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UFRRJ - IC-372 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA QUÍMICA O que é Química? Etimologia • Química � Alquimia • Chin-mi (kim-mi): segredo do ouro, louco por ouro – China • Chem (khem): terra negra – Egito • Chemeia: fundido, moldado - Grécia • "Ciência em que se estuda a estrutura das substâncias, correlacionando-a com as propriedades macroscópicas, e se investigam as transformações dessas substâncias." (Novo Dicionário Aurélio) • "Uma ciência que lida com a composição, estrutura e propriedades das substâncias e as transformações por que elas passam." (Trad. do Webster's Third New International Dictionary) SUBSTÂNCIA ESTRUTURA - TRANSFORMAÇÃO Substância e formas forma sem substância ... Estruturas É tudo carbono fulereno (C60) grafite diamante O que é Física? (do grego physiké, 'a ciência das coisas naturais') • "Ciência de conteúdo vasto e fronteiras não muito definidas, que investiga as propriedades dos campos, as interações entre os campos de força e os meios materiais, as propriedades e a estrutura dos sistemas materiais, e as leis fundamentais do comportamento dos campos e dos sistemas materiais." (Novo Dicionário Aurélio) • "Uma ciência que lida com matéria e energia e suas interações nas áreas da mecânica, acústica, ótica, calor, eletricidade, magnetismo, radiação, estrutura atômica e fenômenos nucleares." (Trad. do Webster's Third New International Dictionary) MATÉRIA – ENERGIA - CAMPO Química ou Física? gelo liquefação solidificação ponto de fusão = 0 o C água líquida ponto de ebulição = 100 o C condensação vaporização vapor d'água Estados físicos: Sólido – Líquido - Vapor são as mesmas moléculas: H2O (reação) Reações nucleares são Física (!) 0,28 nm1 m = 109 nm nanômetro Moléculas são objetos do mundo real A carvona C C C C C C C C C C O H H H H H H H H H H H H H H S (+) carvona hortelã R (-) carvona noz-moscada O mundo real é 3-D ! (R) (S) Antiemético Teratogênico Talidomida A Química, para ser compreendida, necessita de uma teoria estrutural da matéria, que vem da Física. Mas o químico geralmente não lida com as complexidades da Física subatômica moderna. Segundo Richard Feynman, criador da eletrodinâmica quântica e Prêmio Nobel de Física de 1965: “Se, num cataclisma, todo o conhecimento científico fosse ser destruído, e somente umas frase pudesse ser transmitida às próximas gerações de criaturas, qual a declaração que poderia conter o máximo de informação com o mínimo de palavras? Acredito que é a hipótese atômica (ou a realidade atômica, se preferir), de que todas as coisas são feitas de átomos − pequenas partículas em eterno movimento, que se atraem quando estão separadas por pequenas distâncias, mas se repelem se forem comprimidas umas contra as outras.“ metano (CH4) fracking O metano é real? Como é o metano? A realidade objetiva existe independentemente da consciência humana que a reflete. (V.I.Lenin) A atividade experimental da química é aproximar os objetos concretos das descrições teóricas criadas. (O.L. Maldaner) - Platão (séc. IV a.C.): o Mundo das idéias é real, inteligível; o Mundo sensível, concreto, é ilusório, imperfeito. Pênalti em um jogo quântico: A bola pode entrar nos dois gols ao mesmo tempo? Pode ! Experiências de interferência quântica com moléculas grandes (Nairz, Arndt, and Zeilinger, 2003, DOI: 10.1119/1.1531580) Gatinho de Schrödinger Mulher com flor (1932) Picasso sabia desenhar? Grand nature morte au Guéridon (1931) O Velho Guitarrista (1903)Cabeça de mulher Que tal? O nosso mundo de cima a baixo: do muito grande ao muito pequeno. Onde estamos? Terra vista da nave Voyager, a 6,4 milhões de quilômetros. Terra vista da Lua. Mapa Os pontos vermelhos são átomos de oxigênio e os brancos são átomos de hidrogênio, formando as moléculas de água. O gelo é mais “arrumado” que a água líquida. Daqui para a frente é como no caso da folha. (Todos os átomos são feitos de prótons e nêutrons, e estes são feitos (?) de quarks.) HISTÓRIA DA QUÍMICA PROGRAMA ANALÍTICO: 1. Introdução. 2. A Química na pré-história: o fogo, as culturas pri- mitivas (cerâmica, corantes, drogas, venenos, etc.). 3. A Antigüidade clássica: metalurgia, Egito (e Mesopotâmia), Grécia (filosofia e teorias básicas). 4. O Helenismo, os Árabes e a Idade Média: a Alquimia. 5. A Renascença: a Iatroquímica (Paracelso e a Química medicinal), a Química científica (Boyle e os elementos), o flogístico (Stahl). 6. A revolução na Química: Lavoisier e a combustão, a eletroquímica (Faraday,) o atomismo (Dalton, Proust, Avogadro). 7. A Química orgânica: o fim do Vitalismo (Wöhler), a teoria dos tipos e a noção de função (Liebig, Berzelius, Laurent, Dumas), a teoria estrutural (Kekule, Van’t Hoff e Le Bel). 8. A Tabela periódica (Mendeleev) e a espectroscopia (Kirchhoff e Bunsen), a físico-química (Joule, Helmholtz, Clausius, Gibbs, Nernst, Arrhenius). 9. O nascimento da indústria química moderna: pesquisa aplicada sistemática na Alemanha, fins do séc. XIX. A Química como profissão. 10. O atomismo experimental moderno (Thomson, Rutherford), a teoria da valência (Lewis), a teoria quântica. 11. Panorama da química moderna: tópicos sugeridos: Química analítica (espectroscopias e cromatografias), Química inorgânica (agregados – clusters ), Química orgânica (sínteses estereoespecíficas), Bioquímica (engenharia genética, biologia molecular), Físico-química (cálculos teóricos e modelagem com computador), Química ambiental e ecológica – Química verde, Nanoquímica. 12. Química no Brasil: história e desafios do presente. BIBLIOGRAFIA: 1. I. Asimov, Breve Historia de la Química, trad. de A. Cruz e M.I. Villena, Alianza Editorial, Madri, Espanha, 1975 (original de 1965). 2. B. Vidal, História da Química, trad. de A.F. Marques, Edições 70, Lisboa, Portugal, 1986. 3. J. A. Vanin, Alquimistas e Químicos, Editora Moderna, São Paulo, SP 1994. 4. H. M. Leicester, The Historical Background of Chemistry, Dover, Nova Iorque, E.U.A., 1971. 5. A. J. Ihde, The Development of Modern Chemistry, Dover, Nova Iorque, E.U.A., 1984. 6. B. Jaffe, Crucibles: the Story of Chemistry, Fawcett, Greenwich, Conn. EUA, 1960. 7. P. Wolff, Breakthroughs in Chemistry, The New American Library, Nova Iorque, E.U.A., 1967. 8. Heinrich Rheinboldt, em As Ciências no Brasil, vol. II, (F. de Azevedo, org.), Melhoramentos, São Paulo, 1955. 9. E. Carrara Jr. E H. Meirelles, A Indústria Química e o Desenvolvimento do Brasil, Metalivros, São Paulo, 1996. 10. J. L. Lopes, Ciência e Desenvolvimento, Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1964. 11. B. Bensaude-Vincent e I. Stengers, História da Química, trad. de R. Gouveia, Instituto Piaget, Lisboa, Portugal, 1996 (original de 1992). 12. J. H. Maar, Pequena História da Química (1a. Parte: Dos Primórdios a Lavoisier; 2ª. Parte: De lavoisier ao Sistema Periódico), Papa-Livro Editora, Florianópolis, SC, 1999; 2011. 13. A.M.A. Goldfarb, Da Alquimia à Química, Nova Stella-EDUSP, São Paulo, SP, 1987. 14. P. Strathern, O Sonho de Mendeleiev, trad. de M.L.X.A. Borges, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, RJ, 2002 (original de 2000). 15. P. Wongtschowski, Indústria Química, Ed. Edgar Blücher, São Paulo, SP, 1999; 2a. ed. (revista e ampliada), 2002. 16. R. F. de Farias, História da Alquimia, Ed. Átomo, Campinas,SP, 2007. 17. L. S das Neves e R. F. de Farias, História da Química, Ed. Átomo, Campinas, SP, 2008. 18. R. F. de Farias, L. S. das Neves e D. D. da Silva, História da Química no Brasil, Ed. Átomo, Campinas, SP, 2004. História e Evolução de quê? A Química é produto da sua história! Crise de identidade ou Ciência central ? físico-química, bioquímica, química teórica, eletroquímica, fotoquímica, engenharia química, química medicinal e farmacêutica, agroquímica, ecologia química, fitoquímica, química dos materiais, química supramolecular, nanoquímica, química verde, etc., etc.... Há não muito tempo atrás.... "Better Things for Better Living...Through Chemistry“ (Coisas melhores para uma Vida melhor – através da Química!) Slogan da DuPont adotado em 1935 e modificado em 1982, quando a parte “through Chemistry" foi descartada. Desde 1999 o slogan é: "The miracles of science"... 1802 a 1920s: foram os maiores fornecedores de pólvora e explosivos para Guerra Civil americana e a 1ª. Guerra Mundial. Plásticos desenvolvidos pela DuPont (Carruthers): Neoprene, Poliéster, Nylon, Mylar, Dacron, Orlon, Lycra, Tyvek, Nomex, Qiana, Corfam, Teflon, Kevlar A DuPont foi classificada a maior empresa poluidora do ar nos Estados Unidos. Inventaram (junto com a GM) os CFCs (clorofluorcarbonos) e foram o maior produtor dessas substâncias químicas que destroem o ozônio (usado principalmente em aerossóis e refrigerantes) (Wikipedia; Dupont - Facing the Corporate Roots of American Fascism.mht) Mário Molina Nobel 1995 (México) Agente Laranja: mistura 50:50 de 2,4,5-T e 2,4-D; Monsanto Corporation e Dow Chemical. O 2,4,5-T estava contaminado com 2,3,7,8-Tetrachloro-dibenzo-dioxina (TCDD), extremamente tóxico. (…the most toxic man-made chemical known (1978). http://www.jstor.org/stable/20112724) Seveso (Itália, 1976): 1 kg de TCDD. [O 2,4-D e análogos ainda estão entre os herbicidas mais vendidos.] O O O Cl Cl O O O Cl Cl Cl Cl ClCl OH140oC O O Cl Cl Cl Cl 160 o C Uma questão de imagem... O napalm é uma geléia de gasolina (ou nafta) espes- sada por um sabão de palmitato e naftenato de alumínio. É barato e eficaz, pois gruda no alvo e espalha quando se tenta apagar com água. Os Fieser (Mary e Louis) A árvore da Ciência do Bem e do Mal : a Química de Fritz Haber N2 + 3 H2 2 NH3 pressão temperatura catalisador síntese de amônia Cl2 cloro gasoso � primeiro gás de guerra (criação de Haber) Haber foi o Pai dos Fertilizantes e da Guerra Química Cubatão, Vila Parisi. (anos 80) A Química, assim como a Universidade, existe dentro da Sociedade. O químico que se forma vai viver e trabalhar nessa Sociedade. São os químicos que serão (estão sendo?) chamados para corrigir e/ou desfazer os erros ambientais, se assim os detentores do Poder decidirem... Decreto Lei no. 5452, de 1o. de maio de 1943 (Consolidação das Leis do Trabalho) (...) Art. 334 − O exercicio da profissão de químico compreende: a) a fabricação de produtos e subprodutos químicos em seus diversos graus de pureza; b) a análise química, a elaboração de pareceres, atestados e projetos da especialidade e sua execução, perícia civil ou judiciária sobre essa matéria, a direção e a responsabilidade de laboratórios ou departamentos químicos, de indústria e empresas comerciais; c) o magistério nas cadeiras de química dos cursos superiores especializados em química; d) a engenharia química. Art. 335 − É obrigatória a admissão de químicos nos seguintes tipos de indústria: a) de fabricação de produtos químicos; b) que mantenham laboratório de controle químico; c) de fabricação de produtos industriais que são obtidos por meio de reações químicas dirigidas, tais como: cimento, açúcar e álcool, vidro, curtume, massas plásticas artificiais, explosivos, derivados de carvão ou de petróleo, refinação de óleos vegetais ou minerais, sabão, celulose e derivados. (...) 1.17As profissões químicas no Brasil Decreto no. 85877, de 07 de abril de 1981 Art. 1o.. O exercício da profissão de químico, em qualquer suas modalidades, compreende: I − direção, supervisão, programação, coordenação, orientação e responsabilidade técnica no âmbito das respectivas atribuições; II − assistência, consultoria, formulações, elaboração de orçamentos, divulgação e comercialização relacionadas com a atividade de químico; III − ensaios e pesquisas em geral, pesquisa e desenvolvimento de métodos e produtos; IV − análise química e físico-química, químico-biológica, fitoquímica, bromatológica, químico-toxicológica, sanitária e legal, padronização e controle de qualidade; V − produção e tratamento prévio e complementar de produtos e resíduos químicos; VI − vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e serviços técnicos, elaboração de pareceres, laudos e atestados, no âmbito das respectivas atribuições; VII − operação e manutenção de equipamentos e instalações relativas à profissão de químico e execução de trabalhos técnicos de químicos; VIII − estudos de viabilidade técnica e técnico-econômica, relacionados com a atividade de químico; IX − condução e controle de operações e processos industriais, de trabalhos técnicos, montagens, reparos e manutenção; X − pesquisa e desenvolvimento de operações e processos industriais; XI − estudo, elaboração e execução de projetos da área; XII − estudo, planejamento, projeto e especificações de equipamentos e instalações industriais, relacionados com a atividade de químico. XIII − execução, fiscalização, montagem, instalação e inspeção de equipamentos e instalações industriais, relacionadas com a Química; XIV − desempenho de cargos e funções técnicas no âmbito das respectivas atribuições; XV − magistério, respeitada a legislação especifica. Art. 2o.. São privativos do químico: I − análises químicas ou físico-químicas,quando referentes à indústria Química; II − produção, fabricação e comercialização, sob controle e responsabilidade, de produtos químicos, produtos industriais obtidos por meio de reações químicas controladas ou de operações unitárias, produtos obtidos através de agentes físico-químicos ou biológicos, produtos industriais derivados de matéria prima de origem animal, vegetal, ou mineral, e tratamento de resíduos resultantes da utilização destas matérias primas sempre que vinculadas à Indústria Química; III − tratamento, em que se empreguem reações químicas controladas e operações unitárias, de águas para fins potáveis, industriais ou para piscinas públicas e coletivas, esgoto sanitário e de rejeitos urbanos e industriais; IV − o exercício das atividades abaixo discriminadas, quando exercidas em firmas ou entidades publicas e privadas, respeitado o disposto no artigo 6o.: a) análises químicas e físico-químicas; b) padronização e controle de qualidade, tratamento prévio de matéria prima, fabricação e tratamento de produtos industriais; c) tratamento químico, para fins de conservação, melhoria ou acabamento de produtos naturais ou industriais; d) mistura, ou adição recíproca, acondicionamento embalagem e reembalagem de produtos químicos e seus derivados, cuja manipulação requeira conhecimentos de Química; e) comercialização e estocagem de produtos tóxicos, corrosivos, inflamáveis ou explosivos, ressalvados os casos de venda a varejo; f) assessoramento técnico na industrialização, comercialização e emprego de matérias primas e de produtos de Indústria Química; g) pesquisa, estudo, planejamento, perícia, consultoria e apresentação de pareceres técnicos na área de Química. V − exercício, nas indústrias, das atividades mencionadas no Art. 335 da Consolidação das Leis do Trabalho; VI − desempenho de outros serviços e funções, não especificados no presenteDecreto, que se situem no domínio de sua capacitação técnico-científica; VII − magistério superior das matérias privativas constantes do currículo próprio dos cursos de formação de profissionais de Química, obedecida a legislação do ensino. Art. 3o.. As atividades de estudo, planejamento, projeto e especificações de equipamentos e instalações industriais, na área de Química, são privativas dos profissionais com currículo da Engenharia Química. (...) Resolução Normativa No. 36, de 25 de abril de 1974 (Conselho Federal de Química) Art. 1o.. Fica designado, para efeito do exercício profissional, correspondente às diferentes modalidades de profissionais da química, o seguinte elenco de atividades: 01 − Direção, supervisão, programação, coordenação, orientação e responsabilidade técnica, no âmbito das atribuições respectivas. 02 − Assistência, assessoria, consultoria, elaboração de orçamentos, divulgação e comercialização, no âmbito das atribuições respectivas. 03 − Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e serviços técnicos; elaboração de pareceres, laudos e atestados, no âmbito das atribuições respectivas. 04 − Exercício do magistério, respeitada a legislação específica. 05 − Desempenho de cargos e funções técnicas, no âmbito das atribuições respectivas. 06 − Ensaios e pesquisas em geral. Pesquisa e desenvolvimento de métodos e produtos. 07 − Análise química e físico-química, químico-biológica, bromatológica, toxicológica e legal, padronização e controle de qualidade. 08 − Produção; tratamentos prévios e complementares de produtos e resíduos. 09 − Operação e manutenção de equipamentos e instalações; execução de trabalhos técnicos. 10 − Condução e controle de operações e processos industriais, de trabalhos técnicos, reparos e manutenção. 11 − Pesquisa e desenvolvimento de operações e processos industriais. 12 − Estudo, elaboração e execução de projetos de processamento. 13 − Estudo de viabilidade técnica e técnico-econômica, no âmbito das atribuições respectivas. 14 − Estudo, planejamento, projeto e especificações de equipamentos e instalações industriais. 15 − Execução, fiscalização de montagem e instalação de equipamento. 16 − Condução de equipe de instalação, montagem, reparo e manutenção. (...) Art. 3o.. Compete aos profissionais da química de nível superior, o desempenho das atividades discriminadas no art. 1o., de acordo com as características de seus currículos escolares, considerando-se, em cada caso, o curso de formação plena, bem como as disciplinas que lhe sejam acrescidas em cursos de complementação ou de pós-graduação. (...) Art. 4o.. Para os efeitos do artigo anterior, distinguir-se-á entre os currículos de natureza: a) "Química", compreendendo conhecimentos de química em caráter profissional. b) "Química Tecnológica", compreendendo conhecimentos de química em caráter profissional e de Tecnologia, abrangendo processos e operações da Indústria Química e correlatas. c) "Engenharia Química", compreendendo conhecimentos de química em caráter profissional, de Tecnologia, abrangendo processos e operações, e de planejamento e projeto de equipamentos e instalações da Indústria Química e correlatas. (...) Art. 5o.. Compete ao profissional com currículo de "Química", de acordo com a extensão do mesmo, o desempenho de atividades constantes dos nos. 01 a 07 do art. 1o. desta resolução normativa. (...) Resolução Normativa No. 96, de 19 de setembro de 1986 (Conselho Federal de Química) Art. 1o.. É assegurado a todo profissional da Química de nível superior o direito de ampliar suas atribuições profissionais, mediante complementação curricular cursada em estabelecimento oficial ou oficialmente reconhecido. (...) Art. 6o.. Compete ao profissional com currículo de "Química Tecnológica", de acordo com a extensão do mesmo, o desempenho de atividades constantes dos nos. 01 a 13 do art. 1o. desta resolução normativa. Art. 7o.. Compete ao profissional com currículo de "Engenharia Química", de acordo com a extensão do mesmo, o desempenho de atividades constantes dos nos. 01 a 16 do art. 1o. desta resolução normativa. (...) A candidata à Presidência e ex-ministra da Casa Civil no governo Lula, Dilma Rousseff (PT), disse que o País precisa de mais engenheiros, matemáticos e químicos. “Não há inovação sem eles.” (25-05-2010) A Química na pré-história O uso do fogo é a única diferença indiscutível entre o Homem e os outros animais. “O uso do fogo é a única diferença indiscutível entre o Homem e os outros animais. O fogo foi a primeira fonte de poder, que o Homem descobriu como usar, que não era proveniente da conversão de comida mais ar em energia, dentro de seu próprio corpo. No início do período Pleistoceno [2-3.000.000a.C.], o Homem já fazia belas ferramentas, mas seus filhos eram educados sem o fogo. No Médio Pleistoceno [900.000- 100.000a.C.], ele só era usado para aquecer-se, numa fogueira na boca de uma caverna. No final do Pleistoceno [12.000a.C.], o fogo já o havia transformado num animal mais eficiente; mas foi só nos últimos 8.000 anos que o Homem passou a encontrar mais e mais usos para o fogo e começou a queimar quantidades cada vez maiores de combustível. O fogo foi a chave para o domínio crescente das forças da natureza, a conquista e destruição parcial da Terra e os problemas atuais da humanidade.” (Coon, C.S., “The Story of Man”, Knopf, N. Iorque, E.U.A., 1954, pág. 53 (traduzido).) Sobre o que vai falar na TED? Vou falar sobre o cérebro humano e mostrar como ele não é um cérebro especial, uma exceção à regra. Nossas pesquisas nos revelaram que se trata apenas de um cérebro de primata grande. O notável é que passamos a ter um cérebro enorme, do tamanho que nenhum outro primata tem, nem os maiores, porque inventamos o cozimento dos alimentos e, com isso, passamos a ter um número enorme de neurônios. O cozimento foi fundamental para nos tornarmos humanos? Sim, burlamos a limitação energética imposta pela dieta crua. E a implicação bacana e irônica é que, com isso, conseguimos liberar tempo no cérebro para nos dedicarmos a outras coisas (que não buscar alimentos), como criar a agricultura, as civilizações, a geladeira e a eletricidade. Até o ponto em que conseguir comida cozida e calorias em excesso ficou tão fácil que, agora, temos o problema inverso: estamos comendo demais. Por isso, voltamos à saladinha. Se alimentarmos orangotangos e gorilas com comida cozida eles serão tão inteligentes quanto nós? Somos especiais? A gente não é especial coisa alguma. Somos apenas um primata que burlou as regras energéticas e conseguiu botar mais neurônios no cérebro de um jeito que nenhum outro animal conseguiu. Por isso estudamos os outros animais e não o contrário. Neurocient is ta da UFR J, Suzana Hercula no-Houzel é a prim ei ra brasileira a part ic ipar da TED (Tecnologia, Entretenim ento e D esign, em portugu ês) — prestigiada sé rie de confe rências que reún e grandes nom es da s mais dive rsa s áre as do c onhec imento para deba ter novas ide ia s. Su zana falará no dia 12 de junho, sob o tema “Ouça a na tureza”, e desta ca rá suas descob erta s única s sobre o cé rebro humano . (O Globo, 5/6 /2013)