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Pontos para análise – Iracema (1865) Argumento histórico -1603 - Pero Coelho parte da Paraíba levando 80 colonos e 800 índios – foz do rio Jaguaribe – primeiro estabelecimento colonial do Ceará. - Pero Coelho abandonado pelos sócios recebe a ajuda de João Sorromenho – faz cativos sem respeitar os índios do Jaguaribe, amigos dos portugueses = ruína do povoado. - Na primeira expedição de Pero Coelho, MARTIM SOARES MORENO foi ao Rio Grande do Norte, fez amizade com Jacaúna, chefe, e seu irmão POTI. - 1608, início da colonização regular – Jacaúna vem se estabelecer nas proximidades para proteger contra tribos inimigas do interior e franceses. - POTI recebe o nome de ANTÔNIO FILIPE CAMARÃO. - MARTIM E POTI – guerra contra os holandeses. Tabajaras no interior, aliados dos franceses x pitiguar no litoral, aliados dos portugueses 2) Símbolos - Moacir = índio + português = brasileiro. - Iracema = ideal de esposa e mãe – larga tudo pelo marido, dá a vida pelo filho. - Martim = herói camoniano, virtudes cavalheirescas, amor pela pátria maior que pela esposa. - Avô Araken = sabedoria, coragem serena. - Tio-avô Andira = justiça, vigor físico, velho. - Tio Caubi = domínio da terra, o guia, senhor dos caminhos, jovem. - Irapuã = ciúme e valor marcial. - Poti = amizade, fidelidade. Mito bíblico - Iracema = “tu és Moacir, o nascido do meu sofrimento”. - Rachel = “tu te chamarás Benoni (Benjamin), filho da minha dor”. - Rachel + Jacó = casamento por amor, provações e sacrifícios. - Isaac (pai de Jacó) = “Deus te faça fecundo e te multiplique para que venha a ser uma multidão de povos, para que possuas a terra de tua peregrinação (Gênesis). - Jacó = progenitor da nação judaica, 12 filhos, 12 tribos de Israel. 4) Linguagem - Figura mais usada = símile – comparação prolongada, acumulação. “a borrasca (nuvens tempestuosas) enverga como o condor (negro) as foscas (luz baça) asas (ventos) sobre o abismo (fundo escuro, tenebroso)” - Resultado = precisão; a expressão justa que traduz o temperamento emotivo; dá ao leitor o máximo de compreensão; aproveitamento de imagens americanas. - Engano do leitor = parece que os símiles são necessidade da linguagem pobre dos indígenas Machado de Assis (1866) sobre Iracema - Poema em prosa. - Não conhecemos a língua e os indígenas, mas o efeito é exatamente o que o autor pretende causar. - Há um argumento histórico – o resto é obra da imaginação. - Feliz nas criações femininas. -Iracema = criatura copiada da natureza, idealizada pela arte. “O Brasil tem o direito de pedir-lhe que Iracema não seja o ponto final. Espera-se dele outros poemas em prosa. Poema lhe chamamos a este, sem curar de saber se é antes uma lenda, se um romance: o futuro chamar-lhe-á obra-prima.” - Enredo breve – uma índia que ama um homem branco, sofre e morre por amor. - Gênero = fábula de raiz folclórica, mito de origem, aventuras matizadas por momentos idílicos-pastorais. - “Irapuã é o ciúme e o valor marcial; Araken austera sabedoria dos anos; Iracema o amor. No meio destes caracteres distintos e animados, a amizade é simbolizada em Poti. Entre os indígenas a amizade não era este sentimento, que à força de civilizar-se, tornou-se raro; nascia da simpatia das almas, avivava-se com o perigo, repousava na abnegação recíproca; Poti e Martim, são os dois amigos da lenda, votados à mútua estima e ao mútuo sacrifício”. Machado de Assis (1887) sobre O guarani - Escrito 10 anos após a morte de Alencar como prefácio a uma das edições de O guarani. - O guarani é a grande estreia de Alencar. - Alicerce de romancista do escritor. É a obra punjante da mocidade. - Livro essencialmente nacional. “Desde a entrada estamos em puro e largo Romantismo. A maneira grave e aparatosa com que D. Antônio de Mariz toma conta de suas terras, lembra os velhos fidalgos portugueses, vistos através da solenenidade de Herculano; mas já depois intervém a luta do goitacá com a onça, e entramos no coração da América. - apresenta traços biográficos: a carreira política (1860 -1870), a função de cronista de jornal; a doença (morte aos 48 anos, 1877).