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Assuntos da Rodada Observação: Conteúdo programático conforme ordem apresentada no Edital. A ordem do conteúdo nas rodadas pode se alterar para melhor compreensão da matéria. Bons estudos! DIREITO ADMINISTRATIVO: 1. Princípios básicos da Administração Pública. 2. Administração direta e indireta. Órgãos públicos. 3. Agentes Públicos. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais: Lei nº 8.112/90 com alterações posteriores: Provimento. Vacância. Direitos e Vantagens. Dos deveres. Das proibições. Da acumulação. Das responsabilidades. Das penalidades. Do processo administrativo disciplinar e sua revisão. 4. Ato administrativo: requisitos, atributos, classificação, espécies, revogação, invalidação e convalidação do ato administrativo. 5. Poderes e deveres dos administradores públicos: uso e abuso do poder, poderes vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar e regulamentar, poder de polícia, deveres dos administradores públicos. 7. Licitação e contratos administrativos: Lei nº 8.666/93 e alterações posteriores: Dos princípios. Das modalidades. Dos contratos. Da execução. Da inexecução e da rescisão. Das sanções. Lei nº 10.520/02: Do pregão. 8. Do processo administrativo (Lei n° 9.784/99). 9. Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92). Rodada #01 Direito Administrativo Professor Fabiano Pereira DIREITO ADMINISTRATIVO 2 Recados importantes! NÃO AUTORIZAMOS a venda de nosso material em qualquer outro site. Não apoiamos, nem temos contrato, com qualquer prática ou site de rateio. A reprodução indevida, não autorizada, deste material ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator à multa de até 3 mil vezes o valor do curso e à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98. Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. É fundamental para o perfeito aproveitamento do treinamento. 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Princípios expressos e implícitos – Os princípios da Administração Pública que estão elencados no art. 37, caput, da Constituição são chamados de “expressos” (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência) e os demais se denominam “implícitos” ou “reconhecidos”. 1.1.1. Princípios expressos são aqueles taxativamente previstos em uma norma jurídica de caráter geral, obrigatória para todos os Entes Políticos (União, Estados, Municípios, e o Distrito Federal), bem como para as entidades administrativas (autarquias, fundações públicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado). 1.1.2. Princípios implícitos ou “reconhecidos” são aqueles que não estão previstos expressamente em uma norma jurídica de caráter geral. Decorrem do reconhecimento oriundo de estudos doutrinários e jurisprudenciais, a exemplo do princípio da razoabilidade. São princípios cujos nomes não irão constar claramente no texto constitucional ou legal, mas que também determinam, norteiam, orientam as condutas e os atos praticados pela Administração Pública. DIREITO ADMINISTRATIVO 4 1.2. Ponderação de princípios - não há hierarquia entre os princípios administrativos, apesar de vários autores afirmarem que o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado ser uma espécie de paradigma fundamental do Direito Administrativo. Os princípios devem ser interpretados no caso concreto, atribuindo-se lhes maior ou menor peso, conforme necessário ao equilíbrio entre as garantias fundamentais e a supremacia dos interesses públicos. 1.3 Funções dos princípios – A Doutrina aponta pelo menos duas funções dos princípios em nosso ordenamento jurídico: 1.3.1 Função fundamentadora - Que pode ser traduzida como a sustentação fundamental do ordenamento jurídico. Representarem os pilares, os valores supremos da sociedade sob os quais devem se erguer todas as outras normas. 1.3.2 Função interpretativa – Os princípios orientam o operador do Direito na interpretação das normas. Também suplementam a ordem jurídica quando há lacunas das normas positivadas. 2. Princípios constitucionais expressos 2.1. Princípio da legalidade - o princípio da legalidade pode ser interpretado sob dois enfoques distintos: em relação aos particulares e em relação à Administração Pública. 2.1.1. Em relação aos particulares, o princípio da legalidade está consagrado no inciso II, artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei". Isso significa que, em regra, somente uma lei (ato emanado do Poder Legislativo) pode impor obrigações aos particulares. Segundo o autor Hely Lopes Meirelles: “enquanto os indivíduos, no campo privado, podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode atuar onde a lei autoriza”. DIREITO ADMINISTRATIVO 5 2.1.2. Em relação à Administração, o princípio da legalidade assume um enfoque diferente. Nesse caso, está previsto expressamente no caput, do artigo 37, da Constituição Federal de 1988, significando que a Administração Pública somente pode agir se existir uma norma legal autorizando. Conforme o autor Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da legalidade: “implica subordinação completa do administrador à lei. Todos os agentes públicos, desde o que ocupe a cúspide até o mais modesto deles, devem ser instrumentos de fiel e dócil realização das finalidades normativas”. 2.1.3. Celso Antônio Bandeira de Mello afirma, ainda, que o princípio da legalidade (entendido em seu sentido formal – edição de leis em sentido estrito) pode sofrer constrições (restrições) em função de circunstâncias excepcionais, mencionadas expressamente no texto constitucional, como no caso da edição de medidas provisórias, decretação de estado de defesa e, ainda, a decretação de estado de sítio pelo Presidente da República. 2.2. Princípio da impessoalidade - o princípio da impessoalidade pode ser analisado sob vários aspectos complementares, a saber: 1º) dever de tratamento isonômico a todos os administrados; 2º) imputação dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente às pessoas jurídicas em que atuam, vedada promoção pessoal; 3º) dever de sempre agir com o intuito de satisfazer o interesse público. 2.2.1. Sob o primeiro aspecto, o princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de conceder tratamento isonômico a todos os administrados que se encontrarem em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento privilegiado a um ou alguns indivíduos em função de amizade, parentesco ou troca de favores. Da mesma forma, oprincípio também veda aos administradores que pratiquem atos prejudiciais ao particular em razão de inimizade ou perseguição política, por exemplo. DIREITO ADMINISTRATIVO 6 2.2.2. Em relação ao segundo aspecto, o princípio da impessoalidade afirma que os atos praticados pela Administração Pública não podem ser utilizados para a promoção pessoal de agente público, mandamento expresso na segunda parte, do § 1º, artigo 37, da Constituição Federal de 1988, assim redigido: “§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” 2.2.3. Sob um terceiro aspecto, o princípio da impessoalidade pode ser estudado como uma aplicação do princípio da finalidade, pois o objetivo maior da Administração deve ser sempre a satisfação do interesse público. A finalidade deve ser observada tanto em sentido amplo quanto em sentido estrito. Em sentido amplo, a finalidade dos atos editados pela Administração Pública sempre será a satisfação imediata do interesse público. Em sentido estrito, é necessário que se observe também a finalidade específica de todo ato praticado pela Administração, sempre prevista em lei. 2.3. Princípio da moralidade - o princípio da moralidade, também previsto expressamente no artigo 37, caput, da Constituição Federal de 1988, determina que os atos e atividades da Administração devem obedecer não só à lei, mas também à própria moral, pois nem tudo que é legal é honesto. Como consequência do princípio da moralidade, os agentes públicos devem agir com honestidade, boa-fé e lealdade, respeitando a isonomia e demais preceitos éticos. 2.3.1. É válido destacar que a moral administrativa é diferente da moral comum, pois, conforme o autor francês HAURIOU (pronuncia-se Urriú), a moral comum é imposta ao homem para a sua conduta externa, enquanto a moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação, que é a satisfação do interesse público. DIREITO ADMINISTRATIVO 7 2.3.2. Vedação ao nepotismo (Súmula vinculante nº 13 do STF) - com o intuito de impedir a prática do nepotismo no âmbito da Administração Pública Brasileira, o Supremo Tribunal Federal, em 29/08/2008, publicou a Súmula Vinculante nº 13, que assim dispõe: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” Analisando-se o texto da citada súmula vinculante, constata-se que estão impedidos de exercer cargos ou funções de confiança na Administração Pública os seguintes parentes de autoridades administrativas com poder de nomeação, além do cônjuge e companheiro: Parentes em linha reta GRAU DE PARENTESCO Consanguinidade Afinidade 1º Pais e filhos Sogro e sogra; genro e nora; madrasta e padrasto; enteado e enteada. 2º Avós e netos Avós e netos do cônjuge ou companheiro 3º Bisavós e bisnetos Bisavós e bisnetos do cônjuge ou companheiro. DIREITO ADMINISTRATIVO 8 Parentes em linha colateral GRAU DE PARENTESCO Consanguinidade Afinidade 1º Não há Não há 2º Irmãos Cunhado e cunhada 3º Tios e sobrinhos Tios e sobrinhos do cônjuge ou companheiro. 2.3.2.1. Exceção ao nepotismo: cargos políticos - ao proferir o seu voto no julgamento do recurso extraordinário nº 579.951-4/RN, o Ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal, afirmou que devem ser excluídos da abrangência da súmula vinculante nº 13 os denominados cargos políticos, a exemplo dos Ministros, Secretários Estaduais e Secretários municipais. Sendo assim, não há qualquer ilegitimidade se o Prefeito nomear a sua irmã como Secretária Municipal de Saúde, desde que atenda aos requisitos exigidos pelo cargo. No mesmo sentido, é lícita a nomeação do pai do Governador para o cargo político de Secretário Estadual de Obras. 2.4. Princípio da publicidade - impõe que a Administração Pública conceda aos seus atos a mais ampla divulgação possível entre os administrados, pois só assim estes poderão fiscalizar e controlar a legitimidade das condutas praticadas pelos agentes públicos. Ademais, a publicidade de atos, programas, obras e serviços dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social. 2.4.1. Nem toda informação de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral serão disponibilizadas aos interessados, pois foram ressalvadas aquelas que coloquem em risco a segurança da sociedade e do Estado. 2.4.2. É importante destacar também que a divulgação oficial dos atos praticados pela Administração ocorre, em regra, mediante publicação no Diário Oficial, isso em DIREITO ADMINISTRATIVO 9 relação à União, aos Estados e ao Distrito Federal. Em relação aos Municípios, pode ser que algum não possua órgão oficial de publicação de seus atos (Diário Oficial). Nesse caso, a divulgação poderá ocorrer mediante afixação do ato na sede do órgão ou entidade que os tenha produzido. 2.4.3. Para as questões de concursos públicos, é importante destacar ainda que a publicação do ato administrativo em órgão oficial de imprensa não é condição de sua validade ou forma, mas sim condição de eficácia e moralidade. 2.5. Princípio da eficiência - somente foi introduzido no texto constitucional em 1998, com a promulgação da Emenda Constitucional nº. 19. Antes disso, ele era considerado um princípio implícito. O professor Diógenes Gasparini informa que esse princípio é conhecido entre os italianos como “dever de boa administração” e impõe à Administração Pública direta e indireta a obrigação de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento. 2.5.1. A administração gerencial, consequência do princípio da eficiência, relaciona-se com os conceitos de boa administração, flexibilização, controle finalístico, contrato de gestão, qualidade e cidadão-cliente, voltando-se para as necessidades da sociedade, enfatizando mais os resultados que os próprios meios para alcançá-los. 3. Princípios implícitos 3.1. Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado - apesar de não estar previsto de forma expressa no texto constitucional, o princípio da supremacia do interesse público perante o interesse privado pode ser encontrado no artigo 2º da Lei 9.784/99. Assim, como a citada lei é federal, esse princípio somente pode ser considerado expresso na legislação infraconstitucional para a Administração Pública Federal. DIREITO ADMINISTRATIVO 10 3.1.1. Respaldada pelo princípio da supremacia do interesse público, a Administração Pública irá atuar com superioridade em relação aos demais interesses existentes na sociedade. Isso significa que será estabelecida uma relação jurídica “vertical” entre o particular e a Administração, já que esta se encontra em situação de superioridade. Apesar de tal supremacia, o interesse público não se sobrepõe de forma absoluta ao interesse privado,pois o próprio texto constitucional assegura a necessidade de obediência ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada (artigo 5º, XXXVI). 3.1.2. É possível concluir que o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado consiste, basicamente, no exercício de prerrogativas públicas (vantagens) que afastam ou prevalecem sobre os interesses particulares, em regra. 3.2. Princípio da indisponibilidade do interesse público - pode ser estudado sob vários aspectos, mas todos eles estabelecendo restrições e limitações à disponibilidade do interesse público. São as denominadas sujeições administrativas. Como os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem aos seus agentes, mas sim à coletividade, criam-se instrumentos (sujeições) que tenham por fim resguardá-los, permitindo-se que tais bens e interesses sejam apenas gerenciados e conservados pelo Poder Público. 3.2.1. A obrigatoriedade de realização de licitação e concursos públicos são exemplos de instrumentos criados com o objetivo de evitar que os agentes públicos, cujas condutas são imputadas ao Estado, disponham do interesse público. Com tais sujeições o administrador público fica impedido, por exemplo, de contratar os “colegas” e “indicados” para exercer funções inerentes a titulares de cargos de provimento efetivo, sem a realização de concurso público. A obrigatoriedade de realização de concurso público é uma sujeição, uma restrição que se impõe à Administração Pública. DIREITO ADMINISTRATIVO 11 3.3. Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade - grande parte da doutrina afirma que os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade são sinônimos. Outra parte afirma que tais princípios são autônomos, apesar do fato de a proporcionalidade ser um dos elementos da razoabilidade. 3.3.1. O princípio da razoabilidade está diretamente relacionado ao senso comum do homem médio, do aceitável, do justo, do mediano. Em respeito a tal princípio, as condutas administrativas devem pautar-se no bom senso, na sensatez que guia a atuação do homem mediano, pois, caso contrário, serão invalidadas. Violará o princípio da razoabilidade, por exemplo, a edição de um decreto, por Prefeito de um determinado município, que proíba as servidoras de trabalharem de vestido. 3.3.2. O princípio da razoabilidade, assim como o da proporcionalidade, é considerado implícito, já que não está previsto em uma norma jurídica de caráter geral. Entretanto, é válido destacar que ambos os princípios estão previstos no artigo 2º da Lei 9.784/99, sendo considerados expressos para a Administração Pública Federal. 3.3.3. A professora Lúcia Valle Figueiredo, na tentativa de distinguir a proporcionalidade da razoabilidade, informa que a proporcionalidade pressupõe a adequação entre os atos e as necessidades, ou seja, “só se sacrificam interesses individuais em função dos interesses coletivos, de interesses primários, na medida da estrita necessidade, não se desbordando que seja realmente indispensável para a implementação da necessidade pública1”. 3.3.4. O princípio da proporcionalidade também pode ser entendido como princípio da “proibição de excesso”, já que o fim a que se destina é justamente limitar as ações administrativas que ultrapassem os limites adequados. Em outras palavras, significa dizer que tal princípio impõe à Administração Pública a necessidade de adequação entre meios e fins, sendo vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em 1 FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2008. DIREITO ADMINISTRATIVO 12 medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (inciso VI, artigo 2º, da Lei 9.784/99). 3.4. Princípio da autotutela - a Administração Pública, no exercício de suas atividades, frequentemente pratica atos contrários à lei e lesivos aos particulares (o que não é desejável, claro!). Entretanto, na maioria das vezes, a ilegalidade somente é detectada pela Administração depois que o ato administrativo já iniciou a produção de seus efeitos, mediante provocação do particular. 3.4.1. Apesar de ser comum o fato de o particular provocar a Administração para informá-la sobre a prática de um ato ilegal, exigindo a decretação de sua nulidade, tal revisão também pode ser efetuada de ofício, pela própria Administração, independentemente de provocação. 3.4.2. A possibilidade de a Administração controlar a legalidade de seus próprios atos não afasta a atuação do Poder Judiciário. Caso a Administração se depare com uma situação de ilegalidade e não adote as providências cabíveis, poderá o particular ingressar com uma ação judicial para pleitear a anulação da situação de ilegalidade, se for de seu interesse. 3.4.3. Não são somente os atos ilegais que podem ser revistos pela Administração, mas também os atos legais, quando forem inoportunos e inconvenientes. Neste último caso, o ato está em perfeita conformidade com a lei, mas a Administração decide revogá-lo, pois a sua manutenção não atende mais ao interesse público. 3.4.4. Sobre o princípio da autotutela, é imprescindível que você memorize o inteiro teor da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, pois é muito cobrada em provas: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. DIREITO ADMINISTRATIVO 13 3.5. Princípio da tutela ou controle - também conhecido como “princípio do controle”, permite à Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) controlar a legalidade dos atos praticados pelas entidades integrantes da Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas). Distinção entre os princípios da autotutela e da tutela PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA PRINCÍPIO DA TUTELA A autotutela, uma decorrência do princípio constitucional da legalidade, é o controle que a administração exerce sobre os seus próprios atos, o que lhe confere a prerrogativa de anulá-los ou revogá-los, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário. Também conhecido como “princípio do controle”, permite à Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) controlar a legalidade dos atos praticados pelas entidades integrantes da Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas). Permite o controle (revogação ∕ anulação) da Administração Pública sobre todos os atos editados, sejam eles discricionários ou vinculados. Não possui fundamento hierárquico, já que não há subordinação entre a entidade controladora (Administração Direta) e a controlada (Administração Indireta). 3.6. Princípio da segurança jurídica - conforme nos informa a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, é muito comum, na esfera administrativa, haver mudança de interpretação de determinadas normas legais, com a consequente mudança de orientação, em caráter normativo, afetando situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior. Essa possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porém, gera uma grande insegurança jurídica, pois os interessados nunca DIREITO ADMINISTRATIVO 14 sabem quando a sua situação será passível de contestaçãopela própria Administração Pública. Daí a regra que proíbe a aplicação retroativa de nova interpretação, prevista no artigo 2º, XIII, da Lei 9.784/99: Art. 2º, parágrafo único: Nos processos administrativos, serão observados, entre outros, os critérios de: XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. Desse modo, a nova interpretação somente poderá ser aplicada a casos futuros, não prejudicando situações que já estavam consolidadas com base na interpretação anterior. 3.7. Princípio da continuidade dos serviços públicos – o princípio em estudo declara que o serviço público deve ser prestado de maneira contínua, o que significa dizer que, em regra, não é passível de interrupção, em virtude de sua alta relevância para toda a coletividade. Podemos citar como exemplo de serviços públicos que não podem ser interrompidos a segurança pública, os serviços de saúde, transporte, abastecimento de água, entre outros. 3.7.1. Apesar da obrigatoriedade de prestação contínua, é válido ressaltar que os serviços públicos podem sofrer paralisações ou suspensões, conforme previsto no § 3º, artigo 6º, da Lei 8.987/1995, em situações excepcionais: § 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. DIREITO ADMINISTRATIVO 15 3.8. Princípio da motivação - impõe à Administração Pública a obrigação de apresentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as razões de direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado ato. 3.8.1. Para que o administrado ou mesmo os agentes públicos (nos casos em que estiverem respondendo a um processo administrativo, por exemplo) possam contestar ou defender-se dos atos administrativos praticados pela Administração, é necessário que tenham pleno conhecimento de seu conteúdo. Sendo assim, no momento de motivar o ato, o administrador não pode limitar-se a indicar o dispositivo legal que serviu de base para a sua edição. É essencial ainda que o administrador apresente, detalhadamente, todo o caminho que percorreu para chegar a tal conclusão, bem como o objetivo que deseja alcançar com a prática do ato. Agindo dessa maneira, o administrador estará permitindo que os interessados possam exercer um controle efetivo sobre o ato praticado, que deve respeitar as diretrizes do Estado Democrático de Direito, o princípio da legalidade, da razoabilidade, proporcionalidade, do devido processo legal, entre outros. 3.8.2. Embora renomados professores como Diógenes Gasparini e Maria Sylvia Zanella Di Pietro, por exemplo, entendam que todos os atos administrativos devam ser motivados, sejam eles vinculados ou discricionários, é válido destacar que existe uma exceção muito cobrada em concursos públicos: a nomeação e exoneração de servidores ocupantes de cargos em comissão (cargos de confiança). 3.9. Princípio da especialidade - ao criar ou autorizar a criação de uma entidade administrativa, a lei estabelece previamente a sua área de atuação (a sua finalidade), isto é, a sua especialidade. Sendo assim, como a capacidade específica da entidade administrativa foi determinada por lei, somente esta pode alterá-la. Caso os administradores decidam alterar, por conta própria, a especialidade da entidade administrativa na qual atuam, poderão ser responsabilizados nos termos da lei. DIREITO ADMINISTRATIVO 16 b. Mapas mentais PRINCÍPIOS EXPRESSOS DIREITO ADMINISTRATIVO 17 DIREITO ADMINISTRATIVO 18 DIREITO ADMINISTRATIVO 19 DIREITO ADMINISTRATIVO 20 c. Revisão 1 (Questões) QUESTÃO 01 - INSTITUTO AOCP - EBSERH - Advogado (HDT-UFT) - 2015 Assinale a alternativa correta. a) O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público que tem por objeto exclusivo regular as relações entre a Administração Pública e os administrados. b) Os Princípios que regem o Direito Administrativo são unicamente os previstos no art. 37 da Constituição Federal. c) O Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado impede que quaisquer atos da Administração Pública sejam revistos pelo Poder Judiciário. d) Pelo Princípio da Publicidade, todos os atos da Administração Pública devem ser públicos, sem exceção. e) Os atos discricionários do administrador público devem estar vinculados ao Princípio da Razoabilidade. QUESTÃO 02 - INSTITUTO AOCP - EBSERH - Advogado (HU-UFJF) - 2015 Assinale a alternativa correta com relação aos princípios que regem a administração pública. a) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. b) Legalidade, não indenização, moralidade, sigilo e eficiência. c) Legalidade, pessoalidade, norma mais favorável, publicidade e eficiência. d) Legalidade, impessoalidade, moralidade, sigilo e ineficiência. e) Ilegalidade, pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. DIREITO ADMINISTRATIVO 21 QUESTÃO 03 - INSTITUTO AOCP - EBSERH - Advogado (HU-UFJF) - 2015 De acordo com Wander Garcia, o princípio da Administração Pública “que impõe o dever de a Administração Pública atender satisfatoriamente às necessidades dos administrados, bem como de o administrador público fazer o melhor, como profissional, diante dos meios de que dispõe”, é o a) princípio da segurança jurídica. b) princípio da moralidade administrativa. c) princípio da publicidade. d) princípio da eficiência. e) princípio da impessoalidade. QUESTÃO 04 - INSTITUTO AOCP - UFS - Advogado - 2014 O princípio que concede à Administração o poder de anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvados em todos os casos, a apreciação judicial, denomina-se a) princípio da legalidade b) princípio da impessoalidade c) princípio da proporcionalidade d) princípio da autotutela e) princípio da publicidade. DIREITO ADMINISTRATIVO 22 QUESTÃO 05 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT - 24ª – 2017 Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de evento cultural tipicamente privado, sem amparo jurídico-administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema tratar-se de favorecimento a seguimento social determinado, incompatível com o interesse público e com princípios que norteiam a atuação administrativa, especificamente, o princípio da a) presunção de legitimidade restrita. b) motivação. c) impessoalidade. d) continuidade dos serviços públicos. e) publicidade. QUESTÃO 06 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 24ª – 2017 Em importante julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, reconheceu a Corte Superior a impossibilidade de acumulação de cargos públicos de profissionais da área da saúde quando a jornada de trabalho superar sessenta horas semanais. Assim, foi considerada a legalidade da limitação da jornada de trabalho doprofissional de saúde para sessenta horas semanais, na medida em que o profissional da área da saúde precisa estar em boas condições físicas e mentais para bem exercer as suas atribuições, o que certamente depende de adequado descanso no intervalo entre o final de uma jornada de trabalho e o início da outra, o que é impossível em condições de sobrecarga de trabalho. Tal entendimento está em consonância com um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa, qual seja, o princípio da a) publicidade. DIREITO ADMINISTRATIVO 23 b) motivação. c) eficiência. d) moralidade. e) impessoalidade. QUESTÃO 07 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 11ª – 2017 A atuação da Administração é pautada por determinados princípios, alguns positivados em âmbito constitucional ou legal e outros consolidados por construções doutrinárias. Exemplo de tais princípios são a tutela ou controle e a autotutela, que diferem entre si nos seguintes aspectos: a) a autotutela é espontânea e se opera de ofício, enquanto a tutela é exercida sempre mediante provocação do interessado ou de terceiros prejudicados. b) a autotutela se dá no âmbito administrativo, de ofício pela Administração direta ou mediante representação, e a tutela é exercida pelo Poder Judiciário. c) ambas são exercidas pela própria Administração, sendo a tutela expressão do poder disciplinar e a autotutela do poder hierárquico. d) a tutela decorre do poder hierárquico e a autotutela é expressão da supremacia do interesse público fundamentando o poder de polícia. e) é através da tutela que a Administração direta exerce o controle finalístico sobre entidades da Administração indireta, enquanto pela autotutela exerce controle sobre seus próprios atos. QUESTÃO 08 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE – 2017 DIREITO ADMINISTRATIVO 24 Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. (Direito Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição, p. 99). Essa lição expressa o conteúdo do princípio da a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia a atuação da Administração pública de forma a evitar favorecimentos e viabilizar o atingimento do interesse público, finalidade da função executiva. b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que estiver expressamente previsto na lei, em sentido estrito, admitindo-se mitigação do cumprimento em prol do princípio da eficiência. c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo resultado, de forma que os demais princípios e regras podem ser relativizados. d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais princípios e interesses, uma vez que atinente à finalidade da função executiva. e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem ser de conhecimento dos administrados, para que possam exercer o devido controle. QUESTÃO 09 - FCC - Analista Legislativo – AL/PE - 2014 O Governo de determinado Estado realizou campanha publicitária, paga com recursos públicos advindos da arrecadação de impostos, para divulgação do programa de saúde pública instituído no Estado. A campanha publicitária afirmou que o programa de saúde pública era uma realização do partido político ao qual o Governador do Estado era filiado, tendo o Governador sido citado nominalmente na campanha, que também utilizou sua imagem. Considerando o disposto na Constituição Federal, trata-se de publicidade realizada DIREITO ADMINISTRATIVO 25 a) regularmente, uma vez que a publicidade dos programas de saúde pública exige a indicação da autoridade responsável pelo programa, em razão do princípio da transparência, devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social. b) regularmente, uma vez que o cidadão tem direito a ser informado sobre as políticas públicas instituídas pelo Governo, devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social. c) irregularmente, uma vez que da publicidade dos programas dos órgãos públicos não poderão constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social. d) irregularmente, uma vez que é vedada a realização de campanha publicitária dos programas de governo com recursos públicos, salvo se provenientes de doações. e) irregularmente, uma vez que não poderia ter sido utilizada a imagem do Governador, ainda que seu nome e o nome de seu partido pudessem ser utilizados na campanha. QUESTÃO 10 - FCC - Analista Judiciário – TRT 12ª Região - 2013 Matheus, Prefeito de determinado Município de Santa Catarina, contratou advogado para atuar em sua defesa em ação de improbidade administrativa em que figura como réu. A contratação objetivou a defesa pessoal do Chefe do Poder Executivo, às expensas do erário, isto é, visou a tutela de interesses pessoais do administrador público. O caso em questão evidencia a violação ao princípio da Administração Pública denominado a) Moralidade. b) Publicidade. DIREITO ADMINISTRATIVO 26 c) Eficiência. d) Razoabilidade. e) Presunção de Veracidade. DIREITO ADMINISTRATIVO 27 d. Revisão 2 (Questões) QUESTÃO 11 - FCC - Técnico Judiciário – TRT 9ª Região - 2013 Diante de uma situação de irregularidade, decorrente da prática de ato pela própria Administração pública brasileira, é possível a esta restaurar a legalidade, quando for o caso, lançando mão de seu poder a) de tutela, expressão de limitação de seu poder discricionário e corolário do princípio da legalidade. b) de autotutela, que permite a revisão, de ofício, de seus atos para, sanar ilegalidade. c) de autotutela, expressão do princípio da supremacia do interesse público, que possibilita a alteração de atos por razões de conveniência e oportunidade, sempre que o interesse público assim recomendar. d) disciplinar, que se expressa, nesse caso, por meio de medidas corretivas de atuação inadequada do servidor público que emitiu o ato. e) de tutela disciplinar, em razão da atuação ilegal do servidor público, que faz surgir o dever da Administração de corrigir seus próprios atos. QUESTÃO 12 - FCC - Analista Judiciário – TRT 1ª Região - 2013 A propósito dos princípios que informam a atuação da Administração pública tem-se que o princípio da (A) supremacia do interesse público e o princípio da legalidade podem ser excludentes, devendo, em eventual conflito, prevalecer o primeiro, por sobrepor-se a todos os demais. DIREITO ADMINISTRATIVO 28 (B) publicidade está implícito na atuação da administração, uma vez que não consta da constituição federal, mas deve ser respeitado nas mesmas condições que os demais. (C) eficiência e o princípio da legalidade podem ser excludentes, razão pela qual cabe ao administrador a opção de escolha dentre eles, de acordo com o caso concreto. (D) tutela permite que a administração pública exerça, em algum grau e medida, controle sobre as autarquias que instituir, para garantia da observância de suas finalidades institucionais. (E) autotutela permite o controle dos atos praticados pelos entes que integram a administração indireta, inclusive consórcios públicos.QUESTÃO 13 - FCC - Defensor Público – DPE/PR - 2012 Sobre os princípios orientadores da administração pública é INCORRETO afirmar: a) A administração pública não pode criar obrigações ou reconhecer direitos que não estejam determinados ou autorizados em lei. b) A conduta administrativa com motivação estranha ao interesse público caracteriza desvio de finalidade ou desvio de poder. c) A oportunidade e a conveniência são delimitadas por razoabilidade e proporcionalidade tanto na discricionariedade quanto na atividade vinculada da administração pública. d) Além de requisito de eficácia dos atos administrativos, a publicidade propicia o controle da administração pública pelos administrados. e) O princípio da eficiência tem sede constitucional e se reporta ao desempenho da administração pública. DIREITO ADMINISTRATIVO 29 QUESTÃO 14 - FCC - Técnico Judiciário – TRT 6ª Região - 2012 Pode-se, sem pretender esgotar o conceito, definir o princípio da eficiência como princípio a) constitucional que rege a Administração Pública, do qual se retira especificamente a presunção absoluta de legalidade de seus atos. b) infralegal dirigido à Administração Pública para que ela seja gerida de modo impessoal e transparente, dando publicidade a todos os seus atos. c) infralegal que positivou a supremacia do interesse público, permitindo que a decisão da Administração sempre se sobreponha ao interesse do particular. d) constitucional que se presta a exigir a atuação da Administração Pública condizente com a moralidade, na medida em que esta não encontra guarida expressa no texto constitucional. e) constitucional dirigido à Administração Pública para que seja organizada e dirigida de modo a alcançar os melhores resultados no desempenho de suas funções. QUESTÃO 15 - FCC - Comissário da Infância – TJ/RJ - 2012 O princípio da supremacia do interesse público a) informa toda a atuação da Administração Pública e se sobrepõe a todos os demais princípios e a todo e qualquer interesse individual. b) está presente na elaboração da lei e no exercício da função administrativa, esta que sempre deve visar ao interesse público. c) informa toda a atuação da Administração Pública, recomendando, ainda que excepcionalmente, o descumprimento de norma legal, desde que se comprove que o interesse público restará melhor atendido. DIREITO ADMINISTRATIVO 30 d) traduz-se no poder da Administração Pública de se sobrepor discricionariamente sobre os interesses individuais, dispensando a adoção de formalidades legalmente previstas. e) está presente na atuação da Administração Pública e se consubstancia na presunção de veracidade dos atos praticados pelo Poder Público. QUESTÃO 16 - FCC - Analista Judiciário – TJ/RJ - 2012 O Poder Público contratou, na forma da lei, a prestação de serviços de transporte urbano à população. A empresa contratada providenciou todos os bens e materiais necessários à prestação do serviço, mas em determinado momento, interrompeu as atividades. O Poder Público assumiu a prestação do serviço, utilizando-se, na forma da lei, dos bens materiais de titularidade da empresa. A atuação do poder público consubstanciou-se em expressão do princípio da a) continuidade do serviço público. b) eficiência. c) segurança jurídica. d) boa-fé. e) indisponibilidade do interesse público. QUESTÃO 17 - FCC - Analista de Controle Externo – TCE/AP - 2012 De acordo com a Constituição Federal, os princípios da Administração Pública aplicam- se a) às entidades integrantes da Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes. DIREITO ADMINISTRATIVO 31 b) à Administração direta, autárquica e fundacional, exclusivamente. c) às entidades da Administração direta e indireta, exceto às sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. d) à Administração direta, integralmente, e à indireta de todos os poderes e às entidades privadas que recebem recursos públicos, parcialmente. e) à Administração direta, exclusivamente, sujeitando- se as entidades da Administração indireta ao controle externo exercido pelo Tribunal de Contas. QUESTÃO 18 - FCC - Consultor Legislativo - Assembleia Legislativa SP - 2014 O princípio da continuidade do serviço público serve de fundamento para a a) proibição do direito de greve de servidores públicos, prevista inclusive na Constituição Federal. b) proibição, em qualquer hipótese, de suspensão da execução do contrato administrativo pelo particular. c) regra legal da inexigibilidade de licitação nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. d) exigência de permanência do servidor em serviço, ainda que este preencha os requisitos para aposentadoria compulsória. e) utilização compulsória de equipamentos, recursos humanos e materiais da empresa contratada e empregados na execução do contrato, quando este tiver sido rescindido unilateralmente. QUESTÃO 19 - FCC - Auditor Público Externo – TCE/RS - 2014 Os princípios que regem a Administração pública DIREITO ADMINISTRATIVO 32 a) são aqueles que constam expressamente do texto legal, não se reconhecendo princípios implícitos, aplicando-se tanto à Administração direta quanto à indireta. b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se prioritariamente em relação aos segundos, ambos se dirigindo apenas à Administração direta. c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração pública, em razão de seu conteúdo ser mais relevante. d) dirigem-se indistintamente à Administração direta e às autarquias, aplicando-se seja quando forem expressos, seja quando implícitos. e) aplicam-se à Administração direta, indireta e aos contratados em regular licitação, seja quando forem expressos, seja quando implícitos. QUESTÃO 20 - FCC - Técnico Judiciário – TJ/AP - 2014 O Supremo Tribunal Federal editou o enunciado sumular segundo o qual a Administração pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos. Referido enunciado sumular diz respeito ao princípio ou poder de autotutela. Quanto a esse princípio, é correto afirmar que a Administração pública pode a) declarar a nulidade de seus próprios atos, no entanto, somente o judiciário pode revogar os atos administrativos, em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição. b) revogar os atos eivados de vícios insanáveis e anular os atos inoportunos e inconvenientes, desde que, nesse último caso, não sejam atingidos terceiros de boa-fé. c) anular ou declarar a nulidade dos atos ilegais e revogar os atos inoportunos e inconvenientes, mesmo quando atingidos terceiros de boa-fé, isso em razão do princípio da eficiência. DIREITO ADMINISTRATIVO 33 d) anular ou declarar a nulidade dos atos ilegais e revogar os atos inoportunos e inconvenientes, de forma motivada e respeitados os limites à anulação e à revogação. e) anular ou declarar a nulidade dos atos ilegais e revogar os atos inoportunos e inconvenientes contudo, no primeiro caso, somente pode agir por provocação, tendo em vista o princípio da inércia. DIREITO ADMINISTRATIVO 34 e. Revisão 3 (Questões) QUESTÃO 21 - FCC - Técnico Judiciário - TRT 12ª Região - 2013 O reconhecimento da validade de ato praticado por funcionário irregularmente investido no cargo ou função, sob o fundamento de que o ato pertence ao órgão e não ao agente público, decorre do princípio a) da especialidade.b) da moralidade. c) do controle ou tutela. d) da impessoalidade. e) da hierarquia. QUESTÃO 22 - FCC - Auditor Público Externo – TCE/RS - 2014 A necessidade de publicação dos atos administrativos no Diário Oficial e, em alguns casos, em jornais de grande circulação é forma de observância do princípio da a) legalidade, ainda que essa obrigação não esteja prevista na legislação. b) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos são publicados sem identificação da autoridade que os emitiu. c) eficiência, posto que a Administração deve fazer tudo o que estiver a seu alcance para promover uma boa gestão, ainda que não haja lastro na legislação d) supremacia do interesse público, pois a Administração tem prioridade sobre outras publicações. e) publicidade, na medida em que a Administração deve dar conhecimento de seus atos aos administrados. DIREITO ADMINISTRATIVO 35 QUESTÃO 23 - FCC - Analista Judiciário – TRT 16ª Região - 2014 O Diretor Jurídico de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de cargo em comissão na mesma entidade. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata demissão de Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos princípios básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da a) presunção de legitimidade. b) publicidade. c) motivação. d) supremacia do interesse privado sobre o público. e) impessoalidade. QUESTÃO 24 - FCC - Jornalista – TCE/PI - 2014 Uma determinada empresa pública ao rescindir unilateralmente o contrato de trabalho com um de seus empregados públicos assim o fez sem indicar qualquer fundamento de fato e de direito para sua decisão. O ato em questão evidencia violação ao princípio administrativo a) do controle. b) da eficiência. c) da publicidade. d) da presunção de legitimidade. e) da motivação. DIREITO ADMINISTRATIVO 36 QUESTÃO 25 - FCC - Técnico Judiciário TRT 22ª Região - 2012 O princípio da administração pública que tem por fundamento que qualquer atividade de gestão pública deve ser dirigida a todos os cidadãos, sem a determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza, denomina-se a) Eficiência. b) Moralidade. c) Legalidade. d) Finalidade. e) Impessoalidade. QUESTÃO 26 - FCC - Analista em Planejamento - SEFAZ/SP - 2012 A respeito dos princípios que regem a Administração pública, é correto afirmar que o princípio da a) supremacia do interesse público sobre o privado autoriza a Administração a impor restrições aos direitos dos particulares, independentemente de lei. b) eficiência autoriza as sociedades de economia mista que atuam no domínio econômico a contratarem seus empregados mediante processo seletivo simplificado, observados os parâmetros de mercado. c) publicidade obriga as entidades integrantes da Administração direta e indireta a publicarem extrato dos contratos celebrados. d) legalidade determina que todos os atos praticados pela Administração devem contar com autorização legal específica. e) moralidade é subsidiário ao princípio da legalidade, de forma que uma vez atendido este último considera-se atendido também o primeiro. DIREITO ADMINISTRATIVO 37 QUESTÃO 27 - FCC - Analista Judiciário - TRE/SP - 2012 De acordo com a Constituição Federal, constituem princípios aplicáveis à Administração Pública os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Tais princípios aplicam-se às entidades a) de direito público, excluídas as empresas públicas e sociedades de economia mista que atuam em regime de competição no mercado. b) de direito público e privado, exceto o princípio da eficiência que é dirigido às entidades da Administração indireta que atuam em regime de competição no mercado. c) integrantes da Administração Pública direta e indireta e às entidades privadas que recebam recursos ou subvenção pública. d) integrantes da Administração Pública direta e indireta, independentemente da natureza pública ou privada da entidade. e) públicas ou privadas, prestadoras de serviço público, ainda que não integrantes da Administração Pública. QUESTÃO 28 - FCC - Analista Judiciário - TRE/SP - 2012 A eficiência, na lição de Hely Lopes Meirelles, é um dever que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. (Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros, 2003. p. 102). Infere-se que o princípio da eficiência DIREITO ADMINISTRATIVO 38 a) passou a se sobrepor aos demais princípios que regem a administração pública, após ter sua previsão inserida em nível constitucional. b) deve ser aplicado apenas quanto ao modo de atuação do agente público, não podendo incidir quando se trata de organizar e estruturar a administração pública. c) deve nortear a atuação da administração pública e a organização de sua estrutura, somando-se aos demais princípios impostos àquela e não se sobrepondo aos mesmos, especialmente ao da legalidade. d) autoriza a atuação da administração pública dissonante de previsão legal quando for possível comprovar que assim serão alcançados melhores resultados na prestação do serviço público. e) traduz valor material absoluto, de modo que alcançou status jurídico supraconstitucional, autorizando a preterição dos demais princípios que norteiam a administração pública, a fim de alcançar os melhores resultados. QUESTÃO 29 - FCC - Analista Judiciário TRE/RO - 2014 Dentre os princípios básicos da Administração, NÃO se inclui o da a) celeridade da duração do processo. b) impessoalidade. c) segurança jurídica. d) razoabilidade. e) proporcionalidade. QUESTÃO 30 - FCC - Técnico Administrativo - PGE/MT - 2016 DIREITO ADMINISTRATIVO 39 A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado pretende ordenar a contratação de serviços de manutenção de ar condicionado. No que tange à principiologia aplicável a tal contratação, há de se conhecer que ela se sujeita a) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o Poder Legislativo deve criar as próprias regras de contratação de serviços, independentemente do que disponham as normas gerais de licitação e contratação públicas. b) aos princípios do processo legislativo, por tratar-se de atividade de Administração pública desempenhada pelo Poder Legislativo. c) aos princípios do processo judicial, por ser o Poder Judiciário o órgão responsável pela revisão de contratações realizadas no âmbito dos demais Poderes do Estado. d) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o regramento aplicável às contratações a cargo do Poder Legislativo deve ser distinto do aplicável às contratações a cargo do Poder Executivo. e) aos princípios da Administração pública, por tratar-se de atividade da Administração pública, ainda que desempenhada pelo Poder Legislativo. DIREITO ADMINISTRATIVO 40 f. Normas (apenas o que mais cai)CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. (princípio da impessoalidade) LEI FEDERAL N. 9.784/99 Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito; LEGALIDADE II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; INDISPONIBILIDADE III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IMPESSOALIDADE IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; MORALIDADE DIREITO ADMINISTRATIVO 41 V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; PUBLICIDADE VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; RAZOABILIDADE / PROPORCIONALIDADE VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; MOTIVAÇÃO VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; DEVIDO PROCESSO LEGAL IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; FORMALISMO MODERADO OU INFORMALISMO X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; GRATUIDADE XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; OFICIALIDADE XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. SEGURANÇA JURÍDICA ................................. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DIREITO ADMINISTRATIVO 42 I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. .................................... Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que DIREITO ADMINISTRATIVO 43 foram praticados, salvo comprovada má-fé. CONVALIDAÇÃO TEMPORAL – DECORRE DA SEGURANÇA JURÍDICA § 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. CONVALIDAÇÃO, PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DE ATOS ADMINISTRATIVOS ANULÁVEIS. SÚMULA 473 – STF - PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” SÚMULA VINCULANTE N. 13 – STF - PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE NEPOTISMO A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. DIREITO ADMINISTRATIVO 44 g. Gabarito 1 2 3 4 5 E A D D C 6 7 8 9 10 C E A C A 11 12 13 14 15 B D C E B 16 17 18 19 20 A A E D D 21 22 23 24 25 D E E E E 26 27 28 29 30 C D C A E DIREITO ADMINISTRATIVO 45 h. Questões comentadas QUESTÃO 01 - INSTITUTO AOCP - EBSERH - Advogado (HDT-UFT) - 2015 Assinale a alternativa correta. a) O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público que tem por objeto exclusivo regular as relações entre a Administração Pública e os administrados. b) Os Princípios que regem o Direito Administrativo são unicamente os previstos no art. 37 da Constituição Federal. c) O Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado impede que quaisquer atos da Administração Pública sejam revistos pelo Poder Judiciário. d) Pelo Princípio da Publicidade, todos os atos da Administração Pública devem ser públicos, sem exceção. e) Os atos discricionários do administrador público devem estar vinculados ao Princípio da Razoabilidade. Comentários: a) O direito administrativo além de regular relações entre administração pública e administrato, também é responsável por regular outros setores da administração pública, como por exemplo os órgãos que integram a administração, os agentes públicos, dentre outros. Assertiva incorreta.b) O artigo 37 da Constituição federal apresenta os denominados princípios expressos da administração, entretanto além destes a administração também está sejeita a princípios implícitos no ordenamento que se aplica a administração, como por exemplos aqueles previstos pela lei 9.784/1999. Assertiva incorreta. DIREITO ADMINISTRATIVO 46 c) Ainda que impere na administração pública a supremacia do interesse público sobre o privado, sempre que um ato praticado pela administração estiver eivado de ilegalidade, poderá sofrer controle judicial. Portanto, não é correto afirmar que exista impedimento para revisão de quaisquer atos pelo judiciário. Assertiva incorreta. d) O princípio da públicidade é um dos princípios expressos na Constituição Federal, porém existem ressalvas a esse princípio, como por exemplo nas hipóteses que coloquem em risco a segurança da sociedade e do Estado. Assertiva incorreta. e) Ainda que o ato discricionário conceda certa liberdade ao administrador, sua ação deverá estar em conformidade com a razoabilidade, ou proporcionalidade. Assertiva correta. GABARITO: LETRA E. QUESTÃO 02 - INSTITUTO AOCP - EBSERH - Advogado (HU-UFJF) - 2015 Assinale a alternativa correta com relação aos princípios que regem a administração pública. a) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. b) Legalidade, não indenização, moralidade, sigilo e eficiência. c) Legalidade, pessoalidade, norma mais favorável, publicidade e eficiência. d) Legalidade, impessoalidade, moralidade, sigilo e ineficiência. e) Ilegalidade, pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Comentários: Os princípios da Administração Pública que estão elencados no art. 37, caput, da Constituição são chamados de “expressos” e são os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. DIREITO ADMINISTRATIVO 47 GABARITO: LETRA A. QUESTÃO 03 - INSTITUTO AOCP - EBSERH - Advogado (HU-UFJF) - 2015 De acordo com Wander Garcia, o princípio da Administração Pública “que impõe o dever de a Administração Pública atender satisfatoriamente às necessidades dos administrados, bem como de o administrador público fazer o melhor, como profissional, diante dos meios de que dispõe”, é o a) princípio da segurança jurídica. b) princípio da moralidade administrativa. c) princípio da publicidade. d) princípio da eficiência. e) princípio da impessoalidade. Comentários: O professor Diógenes Gasparini informa que esse princípio é conhecido entre os italianos como “dever de boa administração” e impõe à Administração Pública direta e indireta a obrigação de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento. Dessa forma, pode-se afirmar que o princípio da eficiência consiste no dever imposto à administração pública atingir os melhores resultados através dos meios que tenha a sua disposição. GABARITO: LETRA D. QUESTÃO 04 - INSTITUTO AOCP - UFS - Advogado - 2014 O princípio que concede à Administração o poder de anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; DIREITO ADMINISTRATIVO 48 ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvados em todos os casos, a apreciação judicial, denomina-se a) princípio da legalidade b) princípio da impessoalidade c) princípio da proporcionalidade d) princípio da autotutela e) princípio da publicidade. Comentários: A presente questão apresentou o texto da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal que é imprescindível que você memorize, pois é muito cobrada em provas: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. GABARITO: LETRA D. QUESTÃO 05 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRT - 24ª – 2017 Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi considerada inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de evento cultural tipicamente privado, sem amparo jurídico-administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema tratar-se de favorecimento a seguimento social determinado, incompatível com o interesse público e com princípios que norteiam a atuação administrativa, especificamente, o princípio da a) presunção de legitimidade restrita. b) motivação. DIREITO ADMINISTRATIVO 49 c) impessoalidade. d) continuidade dos serviços públicos. e) publicidade. Comentários: a) presunção de legitimidade diz respeito ao atributo do ato administrativo pelo qual estes nascem prontos para surtir efeitos, é uma característica que autoriza a imediata execução do ato administrativo. ERRADA. b) motivação é o princípio que determina a explicitação dos motivos do ato administrativo, isto é, dos fundamentos de fato e de direto que autorizam a prática do ato administrativo. ERRADA. c) A questão cuida do princípio da impessoalidade. Segundo o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da impessoalidade “traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas (favorecimentos) ou detrimentosas. Nem favoritismos nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa”. Afirma ainda o professor que “o princípio em causa é, senão, o próprio princípio da igualdade ou isonomia.” Impessoalidade é sinônimo de interesse público. CORRETA. d) continuidade dos serviços públicos é um princípio previsto na Lei Federal n. 8.987/95 que compõe o conceito de serviço adequado e determina que os serviços não sejam interrompidos, salvo exceções previstas na própria lei. ERRADA. e) publicidade é um princípio constitucional expresso e refere-se ao dever de transparência que é um dos limites impostos à Administração Pública. ERRADA. GABARITO: LETRA C. DIREITO ADMINISTRATIVO 50 QUESTÃO 06 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 24ª – 2017 Em importante julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, reconheceu a Corte Superior a impossibilidade de acumulação de cargos públicos de profissionais da área da saúde quando a jornada de trabalho superar sessenta horas semanais. Assim, foi considerada a legalidade da limitação da jornada de trabalho do profissional de saúde para sessenta horas semanais, na medida em que o profissional da área da saúde precisa estar em boas condições físicas e mentais para bem exercer as suas atribuições, o que certamente depende de adequado descanso no intervalo entre o final de uma jornada de trabalho e o início da outra, o que é impossível em condições de sobrecarga de trabalho. Tal entendimento está em consonância com um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa, qual seja, o princípio da a) publicidade. b) motivação. c) eficiência. d) moralidade. e) impessoalidade. Comentários: a) publicidade é um princípio constitucional expresso e refere-se ao dever de transparência que é um dos limites impostos à Administração Pública. ERRADA b) motivação é o princípio que determina a explicitação dos motivos do ato administrativo, isto é, dos fundamentos de fato e de direto que autorizam a prática do ato administrativo. ERRADA. c) O fundamento da questão acima está na ideia de boa prestação dos serviços públicos, jáque o servidor público precisa estar em boas condições de saúde para realizar com eficiência as suas atividades. A eficiência, na lição de Hely Lopes Meirelles, é um dever que DIREITO ADMINISTRATIVO 51 se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. CORRETA. d) moralidade é o princípio que determina o comportamento ético, probo, honesto do agente público. ERRADA. e) impessoalidade corresponde à finalidade da Administração Publica que é o próprio alcance do interesse público. Significa, ainda igualdade e isonomia. ERRADA. GABARITO: LETRA C. QUESTÃO 07 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRT - 11ª – 2017 A atuação da Administração é pautada por determinados princípios, alguns positivados em âmbito constitucional ou legal e outros consolidados por construções doutrinárias. Exemplo de tais princípios são a tutela ou controle e a autotutela, que diferem entre si nos seguintes aspectos: a) a autotutela é espontânea e se opera de ofício, enquanto a tutela é exercida sempre mediante provocação do interessado ou de terceiros prejudicados. b) a autotutela se dá no âmbito administrativo, de ofício pela Administração direta ou mediante representação, e a tutela é exercida pelo Poder Judiciário. c) ambas são exercidas pela própria Administração, sendo a tutela expressão do poder disciplinar e a autotutela do poder hierárquico. d) a tutela decorre do poder hierárquico e a autotutela é expressão da supremacia do interesse público fundamentando o poder de polícia. DIREITO ADMINISTRATIVO 52 e) é através da tutela que a Administração direta exerce o controle finalístico sobre entidades da Administração indireta, enquanto pela autotutela exerce controle sobre seus próprios atos. Comentários: Para entender as assertivas, é bom lembrar que o princípio da tutela, também conhecido como “princípio do controle”, permite à Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) controlar a legalidade dos atos praticados pelas entidades integrantes da Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas). Por seu turno, o poder de autotutela é previsto na Súmula n. 473 do Supremo Tribunal Federal “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. a) tanto a autotutela quanto a tutela podem iniciar-se de ofício ou a requerimento de um particular. A Administração pode, por exemplo, iniciar um processo para a revisão de atos administrativos ou pode, após um pedido de reconsideração ou um recurso, apreciar o pedido de um interessado. Da mesma forma, o poder de tutela pode ser iniciado com a apreciação de um recurso hierárquico impróprio ou mediante o simples dever de controle finalístico exercido sobre as entidades da administração indireta. ERRADA. b) tanto a autotutela quanto a tutela são formas de controle interno, isto é, operam dentro do mesmo poder. O controle externo exercido pelo Poder Judiciário não se confunde com o poder de supervisão ministerial. ERRADA. c) embora a autotutela possa estar associada com o poder hierárquico, já que pressupõe um controle dos atos dentro da estrutura de coordenação e subordinação dos órgãos, a tutela está ligada a o princípio da especialidade e não ao pode disciplinar. Este último DIREITO ADMINISTRATIVO 53 designa o poder de aplicar sanções diretamente aos administrados que estejam sob a disciplina interna da Administração, tal qual os servidores públicos, por exemplo. ERRADA. d) a tutela decorre do princípio da especialidade que é o oposto de hierarquia. A autotutela liga-se ao controle interno, logo, não pode ser relacionada ao poder de polícia, já que este corresponde ao poder de aplicar sanções ao administrado não sujeito à disciplina interna da administração. ERRADA. e) como visto, esta assertiva traduz exatamente o comando que expressamos no início dos comentários a esta questão. CORRETA. GABARITO: LETRA E. QUESTÃO 08 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - TRE – 2017 Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. (Direito Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição, p. 99). Essa lição expressa o conteúdo do princípio da a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia a atuação da Administração pública de forma a evitar favorecimentos e viabilizar o atingimento do interesse público, finalidade da função executiva. b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que estiver expressamente previsto na lei, em sentido estrito, admitindo-se mitigação do cumprimento em prol do princípio da eficiência. c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo resultado, de forma que os demais princípios e regras podem ser relativizados. d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais princípios e interesses, uma vez que atinente à finalidade da função executiva. DIREITO ADMINISTRATIVO 54 e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem ser de conhecimento dos administrados, para que possam exercer o devido controle. Comentários: a) A alternativa resposta refere-se à impessoalidade que, como vimos, acompanhando a lição de Bandeira de Mello, o princípio da impessoalidade “traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa”. Afirma ainda o professor que “o princípio em causa é, senão, o próprio princípio da igualdade ou isonomia.” CORRETA. b) A assertiva “b” é falsa porque, em nenhum momento, a legislação poderá ser descumprida sob a alegação de prevalência do princípio da eficiência ou qualquer outro princípio. Caso isso ocorra, restará caracterizada grave e inadmissível violação ao princípio da legalidade. ERRADA. c) é importante notar que não há hierarquia entre os princípios administrativos. Diante de uma aparente colisão entre princípios, o intérprete (administrador ou o juiz) deverá considerar o peso relativo de cada um deles e verificar, no caso concreto em análise, qual deverá prevalecer. ERRADA. d) A solução da colisão entre princípios dar-se-á por meio da ponderação entre os diversos valores jurídicos envolvidos, pois os princípios possuem um alcance (peso) diferente em cada caso concreto e aquele que possuir maior abrangência deverá prevalecer. ERRADA. e) lembre-se que o sigilo tem previsão constitucional. O princípio da publicidade encontra amparo no caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, bem como no art. 5º, inc. XXXIII, ao dispor que: “XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
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