento de uma lesão definitiva no futuro. O exercício na água é muito eficiente porque oferece muitos benefícios terapêuticos e cuidados com a saúde, especialmente quando comparado a outras atividades físicas [22].
No final de cada atendimento, a conduta fisioterapêutica e intercorrências era registrada na ficha do paciente.
O paciente foi reavaliado e partir de novos testes referentes a goniometria e força muscular chegando-se aos seguintes resultados: o aumento da ADM e da força muscular. O paciente apresentou também evolução positiva em relação à dor, ao estresse e à flexibilidade. Obteve considerável melhora na realização das suas atividades, no alívio da dor e no aumento de sua força muscular. Relatou ainda uma melhor disposição na realização de suas atividades diárias.
Conclusão:
Neste período buscou-se melhorar o desempenho do paciente e sua estrutura corporal. O paciente cumpriu com suas obrigações sempre colaborando e respeitando as orientações. Pode-se ressaltar que as sessões de fisioterapia realizadas ficaram dentro das expectativas, alcançando de maneira satisfatória os objetivos traçados.
Pode-se afirmar que o tratamento fisioterapêutico minimizou os sintomas e proporcionou melhora ao paciente. Ressaltando ainda que a fisioterapia desempenha um importante papel na qualidade de vida das pessoas.
É indispensável que os fisioterapeutas estejam sempre familiarizados com os atuais avanços e técnicas de tratamento, para que possam aplicá-las de forma mais eficaz. É claro, sempre respeitando o limite de cada paciente, mas procurando sempre conscientizá-los da importância de estarem desenvolvendo todas as atividades necessárias para o reforço da musculatura, bem como os alongamentos que são de fundamental importância tanto na prevenção de lesões quanto melhoria continua dos movimentos.
Referências:
[1] ACHOUR Jr., A. Exercícios de Alongamento: anatomia e fisiologia. 2. ed. São Paulo: Manole, 2006. 577p.
[2] BARBOSA, J. A. Hérnia de Disco. FisioWeb WGate. 05 mai. 2004. Disponível em: http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/traumato/hernia_de_disco.htm. Acesso em: 03 abr. 2009.
[3] BIENFAIT, M. Fáscias e pompagens: estudo e tratamento do esqueleto fibroso. São Paulo: Summus, 1999. 107p.
[4] BORG, G. Escalas de Borg para a dor e o esforço percebido. São Paulo: Manole, 2000. 115p.
[5] CUTTER, N. C.; KEVORKIAN, C. G. Provas funcionais musculares. São Paulo: Manole, 2000. 317p.
[6] DOMENICO, G.; WOOD, E. C. Técnica de Massagem de Beard. 4. ed. São Paulo: Manole, 1998.
[7] FRONTEIRA, W. R.; SLOVIK, D. M.; DAWSON, D. M. Exercício físico e reabilitação. Porto Alegre: ARTMED, 2001. 420p.
[8] GOLDING, D. N. Reumatologia em medicina e reabilitação. São Paulo: Atheneu, 2001. 334p.
[9] HENNEMANN, S. A.; SCHUMACHER, W. Hérnia de Disco Lombar: revisão de conceitos atuais. In: FILHO, TARCÍSIO E. P.; JUNIOR, R. B. (Org.) Coluna Vertebral: diagnóstico e tratamento das principais patologias. São Paulo: Sarvier, 1995. p.98-110.
[10] HOOKER, D.; PRENTICE, W. E. Reabilitação das lesões da coluna vertebral. In: PRENTICE, W. E.; VOIGHT, M. L. (Org.) Técnicas em reabilitação musculoesquelética. Porto Alegre: ARTMED, 2003. p. 601 – 613.
[11] LOW, J. et al. Eletroterapia explicada: princípios e prática. 3. ed. São Paulo: Manole, 2001. 472p.
[12] MARQUES, A. P. Manual de goniometria. 1. ed. São Paulo: Manole, 1997. 51p.
[13] MARTIN, G. Hidroterapia em reabilitação. In: PRENTICE, W. E.; VOIGHT, M. L. (Org.) Técnicas em reabilitação musculoesquelética. Porto Alegre: ARTMED, 2003. p.265-272.
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