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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF PABLO MASTRANGELO SILVA DE MORAES ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO / ATIVIDADES CULTURAIS RIO DE JANEIRO 2016 Ao nos depararmos com histórias como a dá sul-africana Saartjie Baartman, contada no filme Vênus Negra de 2011, temos uma exibição clara do desenvolvimento de teorias raciais que impulsionaram diversas áreas do conhecimento, como a antropologia, etnologia e a biologia. Não concidentemente o filme tem inicio com a exposição de partes do corpo de Saartje no Museu Nacional de Historia Natural em Paris por parte de pesquisadores, na tentativa de comprovação de teorias deterministas, muito difundida na época. Em fim do século XVIII o debate sobre o desenvolvimento e organização da espécie humana começa a ganhar foco nos debates entre pensadores europeus, nesse cenário a definição rousseniana se coloca como um ponto de partida das discursões, a ideia do bom selvagem ganha destaque, segundo SCHWARCZ,Lilia, 1993. Conceito chave na teoria humanista de Rousseau, a "perfectibilidade" resumia – conjuntamente com a "liberdade" de resistir aos ditames da natureza ou acordar neles – uma especificidade propriamente humana. Entretanto a visão humanista de Rousseau perde sua centralidade nos debates ao longo do século XIX. Com a expansão colonial o debate a cerca da questão se torna polarizado e ganhando novos ares, a questão racial se torna inerente a definição de civilização. Nesse ambiente duas grandes vertentes tomam posição no desenvolvimento do assunto, a visão monogenista e a poligenista. A primeira de acordo com o os ideias de alguns pensadores do século XVIII e caráter humanista, enxergava a criação da humanidade como originaria de um mesmo ponto e lugar, diferentemente a visão poligenista encarava a criação como pulverizada e portanto cada povo tinha seu tempo de desenvolvimento diferenciado. No decorrer do século XIX o ponto de vista poligenista ganha maior destaque com suas teorias e praticas de pesquisa. É nesse viés que Saartjie Baartman ´inserida na sociedade inglesa, como mostra o filme de Abdellatif Kechiche. A sul-africana serve perfeitamente para explicar um pensamento a visão poligenista a cera das raças, pois des de 1810, quando a mulher referida começa a se exibida ao público, conceitos como a diferenciação entre raças e a inferioridade da cultura, o caso citado a negra, são evidenciados. A apresentação se Saartjie, que mais tare é batizada pela igreja católica e começa ser chamada de Shara, se dá sempre como um mulher primitiva e inferior. Tal preceito como se pode verificar no filme e nos documentos disponíveis acarretou em uma série de terríveis eventos para a Saartije, aque agora nos vale de uma clara demonstração sobre praticas e entendimentos a cerca do assunto na época. A tese poligenista, desenvolve preceitos sobre raças e civilidade na medição craniana e anatomia de diferentes características raciais, tentando encontrar pontos de comparação para servir de referencia no que tange o desenvolvimento de uma raça, a biologia do comportamento criminoso também se da nesse ambito. Nota-se também a ressignificação em larga escala da teoria evolucionista de Darwin. A publicação em 1858 se seu livro "A origem da especies" foi motivo de frenesi na sociedade pesquisadora do assunto, fundando diversas escolas e teses, segundo Lilia Schwarcz em " O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil: 1870-1930 [...] o grande interesse concentrava-se no desenvolvimento cultural tomado em uma perspectiva comparativa. Com isso almejavam captar o ritmo de crescimento sociocultural do homem e, mediante as similaridades apresentar, formular esquemas de ampla aplicabilidade que explicassem o desenrolar comum a história humana. Tais teses evolucionistas seguiram em sua maioria um caminho poligenista, reafirmando a polarização na criação e desenvolvimento de povos e cultural. Afirmando a ideia de raça pura e condenando a mestiçagem teóricos dessa vertente se proliferaram e ganharam destaque nos debates a cerca do tema. Com isso, podemos enxergar como o darwivismo social e teorias deterministas garanram corpo ao longo do século XIX e como essa ideia foi ganhando diferentes pontos de vista e evoluindo. A breve exposição a esses preceitos poligenistas, desenvolvidos e trabalhados ao longos do tempo e a historia de Saartije Baartman é introdutória num a assunto extremamente amplo, mas sem duvida é um ponto de partida importante no entendimento da questão racial e em como a sociedade atual ainda é espelho de tais preceitos que ligam características físicas a atributos morais.
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