Buscar

Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência no Brasil

Prévia do material em texto

RESUMO 
A presente pesquisa trata-se do Trabalho de Conclusão de Curso e objetivou falar das Políticas Públicas para pessoas com deficiência, analisando a construção do estado de bem-estar social no Brasil. 
Essas questões são influenciadas pela representação social que essas pessoas possuem, desde a antiguidade com relação ao deficiente. 
 Nesse âmbito, o papel incumbido a assistência social é importante pelo fato de que por intermédio das ações sociais que facilitam a construção de bem-estar social no Brasil, onde é possível perceber diversos entraves por conta da falta de infraestrutura em se rever a condição do deficiente.
1 AS POLÍTICAS DE INTERVENÇÕES SOCIAIS NO BRASIL 
	As pessoas com deficiências apresentam suas particularidades, limites, fraquezas, como toda e qualquer pessoa. Nesse contexto, então, de inclusão social de pessoas com deficiências estão envolvidas as representações sociais, históricas e culturais que impregnaram até hoje o imaginário da sociedade acerca do deficiente. 
As Políticas Sociais e a Questão Social 
	As Políticas Sociais e a Questão Social no âmbito do capitalismo, requer uma atenção especial, haja vista, que a temática revela fortes questionamentos e maiores compreensões de ações dos atores evidenciados no processo da gestão social a partir de políticas e de garantias dos Direitos Sociais no Brasil.
No final do século XIX, são criadas as primeiras legislações, medidas de proteção social, com destaque para os países da Alemanha e Inglaterra. No entanto, a generalização de medidas de seguridade social no capitalismo, se dará no período posterior a segunda guerra mundial. Segundo Cerquier-Manzini (2010, p. 73-74), “é uma proposta de desenvolvimento do capitalismo liberal (de nação), mas desenvolvida numa etapa monopolista, de regência dos oligopólios, em que as regras já eram outras”. 
 Esta singular experiência se dá a partir da construção do Welfare State ou Estado de Bem-Estar Social, em alguns países da Europa ocidental, acompanhado de diversas tipologias de política social, tanto no capitalismo central ou capitalismo organizado como na periferia capitalista (PEREIRA et al, 2000).
A construção do Welfare State é caracterizada pela busca de um bem social com prestações econômicas positivas ao Estado. O Estado intervém em atividades que são inicialmente prestadas por iniciativas privadas no intento de garantir condições de vida melhores a população. 
	Essa experiência não se refere a um único padrão, cada modelo é concebido levando em consideração fatores econômicos, políticos e culturais de cada país e região. Em se considerando o Estado de Bem-Estar Social como referência ao modelo adotado, para configurar a proteção social brasileira, assim não se pode falar do Estado do Bem-Estar social europeu. 
1.2 A Constituição da Política de Seguridade Social no Brasil 
	A política social, no contexto neoliberal, no Brasil vem se destacando no cenário político, econômico e social desde a década de 1990, onde se registra um grande avanço nas conquistas dos direitos sociais, da seguridade social e da gestão das políticas, através da Constituição Federal de 1988. 
No entanto, os avanços legais da Constituição de 1988, confrontam com as teses neoliberais baseadas no ideário do liberalismo econômico, defendendo a estabilidade monetária, a redução dos gastos sociais e a reforma do Estado, na perspectiva do desmonte dos direitos conquistados legalmente (PEREIRA et al, 2000).
	Dessa forma, entende-se que as tendências atuais, das Políticas Sociais no Brasil, em oposição à universalização e a integração com as outras esferas da seguridade social, passam a ser centralizadas em programas sociais emergenciais e seletivos, enquanto, estratégias de combate à pobreza. 
Assim sendo, a atual configuração do capital determina novas modalidades de reprodução da força de trabalho, ancoradas principalmente nos processos de privatização, focalização e descentralização das Políticas Sociais.
2- OS MOVIMENTOS SOCIAIS E INSTITUCIONALIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL
2.1 Os Movimentos Sociais e as Conquistas da Sociedade Civil
	Foi na década de 1960 e 1970 que os movimentos sociais surgiram caracterizados por questões localizada na vida prática das comunidades. O movimento operário e os populares e a expansão de lutas foram marcadas pela estratégia defensiva das classes menos favorecidas. No final de 1970 o movimento sindical e as organizações estudantis tiveram força com a greve dos metalúrgicos que paralisaram as indústrias de São Paulo, juntamente com a greve dos bancários.
	Também eclodiram nesse momento as lutas de classes margeadas da sociedade como mulheres, povos indígenas, negros e homossexuais (PINSKY; PINSKY 2003). Na década de 1990 os movimentos se ampliam e transcendem a divisão política entre direita e esquerda, fazendo urgir movimentos como ecológicos e do consumidor. 
2.2 A Legislação Brasileira para a Seguridade Social
De acordo com artigo 194 da CF, a Seguridade Social é um conjunto de “ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à previdência, a saúde e à assistência social. 
	De acordo com Santos (2005), a seguridade social garante a proteção social compreendida na Assistência Social e na Previdência Social e no direito à saúde. A proteção social e seu respectivo custeio podem ser expandidos, nos termos do art.194, parágrafo único, da CF, em vista as mutações sociais e econômicas, geradas de novas contingências causadoras de necessidades. 
3POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL NO BRASIL
A ideia dessa proposta é a de mostrar a vantagem de integrar os efeitos do meio nas apreciações da capacidade de autonomia de uma pessoa com deficiência. Em consequência uma pessoa pode sentir uma discriminação em um meio que constitui para ela barreiras que apenas destacam a sua deficiência, ou, ao contrário, ter acesso a esse meio, graças às transformações deste para atender as suas necessidades.
3.1 Percursos Históricos da Representação Social das Pessoas com Deficiência 
A Convenção da Guatemala, internalizada à Constituição Brasileira pelo Decreto 3956/2001, no seu artigo 1º, define deficiência como “[...] uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social”. Essa definição ratifica a deficiência como uma situação. 
No início da vida, a partir do nascimento, a sociedade começa a identificar as pessoas com deficiência pela sua diferença. A desinformação é uma das principais colaboradoras para uma visão errônea de que pessoas com deficiência não são aptas a viverem em sociedade.
Segundo Figueira (1995, p. 32), é muito frequente a visão de que os sujeitos com deficiência “são tristes e patéticos, destinados a uma vida trágica e a trazer tristeza a todos que os conhecem”. A pessoa com deficiência, é vista como triste. Desse modo, possuir uma deficiência ou alguém com deficiência na família é uma tristeza.
Séculos e séculos de ignorância e conceitos errados ainda fomentam uma série de conceitos equivocados.
A Representação da Assistência Social junto as Pessoas com Deficiência
	É preciso refletir sobre a prática da assistência social junto as pessoas com deficiência, portanto, inicialmente, buscamos na pesquisa em tela identificar o papel do profissional que atua na sociedade para as contribuições no processo de inclusão social. Dessa maneira, com maior ênfase, analisar as práticas adotadas pelos Assistentes Sociais nas garantias e acessos aos direitos das pessoas com deficiência na sociedade brasileira. 
Segundo Iamamoto (1997), a origem do Serviço Social como profissão apresenta profundamente as marcas do capitalismo impressas na sociedade brasileira, sobretudo, no período de 1930 -1960. Contudo, a atuação nesse período era meramente “caritativa”sob forte influenciado regimento da Igreja Católica, com ausência do ordenamento institucionalizado pela classe. 
As Políticas Públicas para as Pessoas com Deficiência 
Tem-se notado que a partir das políticas de inclusão há uma maior necessidade de preparação da comunidade. É dentro desse cenário de transformações que se situa o pensamento contemporâneo, possuidor de uma pluralidade de perfis e tendências, baseada num sistema sócio-econômico-global para pessoas com deficiência. 
Um importante marco na política de Assistência Social e na busca pelas garantias dos direitos humanos pra os deficientes foi implementado no Brasil após a Constituição Federal de 1988:
o Sistema Único de Assistência Social - SUAS, concebido como modelo de gestão descentralizado e participativo, o qual estabelece como elementos imprescindíveis à execução da política para os seguintes eixos estruturantes.
No caso da Deficiência, pode-se citar a Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiência, reconhecido pelo Brasil e subscrito em protocolo, tem na referida convenção o objetivo de promover, proteger, assegurando que os deficientes tenham os mesmos direitos que outro indivíduo de desfrutar as liberdades humanas fundamentais para o exercício de cidadania
Outro marco que contribui para a garantia de ações de políticas públicas foi à criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência que entrou em vigor no dia 2 de janeiro de 2016, com novas regras e orientações para promover os direitos e liberdades dos deficientes. 
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência- LBIPD de nº13.146/2015 garantiu condições de acesso a saúde e a educação, estabelecendo punições para a discriminação contra essa parte da população que segundo dados recentes, estima-se cerca de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. (IBGE, 2003).
se faz necessário estabelecer que as obrigações dos Estados em implementar e universalizar os direitos, devem desestimular as práticas e os costume discriminatórios, além da necessidade de atualizar as legislações para que se estabeleçam estratégias nas áreas de saúde, habilitação, pesquisas, ou seja, o Estado deverá fomentar políticas de alargamento para os direitos econômicos, sociais e culturais.
Outro ponto importante e revelado por Spotazi (et al, 2010), ainda nesse contexto, aponta para o confronto de políticas públicas na intervenção de questões associadas ao deficiente, portanto, insere-se a necessidade de uma análise em torno das políticas sociais brasileiras. Dessa maneira, pode-se concluir que as políticas públicas, as convenções e legislações existem para as pessoas com deficiência, porém a assistência social ainda precisa ser revista nesse contexto de ação. 
O traço fornecido ao serviço social ainda se insere nas questões do assistencialismo, no quando é sua função gerenciar as políticas sociais e não apenas esforçar-se para incluir os deficientes em programas de ajuda. O âmbito da ação é bem maior e está inserido na expansão da cidadania dos deficientes, pois está pautada em resposta à questão social. 
O argumento mencionado ocasiona a discussão de que quando se fala em direitos universais, se fala da equidade dos homens com outros homens indistintamente, seja branco, preto, pobre, rico, mulher, homem, criança, de acordo com os princípios da condição humana e não das especificidades humanas.
Concluindo 
Hoje com os avanços e mudança de pensamento da sociedade a ideia de exclusão foi repensada como causa da organização social, contemporânea e a deficiência passou a ser vista como uma característica como outra qualquer e para tanto com os mesmos direitos e deveres que outros.
	As medidas assistencialistas tiveram de ser revistas e o protagonismo das pessoas deficientes se inseria em espaços públicos de direito e cobrança. Cobrou-se acessibilidade, transporte, comunicação, informação, com a mesma equiparação de oportunidades dos que os não deficientes, fazendo surgirem políticas de ações em prol ao bem social dessas pessoas. 
	Diante dessa importância, o presente trabalho objetivou falar das políticas públicas para pessoas com deficiência, analisando a construção do estado de bem-estar social no Brasil. É preciso entender como já dito, que as questões que envolvem o deficiente físico estão na esfera da representação social, principalmente as práticas excludentes, haja vista, que historicamente essas pessoas sofreram segregação e discriminação por não serem ‘normais’.

Continue navegando