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LÍNGUA PORTUGUESA FONÉTICA E FONOLOGIA

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Prévia do material em texto

Fonética e Fonologia
O aparelho fonador e os sons da fala
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Lucilene Fonseca
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicarone
5
• O aparelho fonador e os sons da fala
• Constituição e funcionamento
Lembramos a você a importância de realizar todas as leituras e as atividades propostas 
dentro do prazo estabelecido para cada unidade, no cronograma da disciplina, disponível 
no Bb no link “Calendário”. Para isso, organize uma rotina de trabalho e evite acumular 
conteúdos e realizar atividades no último minuto. Em caso de dúvidas, utilize a ferramenta 
“Mensagens” ou “Fórum de dúvidas” para entrar em contato com o(a) tutor(a).
É muito importante que você exerça a sua autonomia de estudante para construir novos 
conhecimentos.
Bons estudos!
 · Vamos estudar, nesta unidade, o aparelho fonador e os 
sons que produzimos ao falar. Conheceremos os órgãos que 
usamos para produzir a fala e as suas funções. Refletiremos 
sobre a maneira como utilizamos a linguagem e como os sons 
são produzidos ao falarmos diferentes línguas. 
O aparelho fonador e os sons da fala
6
Unidade: O aparelho fonador e os sons da fala
Contextualização
Vamos iniciar esta unidade em que trataremos do aparelho fonador e dos sons da fala. 
Observe o quadrinho e o vídeo abaixo:
 
Cada parte de nosso corpo tem sua própria função, como, por exemplo, respirar, ouvir, falar. 
 
 
Explore
https://www.youtube.com/watch?v=eul_8wOSChc
Na verdade, de acordo com Silva (2007:24)1, “não existe nenhuma parte do corpo humano 
cuja única função esteja apenas relacionada com a fala”. Para falarmos uma língua, produzimos 
sons, sotaques e, para isso, fazemos uso de um conjunto de órgãos que integram uma parte de 
nosso corpo chamada de aparelho fonador. Aprofundaremos o estudo sobre esse tema durante 
esta unidade. Vamos lá? 
1 SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2007. (e-book)
7
O aparelho fonador e os sons da fala 
Os linguistas dedicam-se ao estudo da estrutura da língua podendo esta ser dividida em vários 
campos: Morfologia, Sintaxe, Pragmática, Fonética, Fonologia, Semântica, entre outros.
Nesta disciplina, focaremos os campos da Fonética e da Fonologia que se dedicam à natureza 
física dos sons e ao seu funcionamento no momento da fala. 
Vamos ver a seguir como os sons são produzidos?
Constituição e funcionamento
Os sons da fala não são gerados por um órgão específico do nosso corpo; antes disso, eles 
se concretizam por meio da ação de um conjunto de diferentes órgãos que se relacionam com 
nossos pulmões. A seguir, vamos ver os órgãos do nosso corpo que propiciam as condições para 
a produção do som.
8
Unidade: O aparelho fonador e os sons da fala
Ainda que o conjunto dos órgãos observados na figura acima não tenha a função primeira 
a de produzir som, todos, de forma secundária acabam viabilizando a produção do som e, por 
conta disso, são denominados como parte do Aparelho Fonador. Passemos à descrição de cada 
órgão:
• pulmões: é considerado a principal fonte de ar para a produção dos sons, embora haja 
outras fontes. Eles são conectados por dois tubos bronquiais à traqueia;
• traqueia: é formada por anéis cartilaginosos que, por uma membrana, se mantêm unidos. 
Ela é responsável pela maior fonte de energia para a produção dos sons da fala; 
• laringe: é formada por cartilagens, sendo que algumas se movimentam e outras se ligam 
as pregas vocais. Impede a entrada de alimentos e controla o ar que entra e sai dos 
pulmões;
• pregas vocais: são ligamentos elásticos que são unidos às cartilagens que se localizam 
na parte posterior da laringe
• glote: é a abertura, o espaço localizado entre as pregas vocais. Dependendo da posição 
das pregas ele pode exibir diferentes formas; 
• faringe: é um tubo muscular por onde passa o ar para a respiração: via traqueia, para a 
fonação e via esôfago, o alimento digerido. Vai da glote à base do crânio e tem o formado 
de um cone invertido;
• véu palatino: é um tecido muscular mole, continuação do céu da boca até úvula. Ele tem 
como função permitir que o ar passe pela cavidade oral, impedindo que ele transite pela 
cavidade nasal;
• úvula: é um prolongamento do véu palatino, também chamada por “campainha”;
• palato duro: fixo e ósseo, também é conhecido como abóboda, localiza-se na frente do 
véu palatino, parte superior da cavidade bucal, atrás da arcada alveolar;
• cavidade nasal: separado pelo palato duro da cavidade oral, é o espaço entre as fossas 
nasais e a passagem velofaringal. O ar trafega por esta passagem quando o véu palatino 
esta abaixado;
• cavidade oral: é formada pelos lábios, mandíbula, dentes e língua;
• lábios: marcam o final do trato vocal e da cavidade oral. São duas pregas que alteram a 
forma da cavidade oral, ao permitir grande mobilidade e plasticidade;
• mandíbula: também chamada de maxilar inferior, devido a sua mobilidade, deixa que na 
cavidade oral ocorram alterações; 
• dentes: por interferir na passagem do ar, influem parcialmente ou de forma total na 
fonação; 
• língua: responsável pela geometria da cavidade oral e suas mudanças de volume, é um 
músculo móvel e plástico, cujas partes são usadas para gerar o som da fala. 
Para melhor compreensão dos conceitos acima descritos observe, na imagem a seguir, 
algumas das partes do corpo que fazem parte da produção do som:
9
Para a produção dos sons são necessárias três condições: a) corrente de ar; b) um obstáculo 
encontrado por esta corrente de ar; e c) uma caixa de ressonância. Segundo Fiorin (2010:16)1, 
no português, os sons são produzidos pelo ar que sai dos pulmões em direção à boca, 
movimentando o diafragma para cima. Entretanto, conforme salienta o autor, as correntes de ar 
podem ter diferentes origens e, por conta disso, receber as seguintes definições.
• pulmonares: iniciam nos pulmões e são responsáveis pelo ciclo respiratório;
• glotais: usam o ar que está acima da glote fechada. Inicia a corrente de ar através da 
laringe para cima e para baixo;
• velares: são produzidas dentro da cavidade oral por meio do levantamento da parte 
posterior da língua, que entra em contato com o véu palatino fechando a parte posterior 
da cavidade oral e, na parte inferior, pelo fechamento dos lábios ou pelo contato da língua 
no céu da boca. (Fiorin, 2010:16).
Desde o momento de sua produção, as correntes de ar podem ser interrompidas ao se 
depararem com algum tipo obstáculo, tais como: a cavidade oral fechada pelos lábios, os dentes 
ou o palato, impedindo que o ar circule normalmente.
Já a saída da corrente de ar pode ocorrer por dois canais: o nariz (fone2 nasal), a boca (fone 
oral) ou, ao mesmo tempo, por ambos (fone nasalizado). Veja a explicação dada por Fiorin a 
respeito dessas possibilidades de saída do ar e o tipo de fone produzido:
“Para que o ar saia somente pela boca é necessário que o véu palatino esteja levantado, 
impedindo a saída do ar pela passagem nasofaringal. São fones orais, por exemplo: 
[b], [s], [a]. Quando a cavidade oral esta fechada (quer nos lábios, quer nos dentes ou 
no palato) e o véu palatino esta abaixado, permitindo que o ar passe pela passagem 
nasofaringal, temos os fones nasais (por exemplo, [n], [m]). Por fim, quando o véu 
palatino esta abaixado e não há impedimento de saída de ar pela cavidade oral, temos 
os fones nasalizados.” Fiorin (2010: 17).
1 FIORIN, J. L. Introdução à linguística II: princípios de análise. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2010. (E-book)
2 Fone: som da fala, como unidade da fonética, sem envolver considerações de ordem fonológica; som elementar da linguagem falada 
(Houaiss, 2009).
10
Unidade: O aparelho fonador e os sons da fala
Para a produção de sons distintivostambém denominados fonemas3, todas as línguas 
empregam a corrente de ar egressiva, isto é, a expirada. Segundo Clark e Yallop (1995), “não 
há línguas que utilizem a corrente pulmonar ingressiva”, ou seja, aquela em que o ar é inspirado. 
Na imagem a seguir, podemos observar o movimento que o diafragma4 faz ao expirarmos e 
inspirarmos.
O ar, quando expelido, chega às paredes da laringe, passa pela glote e chega até às duas 
pregas vocais [também denominadas cordas vocais.], que estão relacionadas com a produção 
da voz.
O fluxo de ar pode encontrar as duas pregas vocais abertas (=inspiração) ou fechadas 
(=fonação ou expiração). Veja, na imagem abaixo, como as pregas vocais apresentam-se 
quando abertas e fechadas: 
3 Fonema: unidade mínima das línguas naturais no nível fonêmico, com valor distintivo (distingue morfemas ou palavras com 
significados diferentes, como faca e vaca, p.ex.) (Houaiss, 2009)
4 É um feixe muscular e tendinoso que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal.” (Houaiss, 2009).
11
Tendo em conta esse movimento das cordas vocais e da passagem da corrente de ar, observe 
alguns exemplos oferecidos por Ladefoged & Maddieson 1996, Clark & Yallop 1992 (Fiorin, 
2010: 17) presentes no quadro abaixo:
Indicador da corrente de ar Direção do ar Línguas que se utilizam fonologicamente desses sons
Pulmonar 
(inicia nos pulmões)
Egressivo (plasivo) Todas as línguas
Ingressivo Não há línguas conhecidas
Glotal Ou Faringal 
(usa o ar acima da glote 
fechada)
Egressivo (ejetivos) Haussá, haidu, uduk...
Ingressivo (implosivo) Igbo, sindhi ...
Velar Ou Oral 
(produzida dentro da 
cavidade oral)
Egressivo Não há línguas conhecidas
Ingressivo (cliques) Zulu, yei, dahalo...
O que é a Ressonância?
Nos termos do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, trata-se da “alteração na vibração 
do ar emitido, provocada pela cavidade pulmonar, cavidade bucal e fossas nasais, que causa 
a intensificação do tom fundamental ou de alguns harmônicos do som produzido pelas pregas 
vocais”5.
Você sabia que de acordo com o sexo e a idade as pregas vocais são diferentes?
5 Definição disponível no dicionário eletrônico Houaiss, 2009.
12
Unidade: O aparelho fonador e os sons da fala
Como vimos mais acima, a produção de sons ocorre quando as pregas vocais estão separadas 
(Fiorin, 2010: 18) e, de acordo com o estado em que se encontram, geramos diferentes tipos 
de sons.
Quando o fluxo de ar encontra as cordas vocais abertas, livres e relaxadas, acaba escapando 
sem proporcionar qualquer vibração e, neste caso, as pregas vocais geram os fonemas 
denominados ‘surdos’. Por outro lado, quando o fluxo de ar encontra as cordas vocais fechadas, 
acaba exercendo uma força sobre as cordas a fim de possibilitar a sua passagem. Devido a isso, 
as pregas vocais sofrem vibrações e produzem fonemas chamados ‘sonoros’.
Vamos exercitar? 
Perceber a diferença entre sonoro e surdo? 
Pronuncie as consoantes /b/ [= sonoro] e /p/ [= surdo]
Pelo exercício acima, constatamos a importância da relação entre o caminho que o ar percorre 
e o tipo de som produzido. O ar, ao sair da laringe, entra na cavidade faríngea que lhe oferece 
duas alternativas para sair: 1) o canal bucal; e 2) o canal nasal. No cruzamento destes dois 
canais fica o véu palatino que pode obstruir o ar na cavidade nasal, produzindo o som nasal; ou 
ainda, encontrar a passagem livre, produzindo o som oral. 
Faça o teste: Pronuncie a vogal ‘a’ fazendo com que o ar encontre as 
duas situações descritas acima: 
/ a / [= oral] e / ã / [= nasal]
É na cavidade bucal que produzimos os movimentos fonadores mais variados, graças à maior 
ou menor separação dos maxilares, bochechas e, sobretudo, à mobilidade da língua e dos lábios 
(Cunha, 1985: 27). Na imagem a seguir, podemos observar os principais órgãos do Aparelho 
Fonador, aqueles que estão envolvidos diretamente na produção da voz.
13
Para melhor compreender o mecanismo de como a fala é produzida e os sons são articulados, 
o Aparelho Fonador divide-se em três partes: 
1. Sistema articulatório – faringe, língua e fossas nasais, palato (divisão óssea e muscular 
entre as cavidades oral e nasal), dentes e lábios (cavidades supralaríngeas).
Você sabia?
“a cavidade bucal pode variar de forma e de volume, 
graças aos movimentos dos órgãos ativos, sobretudo 
a LÍNGUA, que por ser tão importante na fonação, se 
tornou sinônimo de “idioma” (Cunha, 1985: 25)”.
2. Sistema fonatório – a laringe onde está a glote, onde estão as pregas vocais.
3. Sistema respiratório – pulmão, brônquios e traqueia.
Os três sistemas acima descritos caracterizam o Aparelho Fonador e são responsáveis pela 
produção dos sons da fala (Silva, 2010: 25).
Para percebermos a produção dos sons com as pregas vocais abertas e fechadas, podemos 
seguir a sugestão de Fiorin (2010: 18). Ele afirma que, para sentir quando não há vibração das 
pregas vocais, por exemplo: basta colocar e manter a mão ao redor da garganta (para homens, 
na altura do pomo de adão) e pronunciar em português o [ s ], [ f], [ p ].
Vamos fazer este exercício proposto pelo autor e conferir se realmente 
as pregas vocais vibram ao mantermos a mão ao redor da garganta ao 
pronunciarmos estas letras? 
Sentiu?
Outra maneira de sentir a vibração é tampar as orelhas com as mãos enquanto pronunciamos 
o [ f ] e o [ v ] de modo alternado. Faça este exercício para constatar estes sons.
Perceber os diferentes sons e como são articulados nos leva com mais facilidade ao aprendizado 
de uma segunda língua e quanto antes pudermos fazer isso, melhor. Estudos indicam que na 
adolescência a capacidade das pessoas de articularem novos sons (línguas estrangeiras, por 
exemplo) passa a ser reduzida. O que se pode constatar é que as crianças, quando expostas a 
uma 2ª língua, falarão sem sotaque, ao contrário dos adultos, que falam com sotaque da língua 
materna.
Agora, vamos verificar se você assimilou os conceitos desta Unidade? 
Vamos às Atividades? 
Bons estudos!
14
Unidade: O aparelho fonador e os sons da fala
Material Complementar
1. Para aprofundar seus conhecimentos sobre pontos levantados, sugerimos as seguintes leituras:
• AMARAL, Amadeu. O dialeto caipira. 3.ed. São Paulo: Hucitec, 1976.
• CALLOU, D. et al. Variação e diferenciação dialetal: a pronúncia do /r/ no português do 
Brasil. In: KOCH, Ingedore G. Villaça. Gramática do português falado. Campinas: 
Editora da Unicamp/FAPESP, 1996.
• CÂMARA Jr. Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1977.
• HORA OLIVEIRA, Dermeval da. Fonética e Fonologia. João Pessoa: Portal Virtual 
da UFPB, 2009. Disponível em: http://portal.virtual.ufpb.br/wordpress/wp-content/
uploads/2009/07/Fonetica_e_Fonologia.pdf
• HORA OLIVEIRA, Dermeval da; COLLISCHON, Gisela. Teoria lingüística: fonologia 
e outros temas. João Pessoa: Editora Universitária, 2003.
2. Para conhecer melhor os sons:
• FROTA, Sónia; MARTINS, Fernando & VIGÁRIO, Marina. O conhecimento dos sons. 
Laboratório de Fonética (FLUL/CLUL)
http://ww3.fl.ul.pt/LaboratorioFonetica/files/Conhecimento_Sons_f.pdf
• Produção de som no Aparelho Fonador
https://www.youtube.com/watch?v=Cin6vDDTS9E
• A Produção da Voz
https://www.youtube.com/watch?v=l2ON3-s83Js
15
Referências
CUNHA, Celso e LINDLEY, Luís. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
FIORIN, J. L. Introdução à linguística II: princípios de análise. 5. ed. São Paulo: 
Contexto, 2010. (E-book)
HOUAISS, Dicionário eletrônico, 2009.
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português roteiro de estudos e guia de exercícios. 
9. ed. São Paulo: Contexto, 2007. (E-book)
BASILIO, M. Formação e classes de palavras no português do Brasil. 2. ed. São Paulo: 
Contexto, 2009. (E-book)
FERREIRA NETO, W. Introdução à fonologiada língua portuguesa. 2.ed. São Paulo: Ed. 
Paulistana, 2011.
MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 9. 
ed. São Paulo: Cortez, 2012. v. 1
TERRA, E. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 2009. (E-book)
16
Unidade: O aparelho fonador e os sons da fala
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000
Língua Portuguesa 
Fonética e Fonologia
A Fonética e a Fonologia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Lucilene Fonseca
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicarone. 
5
• Introdução
• Origem
• Funcionamento e Aplicações
Agora, iniciamos mais uma unidade cujo objetivo é conhecer os conceitos de Fonética e 
Fonologia, a natureza física dos sons, a maneira como eles funcionam ao falarmos, suas diferenças 
e contribuições, as quais estudaremos mais detalhadamente nas unidades seguintes.
Para obter um bom desempenho, você deve percorrer todos os espaços, materiais e atividades 
disponibilizadas na unidade.
Comece seus estudos pela leitura do Conteúdo Teórico. Nele, você encontrará o material 
principal de estudos na forma de texto escrito. Depois, assista à Apresentação Narrada e à 
Videoaula, que sintetizam e ampliam conceitos importantes sobre o tema da unidade.
 · Nesta unidade, vamos conhecer os conceitos de Fonética e 
Fonologia, a natureza física dos sons e a maneira como eles 
funcionam ao falarmos. Refletiremos sobre as diferenças entre 
eles e suas contribuições para o estudo da fala. 
A Fonética e a Fonologia
6
Unidade: A Fonética e a Fonologia
Contextualização
Iniciamos esta unidade ressaltando a diferença entre Fonética e Fonologia e sua importância 
no nosso dia a dia. 
Vamos refletir? Observe as imagens abaixo:
De acordo com Trask (2004:117) “enquanto a Fonética se interessa principalmente pela 
natureza física da fala, a Fonologia trata da maneira como os sons funcionam nas línguas”
Na imagem acima, podemos constatar alguns exemplos da aplicação da Fonética no dia 
a dia por meio de alguns aspectos físicos que podem propagar e produzir os sons e também 
verificar a maneira como eles podem ser percebidos. 
Na imagem ao lado, observamos como os 
sons podem funcionar, um padrão sonoro com 
um tipo de som característico, que pode ser 
específico de acordo com a língua que se fala. 
O fonologista pode trabalhar com a disfunção 
da fala, estudar as variedades de sons de acordo 
com as línguas etc.
Durante esta unidade, teremos a oportunidade de nos inteirarmos desses conceitos para 
conhecermos, com maior profundidade, suas particularidades.
T
hinkstock/G
etty Im
ages
T
hinkstock/G
etty Im
ages
7
Introdução
Já estudamos o aparelho fonador, seus órgãos e os sons da fala. Nesta unidade, vamos 
aprofundar nossos estudos nos dois campos da Linguística que se dedicam à natureza física dos 
sons e a seu funcionamento quando falamos, são eles: a Fonética e a Fonologia. 
Esses campos são centrais para o estudo e compreensão de muitas áreas, como podemos 
observar na ilustração que segue:
 
Conceitos
A Fonética determina a natureza fisiológica dos sons da fala. É a ciência que apresenta métodos 
para a descrição e transcrição dos sons utilizados, principalmente, na linguagem humana. A 
Fonologia (do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo) é o ramo da linguística que 
estuda os sistemas de sons da língua, como eles funcionam. 
O conceito central da abordagem fonológica era, no início do século XX, o princípio do fonema. 
Os fonemas, segundo Bechara (2002:556), são “os sons elementares e distintivos da significação 
de palavras que o homem produz quando, pela voz, exprime seus pensamentos e emoções”. 
8
Unidade: A Fonética e a Fonologia
A fonologia não se opõe à fonética (Bechara, 2002: 556). A Fonética interessa-se, 
principalmente, pela estrutura física dos sons da fala; é a disciplina que estuda detalhadamente 
as múltiplas realizações dos fonemas. Importante ressaltar que fonema não é letra (também 
chamada de grafema), sinal empregado para representar o sistema de signos na escrita. O 
fonema é o sistema sonoro, cada uma das unidades sonoras básicas de uma língua. 
Toda língua que é falada pode ser distinguida por meio dos sons da fala, pelo conjunto de 
unidades sonoras chamadas consoantes e vogais, conceitos que estudaremos oportunamente. 
Ao considerarmos as limitações fisiológicas pertinentes ao Aparelho Fonador, o conjunto de sons 
presentes nas línguas naturais é limitado a um conjunto de, aproximadamente, 120 símbolos, 
que são suficientes para categorizar as vogais e as consoantes (Silva, 2008:25).
Origem
Os estudos fonéticos e fonológicos, de acordo com Hora Oliveira 
(2009:2), tiveram origem 
[...] em momentos distintos. Os estudos fonéticos foram preocupação dos estudiosos 
da língua muito antes do século XX; já a Fonologia tem sua origem com os estudos 
do Círculo de Praga, no início do século XX, por isso que muitos trabalhos realizados 
no início daquele século não têm limites definidos. Embora tenham objetos de estudo 
diferenciados, estes dois campos de estudo são interdependentes.
Estudos apontam que a fonética foi desenvolvida pelos árabes e indianos na Idade Média, 
mas efetivamente se iniciou no Século XVI na Inglaterra. 
Trask (2004:116), no Dicionário de Linguagem e Linguística, afirma que demorou muito 
tempo para que a diferença entre a Fonética e a Fonologia fosse compreendida pelos linguistas. 
Foi na Europa, no início do século XX, que as ideias fonológicas foram difundidas. O princípio 
do fonema, conceito central da nova abordagem fonológica, facilitou a compreensão e a análise 
sistemática dos sons das diversas línguas existentes. De acordo com Trask (2004:117) “esse 
insight foi um dos primeiros sucessos da abordagem geral da linguagem chamada estruturalismo”. 
O estruturalismo é uma abordagem linguística que considera os idiomas como sistemas 
estruturados, ou seja, os assume como “coleções de elementos individuais tais como os sons 
da fala, as palavras e as desinências gramaticais” Trask (2004:117). No início do século XX, 
Ferdinand de Saussure, linguista suíço, defendeu a ideia de considerar as línguas como sistemas 
estruturados, em que cada elemento, dentro do seu sistema, “se define primordialmente 
pela maneira como está estruturado com os outros elementos” (Trask, 2004:100). 
9
Essa ideia fez com que o estruturalismo se tornasse, na Europa, inicialmente, a orientação 
linguística dominante, enquanto, nos Estados Unidos, por Leonard Bloomfield e Edward Sapir, 
tais ideias foram desenvolvidas de modo independente.
 Na década de 1930, muitas contribuições foram feitas pelos linguistas pertencentes à Escola 
de Praga e à Escola de Genebra à luz das ideias de Saussure e pelos estruturalistas americanos, 
que progrediam suas pesquisas paralelamente, de modo independente. 
Nas décadas de 1940 e 1950, muitas contribuições ocorreram na área e, no final de 1950, 
culminaram quando a fonologia passou por uma importante mudança: a introdução dos 
traços distintivos (unidades menores que os fonemas). Esses traços, ao serem combinados com 
a nova teoria da gramática transformacional e com as ideias de Noam Chomsky, geraram a 
fonologia gerativa, abordagem nova e radical, que passou a tratar “dos processos fonológicos 
que ocorrem nas línguas” (2004:118). Há como se considerar que tanto os gerativistas como os 
estruturalistas estão ligados às influências sociais. Chomsky reformulou as ideias de Saussure, 
realizou estudos mais abstratos da língua, uso das suas regras etc. Para ele, a competência 
linguística vem do conhecimento que cada ser tem da língua que usa e que fica armazenado 
na mente; tem relação com o social.A fonologia gerativa, a partir de 1980, dividiu-se em abordagens mais elaboradas e, a partir 
da competição entre si, gerou a fonologia não-linear, que analisa a fala não a partir de segmentos 
desordenados. É composta por duas linhas: a fonologia métrica e a fonologia autossegmental. A 
fonologia autossegmental incorpora a sílaba, que, anteriormente, era tratada como um traço e, 
por esse motivo, era insuficiente por não conseguir dar conta das suas variações. Já, a fonologia 
métrica, de acordo com o Dicionário de Termos Linguísticos, é a que contém elementos que 
são hierarquicamente organizados em silabas, palavras. Ela atribui às sílabas, às palavras, regras 
referentes à estrutura, à métrica etc. 
Até 2004, ano de publicação do Dicionário de Linguagem e Linguística, de Trask, o modelo 
fonológico mais adotado era o da Teoria da Otimalidade. Segundo Sá (2014:):
“A Teoria da Otimalidade ou OT (Optimality Theory) é um modelo linguístico proposto 
pelos linguistas Alan Prince e Paul Smolensky em 1993 e vem se expandindo desde 
então por John J. McCarthy e Alan Prince. Na perspectiva da OT, a gramática de cada 
língua é determinada por diferentes hierarquias1 de restrições linguísticas universais, 
e as diferenças gramaticais de uma língua para outra podem ser explicadas pelos re-
ranqueamentos2 (“reranking”) de restrições na OT. Embora grande parte do interesse 
em OT tenha sido associado ao seu uso em fonologia (a área para a qual OT foi 
primeiro aplicada), a teoria também é aplicável a outros subcampos da Linguística 
(por exemplo: sintaxe, semântica). 
A OT insere, no estudo da linguística, uma nova perspectiva, em que a mudança da língua é 
exposta por meio da interação social, enquanto a gramática gerativa encara o tema como uma 
adição, perda das regras a ela impostas pela fonologia.
A seguir, estudaremos o funcionamento da Fonética e da Fonologia e suas aplicações. 
1 Hierarquia - classificação, de graduação crescente ou decrescente, segundo uma escala de valor, de grandeza ou de importância (Houaiss, 2009).
2 Ranquear: colocar (alguém ou algo) em determinada posição em relação a outro(s).
10
Unidade: A Fonética e a Fonologia
Funcionamento e Aplicações
É por meio da audição que podemos perceber a variação dos sons e o seu funcionamento. Para a 
descrição dos sons da fala (fonética) ser completa, segundo Cunha (1985:29), devemos considerar:
 » como eles são produzidos;
 » como são transmitidos;
 » como são percebidos.
Observe a imagem abaixo:
https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/580897_238707072916000_1335748532_n.jpg
Trocando Ideias
Vamos exercitar?
Pronuncie as letras que estão no quadro acima em frente a um espelho e observe o som produzido 
e o movimento dos órgãos a ele relacionados: lábios, língua etc. 
Vamos em frente...
Observe os órgãos que se movimentam ao pronunciar a palavra “lata”:
http://www.uv.es/bellochc/images/di.JPG
11
Produzimos os sons, que são transmitidos e percebidos por meio da audição, quando os 
fonemas se “materializam” por meio de múltiplas combinações linguísticas. Daí a importância 
do estudo da fonética, que se dedica à estrutura física dos sons da fala, tal como no exemplo 
acima.
As áreas de maior interesse da fonética são: 
 » Fonética articulatória: tem como foco o estudo da produção da fala do ponto de vista 
fisiológico e articulatório; descreve-a e classifica-a. O papel da fonética articulatória é 
identificar o tipo de articulação do som.
 » Fonética auditiva: compreende o estudo da percepção da fala, do aparelho auditivo. 
Este tipo de fonética estuda e analisa, por meio de aparelhos especializados, como os 
sons são percebidos.
 » Fonética acústica: estudo das propriedades físicas dos sons da fala a partir de sua 
transmissão do falante ao ouvinte, ou seja, como os sons chegam ao aparelho auditivo. 
Quando falamos e emitimos um som, ele se propaga por meio de ondas sonoras para 
chegar a quem o recebe. A análise da intensidade da propagação do som produzido 
é realizada por meio de aparelhos especializados, programas computacionais. Hoje, já 
podemos contar com equipamentos tecnológicos modernos para realizarmos estudos 
acústicos e auditivos bem sofisticados e detalhados. É possível realizar excelentes análises 
acústicas dos sons.
 » Fonética instrumental: compreende o estudo das propriedades físicas da fala, levando 
em consideração o apoio de instrumentos laboratoriais. Atualmente há equipamentos 
muito modernos e sofisticados, capazes de realizar análises muito precisas. 
Os sons, mesmo com a imprecisão da audição, são representados pelos fonemas. Isto é 
determinado de modo impreciso, tal como os modos de agir dos órgãos do nosso corpo que 
participam da produção dos sons. Por esse motivo, nem todos os sons que pronunciamos têm 
o mesmo valor no funcionamento da língua.
A parte da gramática que estuda os fonemas numa língua é chamada de Fonologia, ligada aos 
sistemas e padrões que os sons possuem (Hora Oliveira, 2009:11). O componente fonológico 
compreende a representação mental dos sons, ou seja, os fonemas, que são as unidades mínimas 
sonoras que têm a capacidade de refletir a diferença entre um e outro vocábulo.
Podemos exemplificar, por meio das imagens abaixo, a ocorrência dos fonemas, das letras e 
das palavras:
12
Unidade: A Fonética e a Fonologia
Nesses exemplos, a diferença entre fonema e letra fica clara, pois podemos notar as diferentes 
sonoridades representadas pela mesma letra (grafema). 
Vamos exercitar novamente? 
Pronuncie cada uma das palavras presentes nos quadros acima para notar os diferentes sons 
produzidos pela mesma letra.
Notou a diferença? 
No primeiro quadro, o fonema é representado por duas letras e, no outro, uma só letra pode 
representar dois fonemas. São processos diferentes. Vamos verificar isso?
Vamos em frente...
A seguir, visualizaremos uma tabela com o conjunto de letras da língua portuguesa 
pertencentes ao nosso alfabeto. Observe que nela há uma coluna com as letras do alfabeto da 
língua portuguesa e outra como são pronunciadas. O som produzido por meio da pronuncia, da 
fala, produzem os sons, os fonemas. Em geral, devido às variações da nossa língua, temos entre 
26 e 35 fonemas, que mudam de acordo com a variedade e sistematização adotada. 
Vamos testar? 
Na sua opinião, mesmo nossa audição sendo parcialmente imprecisa, é possível perceber a 
sonoridade ao pronunciarmos cada letra?
13
Muito interessante, não é?
Constatamos, portanto, que é por meio da audição que podemos perceber a variação dos 
sons e o seu funcionamento. 
Os diferentes sons produzidos são chamamos de fonemas sonoros ou fonemas surdos. São 
chamadas “sonoras” todas as vogais: 
/a/; /e/; /i/; /o/; /u/
E algumas consoantes, dentre elas:
/z/; /g/; /d/; /j/; /v/
De acordo com Bechara (2002:557), os fonemas são chamados sonoros quando há vibração 
das pregas vocais devido ao fato de a glote estar fechada ou quase fechada e a passagem da 
corrente de ar ser forçada. As consoantes sonoras (ou vozeadas) são pronunciadas com a 
vibração das cordas vocais. Em relação às pregas vocais, são sonoras as seguintes consoantes 
em português: b, d, g, j, l, lh, m, n, nh, r, v, z.
Por outro lado, o fonema é chamado “surdo” quando a corrente de ar corre livre e, por esse 
motivo, ao passar pela glote, não provoca vibração das pregas vocais. Em relação às pregas 
vocais, são surdas as seguintes consoantes em português: f, k, p, c, s, t, x, ch.
Vamos exercitar? 
Pronuncie os seguintes fonemas surdos: /s/; /f/; /x/; /t/; /k/; 
O número de fonemas de cada língua não é fixo. Normalmente eles vêm representados entre 
barras transversais e é escolhido um símbolo fonético para cada fonema, “mediante o qual 
se pretende sugerir qual é a realização fonética mais típica deste fonema.” (Trask, 2004:114).Observe a tabela dos fonemas da língua inglesa, que, neste caso, não estão entre barras.
14
Unidade: A Fonética e a Fonologia
Note que, no inglês, há pares, e “as variedades vão de no máximo 45 fonemas em algumas 
variedades da Inglaterra até um mínimo de 36 em algumas variedades da América do Norte.” 
(Trask, 2004:115). 
Vamos conhecer os fonemas da língua francesa? 
O conceito de fonema foi elaborado pelos linguistas poloneses Jan Baudouin de Courtenay 
e Mikolaj Kruszewski, no decorrer do século XIX, e foi levado para o Ocidente (Trask, 2004:116). 
E esse conceito teve como defensores, na década de 1930, Daniel Jones, na Inglaterra, e 
Edward Sapir, nos Estados Unidos, quando já era compreendido e usado universalmente 
pelos estudos linguísticos.
Noam Chomsky e Morris Halle, durante a década de 60, dentro da fonologia gerativa, 
iniciaram uma nova concepção que foi chamada de fonema sistemático, oposto ao fonema 
tradicional, considerado clássico. O fonema, que até então era considerado unidade mínima 
indivisível, passou a ser decomposto em unidades fonológicas menores, consideradas, até então, 
como as verdadeiras unidades fundamentais da fonologia. 
No exemplo a seguir, podemos observar o sinal gráfico, chamado letra, e o com traço distintivo 
que representa o fonema, o som da fala de um elemento fonológico mínimo: 
Fonema = /z/ 
Letra: z- azar; s – mesa; x – exato
Após os anos 1980, embora os fonemas fossem considerados essenciais aos cursos iniciais 
de linguística por seus estudiosos, ocorreu um aprofundamento da tendência iniciada nos anos 
60, que levou os fonólogos a trabalharem mais com traços distintivos ou traços, passando a 
ignorar os fonemas. No modelo de Halle e Chomsky, os traços passaram a provar os contrastes 
fonológicos, binários, ou seja, os traços distintivos que contribuíram para a fonologia atual ao 
identificar e caracterizar os sons da fala. 
15
Nesta unidade, aprofundamos nosso conhecimento sobre a Fonética, a Fonologia e os 
fonemas. Concluímos que os sons que pronunciamos ao falarmos as palavras de uma língua, 
que são formadas por consoantes e vogais, não são iguais. Eles facilitam a compreensão e a 
aprendizagem das línguas ao diferenciá-las de acordo com a unidade sonora. 
A seguir, estudaremos mais detidamente esses sons, sua classificação e distinções à luz da 
Fonética e da Fonologia.
Vamos verificar se você compreendeu os conteúdos abordados nesta unidade? Vamos às 
atividades propostas?
Até lá! 
 
16
Unidade: A Fonética e a Fonologia
Material Complementar
Para aprofundar seus conhecimentos sobre os pontos levantados, sugerimos as seguintes 
leituras:
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: 
Lucerna, 2002.
BRESCANCINI, Cláudia. Fonologia e variação: recortes do Português Brasileiro. Porto 
Alegre: EDIPUCRS, 2002.
CÂMARA Jr. Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1977.
COLLISCHONN, Gisela. A sílaba em português. In: BISOL, Leda (org.). Introdução a 
estudos de fonologia do português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.
HORA OLIVEIRA, Dermeval da. Fonética e Fonologia. João Pessoa: Portal Virtual da 
UFPB, 2009. 
HORA OLIVEIRA, Dermeval da; COLLISCHON, Gisela. Teoria lingüística: fonologia e 
outros temas. João Pessoa: Editora Universitária, 2003.
Para conhecer melhor o tema:
• Fonetica Y Fonologia
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=utK-Q2Q_drs
• FROTA, Sónia, MARTINS, Fernando & VIGÁRIO, Marina O conhecimento dos sons. 
Laboratório de Fonética (FLUL/CLUL)
Disponível em: http://ww3.fl.ul.pt/LaboratorioFonetica/files/Conhecimento_Sons_f.pdf
17
Referências
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
CUNHA, Celso e LINDLEY, Luís. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
FIORIN, J. L. Introdução à linguística II: princípios de análise. 5. ed. São Paulo: Contexto, 
2010. (E-book)
HORA OLIVEIRA, Dermeval da. Fonética e Fonologia. João Pessoa: Portal Virtual da UFPB, 
2009. Disponível em: http://portal.virtual.ufpb.br/wordpress/wp-content/uploads/2009/07/
Fonetica_e_Fonologia.pdf
.HOUAISS, Dicionário eletrônico, 2009.
SÁ, Edmilson José de. A teoria da otimalidade transforma as variações linguísticas num 
impressionante jogo de xadrez. Revista língua portuguesa. São Paulo: Editora Escala, 2014. 
Disponível em: http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/21/
artigo158375-4.asp
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 9. 
ed. São Paulo: Contexto, 2007. (E-book)
TRASK, R.L. Dicionário de linguagem e linguística. Tradução ILARI,R.; revisão técnica 
Koch, I.V., SILVA, T.C. São Paulo: Contexto, 2004.
Referências bibliográficas (disponível para consulta)
BASILIO, M. Formação e classes de palavras no português do Brasil. 2. ed. São Paulo: 
Contexto, 2009. (E-book)
TERRA, E. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 2009. (E-book)
18
Unidade: A Fonética e a Fonologia
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000
Língua Portuguesa 
Fonética e Fonologia
A classificação dos sons linguísticos e as vogais
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Lucilene Fonseca 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Silvia Augusta Albert 
5
• Introdução
• Classificação
Para obter um bom desempenho, você deve percorrer todos os espaços, materiais e atividades 
disponibilizadas na unidade.
Comece seus estudos pela leitura do Conteúdo Teórico. Nele, você encontrará o material 
principal de estudos na forma de texto escrito. Depois, assista à Apresentação Narrada e à 
Videoaula, que sintetizam e ampliam conceitos importantes sobre o tema da unidade.
Só depois realize as atividades propostas.
Por fim, consulte as indicações sugeridas em Material Complementar e Referências 
Bibliográficas para aprofundar e ampliar seus conhecimentos. 
Lembramos a você da importância de realizar todas as leituras e as atividades propostas 
dentro do prazo estabelecido para cada unidade, no cronograma da disciplina, disponível 
no Bb no link “Calendário”. Para isso, organize uma rotina de trabalho e evite acumular 
conteúdos e realizar atividades no último minuto. Em caso de dúvidas, utilize a ferramenta 
“Mensagens” ou “Fórum de dúvidas” para entrar em contato com o(a) tutor(a).
É muito importante que você exerça a sua autonomia de estudante para construir 
novos conhecimentos.
Vamos estudar nesta Unidade a classificação dos sons 
linguísticos e as vogais. Conheceremos suas distinções numa 
perspectiva fonética e fonológica, de acordo com os critérios da 
Nomenclatura Gramatical Brasileira.
A classificação dos sons linguísticos e 
as vogais
6
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as vogais
Contextualização
Iniciamos esta Unidade ressaltando que a voz humana é determinante para a produção e 
classificação dos sons linguísticos, entre eles as vogais e as semivogais. Observe as imagens abaixo:
Thinkstock/Getty Images
Na imagem acima podemos visualizar as vogais e abaixo há alguns exemplos das semivogais, 
utilizados por nós no nosso dia a dia ao falarmos. 
 
Observe nos exemplos acima que o fonema /i/, ao estar junto a uma vogal, forma uma sílaba, 
como nas palavras “cuidado, dói, leite etc.”. Foneticamente é transcrito como [j]]. 
Agora veja outro exemplo:
Na mesma direção, o fonema /u/, ao estar juntos a uma vogal, forma uma sílaba. Foneticamente 
ela é transcrita como [w].
Observe no quadro abaixo a grafia, a representação fonética e a pronuncia das vogais:
7
Durante esta unidade teremos a oportunidade de nos interarmos das vogais,semivogais, 
seus conceitos e sua classificação para conhecer com maior profundidade suas particularidades.
8
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as vogais
Introdução
Os sons linguísticos classificam-se em vogais, semivogais 
e consoantes. Nesta unidade, estudaremos as vogais e as 
semivogais. 
Sob o ponto de vista articulatório, as vogais podem ser 
consideradas sons formados pela vibração das cordas vocais, 
modificados segundo a forma das cavidades supralaríngeas, que 
sempre devem estar abertas ou entre abertas para propiciar a 
passagem do ar.
Observe a imagem ao lado:
Nota-se, na imagem, que a passagem de ar se dá livremente ao 
se pronunciar uma vogal. Para Bechara (2002: 557), as vogais, nas 
condições fisiológicas de produção, são consideradas fonemas “durante 
cuja articulação a cavidade bucal se acha completamente livre para a 
passagem do ar”.
Observe o quadro abaixo:
As semivogais, também presentes nos exemplos acima, por sua vez, são as letras que se 
situam entre as vogais e as consoantes. 
Cunha (1985: 33) nos oferece como exemplo outras palavras 
que contêm duas semivogais: a palavra meu e a palavra quatro. 
Observe que nelas há uma vogal junto da letra u transcrita 
foneticamente da seguinte maneira: a palavra meu [‘mew] e a 
palavra quatro [‘kwatru].
A seguir vamos, conhecer a classificação das vogais, elaborada 
de acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB).
Fonte: Thinkstock/Getty Images
Veja que os fonemas 
/i/ e /u/, ao estarem 
juntos a uma vogal, 
formam uma sílaba. 
Foneticamente, elas 
são transcritas como 
[j] e [w].
9
As vogais, sempre vozeadas, são classificadas de acordo com:
1. A região de articulação:
a) anteriores ou palatais;
b) centrais ou médias;
c) posteriores ou velares.
Vamos observar a imagem abaixo:
Observamos na imagem acima a classificação das vogais quanto à zona de articulação. 
Importante ressaltar que esta representação se refere ao português padrão de Portugal e do 
Brasil (Cunha, 1985: 37).
2. As vogais também podem ser classificadas de acordo com a posição da língua. 
Foneticamente, podemos classificar as vogais considerando três parâmetros:
a) a posição vertical da língua;
b) a posição horizontal da língua;
c) a posição dos lábios. (Hora, 2009: 09)
Observe os exemplos na imagem a seguir:
BECHARA, 2009.
Classificação
10
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as vogais
Com a boca aberta, livre, sem necessidade de esforço, com a língua na posição quase de 
repouso pronunciamos o fonema /a/, que constitui a vogal média. Ao passarmos a pronunciar 
a sequência da esquerda, /é/, /ê/ e /i/, a ponta da língua se eleva, avança em direção ao palato 
duro, o que leva a uma diminuição da abertura bucal e um aumento da abertura da faringe. 
Trata-se das vogais anteriores. 
Por último, temos a série da direita dessa imagem: /ó/, /ô/ e /u/, as vogais posteriores. Neste 
caso, o dorso da língua se eleva, recuando em direção ao véu palatino, o que provoca uma 
diminuição da abertura bucal e um arredondamento dos lábios (Bechara, 2002: 559).
3. As vogais são classificadas ainda de acordo com o grau de abertura (timbre):
d) abertas
e) semiabertas (reduzida)
f) semifechadas (reduzida)
g) fechadas 
Quanto ao timbre das vogais, qualidade acústica proveniente de uma composição do tom 
fundamental com os harmônicos (Cunha: 1985: 35), o ponto de vista articulatório, a forma 
tomada pela cavidade faríngea e, sobretudo, pela cavidade bucal, que funcionam como tubo de 
ressonância, são determinantes.
Observe abaixo o quadro da classificação das vogais quanto ao grau de 
abertura (timbre):
T
hinkstock/G
etty Im
ages
De acordo com Bechara (2002: 559), o timbre é o 
traço distintivo das vogais. Na vogal aberta, a língua se 
acha baixa e na fechada, a língua se eleva.
11
Cunha (1985: 36) ressalta que 
A maior largura do tubo de ressonância, provocada principalmente pela 
menor elevação do dorso da língua em direção ao palato (quer duro, quer 
mole), produz as vogais chamadas abertas e semi-abertas (+ baixas).
Vamos observar a tabela abaixo:
Scielo
As vogais com timbre reduzido são aquelas que se anulam na oposição entre a aberta e a 
fechada. A distinção entre abertas e fechadas só se dá nas vogais que estudaremos a seguir: 
tônicas e subtônicas (Bechara, 2002: 559). 
Na tabela acima, pudemos observar algumas vogais, que podem ser orais ou nasais. Trata-se 
da classificação de acordo com o papel da cavidade nasal ou bucal.
Trata-se da posição do véu palatino durante a passagem da corrente expiratória, que gera as 
vogais orais e nasais:
A. orais (bucais) 
São orais aquelas vogais cuja ressonância se produz na boca. Se, durante a passagem da 
corrente expiratória, o véu palatino estiver levantado contra a parede posterior da faringe, as 
vogais são orais. A seguir podemos observar estas vogais e alguns exemplos:
 » Vogais orais:
12
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as vogais
B. nasais
Quando a passagem de ar acontece com o véu palatino abaixado, uma parte da corrente 
expiratória ressoará na cavidade nasal, as vogais serão nasais. 
São nasais as vogais que ressoam nas fossas nasais, tais como: /á/, /é/. /í/, /ó/, /ú/. Essas 
vogais são tanto da variante portuguesa como na brasileira, sendo que na língua portuguesa 
são sempre fechadas ou semifechadas. Só em variedades regionais aparecem as vogais abertas 
ou semiabertas como as francesas (Cunha, 1985: 38).
Vamos observar alguns exemplos:
Resumidamente, as vogais são orais quando a ressonância se produz na boca e nasais 
quando ressoam nas fossas nasais. Abaixo segue a imagem do percurso da corrente expiratória, 
que gera as vogais orais e nasais:
Na Língua Portuguesa, observamos que não há vogais nasais, o que temos são vogais orais 
seguidas de um arquifonema nasal. Logo, as vogais do Português são nasalizadas (HORA, 
2009: 18). 
Podemos estabelecer, de acordo com Câmara Jr. (1977), a distinção entre nasalidade fonética 
e nasalidade fonológica. 
A nasalidade fonética é aquela que não estabelece distinção de significado, 
como a que acontece em palavras como “camelo”, “banana”, que 
podem ser realizadas tanto como [kãmelU], [bãnãna] ou como [kamelU], 
[banãna], respectivamente. Já a nasalidade fonológica pressupões 
alteração de significado, a exemplo de [kãtU] e [katU]. Observe que a 
não-nasalização da vogal [a], na segunda palavra, gerou um outro item 
lexical com significado totalmente diferente do anterior (HORA, 2009: 18). 
13
4. As vogais ainda são classificadas de acordo com a intensidade.
A intensidade, de acordo com Cunha (1985: 36), é a qualidade física da vogal que depende 
da força expiratória, da amplitude da vibração das cordas vocais.
Quanto à intensidade, as vogais podem ser:
a) tônicas
b) átonas
As tônicas são as vogais em que o acento tônico cai, onde há maior intensidade do som. Nas 
palavras avó e tímido, o “o” e o “i” destacados são alguns exemplos. 
Segundo HORA (2009: 17) as vogais tônicas são sete, que podem ser distribuídas em 
diversas posições. Observe a tabela: 
HORA (2009:17
HORA (2009: 17) salienta que
entre as posições pretônica e postônica, a posição postônica é mais débil 
do que a pretônica. As posições pretônica e postônica podem nos dar 
um outro quadro de vogais. Em se tratando desta última, temos que 
considerar ainda a diferenciação entre as finais e as não-finais.
Há sete distinções vocálicas na posição tônica, cinco na pretônica e três na postônica. 
Vogais pretônicas ou subtônicas são aquelas que se localizam antes da vogal tônica e as 
postônicas são as que se localizam após as vogais tônicas. Elas podem estar localizadas no meio 
(não finais) ou no final (finais) das palavras. 
14
Unidade: A classificação dos sons linguísticose as vogais
HORA (2009: 17) afirma que uma maneira conveniente de demonstrar as vogais tônicas, 
pretônicas e postônicas é por meio da análise arquifonêmica de Joaquim Mattoso Câmara Jr. 
(1969, 1976, 1977), resumida na imagem abaixo:
Vejamos alguns exemplos:
 » Retônica: peludo (ê); gelado (ê), forma (ó).
 » Postônica: prefiro (o), época (o).
A presença de uma consoante nasal seguinte a uma vogal tônica elimina o som das vogais 
médias, tal como podemos observar nos exemplos oferecidos no quadro abaixo: 
HORA (2009: 17)
Podemos afirmar, portanto, que a sílaba tônica é a mais forte da palavra e as átonas as mais fracas. 
Ao sair da posição tônica e dependendo do processo de neutralização (perda do traço que 
distingue entre si dois fonemas) de cada posição, há redução no quadro das vogais. 
Scielo
Em geral, no final das palavras é comum enfraquecerem as vogais átonas e e o e soarem 
como /i/ e /u/. Veja os exemplos a seguir:
 » Tarde [‘tardi]
 » Povo [‘povu]
Segundo Cunha (1985: 37) no português normal do Brasil a vogal [a] só parece em posição 
tônica antes de consoante nasal. Por exemplo, nas palavras: cama; cana.
Do ponto de vista fonológico, as vogais nasais do português têm sido interpretadas como 
realizações dos fonemas orais correspondentes em contato com um fonema consonântico nasal, 
que acusticamente é praticamente imperceptível, tal como nas palavras canta, atum. 
15
5. Ainda sob a perspectiva fonológica, as vogais podem ser classificadas de acordo com 
o número de trações, chamados por “traços distintivos”. Para Trask (2004: 296) traço 
distintivo é cada um dos diferentes elementos fonológicos mínimos de que se compõem 
os sons da fala ou fonemas.
Sob o ponto de vista fisiológico, referente à maior ou menor elevação da língua no momento 
da articulação, podemos observar a oposição: peso (substantivo), peso (verbo) e piso (substantivo 
ou verbo). Para demonstrar a ausência ou presença das trações utilizam-se os sinais matemáticos 
+ e -, para classificar o + ou – baixo ou alto. Nos exemplos citados: peso (verbo) é [+ baixo] e 
peso (substantivo) [-alto], mas seu /e/ também pode ser [-baixo]. O /i/ do exemplo piso é [+alto] 
(Cunha, 1995: 34). 
Muitas vezes há necessidade de se utilizar mais que um traço para apontar a oposição entre 
duas vogais, como na vogal /o/ da palavra carro e na palavra corro. Podemos observar que a 
presença do /a/ na palavra carro, trata-se de um traço distintivo. 
6. As vogais na língua portuguesa também podem ser classificadas quanto o arredondamento 
ou não dos lábios. Observamos no exemplo anterior que ao pronunciarmos as palavras 
carro e corro há maior abertura e correlativa menor altura da língua [+ baixo], ausência 
de outro traço. Por esse motivo, chamamos a este arredondamento dos lábios, que 
ocorre durante a articulação de [- arredondado]. 
Deste modo, a posição assumida pelos lábios é fundamental na articulação das vogais. 
Quando há uma saída, uma corrente de ar, as vogais são [+ arredondadas] e, quando a posição 
é de repouso, elas são [- arredondadas].
A seguir observe uma tabela que ilustra e exemplifica o que acabamos de estudar:
16
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as vogais
Wikimedia Commons
Vale lembrar sempre que a classificação dos sons, as características fonéticas, as articulações, 
a duração do som, a nasalização etc., tudo depende do funcionamento do aparelho fonador. 
BECHARA, 2009.
17
Durante a articulação de uma vogal, se o véu palatino abaixar, parte do fluxo de ar penetrará 
na cavidade nasal sendo expelido pelas narinas, produzindo uma vogal nasalizada. Quando 
as cordas vocais estão vibrando, há o vozeamento, momento que as cordas vocais não vibram 
durante a produção da vogal. O desvozeamento ocorre quando as cordas vocais não vibram 
durante a produção da vogal. Importante ressaltar que o desvozeamento também pode ocorrer 
com as consoantes (Silva, 2007: 71). 
Nesta unidade, aprofundamos nosso conhecimento sobre as vogais e a classificação dos sons 
que pronunciamos ao falarmos as palavras de uma língua, que são formadas pelas vogais e 
pelas consoantes. 
A seguir, estudaremos mais detidamente a classificação dos sons das consoantes à luz da 
Fonética e da Fonologia.
Vamos verificar se você compreendeu os conteúdos abordados nesta unidade? Vamos às 
atividades propostas?
18
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as vogais
Material Complementar
1 - Acerca dos pontos levantados, sugerimos que você amplie seus conhecimentos com as 
seguintes leituras:
• HORA OLIVEIRA, Dermeval da; COLLISCHON, Gisela. Teoria lingüística: fonologia 
e outros temas. João Pessoa: Editora Universitária, 2003.
2 - Para conhecer melhor:
 
 Fonetica Y Fonologia (em espanhol)
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=utK-Q2Q_drs
19
Referências
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
CÂMARA JR. Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. 8.ed. Petrópolis:Vozes, 1977.
CUNHA, Celso e LINDLEY, Luís. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
FERREIRA NETO, W. Introdução à fonologia da língua portuguesa. 2.ed. São Paulo: Ed. 
Paulistana, 2011.
HORA, Dermeval da. Fonética e Fonologia. João Pessoa: Portal Virtual da UFPB, 2009. 
Disponível em: http://portal.virtual.ufpb.br/wordpress/wp-content/uploads/2009/07/Fonetica_e_
Fonologia.pdf
HOUAISS, Dicionário eletrônico, 2009.
MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 9. ed. 
São Paulo: Cortez, 2012. v. 1.
TRASK, R.L. Dicionário de linguagem e linguística. Tradução ILARI,R.; revisão técnica 
Koch, I.V., SILVA, T.C. São Paulo: Contexto, 2004.
BASILIO, M. Formação e classes de palavras no português do Brasil. 2. ed. São Paulo: 
Contexto, 2009. (E-book)
FIORIN, J. L. Introdução à linguística II: princípios de análise. 5. ed. São Paulo: Contexto, 
2010. (E-book)
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português roteiro de estudos e guia de exercícios. 
9. ed. São Paulo: Contexto, 2007. (E-book)
TERRA, E. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 2009. (E-book)
20
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as vogais
Anotações
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São Paulo SP Brasil 
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Língua Portuguesa 
Fonética e Fonologia
A classificação dos sons linguísticos e as consoantes
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Lucilene Fonseca
Revisão Textual:
Profa. Ms. Silvia Augusta Albert. 
5
• Introdução
• Distinções dos sons das consoantes na perspectiva 
fonética e fonológica
 
 Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as 
atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Nesta unidade, estudaremos as consoantes, que são 
pronunciadas quando na cavidade bocal há um obstáculo 
à passagem da corrente respiratória. Trata-se de um som da 
fala produzido por uma obstrução significativa do fluxo de ar. 
As vogais, ao contrário, são pronunciadas quando não há 
obstrução de ar no trato vocal. 
A classificação dos sons linguísticos e 
as consoantes
6
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as consoantes
Contextualização
Iniciamos esta unidade ressaltando que a voz humana é determinante para a produção e 
classificação dos sons linguísticos, entre eles as consoantes.
Elas são classificadas de acordo com os locais e pontos de articulação, tal como na tabela abaixo:
Observe a classificação das consoantes quanto ao Modo e ao Ponto de Articulação do 
português falado no Brasil, ou mais exatamente, em São Paulo, segundoo esquema a seguir:
Na imagem acima podemos visualizar as consoantes e sua classificação de acordo com o 
modo de articulação. Abaixo, por meio da imagem do aparelho fonador, observamos que os 
sons que estão repetidos, podem ter mais de um ponto de articulação.
Durante esta unidade, teremos a oportunidade de aprofundar nossos estudos sobre estes 
conceitos para conhecer com maior profundidade suas particularidades.
7
Introdução
Fonte: T
hinkstock/G
etty Im
ages
As consoantes, também chamadas por Cunha 
(1985: 33) por fonemas marginais, na língua 
portuguesa, só aparecem na sílaba junto a uma 
vogal. Deriva do latim consonante, que significa 
literalmente “soante + com = consoante”, que 
descreve esta característica das consoantes. 
Em fonética, consoante é qualquer fonema 
caracterizado por alguma obstrução ou constrição 
em um ou mais pontos do trato vocal.
De acordo com HORA (2009: 27) as consoantes, de acordo com sua posição na sílaba, podem ocorrer: 
Obs: considere C como consoante e V como vogal. 
 » como primeiro segmento de uma sílaba CV: cá
 » como segundo segmento de uma sílaba CCV: tri
 » na posição de coda(posição final) do padrão silábico CVC: lar
Na língua portuguesa temos um maior número de consoantes que de vogais que, como 
estudamos, são cinco.
Observe abaixo o quadro dos fonemas consonantais oferecido por HORA (2009: 27):
Veja que há 19 fonemas consonantais, levantados de acordo com a posição, tonicidade e 
sonoridade da sílaba na palavra. 
Houaiss (2009) nos traz que sílaba, por definição, é um grupo de fonemas que se pronunciam 
numa só emissão de voz, e que, sós ou reunidos a outros, formam palavras [Unidade fonética 
fundamental, acima do som.]. Importante observar que cada sílaba tem sua sonoridade, que 
pode ser diferente, variando de uma para outra
De acordo com HORA (2009: 28) a língua portuguesa tem um padrão silábico simples, com 
não mais que duas consoantes tanto na posição inicial (ataque) como na final (coda). 
As consoantes também são classificadas de acordo com: o modo de articulação, o ponto de 
articulação, o papel das cordas vocais e também o papel das cavidades bucal e nasal. É o que 
estudaremos a seguir. Vamos lá?
8
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as consoantes
Distinções dos sons das consoantes na perspectiva fonética e fonológica
De acordo com o professor Demerval da Hora (HORA, 2009, p.7), as consoantes podem ser:
I. Quanto ao modo de articulação:
Dependendo do obstáculo que a corrente de ar encontra na produção do som.
a) oclusiva ou plosiva: quando o fluxo de ar encontra uma interrupção total, seja pelo 
fechamento dos lábios, seja pela pressão da língua sob a arcada dentária ou sob o 
palato duro etc. Exemplos: pato; tato; cato; bato; data; gato.
b) fricativa: há um estreitamento da passagem do ar, que resulta em um ruído semelhante 
ao de uma fricção. Exemplos: fato; cebola; xícara; vaso; casa; jeito.
c) africada: na realização dessas consoantes, temos a soma da oclusão e da fricção. 
Exemplos: dia (djia); tia (tchia) em algumas variações linguísticas brasileiras.
d) nasal: aquele som que, para sua realização, parte do ar sai pelo trato vocal e parte pelas 
fossas nasais. Exemplos: má, noite, banho.
e) lateral: quando a língua, ao tocar os alvéolos, obstrui a passagem do ar nas vias 
superiores, mas permite que o ar passe através das paredes laterais da boca. Exemplos: 
leite; palha.
f) vibrante: caracteriza-se pelo movimento vibratório e rápido da língua, provocando, 
assim, breves interrupções na corrente de ar. Exemplos: carro (vibrante forte); roda 
(vibrante forte).
g) tepe: ao contrário da vibrante, o tepe se caracteriza por apenas uma batida da ponta da 
língua nos alvéolos. Exemplos: caro; pera (vibrante branda).
h) retroflexa: caracteriza-se pelo levantamento e encurvamento da ponta da língua em 
direção ao palato duro. Exemplos: Porta (poRta); mar (maR); carta ( caRta) variação 
linguística “caipira”.
II. Quanto ao ponto de articulação: (Bechara, 2002: 565):
Dependendo do lugar da boca em que se dá o obstáculo à saída do ar.
 » bilabiais: (lábio contra lábio): /p/, /b/, /m/
 » labiodentais (lábio inferior e arcada dentária superior): /f/, /v/
 » linguodentais (língua contra arcada dentária superior): /t/, /d/, /n/
 » alveolares (língua em direção ou contra os alvéolos): /s/, /z/, /l/, /r/, /rr/
 » palatais (formadas pelo contato do dorso da língua com o palato duro, contra o céu 
da boca): /x/, /j/, /lh/, /nh/
 » velares (formadas pelo contato da parte posterior da língua, como o palato mole, raiz 
da língua, contra o véu do paladar): /k/, /g/
9
III. Quanto ao papel das cordas vocais:
Dependendo de a corrente de ar fazer ou não vibrar as cordas vocais.
 » Surdas: /p/, /f/, /t/, /s/, /x/, /k/
 » Sonoras: /b/, /v/, /d/, /z/, /j/, /g/, /m/, /n/, /nh/, /l/, /lh/, /r/, /rr/
IV. Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal:
As consoantes também podem ser nasais 
ou orais, ao serem classificadas quanto ao 
papel das cavidades bucal e nasal. Observe 
o aparelho fonador, a cavidade oral e nasal 
e a trajetória do ar na imagem seguinte:
Dependendo do local por onde passa o ar, somente pela boca ou ressoando na cavidade 
nasal, as consoantes podem ser:
a) Nasais: Quando o ar ressoa na cavidade nasal. Exemplos: /m/; /n/; /nh/.
b) Orais: Quando o ar sai apenas pela boca. São orais todas as demais consoantes, 
exceto a que classificamos como nasais.
A seguir, vamos observar o Quadro das Consoantes, completo:
10
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as consoantes
Podemos observar no quadro que as consoantes podem receber mais de uma classificação:
A corrente expiratória pode encontrar em alguma parte da boca, ou um obstáculo total, que 
a interrompe momentaneamente e, neste caso, elas são consoantes chamadas por oclusivas ou 
[- contínuas], ou um obstáculo parcial, que a comprime sem contudo interceptá-la. Chamadas 
neste último caso de constritivas ou [+ contínuas] (Cunha, 1995: 42). 
As consoantes [p], [b], [t], [d], [k], [g] são chamadas oclusivas, observe alguns exemplos: 
cala, gala, pala, bala, entre outras. Elas podem ser surdas ou sonoras, tal como observamos no 
Quadro das Consoantes. Vejamos mais alguns exemplos:
 » Surda - Pico [p]
 » Sonora - Bico [b]
 » Surda - Tom [t]
 » Sonora - Dom [d]
 » Surda - Calo [k]
 » Sonora - Galo [g]
As constritivas, de acordo com Cunha (1995: 43) estão divididas em:
• Fricativas, laterais e vibrantes. As Fricativas ocorrem quando a passagem do ar se dá 
por meio de uma estreita fenda formada no meio da via bucal, o que produz um ruído 
comparável ao de uma fricção, por isto assim são chamadas. São exemplos de fricativas 
as palavras: fala [f], vala [v], entre outras.
• Laterais: quando há passagem da corrente expiratória pelos dois lados da cavidade 
bucal, devido a presença de um obstáculo formado no centro desta pelo contato da 
língua com os alvéolos dos dentes ou com o palato. Nas palavras fila [l] e filha [lh], 
podemos observar a ocorrência das laterais. 
• Vibrantes: caracterizadas pelo movimento vibratório rápido de um órgão ativo 
elástico (a língua ou o véu palatino), que provoca uma ou várias interrupções (muito 
breves) da passagem da corrente expiratória. As palavras caro [r] e carro [rr] têm esta 
característica sonora. 
Entre as constritivas e as oclusivas, temos as nasais, que podem ser: bilabiais /m/, a linguodentais 
/n/ e palatais /nh/, conforme estudamos nesta unidade, assim classificadas quanto ao ponto de 
articulação. Vamos observar alguns exemplos:
 » Bilabial – mato, pato
 » Linguodental – cinco, zinco
 » Palatal – acho, alho, ganho
Cunha (1995: 43) ressalta que sob o ponto de vista acústico as consoantes vibrantes e laterais 
têm em comum um traço que as opõe a todas as outras consoantes. Há proximidadedos sons 
vocálicos, o que, em algumas línguas, as faz servir de centro de sílaba e, por este motivo, são 
chamadas por líquidas ou soantes [+ soantes]. Devido ao caráter lateral de sua articulação elas 
Pronuncie cada uma das palavras ao lado para que possa 
perceber a diferença entre as consoantes surdas e sonoras.
11
se opõem às vibrantes. Esta diferença explicita-se pela indicação [+ lateral} ou [- lateral], que 
contrasta com as vibrantes. Vejamos alguns exemplos:
 » Laterais: fila, filha
 » Vibrantes: caro, carro
A seguir, observe as descrições dos sons produzidos por meio dos atos da fala, classificados 
quanto ao ponto de articulação. Vamos estudar seus conceitos e observar o local onde os 
sons da fala são articulados ao pronunciarmos as consoantes de acordo com HORA (2009: 
7-8). São eles:
 
12
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as consoantes
 
A tabela, a seguir, apresenta um resumo dos fonemas estudados, à luz da classificação das 
consoantes quanto ao ponto de articulação.
Atenção:
13
Silva (2008: 34) apresenta, sob o modo ou maneira de articulação:
• Oclusiva: quando os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem da 
corrente de ar através da boca. O véu palatino está levantado e o ar que vem dos pulmões 
encaminha-se para a cavidade oral. Oclusivas são, portanto, as consoantes orais. Para 
melhor compreensão, observe estas palavras em que há esta ocorrência: gol [g[, pá [á], 
tá [á], bar [b], entre outras.
• Nasal: quando os articuladores produzem uma completa obstrução da passagem da 
corrente de ar através da boca. O véu palatino encontra-se abaixado e o ar que vem dos 
pulmões dirige-se às cavidades nasal e oral. Nasais são consoantes idênticas às oclusivas 
diferenciando-se apenas quanto ao abaixamento do véu palatino para as nasais. As 
consoantes nasais que ocorrem em português são: má [m], nua [n], banho [nh].
• Fricativa: os articuladores se aproximam produzindo fricção, quando ocorre a passagem 
central da corrente de ar. A aproximação dos articuladores, entretanto, não chega a 
causar obstrução completa e sim parcial que causa a fricção, tal como já estudamos nesta 
Unidade. As consoantes fricativas na língua portuguesa, para citar alguns exemplos, são: 
fé [f], vá [v], Zapata [z], rata [r]. Vale ressaltar que o [r] fricativo ocorre tipicamente no 
português do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, para citar alguns.
• Africada: na fase inicial da produção de uma africada os articuladores produzem uma 
obstrução completa na passagem da corrente de ar através da boca e o véu palatino 
encontra-se levantado (como nas oclusivas). Na fase final dessa obstrução (quando se 
dá a soltura da oclusão) ocorre então uma fricção decorrente da passagem central da 
corrente de ar (como nas fricativas). A oclusiva e a fricativa que formam a consoante 
africada devem ter o mesmo lugar de articulação, ou seja, são homorgânicas. O véu 
palatino continua levantado durante a produção de uma africada. Africadas são, 
portanto, consoantes orais. As consoantes africadas que ocorrem em algumas variedades 
do português brasileiro são tia [t] (tchia), dia [d] (djia).
• Tepe: também chamado de vibrante simples, ocorre quando o articulador ativo toca 
rapidamente o articulador passivo ocorrendo uma rápida obstrução da passagem da 
corrente de ar através da boca. O tepe ocorre em português nos seguintes exemplos: cara 
[r], brava [r].
• Vibrante ou múltipla: o articulador ativo toca algumas vezes o articulador passivo, 
causando vibração. Em algumas variações linguísticas do português ocorre esta variante 
em expressões como “orra meu!” [rr].
• Retroflexa: ocorre quando o palato duro é o articulador passivo e a ponta da língua é 
o articulador ativo. A produção de uma retroflexa geralmente se dá com o levantamento 
e encurvamento da ponta da língua em direção ao palato duro. Ocorrem na variação 
“caipira” e no sotaque de norte-americanos falando português como nas palavras: mar 
[r], carta [r].
• Laterais: o articulador ativo toca o articulador passivo e a corrente de ar é obstruída na 
linha central do trato vocal. O ar será então expelido por ambos nesta obstrução tendo, 
portanto, saída lateral. Laterais ocorrem em português nos seguintes exemplos: lá [l], 
palha [lh].
14
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as consoantes
Vejamos alguns exemplos dos conceitos acima descritos na tabela a seguir:
Vamos verificar se você compreendeu os conteúdos abordados nesta unidade? 
Vamos às atividades propostas?
Bons estudos!
Em Síntese
Nesta unidade, aprofundamos nosso conhecimento sobre as consoantes e a classificação dos 
seus sons.
15
Material Complementar
1. Acerca dos pontos levantados, sugerimos as seguintes leituras:
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
CÂMARA Jr. Joaquim Mattoso. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1977.
HORA OLIVEIRA, Dermeval da. Fonética e Fonologia. João Pessoa: Portal Virtual da UFPB, 
2009. Disponível em: http://biblioteca.virtual.ufpb.br/files/fonatica_e_fonologia_1360068796.pdf
HORA OLIVEIRA, Dermeval da; COLLISCHON, Gisela. Teoria lingüística: fonologia e outros 
temas. João Pessoa: Editora Universitária, 2003.
FERREIRA NETO, W. Introdução à fonologia da língua portuguesa. 2.ed. São Paulo: Ed. 
Paulistana, 2011. 
MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 9. ed. 
São Paulo: Cortez, 2012. v. 1.
2. Para conhecer melhor os fonemas, os traços distintivos entre as consoantes:
Português – Fonética e Fonologia. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZGHXKcl5d_k
16
Unidade: A classificação dos sons linguísticos e as consoantes
Referências
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: 
Lucerna, 2002.
CUNHA, Celso e LINDLEY, Luís. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
FERREIRA NETO, W. Introdução à fonologia da língua portuguesa. 2.ed. São Paulo: Ed. 
Paulistana, 2011.
FIORIN, J. L. Introdução à linguística II: princípios de análise. 5. ed. São Paulo: Contexto, 
2010. (E-book)
HOUAISS, Dicionário eletrônico, 2009.
MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 9. ed. 
São Paulo: Cortez, 2012. v. 1.
BASILIO, M. Formação e classes de palavras no português do Brasil. 2. ed. São Paulo: 
Contexto, 2009. (E-book)
HORA, Dermeval da. Fonética e Fonologia. João Pessoa: Portal Virtual da UFPB, 2009. 
Disponível em: http://biblioteca.virtual.ufpb.br/files/fonatica_e_fonologia_1360068796.pdf
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português roteiro de estudos e guia de exercícios. 
9. ed. São Paulo: Contexto, 2007. (E-book)
TERRA, E. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 2009. (E-book)
17
Anotações
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CEP 01506-000
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Tel: (55 11) 3385-3000
Língua Portuguesa 
Fonética e Fonologia
Os encontros vocálicos e consonantais
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Lucilene Fonseca 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Silvia Augusta Albert 
5
• Introdução
• Encontros vocálicos
• Encontros consonantais
Para obter um bom desempenho, você deve percorrer todos os espaços, materiais e atividades 
disponibilizadas na unidade.
Comece seus estudos pela leitura do Conteúdo Teórico. Nele, você encontrará o material 
principal de estudos na forma de texto escrito. Depois, assista à Apresentação Narrada e à 
Videoaula, que sintetizam e ampliam conceitos importantes sobre o tema da unidade.
Só depois realize as atividades propostas.
Por fim, consulte as indicações sugeridas em Material Complementar e Referências 
Bibliográficaspara aprofundar e ampliar seus conhecimentos. 
Lembramos a você da importância de realizar todas as leituras e as atividades propostas 
dentro do prazo estabelecido para cada unidade, no cronograma da disciplina, disponível 
no Bb no link “Calendário”. Para isso, organize uma rotina de trabalho e evite acumular 
conteúdos e realizar atividades no último minuto. Em caso de dúvidas, utilize a ferramenta 
“Mensagens” ou “Fórum de dúvidas” para entrar em contato com o(a) tutor(a).
É muito importante que você exerça a sua autonomia de estudante para construir 
novos conhecimentos.
Estudaremos nesta unidade o conceito e a classificação dos 
encontros vocálicos e consonantais. 
Os encontros vocálicos e consonantais
6
Unidade: Os encontros vocálicos e consonantais
Contextualização
Iniciamos esta Unidade ressaltando o conceito e a classificação dos encontros vocálicos 
e consonantais.
Fundamental observarmos as aplicações destes encontros no nosso dia a dia. Ressaltamos 
aqui que, ao estudarmos os encontros vocálicos devemos observar que, de acordo com a 
Silva & Costa (2012: 21) apontam que 
O prazo para implantação pelo governo brasileiro do novo acordo ortográfico terminou em 
2012. Desde então ele passou a ser mais utilizado e há maior preocupação em honrá-lo. Para 
isto encontramos diversos guias, livros que nos oferecem tais regras de modo simples e rápido, 
dentre elas as de acentuação.
Durante esta unidade teremos a oportunidade de aprofundar nossos estudos sobre os encontros 
vocais e consonantais e seus conceitos, algumas regras de acentuação que os envolvem. Vamos 
conhecer com maior profundidade suas particularidades.
No caso de palavras que possuem as condições expostas 
anteriormente, mas que obedecem à regra de paroxítonas 
terminadas em R, o acento agudo permanece, em beneficio 
dessa regra: Méier, destroier etc. Além disso, deve-se manter a 
acentuação dos ditongos abertos tônicos das palavras oxítonas: 
anéis, fiéis, herói etc.
7
Introdução
Estudamos à luz da Fonologia e da Fonética a classificação e os conceitos das vogais e 
das consoantes. 
Nesta unidade vamos estudar os sons que geram os encontros vocálicos e consonantais.
Fundamental iniciarmos relembrando o conceito de semivogal, vamos lá?
As semivogais são duas, as letras: I U. (orais ou nasais) que, são identificadas quando se 
incorporam a uma vogal numa mesma sílaba da palavra. O professor Lauro Rafael Lima1 
2012) ressalta:
Observe o quadro abaixo:
1 Disponível em: http://lauroportugues.blogspot.com.br/2012_10_01_archive.html
Fo
nt
e:
 T
hi
nk
st
oc
k/
G
et
ty
 Im
ag
es
As semivogais são vogais assilábicas, ou seja, elas ocupam a 
margem do núcleo silábico, pois não apresentam proeminência 
acentual para ser o centro da sílaba, como as vogais. O português 
apresenta dois segmentos que se caracterizam como semivogal, 
que são representados pelo [j] ou [y], e o [w].
8
Unidade: Os encontros vocálicos e consonantais
Vamos ver alguns exemplos oferecidos por Lima (2012):
• Leite - le[j]te
• Boi - bo[j]
• Pauta - pa[w]ta
• Meu - mé[w]
Por meio desses exemplos podemos observar que a diferença entre as semivogais (SV) e as 
vogais (V) gera o que chamamos de encontros vocálicos.
Vamos a eles?
De acordo com Cunha (1985: 48) encontros vocálicos são o encontro de uma vogal + uma 
semivogal, ou vice-versa. Observe, a seguir, a representação dos encontros vocálicos: 
A representação acima, elaborada por Lima (2012) nos oferece um excelente resumo dos 
encontros vocálicos existentes. Destacamos, entre eles, os ditongos:
Os ditongos são os encontros entre vogal e semivogal, ou seja é a junção de uma vogal + uma 
semivogal, ou vice-versa. Trata-se de um encontro vocálico em uma mesma sílaba. 
A Gramática Tradicional classifica os ditongos em crescente (quando há uma semivogal, seguida de 
uma vogal) e decrescente (quando a vogal é precedida da semivogal).
Observe os exemplos:
água – na segunda sílaba dessa palavra – gua – temos um ditongo crescente, pois temos uma 
semivogal seguida de vogal
ameixa – na segunda sílaba dessa palavra – mei – temos um ditongo decrescente, pois temos uma 
vogal seguida de semivogal
Lima (2012) afirma que há uma discussão sobre a existência e classificação dos ditongos na 
Língua Portuguesa.
Encontros vocálicos
9
Hora (2002: 25) ressalta que 
Outro encontro vocálico, que na verdade parece um desencontro, chama-se hiato.
Segundo Lima (2012),
Vejamos alguns exemplos destes conceitos oferecidos por Bechara (2002: 561) e Câmara Jr 
(2006: 56):
Ditongos crescentes:
• qual
• linguiça
• frequente
• glória
• pátria
• cárie
Ditongos decrescentes
• /ai/: pai;
• /au/: pau;
• /éi/: papéis (só diante de /s/);
• /êi/: lei;
• /iu/: riu;
• /ói/: mói;
• /ôi/: boi;
• /ôu/: vou
• /óu/: sol
• /ui/: fui
Hiatos
• saída: sa – í – da
• baú: ba – ú
• boato: bo – a – to
• leem: le - em
• perdoe: per - do - e
• voo: vo - o
Muitos linguistas (dentre eles Câmara Jr., Leda Bisol) consideram 
que os verdadeiros ditongos são os decrescentes (formados por vogal 
+ semivogal); eles defendem que os ditongos crescentes (semivogal 
+ vogal) não existem na origem das palavras e, portanto, podem 
variar livremente com o hiato (ex.: [‘swar ~ su’ar]. 
Chama-se hiato à junção de duas vogais, que, ao serem 
pronunciadas separadamente, formam sílabas distintas. Os hiatos 
são os encontros entre duas vogais, sendo, portanto, o único 
encontro vocálico, sempre em sílabas separadas. Ex.: saída, coelho. 
Há, na língua portuguesa, somente um tipo de ditongo crescente 
que não alterna com hiato: aqueles formados na sequência de 
consoantes oclusivas /k/ ou /g/ mais a semivogal /w/, seguida de /a/ 
ou /o/ (ex.: qual [‘kwaw].
10
Unidade: Os encontros vocálicos e consonantais
Hora (2002: 25-26, na mesma direção, complementa:
Observe nas representações fonéticas, a classificação das vogais e dos ditongos no quadro abaixo:
Alguns ditongos decrescentes, entretanto, sofrem variação e 
podem ser realizados como uma única vogal na fala, quando 
ocorre o processo de monotongação. A monotongação diz respeito 
a um processo de redução de um ditongo a um monotongo (uma 
vogal que não muda de qualidade na sua realização). Em outras 
palavras, ocorre monotongação quando um ditongo (vogal + 
glide) é realizado como uma vogal simples, ou seja, a semivogal 
da sequência é apagada. Esses ditongos decrescentes, capazes 
de sofrer redução são classificados, na literatura específica, como 
ditongos leves; ao passo que os verdadeiros ditongos não tornam-
se monotongos.
Ditongos leves
• c[aj]xa ~ pronuncia-se c[a]xa
• f[ej]ra ~ pronuncia-se f[e]ra
• c[ow]ro ~ pronuncia-se c[o]ro
Verdadeiros ditongos
• b[aj]rro ~ *b[a]rro (forma-se outra palavra, barro)
• m[ej]go ~ *m[e]go (não existe na língua como palavra)
• m[ej]ga ~ *m[e]ga (existe como prefixo na língua – megaestrutura, 
megabaite)
Fo
nt
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11
Observe o quadro a seguir:
Crescentes Decrescentes
A semivogal antecede a vogal:
perícia, espécie, fastio, vácuo, ténue, água
A vogal antecede a semivogal:
pai, feito, varapau, réu, biscoito, muito
Orais Nasais
O som sai só pela boca:
saia, farnéis, fugiu, boi, uivar
O som sai pela boca e fossas nasais:
mãe, cãimbra, vem, mão, comeram
Abertas Fechadas
au: mau
éu: ilhéu
ói: dói
eu: seu
oi: foi
õe: põe
Observamos no quadro acima que os ditongos além de serem classificados como crescentes 
e decrescentes, podem ser orais e nasais, como também abertos ou fechados.
Os ditongos também são caracterizados como uma sequência de segmentos vocálicos. Esses 
segmentos, no entanto, assumem qualidade diferente

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