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data show Rosana Ricalde trajetória artística por Célia Ribeiro

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Rosana Ricalde, 1971 Artista visual, formada em gravura pela Escola
de Belas Artes da UFRJ, e Mestre em Ciência
da Arte pela Universidade Federal Fluminense,
Niterói.
Integra a equipe de produção e pesquisa do
Paço Imperial, Rio de Janeiro, desde 2000.
Em parceria com o artista Felipe Barbosa,
participa das três edições do Prêmio
Interferências Urbanas, Rio de Janeiro, em
2000 e 2001.
Expôs em países como o Japão, França,
Espanha, Portugal, Holanda, Croácia, México,
Argentina, Porto Rico e São Tomé e Príncipe.
Residências artísticas
São Tomé e Príncipe – V Bienal de Arte e
Cultura 2008.
Ilha de Susak, Croácia – Eko Susak 2008.
Roterdam, Holanda – Perambulações 2005.
Prêmio
CNI-SESI Macantonio Vilaça III edição
A partir da Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visual
Rosana desde a infância tinha interesse
pela escrita. Passar o caderno a limpo era
um grande prazer (...) A poética de
Rosana desencadeia-se com a escrita e a
imagem, nas geografias particulares e
universais em processos não-lineares,
entre as palavras e o desdobrar-se na
linguagem visual, nas paisagens de areia
que falam de tempo e tudo muda, e nos
retratos-imagens inexistentes. Utiliza-se
para escrever de materiais obsoletos,
como a fita rotuladora, e cria com esses
meios uma visualidade, onde o processo
de fazer é primordial à obra, assim como
a escolha minuciosa dos objetos com que
vai trabalhar.
Luiz Guilherme Vergara
Material educativo da exposição Palavras 
Compartilhadas
Compartilhando palavras com Rosana - Um retrato 3X4 da artista 
Desde a infância Rosana se interessava pela escrita. Passar o caderno a limpo dava-lhe um grande prazer 
A pesquisa plástica de Rosana Ricalde
Rosana Ricalde pesquisa elementos e códigos da comunicação literário-verbal e as possibilidades
de alargamento e expansão de seus limites.
Revolve os suportes tradicionais da escrita em busca de material para intervenções que tensionam
a linguagem em seus aspectos fonético, morfológico, sintático, semântico e, eventualmente, social.
Neste processo a palavra se apresenta como um elemento-base, como uma plataforma de atuação
onde a artista manipula sua forma e promove deslocamentos poéticos.
A partir de sua intervenção, a palavra ganha corpo em arranjos que se projetam para além de seu
suporte originário, expandindo-se em desdobramentos simbólicos cuja silenciosa presença é
pontuada por um comentário poético, a respeito das instâncias envolvidas no processo da escrita e
de sua assimilação.
A partir do texto Outras Sintaxes de Guy Amado, 2004
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/ensaio_sobre_a_cegueira.htm
Rosana Ricalde
• Explora a escrita fora de seu registro convencional;
• Busca na escrita uma densidade que vem sendo solapado pelo sentido de
urgência dos tempos em que vivemos;
• Confere uma visualidade corpórea a fragmentos de textos extraídos de poemas,
romances, manifestos;
• Subverte a narrativa, a semântica, a sintaxe do texto, expandindo-os numa
operação de superposição e rebatimento de sentidos, desassociando livremente
o conteúdo do texto e a forma do vocábulo.
Exposições individuais
2011
O livro das Questões, Baró Cruz Galeria, São Paulo, SP.
2009
Mundo Flutuante - Galeria Baró Cruz, São Paulo,SP.
O Navegante, Arte em Dobro, Rio de Janeiro, RJ.
O Percurso da Palavra - Centro Cultural Banco do 
Nordeste, Fortaleza, CE.
2008
Galeria 3+1, Lisboa, Portugal.
Palavras Compartilhadas – SESC Paraná, Maranhão, 
Mato Grosso, Ceará, Bahia, Tocantins, Amapá e 
Pernambuco.
2007
Cidades Ocultas – Arte em Dobro, RJ.
La Casa Del Lago – UNAM (Universidad Autônoma de 
México) - Intervenção Urbana Cidade do México (trabalho 
em parceria com Felipe Barbosa).
2006 
Todos os Nomes – Galeria Amparo 60, Recife.
Horizonte Azul – Galeria Mínima, RJ.
2005
Móvel Mar – Galeria Casa Triângulo, SP.
Poesia DES –_RE_GRADA, Centro Cultural Oduvaldo
Vianna Filho – Castelinho do Flamengo, RJ.
2004
Palavra Matéria Escultórica - Museu de Arte 
Contemporânea de Niterói.
Programa de Exposições Centro Cultural São Paulo, SP.
Exercício da Possibilidade - Centro Universitário Maria 
Antônia, SP.
Foto: http://revistatpm.uol.com.br/revista/100/arte-dos-sonhos.html
2003
Casa de Cultura da América Latina, Brasília.
Insola(R)ções - Solar Grandjean de Montigny, RJ.
2002
Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho – Castelinho 
do Flamengo, RJ.
2001
Vento Contentamento – Galeria do Centro de Artes 
UFF, Niterói.
Verba Volant, Scripta Manent – Espaço Maria 
Martins, RJ.
Labirinto e Labirinto Dadá, 2002|2003
Labirinto feito com cubos de açúcar 
10 mil exemplares de jornal com o
texto do Primeiro manifesto
Dadaísta impresso com o sentido do
dicionário de cada palavra deste.
Como em um labirinto, a leitura do
manifesto é atravessada pelos
significados de suas palavras.
A tiragem foi distribuída na
exposição.
Instalação onde Ricalde escreve
a palavra “persisto”, cuidadosa
e repetidamente, usando um
lápis até que este se acabe. O
trabalho é inspirado na
perfomance de 1971 de John
Baldessari “I will not make any
more boring art” (Não vou mais
fazer arte chata).
Persisto – 2002 - 2004
John Baldessari – 1931, Califórnia.
Um dos mais influentes artistas vivos, começou sua
trajetória artística no início da década de 60 com pinturas
influenciadas pela Pop Art. Motivado pelo que considerava
uma escassez de novas idéias nos suportes tradicionais de
arte, passou a criar obras de temática voltada à própria
experiência artística, “arte sobre arte”.
É deste período:
• A painting that is its own documentation [Uma pintura
que é sua própria documentação], concluída em 1968.
Nela, ao invés de uma imagem pictórica, estava um
registro escrito do momento de sua criação, bem como
instruções para que ali fossem anotadas as datas e locais
das exposições nas quais ela fosse exibida futuramente.
• Tips for Artists who want to Sell [Dicas para pintores que
querem vender] (1963-1968), crítica ao mercado de arte
da época e à função do artista e às técnicas de
composição.
Em 1970 queimou quase todas as pinturas que havia feito
na performance Cremation Project [Projeto de Cremação],
e publicou em um jornal de São Francisco um anúncio de
obituário no nome de “John Baldessari, Pintor”.
A partir dali ficou mais de uma década sem pintar,
trabalhando com fotografias e vídeos. I will not make any
more boring art [Não farei mais arte entediante], de 1971,
é talvez a obra mais emblemática desta fase. Trata-se de
um vídeo no qual o artista é visto escrevendo
repetidamente a frase do título em uma folha de papel, até
preenchê-la por completo.
Tips for Artists Who Want to Sell, 1966–1968 . Acrylic on 
canvas; 68 x 56 1/2 in. (172.7 x 143.5 cm)
I will not make any more boring art
http://www.viapolitica.com.br/perfil_view.php?id_perfil=139 
Imagem: http://www.moma.org/collection/browse_results.php?object_id=59546
O Tempo Muda Tudo 
2002
Vidros com palavras escritas em
areia colorida e série de 5
fotografias com diferentes ordens
das palavras .
40x60x3 cm cada fotografia 3x5 cm
cada vidro de areia.
http://www.flickr.com/photos/rosanaricalde/1038705685/in/photostream/ 
http://www.flickr.com/photos/rosanaricalde/1038699401/in/photostream/
http://www.rosanaricalde.com/menuport.html
* Obra presente em Palavras Compartilhadas
*
Rede, 2002|2005
A trança de palavras está na matriz de "Rede" (2002/2005), obra em progresso concluída no espaço museológico.
Cada visitante das exposições realizadas em Fortaleza e São Paulo construía um chaveiro com seu nome. O objeto,
criado a partir de letrinhas coloridas soltas e unidas pelo espectador, funcionava como um livro de visitações cheio
de vida. E uma rede era criada com a memóriade todos os que tinham estado em contato com o trabalho.
Daniela Name
http://novoscuradores.com.br/artigo-blog/rosana-ricalde/4/2011
http://www.rosanaricalde.com/menuport.html
Rede, 2002|2005
Rede, 2002|2005
rede construída com peças de porcelana e aros de chaveiros, a
malha da rede foi feita com o nome de cada pessoa que entrou
na sala onde a obra estava durante a I Bienal Ceará América/
de Ponta-Cabeça – Fortaleza. Outros nomes foram
acrescentados durante a abertura da mostra Homo Ludens
(Instituto itaú Cultural). Dimensões variáveis.
http://www.flickr.com/photos/rosanaricalde/1038705851/sizes/m/in/photostream/tream/ e 
http://www.flickr.com/photos/rosanaricalde/1038706161/in/photostream/lightbox/
O que os olhos não vêem o coração sente
Galeria do Poste – 2002
Intervenção realizada na galeria Poste onde foi escrito em braile
trecho de um poema de Luís de Camões com bolas de isopor,
cola e plástico transparente
60 x 130cm
http://www.flickr.com/photos/rosanaricalde/1038706819/in/photostream/l
Intervenção em parque público – Hamburgo, 2003
Facebook da artista
Alfabeto de verbos - 42 painéis (30x40cm)
cobertos por etiquetas datilografadas.
Nestas estão todos os verbos da língua portuguesa
(cerca de 14.000), na 1ª pessoa do singular /1ª
pessoa do plural. 2002
“Eu fiz a faculdade, tinha produção, mas o trabalho
não tinha identidade. Quer dizer, você pega cada
coisa que você conhece e vai digerindo, mas
aquilo ali ainda não tem uma linha.
O início dessa linha foi o trabalho que se chamou
Alfabeto de Verbos (2002), em que datilografei
todos os verbos da língua portuguesa em etiquetas
e colei em 42 painéis.
A partir desse trabalho comecei a tomar
consciência do que eu estava pesquisando meio
instintivamente, e aí foi mais fácil porque passei a
conduzir a pesquisa fazendo leituras que estavam
ligadas ao que me interessava, antes as coisas
estavam mais soltas. (...)
Esse trabalho inaugurou esse entendimento do
que eu queria fazer de fato. Nesse momento, li As
palavras e as Coisas do Michel Foucault, que foi
um livro muito instigante, que me deu idéias e me
mostrou Algumas coisas e alguns materiais que
eu poderia explorar dentro de meu trabalho.”
Catálogo Rosana Ricalde 
Alfabeto de Verbos – 2002
Trabalho inaugural da identidade 
artística de Ricalde
Tudo o que a gente pode fazer está 
delimitado ali, tudo tem um nome.
Pilares, 2003
Instalação com 40 pilastras recobertas com páginas de dicionários de línguas 
latinas
http://www.rosanaricalde.com/obrasport.html
"[...] quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma combinatória de
experiências, de informações, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma
enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de
estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as
maneiras possíveis".
Sobre a Multiplicidade In CALVINO, Ítalo. Seis Propostas para o próximo milênio. São Paulo: 
2ª Ed.Companhia das Letras, 1998.
Circunviagem, 2003
Galeria Marta Traba – Memorial da América Latina,SP
Trabalho realizado ao redor do prédio Galeria Marta Traba – Memorial da América Latina. Vinil adesivo branco
aplicado sobre os vidros contendo verbos da língua portuguesa com DES / RE aparecendo nas três formas ex:
animar / reanimar / desanimar – 2003
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/poesia_desregrada.htm
A palavra como dispositivo plástico
Nos trabalhos de Rosana evidencia-se um jogo de atritos entre dois sistemas cognitivos históricos, duas
ordens assumidas como paradigmáticas e antagônicas: a ótico-visual, entendida como experiência
essencialmente sensível e, portanto, não coercível a um conhecimento lógico (e logocêntrico) e a textual,
remetida a uma natureza decididamente intelectiva.
Esta polaridade é desfeita em suas obras, suas fronteiras mesclam-se, confundem-se. A palavra retoma
um sentido especulativo, na medida em que, translúcida, convoca o olhar a atravessá-la, a procurar em
seus vazios algo evocado em seu conteúdo inicial.
Simultaneamente, ela retém uma objetividade quase escultórica. Ela se implanta como um dispositivo
construtivo, estabelece um princípio comum que elabora séries associativas desvinculadas de uma lógica
formal prévia, ou de uma organização materializada por uma incisiva negatividade, como nos Contra
Poemas de Rosana Ricalde, que operam sobre as simetrias dos antônimos das palavras do poema
original.
Ambos (Rosana e Felipe Barbosa) nos fazem observar uma irônica problematização da encruzilhada
demarcada pela arte conceitual. Pois, se aquela colocava o limite da arte na reflexão de sua definição,
aqui os dois artistas convocam tal indagação como ponto de partida de novas investigações possíveis,
para as quais, todavia, a escrita (ou reescrita) desta - ou destas - pergunta(s) só se torna viável quando
propostas materialmente a enfrentar sua inscrição no mundo.
A partir de Guilherme Bueno – Curador - MAC - Niterói 2004
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/materia_escultorica.htm
Palavra Matéria Escultórica
Felipe Barbosa / Rosana Ricalde
Museu de Arte Contemporânea de Niterói, 
2004
Baú de palavras 2001|2006
Baú de madeira coberto por dentro e por
fora com fita rotuladora com verbos
escritos, 19x15x10cm
Exercício da Possibilidade – Os Manifestos
Buscando uma nova compreensão filosófica da arte, os manifestos anunciavam o fim de um
tipo de arte e sua nova revelação: um caminho a seguir, "mais ou menos proclamando como
o único tipo de arte a considerar." À pergunta de Cézanne - "Qual a verdade da arte?"- , os
manifestos modernos forneceram respostas distintas, mas cada um oferecia apenas uma
como possível.
As narrativas modernas foram teleológicas, fundamentando e legitimando a existência em um
percurso histórico e progressivo, em uma finalidade comum que justificaria e autenticaria o
presente.
A era dos manifestos termina por uma insuficiência: quando a questão o que é arte não
encontra mais (apenas) uma resposta nas produções artísticas contemporâneas.
Tarefa a que se propõe Rosana Ricalde
Explorar a inaptidão da arte e de seus manifestos em afirmar uma verdade para si; 
Subtrair-lhes a condição de Texto original ou finalista capaz de um decifração;
Apontar, no diálogo com a história da arte, histórias diversas;
Manifestar o fala-se e vê-se indeterminado da escrita.
Ao deflagrar as ambigüidades, ao deslocar as traduções, ao convulsionar as leituras
consagradas, os "manifestos" enunciam-se e se doam ao visível para afirmar a pluralidade.
A partir do texto Exercício da Possibilidade de Marisa Flórido Cesar, 2004
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/exercicio_da_possibilidade.htm
(...) Em Exercício da Possibilidade, Rosana Ricalde
apresenta vários manifestos artísticos conhecidos, em
versões "visuais-literárias", onde a estrutura do texto é
destrinchada, sugerindo uma tomada de atitude do público
ou do artista através de uma leitura diferente.
Os trabalhos buscam a palavra pelo viés da sua
materialidade, reinventando a métrica e a rima dos
escritos, e colocando a verbalidade como elemento
primordial - ainda que a legibilidade e o entendimento
imediato das frases sejam comprometidos de certa forma.
Desse modo, o lugar da palavra e do conteúdo no meio do
bombardeio de mídias ultra-rápidas que em que vivemos,
é a questão mais crítica desta série, que rejeita
interpretações manifestantes ardorosas.
Rosana usa técnicas obsoletas e dispensa recursos de
alta tecnologia, apostando apenas na força da literatura e
no resultado da sua pesquisa com elementos e códigos da
comunicação verbal: em seu ateliê conta-se cerca de 15
dicionários de idiomas, provérbios e técnicas de escrita.
No momentoem que vivemos uma retomada da postura
política do artista diante do establishment, estes
manifestos reinventados parecem seguir numa direção
mais neutra, funcionando como exercícios de
desassociação entre o conteúdo crítico e a forma essencial
do verbo. A visualidade da palavra é quem impõe a (des)
ordem aqui, como se criasse a obra de fato.
Daniela H. Labra
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/exercicio_da_possibilidade.ht
m
trabalhos realizados a partir dos
manifestos modernos
Exercício da Possibilidade
2004
* Série presente em Palavras Compartilhadas
*
Exercício da Possibilidade
Centro Universitário Maria Antônia, SP, 2004
Mostra composta por trabalhos desenvolvidos a partir de alguns manifestos da arte moderna,
como o "Manifesto Antropófago", de Oswald de Andrade, o "Manifesto Neoconcreto" e o "Primeiro
Manifesto Dadá".
A artista trabalha esses textos materializando e reformulando seus conteúdos, sem o compromisso
de promover uma purificação ou de encontrar soluções para os caminhos da arte. O público
poderá reler os manifestos sob uma nova ótica, permitindo o exercício da possibilidade.
Dentre os diversos trabalhos presentes na exposição, dois serão distribuídos ao espectador: o
Labirinto Dadá (jornal editado a partir do primeiro Manifesto Dadá) e o Caça Palavras (edição a
partir do Manifesto Antropófago).
http://www.artbr.com.br/mariaantonia/2004/04abril/
*
Exercício da Possibilidade 
Funarte, RJ, 2004
Labirinto dada, 2003
Jornal com o texto do primeiro manifesto Dadaísta
impresso com o sentido do dicionário de cada
palavra deste. A tiragem de 10.000 exemplares foi
distribuída na exposição.
O manifesto dadaísta exibe suas traições e fugas: no
lugar de uma palavra arbitrária - que declara pública
e paradoxalmente, por um texto, seu sem sentido e
sua enunciação absoluta de qualquer coisa -, a
sobredeterminação de todas as palavras ali escritas,
seus verbetes dicionarizados abrindo-se a inúmeras
significações.
Se um signo apenas ganha significado relativo ao
contexto e à situação a qual se relaciona, então à
abertura a todos os deslocamentos possíveis, a todas
as combinações possíveis, a todos os contextos
possíveis. Cada qual que teça, com seu fio de
Ariadne, seus percursos nos labirintos da escrita.
Marisa Flórido Cesar, 2004
http://www.muvi.advant.com.br
Dadaísmo - Dada
Ao contrário de outras correntes artísticas, o dadaísmo apresenta-se como
um movimento de crítica cultural mais ampla, que interpela não somente as
artes, mas modelos culturais passados e presentes. Trata-se de um
movimento radical de contestação de valores que utiliza variados canais de
expressão: revista, manifesto, exposição e outros.
As manifestações dos grupos dada são intencionalmente desordenadas e
pautadas pelo desejo do choque e do escândalo, procedimentos típicos das
vanguardas de modo geral. A criação do Cabaré Voltaire, 1916, em Zurique,
inaugura oficialmente o dadaísmo. Fundado pelos escritores alemães H. Ball
e R. Ruelsenbeck, e pelo pintor e escultor alsaciano Hans Arp, o clube
literário - ao mesmo tempo galeria de exposições e sala de teatro - promove
encontros dedicados a música, dança, poesia, artes russa e francesa.
O termo dada é encontrado por acaso numa consulta a um dicionário
francês. "Cavalo de brinquedo", sentido original da palavra, não guarda
relação direta, nem necessária, com bandeiras ou programas, daí o seu
valor: sinaliza uma escolha aleatória (princípio central da criação para os
dadaístas), contrariando qualquer sentido de eleição racional. "O termo
nada significa", afirma o poeta romeno Tristan Tzara, integrante do núcleo
primeiro.
A geografia do movimento aponta para a formação de diferentes grupos, em
diversas cidades, unidos pelo espírito de questionamento crítico e pelo
sentido anárquico das intervenções públicas. O clima mais amplo que abriga
as várias manifestações dada pode ser encontrado na desilusão e ceticismo
instaurados pela Primeira Guerra Mundial, 1914-1918, que alimenta reações
extremadas por parte dos artistas e intelectuais em relação à sociedade e ao
suposto progresso social.
Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais http://www.itaucultural.org.br
Hugo Ball at the Cabaret Voltaire, 1917
http://hilobrow.com/2009/08/26/the-modernists/
PRIMEIRO MANIFESTO DADÁ
Dadá é uma nova tendência da arte. Percebe-se que o é porque, sendo até agora desconhecido, amanhã toda a Zurique vai
falar dele. Dadá vem do dicionário. É bestialmente simples. Em francês quer dizer "cavalo de pau" . Em alemão: "Não me
chateies, faz favor, adeus, até à próxima!" Em romeno: "Certamente, claro, tem toda a razão, assim é. Sim, senhor, realmente.
Já tratamos disso." E assim por diante.
Uma palavra internacional. Apenas uma palavra e uma palavra como movimento. É simplesmente bestial. Ao fazer dela uma
tendência da arte, é claro que vamos arranjar complicações. Psicologia Dadá, literatura Dadá, burguesia Dadá e vós,
excelentíssimo poeta, que sempre poetastes com palavras, mas nunca a palavra propriamente dita. Guerra mundial Dadá que
nunca mais acaba, revolução Dadá que nunca mais começa. Dadá, vós, amigos e Também poetas, queridíssimos Evangelistas.
Dadá Tzara, Dadá Huelsenbeck, Dadá m'Dadá, Dadá mhm'Dadá, Dadá Hue, Dadá Tza.
Como conquistar a eterna bemaventurança? Dizendo Dadá. Como ser célebre? Dizendo Dadá. Com nobre gesto e maneiras
finas. Até à loucura, até perder a consciência. Como desfazer-nos de tudo o que é enguia e dia-a-dia, de tudo o que é
simpático e linfático, de tudo o que é moralizado, animalizado, enfeitado? Dizendo Dadá. Dadá é a alma-do-mundo, Dadá é o
Coiso, Dadá é o melhor sabão-de-leite-de-lírio do mundo. Dadá Senhor Rubiner, Dadá Senhor Korrodi, Dadá Senhor Anastasius
Lilienstein.
Quer dizer, em alemão: a hospitalidade da Suíça é incomparável, e em estética tudo depende da norma.
Leio versos que não pretendem menos que isto: dispensar a linguagem. Dadá Johann Fuchsgang Goethe. Dadá Stendhal. Dadá
Buda, Dalai Lama, Dadá m'Dadá, Dadá m'Dadá, Dadá mhm'Dadá. Tudo depende da ligação e de esta ser um pouco
interrompida. Não quero nenhuma palavra que tenha sido descoberta por outrem. Todas as palavras foram descobertas pelos
outros. Quero a minha própria asneira, e vogais e consoantes também que lhe correspondam. Se uma vibração mede sete
centímetros, quero palavras que meçam precisamente sete centímetros. As palavras do senhor Silva só medem dois
centímetros e meio.
Assim podemos ver perfeitamente como surge a linguagem articulada. Pura e simplesmente deixo cair os sons. Surgem
palavras, ombros de palavras; pernas, braços, mãos de palavras. Au, oi, u. Não devemos deixar surgir muitas palavras. Um
verso é a oportunidade de dispensarmos palavras e linguagem. Essa maldita linguagem à qual se cola a porcaria como à mão
do traficante que as moedas gastaram. A palavra, quero-a quando acaba e quando começa.
Cada coisa tem a sua palavra; pois a palavra própria transformou-se em coisa. Porque é que a árvore não há-de chamar-se
plupluch e pluplubach depois da chuva? E porque é que raio há-de chamar-se seja o que for? Havemos de pendurar a boca
nisso? A palavra, a palavra, a dor precisamente aí, a palavra, meus senhores, é uma questão pública de suprema importância.
Hugo Ball, Zurique, 14 de Julho de 1916
Exercício da Possibilidade
Funarte, RJ, 2004
Manifesto de Verbos, 2003
Manifesto Antropófago onde os espaços entre as
palavras foram retirados e os verbos que surgem
após esta junção em negrito.
Impressão sobre papel. 130x80x3 cm
Deglutição do Manifesto, 2003
Manifesto Antropófago escrito apenas com
palavras com vogais. impressão sobre papel .
100x80x3 cm
*
Manifesto Antropófago - escrito por Oswald de Andrade, publicado em maio de 1928, no primeiro número da Revista de
Antropofagia.
Em linguagem metafórica cheia de aforismospoéticos repletos de humor, repensa a dependência cultural no Brasil.
Influências teóricas identificadas no Manifesto: 
Pensamento revolucionário de Karl Marx;
Descoberta do inconsciente pela psicanálise e o estudo Totem e Tabu, de Sigmund Freud;
Liberação do elemento primitivo no homem proposta por alguns escritores da corrente surrealista como André Breton;
Manifeste Cannibale escrito por Francis Picabia em 1920;
Questões em torno do selvagem discutidas pelos filósofos Jean-Jacques Rousseau e Michel de Montaigne;
Idéia de barbárie técnica de Hermann Keyserling.
Oswald amalgamou essas influências ao conceito inédito de antropofagia ou canibalismo com raízes na história da civilização brasileira.
A antropofagia realça a contradição violenta entre as culturas primitivas (ameríndia e africana) e a latina na base da cultura brasileira.
Não propõe um processo de assimilação harmoniosa e espontânea entre os dois pólos, como no Manifesto da Poesia Pau-Brasil de 1924.
Agora o primitivismo aparece como signo de deglutição crítica do outro, o moderno e civilizado:
"Tupy, or not tupy that is the question. (...) Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago".
O mito irracional critica a história do Brasil e as conseqüências de seu passado colonial, e estabelece um horizonte utópico, em que o
matriarcado da comunidade primitiva substitui o sistema burguês patriarcal:
"Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud - a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e
sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama".
Oswald não se opõe à civilização moderna industrial, acredita que alguns de seus benefícios tornam possíveis formas primitivas de
existência. Por outro lado somente o pensamento antropofágico é capaz de distinguir os elementos positivos dessa civilização,
eliminando o que não interessa, podendo promover a "Revolução Caraíba" e seu novo homem "bárbaro tecnizado": "A idade de ouro
anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls".
Na nova imagem forjada o passado pré-cabralino é emparelhado com as utopias vanguardistas, pois "já tínhamos o comunismo. Já
tínhamos a língua surrealista" em nossa idade de ouro.
A antropofagia desloca o objeto estético, predominante na fase pau-brasil, para discussões relacionadas com o sujeito social e coletivo.
A multiplicidade de interpretações do Manifesto Antropofágico proporcionada pela justaposição de imagens e conceitos é coerente com
a aversão de Oswald de Andrade ao discurso lógico-linear herdado da colonização européia. Sua trajetória artística indica que há
coerência na loucura antropofágica - e sentido em seu não-senso.
Exercício da Possibilidade 
Funarte, RJ, 2005
Manifesto Visível, 2004
“Manifesto Ruptura” sobreposto a obra
“Idéia Visível” (de Waldemar
Cordeiro). Impressão sobre papel,
100x80x3 cm
Leitura dinâmica, 2003
estatística das letras empregadas
na escrita do “Manifesto
Neoconcreto”. impressão sobre
papel. 100x80x3 cm
O manifesto neoconcreto
transborda-se para o seu interior,
dilui as molduras sintáxicas que
estruturam as frases e os
sentidos, implode a palavra e
abole as fronteiras entre a
linguagem, a arte e a matemática
em um quadro estatístico das
letras e sinais que o compõe.
Marisa Flórido Cesar, 2004
http://www.muvi.advant.com.br
*
Manifesto Ruptura
Sob o impacto da I Bienal Internacional de São
Paulo, e da vinda delegação dos artistas
construtivistas suíços, principalmente Max Bill,
surgiu em São Paulo o movimento concreto.
O grupo inicial era formado por Waldemar
Cordeiro, Lothar Charoux, Geraldo de Barros,
Luiz Sacilotto, Kazmer Féjer, Anatol Wladyslaw
e Leopoldo Haar, artistas que desde a década
anterior realizavam experiências com a
abstração, abandonando a representação da
realidade em suas obras. A arte representativa
não respondia às novas questões do mundo
industrial. Era necessária uma nova forma de
arte, que pensasse e agisse diretamente na
sociedade contemporânea. Os artistas se
reuniam regularmente para discutir os novos
caminhos da arte, da arquitetura e do design
(termo este que era novidade no Brasil). A idéia
era organizar um projeto de reforma para a
cultura brasileira. Surge o Grupo Ruptura.
Manifesto Ruptura:http://www.artbr.com.br/casa/ruptura/manirup.html
Texto: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo3/ruptura/ruptura.html
Idéia Visível
Waldemar Cordeiro. Impressão sobre papel,
100x80x3 cm
Waldemar Cordeiro 1925-1973
Nasce em Roma, onde inicia sua formação artística. Vem para
o Brasil em 1946.
Trabalha inicialmente como jornalista, crítico de arte e realiza
ilustrações para jornais.
Em 1952, funda o Grupo Ruptura, do qual participam, entre
outros artistas, Luiz Sacilotto (1924 - 2003) e Lothar Charoux
(1912 - 1987). Conhece os poetas Décio Pignatari (1927),
Haroldo de Campos (1929 - 2003) e Augusto de Campos
(1931), que divulgam na revista Noigandres a experiência da
poesia concreta em São Paulo. Na década de 50 produz obras
que se caracterizam pelo rigoroso abstracionismo geométrico
e pelo uso de materiais industriais
No fim da década de 40 realiza quadros abstratos nos quais
dialoga com a pureza plástica das obras de Mondrian,
empregando cores primárias, linhas retas e pinceladas
impessoais lisas como, por exemplo, em Estrutura Plástica
(1949).
Explora também relações entre círculos sobrepostos e
deslocados do centro, como em Idéia Visível (1956), que
possui um ritmo musical.
(...)
A partir de: 
www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&
cd_verbete=3529&cd_item=2&cd_idioma=28555 
Manifesto Neoconcreto
O neoconcretismo dialoga com o movimento concreto no país (década de
50) e os artistas dos Grupos Frente - RJ, Ruptura - SP.
A arte concreta, tributária das correntes abstracionistas modernas das
primeiras décadas do século XX - Bauhaus, De Stijl, Cercle et Carré, do
suprematismo e construtivismo soviéticos, ganha terreno com as
formulações de Max Bill, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O contexto desenvolvimentista de crença na indústria e no progresso dá o
tom da época. O programa concreto parte de uma aproximação entre
trabalho artístico e industrial. Afasta da arte qualquer conotação lírica ou
simbólica. O quadro, construído exclusivamente com elementos plásticos -
planos e cores -, não tem outra significação senão ele próprio. Menos do
que representar a realidade, a obra de arte evidencia estruturas e planos
relacionados, formas seriadas e geométricas, que falam por si mesmos.
A investigação dos artistas paulistas enfatiza o conceito de pura visualidade
da forma. Em oposição o grupo carioca destaca a intuição como requisito
fundamental do trabalho artístico e estabelece uma articulação forte entre
arte e vida, afastando a consideração da obra como "máquina" ou "objeto“.
O manifesto de 1959, assinado por Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz
Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis,
denuncia o perigo da exacerbação racionalista da arte concreta levada.
Contra as ortodoxias construtivas e o dogmatismo geométrico, os
neoconcretos defendem a liberdade de experimentação, o retorno às
intenções expressivas e o resgate da subjetividade.
Texto a partir da Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais
Imagem: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=11852 
Em 21 de março de 1959 o
Suplemento Dominical do Jornal do
Brasil (SDJB) estampava em suas
páginas o Manifesto Neoconcreto
Exercício da Possibilidade
Funarte, RJ, 2004
Manifesto Objeto, 2004
“O Objeto” (escrito por Waldemar Cordeiro) sobreposto
à imagem “A Mulher que não é B.B.” (obra de Waldemar
Cordeiro). Impressão sobre papel - Dimensões:
100x80x3 cm
*
A mulher que não é B.B.Waldemar Cordeiro 1925-1973
A partir de 1968, associado ao físico e engenheiro
Giorgio Moscati, realiza os primeiros trabalhos em arte
por computador, na Universidade de São Paulo.
Para Waldemar Cordeiro, a arte eletrônica é uma
seqüência lógica da arte concreta, na qual o artista cria
um projeto, que tem em sua base um programa
numérico.
Dirige o Centro de Arteônica (neologismo que associa
arte e eletrônica) na Universidade de Campinas -
Unicamp até 1973, data de seu falecimento.
Trabalha com derivações de imagens, partindo de
fotografias, que são traduzidas em imagens de trama
reticulada - um processo usual na indústria gráfica.
Em A Mulher Que Não É B.B. (1971), estuda a
desintegração da figura no campo visual a partir da
foto de uma menina vietnamita. (...)
Waldemar Cordeiro propõe, assim, em suas obras,
outra compreensão da arte através dos novos recursos
tecnológicos, dos quais estimula o uso criativo.
Texto a partir de:
www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseacti
on=artistas_biografia&cd_verbete=3529&cd_item=2&cd_idioma=28555
Retrato:
http://www.fabiofon.com/webartenobrasil/texto_interartistas2.html
O OBJETO
CORDEIRO, Waldemar. O objeto. AD – Arquitetura e Decoração, São Paulo n. 20, não paginado, nov./dez. 1956.
No ápice concretista, durante a I Exposição Nacional de Arte Concreta (1956/57), (Waldemar Cordeiro) propõe
uma nova correlação entre “O objeto” e a sensibilidade, fundada na “experiência direta”, mas atenta à
“potencialidade social da criação formal”. (...)
A arte é conceituada como produtora de objetos que são fontes de conhecimento, matrizes de uma nova
realidade. Mais do que fatura, a obra é produto; o único conteúdo (e valor) artístico admitido é o fato visual
concretamente materializado pela obra. (...).
“Realismo artístico e não realismo anedótico.” Forma autônoma de conhecimento, a arte afronta o mundo
exterior com seus próprios meios, em total independência das injunções verbais, abrindo-se à realidade sem
alterar sua essência. O aval desse argumento é o conceito de “arte produtiva” de Fiedler, que se opõe ao
idealismo da arte de “expressão” – “a arte não é expressão mas produto; a linguagem artística não é expressão
do ser, mas forma do ser”. Sendo produto, ela não exprime, é. (...)
Reconhecidas a especificidade e a autonomia da arte, credita-se ao fazer artístico um papel analítico, reflexivo,
cognitivo, depurador do olhar. O fato pictórico adquire significação com a própria prática visual. A arte enquanto
“pensamento por imagens” alcança a intelecção artística no ato mesmo em que se realiza. A construção de um
campo disciplinar autônomo constitui a essência da arte concreta, informando teoria e ação ao longo dos anos
1950. (...)
A singularidade do concretismo brasileiro e, particularmente, de Cordeiro, deve ser imputada à associação
inusitada de Fiedler, Gramsci e teoria da Gestalt: arte como objeto, portanto conhecimento sensível fundado na
experiência direta e voltado à pedagogia do olhar, entendidos a ação cultural como fato político e o intelectual
como agente persuasivo a produzir valores endereçados à transformação das concepções de mundo das massas.
In MEDEIROS, Givaldo. Dialética concretista: o percurso artístico de Waldemar Cordeiro, revista do ieb n 45 p. 63-86 set 2007
http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rieb/n45/a05n45.pdf
Exercício da Possibilidade 
Centro Universitário Maria Antônia,SP, 2004
Manifesto antropofágico, 2002
Manifesto Antropofágico escrito em vinil adesivo ao
contrário num espelho de frente para outro espelho,
130x90cm cada espelho
A leitura só é possível no espelho que reflete a
imagem do manifesto. O reflexo é infinito já que são
dois espelhos se refletindo.
O manifesto antropofágico
digere e degusta suas várias
dobras e elisões. Tanto saborear
uma sopa de letras, como
constatar a impossibilidade de
encarar nossa identidade no
espelho sem que nossa
imagem, ali reluzida, oculte e
devore a carne da palavra
manifesta no reflexo.
Marisa Flórido Cesar, 2004
http://www.muvi.advant.com.br 
Sopa de Letras - trienal de San 
Juan, 2004
Performance realizada na Trienal Poligráfica
de Porto Rico, onde foi feita uma distribuição
de sopa de letras (macarrão de letrinhas) e
de um caça palavras (sopa de letras em
espanhol) em que o público podia encontrar
todas as palavras do manifesto
antropofágico
http://www.flickr.com/photos/rosanaricalde e http://www.rosanaricalde.com/obrasport.html 
Caça Palavras realizado com o Manifesto Antropófago - distribuído para que o público encontre as 
palavras, formulando seu próprio texto. 2003
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/caca_palavras.htm
Caça Palavras - 2003
EXERCÍCIO DA POSSIBILIDADE
trabalhos realizados a partir dos manifestos modernos
Entre ver e falar, entre o Verbo e a Imagem, o Olho e a Palavra, duelaram antigas e "fraternas" rivais: a pintura e
a poesia.
Entre a escrita e a imagem pictórica, entre um objeto qualquer e a palavra que o enuncia, Magritte e Duchamp
explicitariam a lacuna ou a complexa e arbitrária articulação entre eles. Uma descontinuidade que colocava, a
descoberto, a inexistência de um vínculo, na origem, que encerraria uma ligação inequívoca entre ver e falar,
que nos prometia uma decifração perfeita dos signos, uma tradução precisa de nossas experiências neste
mundo amorfo e enigmático.
É, talvez, em torno desse colapso, dessa falha fundamental, que se ensaiam os discursos, que se atrevem as
escritas, que se confrontam as inumeráveis das leituras que, do texto, o animam. A palavra instala-se entre o
silêncio e a imensa possibilidade da interpretação. Exercícios de sua possibilidade.
É também nessa fissura, nesse espaço de complexa urdidura, em que se aventuraram Magritte e Duchamp, a 
poesia concreta e a arte conceitual, que Rosana Ricalde vai operar, enfrentando a escrita e seu paradoxo
ser a um só tempo imagem e palavra.
Se a artista escolhe um determinado gênero de texto, os manifestos da arte moderna, sua opção não é um
lance do acaso. Há ali uma intenção de fazer ecoar os múltiplos enunciados por elas recalcados, de fazer
fulgurar ali as visibilidades variadas. De exibir dessa história sem finalidade comum em que hoje vivemos: não o
fim da História, mas as várias direções possíveis, como uma finalidade dilatada e sem desenlace, uma finalidade
plural e sem fim.
Ora, os manifestos são tão presentes na modernidade que a ela se confundem. Afinal, se o real revestia-se
então de estranhezas, se aos objetos do mundo restava a atribuição fantasmagórica de coisa, como a arte
poderia escravizar-se à uma representação mimética de um modelo indecifrável? A insuficiência desse modelo
reservava à arte a problematização de seu estatuto ontológico, o fundamento de sua própria verdade.
A partir do texto de Marisa Flórido Cesar,abril de 2004
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/exercicio_da_possibilidade.htm
Ensaio sobre a cegueira 2004
No trabalha sobre Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, Rosana parece conferir materialidade à experiência
imaginativa sugerida pelo autor, nas soluções plásticas que realiza a partir de aspectos presentes no romance. A
artista explora e dá forma à bela imagem de "se fechar os olhos para ver" - talvez a única maneira de se recuperar a
lucidez e resgatar uma dimensão afetiva em nosso trato com o mundo das coisas -, alargando a experiência do
encontro entre linguagem e leitor, numa prática que configura uma dimensão imersiva de fruição.
Outras Sintaxes de Guy Amado
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/ensaio_sobre_a_cegueira.htm 
Ensaio sobre a cegueira 
2004
A LUZ – 2004
Instalação com as páginas do livro
“Ensaio sobre a Cegueira” de José
Saramago, de onde foram retiradas as
palavras luz e escuridão,olhar e ver, e as
palavras referentes a cegueira.
http://www.flickr.com/photos/rosanaricalde/1039557298/in/photostream/
realizado com as palavras
Ensaio sobre a cegueira 2004
Labirinto, 2004, desenho de um labirinto realizado com as palavras referentes a cegueira, retiradas do livro
Ensaio Sobre a Cegueira (de José Saramago), 60x60 cm
Olhar e ver, 2004, desenho realizado com as palavras olhar e ver, retiradas do livro Ensaio Sobre a Cegueira
(de José Saramago), 45x45 cm
Luz e escuridão, 2004, realizado com as palavras luz e escuridão, retiradas do livro Ensaio Sobre a Cegueira
(de José Saramago), 40x40 cm olhar, 2004, frase escrita em Braille, 20x30 cm
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/ensaio_sobre_a_cegueira.htm
Ensaio sobre a cegueira 2004
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/ensaio_sobre_a_cegueira.htm
Olhar e ver...
desenho realizado com as palavras olhar e
ver, retiradas do livro Ensaio sobre a
cegueira (José Saramago).2004.
Labirinto
Desenho de um labirinto realizado com as
palavras referentes a cegueira, retiradas do
livro Ensaio sobre a cegueira (José
Saramago).2004
narciso - 2004
narciso, 2004, poema de Ezra Pound escrito em espelho
retirando o aço-montagem com outro espelho atrás,
70x100x5cm
http://www.flickr.com/photos/rosanaricalde/1039555072/in/photostream
Encontro dos rios com o mar 2004
Poemas referentes aos rios e ao mar escritos em vinil adesivo em vários tons de azul, aplicados 
sobre placas de vidro - total de 25 placas de vidro de tamanhos variáveis.
Desenvolvo já há algum tempo uma intensa pesquisa sobre elementos e códigos da comunicação
literário-verbal e as possibilidades de alargamento e expansão dos limites contidos nessa
dinâmica. Tenho especial interesse pelos suportes tradicionais da escrita, encontrando aí material
para intervenções que tensionam a linguagem em seus aspectos fonético, morfológico, sintático,
semântico e, eventualmente, social. A palavra se apresenta então como elemento-base neste
processo, plataforma de atuação onde a manipulação de sua forma irá configurar os
deslocamentos poéticos por mim produzidos.
Não se trata apenas de explorar a escrita fora de seu registro convencional, mas de buscar por
um grau de densidade da mesma que é mais e mais solapado pelo sentido de urgência dos
tempos em que vivemos. Procuro conferir visualidade corpórea a fragmentos de textos extraídos
de poemas, romances, manifestos; como se a partir desta ação, a palavra se visse efetivamente
"praticada", ganhando corpo em arranjos que se projetam para além de seu suporte originário,
expandindo-se em desdobramentos simbólicos cuja silenciosa presença é pontuada por um
comentário poético a respeito das instâncias envolvidas no processo da escrita e de sua
assimilação. Elementos caros à escrita - a narrativa, a semântica, a sintaxe do texto - são
subvertidos, expandindo-se numa operação de superposição e rebatimento de sentidos, no que
pode ser apreendido como uma livre prática de desassociação entre conteúdo do texto e a forma
do vocábulo.
Rosana Ricalde
Fonte: http://www.muvi.advent.com.br
Encontro dos rios com o mar 2004
Poemas referentes aos rios e mares em vários idiomas escritos em vinil adesivo, em
vários tons de azul, aplicados sobre 25 placas de vidro de tamanhos variáveis
Móvel Mar 
Galeria Casa Triângulo,SP , 2005
(...) Em outro registro de aproximação entre o escrito
e o visto, o desenho Todos os Mares e o conjunto
de trabalhos nomeado Oceanos evocam os
"caligramas" publicados, em 1918, pelo poeta
francês Guillaume Apollinaire.
Para construí-los, Rosana Ricalde escreveu,
repetidamente, sobre folhas de papel depois
agrupadas em bloco, os nomes de cinqüenta e um
mares e de cinco oceanos. Com essa escrita
metódica, criou imagens claramente identificadas
com a descrição icônica de ondas, enredando e
reforçando, mutuamente, signos verbais e visuais.
Informando e ativando operações cognitivas
diversas, esses trabalhos não promovem o
apagamento das especificidades de cada meio
expressivo que a artista emprega: a leitura dos
nomes e a percepção das formas desenhadas
requerem, de fato, a suspensão temporária da
atenção concedida, respectivamente, à imagem e ao
texto. Supostamente amalgamados, há entre uma e
o outro uma fenda funda que, embora estreita,
nunca é fechada.
A partir do texto de Moacir dos Anjos - Fonte:
http://www.muvi.advent.com.br
globo 2005
globo pintado e recoberto pelos 
nomes dos mares escritos, 40x40x40
Móvel Mar 
Galeria Casa Triângulo,SP , 2005
Desenho de ondas feito com o nome dos 51 mares
e 5 oceanos – utilizando canetas hidrográficas em
diversos tons de azul / desenho feito em 72 folhas
de 75x64cm de papel montado em módulos -
224x263cm
Móvel Mar 
Galeria Casa Triângulo,SP , 2005
desenho feito com a palavra
oceano pacífico.
desenho feito com a palavra
oceano atlântico.
desenho feito com a palavra
oceano ártico.
desenho feito com a palavra
oceano índico .
Mar do Mundo
desenho sobre 72 folhas de papel feito com o nome de 51
mares e 5 oceanos – utilizando caneta de diversos tons de
azul, 216x256x2,5cm
Móvel Mar 
Galeria Casa Triângulo,SP, 2005
“Acho que essa coisa do azul foi porque o trabalho
estava indo por um rumo muito intelectual. Os
últimos trabalhos, até Porto Rico, eram os manifestos
(2004). Então aquilo ali já estava ficando um pouco
desgastante. Eu estava sentindo falta de o trabalho
ser mais amistoso. Sabe, uma coisa mais democrática
até, porque o trabalho estava se tornando coisa
exclusivamente para em tendidos, que tinham
informações prévias. Até um pouco por influência de
vero trabalho do Felipe, que tinha – e tem – um
alcance muito maior, sentia que o meu trabalho
restringia um pouco o público. Acho que esse
trabalho foi muito feliz por isso, porque eu consegui
fazer um trabalho que acho bom e bonito. Antes o
trabalho era legal, mas ele tinha essa coisa de
negação da imagem, de o outro ter que formular a
imagem e eu não.”
Horizonte Azul - 2005 linha do horizonte construída com garrafinhas de areia
Móvel Mar 
Galeria Casa Triângulo,SP , 2005
Horizonte Azul - 2005
Em Horizonte Azul, centenas de pequenas
garrafas são preenchidas com grãos
coloridos de areia, cada uma delas
representando cenas marinhas variadas que
são, em seguida, avizinhadas em linha, como
fossem imagem única. Ao encomendar tais
garrafas aos artesãos que as fazem em
cidades praieiras, Rosana Ricalde solicita o
apagamento da geografia humana e animal,
usualmente presente nas imagens que
aqueles pacientemente constroem, pedido
que destaca a potência do que é inabitado,
incivilizado ou original.
A partir de texto de Moacir dos Anjos
Fonte: http://www.muvi.advent.com.br
Móvel Mar 
Galeria Casa Triângulo,SP , 2005
Paisagens de Areia, 2005
Em Paisagens de Areia, caixas transparentes guardam dezenas de cenas desertas,
fragmentadas em faixas de terra, mar e céu, todas feitas de areia tingida em cores diversas.
Embora esses objetos prescindam do emprego da palavra escrita, a serialidade e o
encadeamento das diferentes imagens expostas assemelha o conteúdo de garrafas e caixas a
elementos de uma inventada sintaxe visual.
A partir de texto de Moacir dos Anjos - Fonte: http://www.muvi.advent.com.br
Móvel Mar 
Galeria Casa Triângulo,SP , 2005
O desejo por aproximar campos distintos é explorado nos trabalhos da série Auto-retratos, em que
poemas de cinco autores que formularam, em palavras, o que imaginaram ser a própria imagem
(fisionômica ou moral), são reproduzidos, com fita rotuladora, sobre superfícies planas.
A partir do texto Mar Móvel de Moacir dos Anjos
Fonte: http://www.muvi.advent.com.br
Móvel MarGaleria Casa Triângulo,SP , 2005
auto-retrato de Augusto Massi
2006
auto-retrato Manoel Bandeira
2006
auto-retrato Mário Quintana
2006
* Série presente em Palavras compartilhadas
*
auto-retrato de Graciliano Ramos, 2006
poema de Graciliano Ramos intitulado auto-retrato, escrito 
em fita rotuladora, 50x46x2 cm
auto-retrato Bocage, 2006
poema de Bocage intitulado auto-retrato, escrito em fita 
rotuladora, 50x46x2 cm 
Paredes tomadas por centenas de provérbios em textos coloridos. O visitante teve a opção de escolher um óculos
azul ou vermelho. Aquele que colocou o óculos azul só enxergou o vermelho e o que colocou o óculos vermelho
só enxergou o azul.
instalação provérbios, 2005
pinturas feitas com provérbios latinos em 4 cores/4 provérbios, sendo que com o filtro azul ou vermelho só se enxerga um texto
Poesia DES _RE_GRADA Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho, 2006
* Obra presente em Palavras compartilhadas
*
Poesia DES _RE_GRADA Centro
Instalação provérbios, textos recortados em
vinil adesivo colorido, aplicados sobre parede,
290x1100 cm
Contra-poemas, 2004
trabalho de plotagem denominado Contra-
Poemas. A poesia de Manuel Bandeira toma
conta do ambiente e contrasta com outras
antônimas a ela, elaboradas pela própria artista.
Poesia DES _RE_GRADA
VERSOS ESCRITOS N’ÁGUA
Os poucos versos que aí vão,
Em lugar de outros é que os ponho.
Tu que me lês, deixo ao teu sonho
Imaginar como serão.
Neles porás tua tristeza
Ou bem teu júbilo, e, talvez,
Lhes acharás, tu que me lês,
Alguma sombra de beleza...
Quem os ouviu não os amou.
Meus pobres versos comovidos”
Por isso fiquem esquecidos
Onde o mal vento os atirou.
VERSOS ESCRITOS NA TERRA
As muitas prosas que aqui ficam,
Em lugar de si mesmas é que as tiro.
Tu que não me lês, privo ao teu pesadelo
Imaginar como não serão.
Neles não porás tua alegria
Ou mal teu desgosto, e, talvez,
Lhes perderás, tu que não me lês,
Nenhuma sombra de feiúra...
Quem não os ouviu os odiou.
Minhas ricas prosas endurecidas!
Por isso não fiquem lembradas
Onde o bom vento os segurou.
*
“(...) Nos Contrapoemas a artista
articula antagonismos existentes
na linguagem a partir da
alternância dos fundos negros e
brancos; no plano do significado,
altera o sentido da poesia ao
substituir as palavras do poeta por
um poema feito por seus
antônimos. Ao substituir não
somente as palavras, mas
também o sentido da ação, a
artista altera radicalmente o
significado da obra. Esse
mecanismo de alteração de
significantes e significados é uma
constante em sua obra(...)”
Paulo Reis
Poesia DES _RE_GRADA
* Obra presente em Palavras compartilhadas
*
Poesia DES _RE_GRADA Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho, 2006
contrapoemas, 2004
poemas de Manoel Bandeira recortados em vinil adesivo preto e poemas construídos com palavras
antônimas recortadas em vinil branco adesivados sobre vidro-moldura de madeira, 100x100 cm cada
módulo
DESENCANTO
Eu faço versos como quem chora
De desalento...de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo algum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... Remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
-Eu faço versos como quem morre.
ENCANTO
Você não faz prosas como quem ri
De alento...de encanto...
Abro seu livro, se por depois
Tenho motivo algum de riso
Sua prosa não é sangue. Sofrimento gelado...
Alegria reunida...Impenitência justificada...
Alegra-lhe nas veias. Doce e frio.
Levanta, gota a gota, do coração;
E naquelas prosas de euforia aguda
Assim dos lábios a morte pára,
Levando um doce sabor da boca.
- Você não faz versos como quem vive.
Sala ocupada pela obra que deu nome à exposição (Poesia Desregrada). O local foi preenchido com verbos com os prefixos 
re e des. Exemplo: Animar - Reanimar - Desanimar.
290x1100 cm
Poesia DES _RE_GRADA
Poesia DES _RE_GRADA Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho, 2006
as palavras e as coisas 2004 - páginas do livro trançadas em forma de cubo
Poesia DES _RE_GRADA Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho, 2006
Todos os Nomes
Galeria Amparo 60 Recife 2006
todos os nomes, 2006
Nomes femininos e masculinos escritos em fita rotuladora,
cerca de 4000 nomes em cada trabalho.
100x100 cm
foto de detalhe – 2004/ 2005
“Pinturas" foram criadas em várias cores.
com o título do livro homônimo do
escritor português José Saramago.
Consistem em 2 listas de nomes,
masculinos e femininos, feitas com fita
rotuladora, e criadas no momento da
execução do trabalho a partir da memória
da artista e de seus assistentes.
Horizonte Azul – Galeria Mínima, RJ, 2006
http://www.flickr.com/photos/rosanaricalde/1038716977/sizes/m/in/photostream/
Horizonte Azul 
Galeria Mínima, RJ, 2006 
Horizonte Azul 
Galeria Mínima, RJ, 2006
mares do mundo 2005/2006
desenho sobre 81 folhas de papel feito com o 
nome dos 51 mares e 5 oceanos – utilizando 
canetas em diversos tons de azul, 288x216x7 cm
mares 2006
desenho sobre 28 folhas de papel
Primeira Pessoa, Itaú Cultural, SP, 2006 
Primeira Pessoa dedicada-se à exposição de intimidades.
As Autobiografias de Rosana Ricalde são uma espécie de pinturas em que aparecem gravados textos
autobiográficos de alguns de nossos principais escritores.
Em seu peculiar interesse pela montagem de ambientes a palavra figura como protagonista, e
transbordam dos limites estritos das folhas de papel para ocupar as paredes, envolvendo nosso corpo e
ressoando em nosso pensamento.
“O homem inventou a linguagem e ao inventá-la inventou a si mesmo.” Octávio Paz
A partir de texto de Agnaldo Farias
http://www.youtube.com/watch?v=Fbtb4qfGS9E&feature=player_embedded
Eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
.
Cogito, Torquato Neto
Cidades e a Memória 2006
Cidades e a Memória 2006 - mapa de memória da minha cidade natal, construído a partir da lembrança de onde residia cada morador
Cidades e a Memória 2006
Cidades Invisíveis
3+1 Arte Contemporânea, Lisboa 2008
Cidades invisíveis, Rio de Janeiro, 2007,
Detalhe
Cidades invisíveis - Paris, 2007, 150x178x5 cm
Plantas desenhadas com frases do livro
Cidades Invisíveis
Cidades Invisíveis
3+1 Arte Contemporânea, Lisboa, 2008
plantas desenhada com frases do livro Cidades Invisíveis de Ítalo Calvino http://www.3m1arte.com/3mais1/index.php?p=2&artinfo=15&works
Lisboa, 2008, 150x178x5 cm.Barcelona, 2007, 52x68x5 cm Atenas, 2008, 52x68x4 cm
Cidades Invisíveis
3+1 Arte Contemporânea, Lisboa, 2008
as viagens de Marco Pólo, 2007
livro de mesmo nome recortado em uma linha contínua formando um desenhos de mapas imaginários. 120x140x4cm
Marco Pólo, 2007 - Globo terrestre 
coberto com trechos do livro As 
viagens de Marco Pólo“, 40x40x40 cm
"As viagens de Marco Polo"
(2009) - A partir do livro que dá
título ao trabalho, que tem frases
recortadas em linhas finíssimas,
a artista cria as rotas do
navegador italiano. O trabalho dá
nova função à idéia de desenho,
além de criar um jogo de
apropriação que transforma o
narrar literário em uma rota
visual.
Daniela Name
http://novoscuradores.com.br/artigo-blog/rosana-ricalde 
Cidades Invisíveis
2007
Cidades Invisíveis
Obras do 3º Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas
atlas terra, 2007, atlas recortado deixando apenas as partes de terra, 42x70x7 cm
atlas pólos, 2009, atlas recortado e colado, 23x33x4 cm;
atlas mar, 2007 e 2009, atlas com a terra retirada de todas as páginas, 42x70x7 cm; 2007“Meu encontro com os mapas se deu
a partir o livro do Ítalo Calvino, As
cidades invisíveis, e por causa dele fui
ler As viagens de Marco Pólo. Aí eu
resolvi fazer o trabalho da planta do
Rio, e depois o globo veio por causa
do Marco Pólo.
O encontro com o mar foi pelo
poema anglo-saxão de autor
desconhecido O navegante. A obra
Constelações (2008-2009) também foi
por uma idéia que remetia ao O
navegante. Eu comecei a pesquisar
um atlas de constelações, aí vieram
os pássaros e tudo começou a se
complementar.”As viagens de Marco Pólo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_Polo
Marco Pólo, Veneza 1254–1324
Mercador, embaixador e explorador. Juntamente com o seu pai,
Nicolau, e o seu tio, Matteo, foi um dos primeiros ocidentais a
percorrer a Rota da Seda.
Partiram no início de 1272 do porto de Laiassus na Armênia. O
relato detalhado das suas viagens pelo oriente, incluindo a
China, foi durante muito tempo uma das poucas fontes de
informação sobre a Ásia no Ocidente.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_Polo
Caravana de Marco Polo de viagem para a Índia, Atlas Catalão
As Cidades Invisíveis
Ítalo Calvino
Em As Cidades Invisíveis (1972), Calvino
extrapola os fatos possíveis e imagina um
diálogo fantástico entre “o maior viajante
de todos os tempos” e o imperador dos
tártaros. Melancólico por não poder ver
com os próprios olhos toda a extensão
dos seus domínios, Kublai Khan faz de
Marco Polo o seu telescópio, o
instrumento que irá franquear-lhe as
maravilhas de seu império.
Polo descreve minuciosamente 55 cidades
por onde teria passado, agrupadas numa
série de 11 temas: “as cidades e a
memória”, “as cidades e o céu”, “as
cidades e o mortos” etc.
As Cidades Invisíveis, Italo Calvino, Editorial
Teorema, 10.ª edição (Janeiro 2006), pp. 166
Cidades Invisíveis
3+1 Arte Contemporânea, Lisboa, 2008
série nome dos mares, S/ título, 2007, desenho sobre 12 folhas de papel aguarelado feito com o nome dos mares, utilizando canetas de 
diversos tons, 100 x 100x7 cm
Mar ,2008, desenho-s/-parede, 300x1000cm
V Bienal de São Tomé e Príncipe
http://sp-arte.com/web/artistas/?A&2011-SP_Arte-2011-7---0-r-80-rosana_ricalde
V Bienal de São Tomé e Príncipe
http://sp-arte.com/web/artistas/?A&2011-SP_Arte-2011-7---0-r-80-rosana_ricalde
PALAVRAS COMPARTILHADAS
SESC São Paulo, SESC Pernambuco, SESC Paraíba, SESC Tocantins.
2009|2011
Mundo Flutuante
Galeria Baró Cruz, SP – 2009
http://barocruz.blogspot.com/2009/05/exposicao-individual-de-rosana-ricalde.html
Na mostra “Mundo flutuante”, a artista Rosana Ricalde apresenta uma série de novos
trabalhos inspirados na caligrafia oriental e árabe, tendo como eixo central os elementos da
natureza.
A mostra, composta por desenhos de mares, mapa da cidade do Rio de Janeiro, duas obras
intituladas constelações, entre outros, apresenta o desenho e a escrita coexistindo
paralelamente.
“Para ler perdemos o desenho, e quando miramos neste, a escrita se torna invisível”, diz
Rosana.
A relação entre a arte oriental e árabe não se dá apenas na temática da exposição mas
também na busca de uma integração e percepção entre os fluxos da natureza.
Com a repetição dos textos de livros ou o nome dos mares essa integração entre o objeto e
seu nome acontece, transformando o espectador em um cúmplice destes acontecimentos
„naturais‟.
A exposição também evidencia o conceito de „linguagem-imagem‟ de Merleau-Ponty, o
mesmo que Ricalde vêm trabalhando ao longo dos anos como nas séries “auto-retratos”,
“manifestos”, “horizonte azul”, etc.
Em “Mundo flutuante” a linguagem-imagem é focada nas incertezas da natureza dispostas
através dos mapas e mares escolhidos pela artista.
Mundo Flutuante Galeria Baró Cruz, SP, 2009
http://barocruz.blogspot.com/2009/05/exposicao-individual-de-rosana-ricalde.html 
Prêmio Marcantonio Vilaça 2010 no Pavilhão de Exposições da Bienal em São Paulo
Mundo Flutuante Galeria Baró Cruz,SP, 2009
Marés 2008 - desenho sobre papel feito com o nome dos mares, 150x300x5 cm
Mundo Flutuante Galeria Baró Cruz,SP, 2009
http://www.rosanaricalde.com/menuport.html
Mundo Flutuante Galeria Baró Cruz,SP, 2009
Tsunami 2009
desenho sobras duas faces de caixa de acrílico,50x100x7cm
Mundo Flutuante Galeria Baró Cruz,SP, 2009
http://www.artealdia.com/International/Contents/Artists/Rosana_Ricalde
constelações – 2008,vinil adesivo sobre vidro e espelho, 90x90cm
constelações – 2009,papel pintado com jet e perfurado, montagem em backlight, 70x100x12cm
O Navegante, Arte em Dobro, RJ, 2009
O Navegante Arte em Dobro, RJ, 2009
O Navegante 2005 - poema de mesmo nome escrito em garrafas de areia
O Navegante pertence ao domínio oral anglo-saxão, com texto fixado por um monge no século 10. Ezra Pound,
que verteu um grande trecho da obra para o inglês, disse em “O ABC da literatura” que realizou a tradução “para
que possam mais ou menos ver onde a poesia inglesa começa” – tradução de Augusto de Campos, baseada na
versão inglesa de Pound.
O Navegante, Arte em Dobro RJ, 2009
O Navegante
Possa eu contar em veros versos vários,
não jargão da jornada, como dias duros
sofrendo suportei.
Terríveis sobressaltos me assaltaram
e em meu batel vivi muitos embates,
Duras marés, e ali, noites a fio,
em vigílias sem-fim fiquei, o barco
rodopiando entre recifes.
Frio-aflitos
os pés pela geada congelados.
Granizo – seus grilhões; suspiros muitos
partiram do meu peito e a fome fez
feridas no meu brio.
Para ver
Quanto vale viver em terra firme,
Ouçam como, danado, em mar de gelo,
Venci o inverno a vogar, pobre proscrito,
Privado de meus companheiros;
Gosma de gelo, granizo-grudado,
Sem ouvir nada além do mar amargo,
A onda froco-fria e o grasnido do cisne,
No meu ouvido como um gruir de ganso,
Riso de aves marinhas sobre mim,
Pés d‟água entre penhascos, contra a popa,
Plumas de gelo. E às vezes a águia guaia
Com borrifos nas guias.
Nenhum teto
Protege o navegante ao mar entregue.
É o que não sabe o que vai em vida mansa,
Rico e risonho, os pés na terra estável,
Enquanto, meio-morto, mourejando,
Eu moro em móvel- mar.
O Navegante Arte em Dobro, RJ - 2009
Pólo Norte e Pólo Sul, 2009,atlas recortado
cidades entrelaçadas, 2009
colagem sobre livro
Mar azul, 2009, pintura e desenho sobre madeira, 
100x150x5 cm;
Mar azul, 2009, pintura sobre tela,100x50x5 cm
mar do Japão, 2009, desenho inspirado em padronagem japonesa, as 
linhas são feitas com os nomes dos mares, 67x92 cm
O Navegante Arte em Dobro, RJ - 2009
Mar do Japão, 2009 – série de desenhos de padronagem japonesa, as 
linhas são feitas com o nome dos mares, 67x92 cm cada
O Navegante Arte em Dobro, RJ - 2009
O Navegante Arte em Dobro, RJ - 2009
Rios, 2009
desenho feito com o nome dos rios brasileiros, 29x198x3 cm
O Navegante Arte em Dobro, RJ – 2009
Rios, 2009, desenho feito com o nome dos rios brasileiros, 32x96x3 cm
cidades invisíveis, Rio de
janeiro, 2008
planta de bairro do Rio
recoberta pelo livro As Cidades
Invisíveis, 70x150x5 cm
cidades invisíveis, Rio de Janeiro|Barra da Tijuca 2008
planta de bairro do Rio recoberta pelo livro As Cidades Invisíveis, 60x179x5 cm
O Navegante Arte em Dobro, RJ - 2009
O Percurso da Palavra
Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza/CE, 2009
Entre a imagem e a palavra
A mostra reúne trabalhos realizados em diferentes momentos da trajetória da artista inseridos no contexto
comum das paisagens e das cartografias.
"Em geral minha produção envolve palavras, seja na feitura da obra ou no momento da idéia inicial. Em geral o
texto vem primeiro, e a imagem acaba sendo fruto de algo que eu li", explica Ricalde.
Segundo Ricalde, sua relação com a palavraé estreita, vem desde o início da carreira. Já a relação com o universo
da geografia é mais recente. "O que caracteriza um artista contemporâneo é o fato dele viver se deslocando, não
existe mais um lugar determinado, ele viaja e fica cruzando fronteiras, isso é algo que acho interessante, então
de um tempo pra cá, comecei o trabalho com as referências dos mares, a pesquisa em mapas. Também sempre
tive um fascínio por Atlas e dicionários. O primeiro é como um desenho imaginário do mundo, mas com
capacidade de síntese, como se contivesse todo o planeta. O mesmo vale para o dicionário, como se tivesse
poder de deter todas as coisas", revela a carioca.
"O trabalho de Rosana é uma poética que se volta para a construção da visualidade pelo verbal, através da
literatura". (Cassundé)
A partir do texto do curador Bitu Cassundé
O Percurso da Palavra 
Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza/CE, 2009
Na exposição "O Percurso da Palavra“, Ricalde realiza uma viagem ao universo das navegações, em alguns
momentos, faz referências ao livro "Cidades Invisíveis", de Ítalo Calvino
É dessa obra, que a artista retira frases, como: "cidades diferentes" e "cartões-postais", para construir a
planta de um bairro do Rio de Janeiro
O Percurso da Palavra
Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza/CE, 2009
"1000 pássaros" - Trabalho pensado
inicialmente para a Bienal de São Tomé e
Príncipe.
A artista se apropriou da lenda do Tsuru,
pássaro que é a dobradura mais clássica da
técnica do Origami.
Rosana criou lenços feitos de papel com 1000
pássaros estampados, aproveitando artesãs
locais neste processo de impressão das aves,
que passou a ser também a impressão dos
desejos.
O trabalho foi refeito em Fortaleza, com lenços
acompanhados por pipas, parte da cultura
local.
A partir de texto de Daniela Name
http://novoscuradores.com.br/artigo-blog/rosana-ricalde
Lenda do Tsuru
O Tsuru (cegonha) é um dos
animais que simbolizam a
mocidade eterna e
felicidade na Ásia. Diz-se
que ele vive 1000 anos. São,
possivelmente, os pássaros
mais velhos da terra.
Segundo a lenda conhecida
sobre o Tsuru, aquele que
fizer 1000 dobraduras dele,
pensando em um desejo,
que queira alcançar, terá
bons resultados.
http://origamidalelinha.blogspot.com/2009/10/origami-simples-tsuru.html
O Percurso da Palavra
Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza/CE, 2009
Detalhe de "1000 pássaros"
Para a exposição, Ricalde fez uma releitura da lenda e
elaborou 100 pipas com as folhas onde estão desenhados os
pássaros. Os primeiros visitantes encontraram disponíveis
mil folhas com os mesmos desenhos, para que pudessem
fazer as pipas em casa.
Poéticas de Ricalde
Com uma fundamentada pesquisa sobre a construção da imagem a partir do duplo Visual x Verbal na
produção contemporânea brasileira, a artista utiliza a palavra como suporte para criação da imagem,
seja através do desenho, da colagem ou da apropriação de textos literários e manifestos.
Hábil manipuladora desse sistema, a artista arquiteta sua sintaxe poética nos trajetos da duplicidade
e a conjuga numa geografia da palavra.
A palavra escreve a imagem; é a natureza fundadora do processo criador, instaura diálogos ao
declinar forma, conteúdo e resgata o espectador como um agente ativo, que desbrava a insinuante
proposição que as imagens instauram, num jogo dialogal entre obra e público, entre o perto e o longe,
entre o olhar e o ser olhado.
Os mares de palavras de Ricalde reordenam composições geográficas em ondas, correntes
marítimas, elaboradas pela caligrafia repetida dos nomes dos oceanos, que desaguam na
composição imagética. A forma é revelada numa escritura que se localiza na dobra, quando a escrita
encontra a imagem.
Percorrer a geografia de Ricalde é adentrar em signos que revelam um repertório que habita a sua
poética – globo, cidade, mapa, cartografia, atlas, mar, labirinto etc. –, entre relevos da literatura,
poesia e palavra.
A morfologia da paisagem revela-se em alguns trabalhos pelo ato da apropriação, evidenciado, por
exemplo, nos diálogos com a literatura ou na utilização da técnica das areias coloridas. Os espaços,
territórios e lugares dessa geografia da palavra reverberam uma sinestesia que instiga os sentidos e
compõe um imaginário de significados. As paisagens anunciam o que está além do olhar e discutem
a imagem através do laborioso requinte da metáfora.
A partir do texto do curador Bitu Cassundé
http://www.centrodefortaleza.com.br/Paginas/Destaques.php?titulo_resumo=Exposi%E7%E3o%20de%20Rosana%20Ricalde
O Percurso da Palavra
Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza/CE, 2009
O livro das Questões
Baró Cruz Galeria, SP, 2011
http://barogaleria.com/exposicao/rosana-ricalde-o-livro-das-questoes/ 
“…Criança, quando escrevi pela
primeira vez o meu nome, tive
consciência de começar um livro…”
Ricalde apresenta uma serie de
instalações, objetos e pinturas dos
últimos anos até os últimos
trabalhos do 2011.
Constrói esse novo mundo poético
lançando mão do poema
Navegante, d‟As Mil e uma noites,
das Viagens de Marco Pólo, de
atlas e de dicionário. O livro das
Questões, do poeta franco-egípcio
Edmond Jabes, ordena as idéias da
artistas nesta mostra.
O livro das Questões - Baró Cruz Galeria, SP, 2011
O Livro das Questões
selecionei obras mais antigas e obras recentes, incluindo algumas de 2011, procurando oferecer ao público
uma visão panorâmica da minha linha de pensamento. Quase todos os trabalhos tiveram sua origem a partir
de algum livro, inclusive o título da mostra – O livro das Questões – obra do poeta franco-egípcio Edmond
Jabes, que foi para mim uma descoberta especial nessa busca por um ordenação das minhas idéias.
O livro das Questões
Baró Cruz Galeria, SP, 2011
vista da exposição "O livro das questões" - Baró 
Galeria
Atrás da Liberdade
dicionários de várias épocas e idiomas com a 
palavra LIBERDADE retirada e desenho(no fundo) 
feito com os significados da palavra liberdade
O livro das Questões Baró Cruz Galeria, SP, 2011
as palavras e as coisas, 2004, páginas do livro As Palavras e as Coisas (de Michel Foucault) 
formando cubos, dimensões variadas
O livro das Questões – Baró Cruz Galeria, SP, 2011
A Invenção da Solidão
livros de diversos autores que em algum momento abordam a Solidão - o livros estão abertos dentro de uma
caixa, com um desenho que vela o restante do texto, deixando a mostra apenas o trecho referente a solidão
Livro da Solidão
dicionário com trecho trançado unindo as 2 páginas
O livro das Questões - Baró Cruz Galeria, SP, 2011
As Cidades Invisíveis
mapa da Cidade de Lisboa construído com o livro
AS Cidades Invisíveis , integrando essa planta um
atlas contendo uma planta antiga da cidade
O livro das Questões – Baró Cruz Galeria, SP, 2011
As Cidades Invisíveis
O livro das Questões – Baró Cruz Galeria, SP, 2011
O livro das Questões Baró Cruz Galeria, SP, 2011
O livro das Questões Baró Cruz Galeria, SP, 2011
O livro das Questões
Baró Cruz Galeria, SP
2011
Labirinto, 2009 - desenho de um labirinto feito com as
linhas do livro As Mil e noites. 100x115 cm
O livro das Questões – Baró Cruz Galeria, SP, 2011
As viagens de Marco Pólo, 2009 – livro do mesmo nome recortado em uma linha contínua formando um 
desenho. 150x150x5cm
O livro das Questões – Baró Cruz Galeria, SP, 2011
Corrente construída com
elos de papel, em cada
elo há uma palavra
impressa. Cerca de 200
metros de corrente.
2003
O fio de Ariadne - rolo de papel
feito com fio do livro AS Mil e uma
noites
O livro das Questões - Baró Cruz Galeria, SP, 2011
Foto: Céliam Ribeiro 
Série Mares da Lua - pintura e desenho sobre tela, com um dos mares da luaO livro das Questões - Baró Cruz Galeria, SP, 2011
Os 7 mares
Série de 7 
fotografias 
tiradas em praias 
de diversas 
praias do 
mundo, 24x32cm
O livro das Questões – Baró Cruz Galeria, SP, 2011
Conchas - back light com desenho de conchas em diversas cores
O livro das Questões, Baró Cruz Galeria, SP, 2011
quadrilha, 2007, instalação com 21 fotografias de pares com os 
nomes do poema Quadrilha , de Carlos Drummond de 
Andrade.
João que amava Lili
Raimundo que amava João
Maria que amava João
João que amava Joaquim
Teresa que amava João
João que amava J. Pinto Fernandes
Raimundo que amava Lili
Lili que amava Maria
Joaquim que amava Lili
Lili que amava J. Pinto Fernandes
Teresa que amava Lili
Maria que amava Raimundo
Raimundo que amava Teresa
Teresa que amava Maria
Raimundo que amava Joaquim
Teresa que amava J. Pinto Fernandes
Raimundo que amava J. Pinto Fernandes
Joaquim que amava Maria
Maria que amava J. Pinto Fernandes
J. Pinto Fernandes que amava Joaquim
Joaquim que amava Teresa
“Eu estava lendo Hilda Hilst porque queria fazer algo sobre o
amor. Tive uma intuição, ‘daqui pode sair alguma coisa’. (...)
Queria fazer muito alguma coisa com o amor, aí fiz uma série de
fotos chamada Quadrilha (2008), mesmo título do poema do
Drummond. É um tipo de brincadeira com o amor, fiz umas
pulseiras lá no México com todos os nomes das figuras do
poema. Aí a gente deu uma festinha em casa e fez uma sessão de
fotos com todas as possibilidades de pares, são 21
possibilidades.”
''O artista não deve fazer sua arte pensando no
dinheiro. Isso é mérito do trabalho. Não pode ser a
premissa e sim a conseqüência'', opina Rosana
Ricalde, de 32 anos, casada com o colega de
profissão Felipe Barbosa, de 26. Eles fizeram
faculdade de artes plásticas. Ela se especializou em
gravura e ele, em pintura. Há cerca de cinco anos,
mantêm um ateliê a dois, no mesmo espaço que é
também casa. Depois de formados, trabalharam
como monitores, assistentes e restauradores.
Também ralaram em um ateliê coletivo, onde
dividiam o espaço com outros dez artistas - foi lá que
se conheceram. A cada vitória, preparavam-se para
dar mais um passo. ''Sempre reinvestimos o que
ganhamos em equipamentos como laptop e máquina
fotográfica para documentar as obras'', conta Felipe.
Hoje a arte virou negócio de verdade. A dupla até
emprega três assistentes. ''No início do ano,
compramos a nossa casa'', conta Rosana.
texto: Beatriz Portugal
http://revistacriativa.globo.com/Criativa/0,19125,ETT832875-2240,00.html
Eles vivem de arte
Os jovens talentos da arte
contemporânea brasileira são mais
objetivos que românticos e enfrentam
os percalços da carreira com
profissionalismo e planejamento
estratégico
Ateliê residência
Rosana Ricalde e Felipe Borba
Ateliê residência 
Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
“A gente tem uma biblioteca incrível e uma pequena
coleção (...) A gente investe por acreditar que a gente se
alimenta daquilo ali, de imagem, de texto e também de
informação sobre história da arte. Não sou uma grande
estudiosa de teoria, até gostaria de me dedicar um pouco
mais, mas não dá tempo, então a formação é um pouco
informal. É baseada nos livros que a gente tem e que você
vai vendo e tendo idéias, porque a arte contemporânea não
te proíbe de ter idéias a partir de outros artistas.
(...) na arte contemporânea não é só o resultado que
representa o trabalho. A imagem pode até falar por si, o
trabalho pode produzir um encantamento ou provocação,
mas o contexto dele é fundamental para entender a obra.
Gosto de ter o contexto, tanto no meu trabalho quanto no
de outros artistas e entender como o cara produz, mais
ainda os que me interessam.”
Processo criativo
Arte contemporânea
Livros e Catálogos de Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
O livro das Questões
Baró Cruz Galeria, SP
2011
Data show:Célia Ribeiro
http://artedu-celialice.blogspot.com/

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