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Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma PLANTAS TÓXICAS DE INTERESSE AGROPECUÁRIO TOXICOLOGIA Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma marcosscherma@anhanguera.com Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Quanto se perde com plantas tóxicas? �Cálculo difícil � envolve vários fatores: � Diferentes plantas envolvidas; � Variedade de efeitos tóxicos; � Variação na morbidade e mortalidade ano-a-ano; � Perdas não comunicadas; �Morte diagnosticada erroneamente; � Brasil (Riet-Correa, 1997 UFPEL) � 14% de mortes de bovinos por intoxicação por plantas � ≅≅≅≅300.000 bovinos por ano; IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma MORTE SÚBITA: �Palicourea marcgravii (erva-de-rato), plantas cianogênicas (mandioca, sorgo, tifton) e Bracharis coridifolia (mio-mio); QUEDA NO DESEMPENHO: �Brachiairia decumbens causa fotossensibilização, a Crotalaria sp (guizo-de-cascavel) é hepato, nefro e pneumotoxicidade, a Senna occidentalis (fedegoso) apresenta miotoxicidade e a Pteridium aquilinum (samambaia) tem, entro outros, efeito carcinogênico; TIPOS DE PERDAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma ALTERAÇÕES REPRODUTIVAS: �Atividade estrogênica � Solanum lycocarpum (fruta-do- lobo) e Trifolium subterranium (trevo doce); EFEITO TERATOGÊNICO: �Crotalaria apectabilis (guizo-de –cascavel), Senna ocidentalis (fedegoso) e Solanum malacoxylon (espichadeira); TIPOS DE PERDAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Plantas tóxicas causam somente distúrbios digestivos; �Plantas lactescentes são tóxicas; �Plantas tóxicas sempre matam em pequena quantidade; �O desprendimento da camada epitelial do retículo em animais mortos é devido às plantas tóxicas; �Os animais têm instintos que os protegem; CRENÇAS E MITOS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Equivocada a idéia que os animais possuam instinto para identificar as plantas tóxicas; �Animais selecionam as plantas disponíveis pela palatabilidade e pelas sensações que ocorram após a ingestão; �Algumas plantas tóxicas são palatáveis para os animais � algumas têm seu sabor afetado; �A fome é considerada a condição mais freqüente para ocorrência de intoxicações por plantas; �O transporte é outro importante fator que pode levar à ocorrência de intoxicações; PREDISPOSIÇÃO A INTOXICAÇÃO Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Espécie animal � a dose tóxica da Palicurea macgravii para equinos e 10 vezes maior que a para bovinos; �Raça � o sistema microssomal de biotransformação hepática é mais eficiente nos Bos indicus quando comparado com o dos Bos taurus; � Idade e condições de saúde; �Tolerância � a enzima rodanase biotransforma o cianeto, quando esse é ingerido em pequenas quantidades, estimula um aumento dos níveis enzimáticos; � Imunológica � Ricinus comunis estimula a produção de anticorpos anti-ricina; FATORES FAVORÁVEIS A INTOXICAÇÃO Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma CITOCROMO P450 ���� detoxificação eficiente CAPRINOS E OVINOS Plantas arbustivas (mais desenvolvidas filogeneticamente, consequentemente apresentando um maior número de toxinas) � maior bateria enzimática (hepatócito) BOVINOS E EQUINOS Plantas forrageiras (menos desenvolvidas filogeneticamente, com menor número de toxinas) � menor bateria enzimática FATORES FAVORÁVEIS A INTOXICAÇÃO Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma Introdução �Mais de 70 plantas tóxicas de interesse agropecuário; �Divididas em 2 grupos: �Plantas que causam mortalidade aguda; �Plantas que causam mortalidade após exposição crônica; FITOTOXINAS E PLANTAS TÓXICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Principal planta tóxica do Brasil; �Pertence ao grupo de plantas que causam morte súbita; �Ampla distribuição, palatável e altamente tóxica � cerca de 0,4 g de planta verde pode causar a morte; �Tem crescimento exuberante em beiras de matas, capoeiras e pastos recém formados, podendo atingir até 4 metros de altura; �Os casos de intoxicação são descritos em ruminantes, parecendo os equinos resistentes à intoxicação por essa planta; ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Princípio ativo tóxico � ácido monofluoracético; �Rapidamente absorvido pelo intestino é distribuído para todos os tecidos, inclusive o sistema nervoso central; �Ácido monofluoracético é conjugado com a acetil-CoA e com oxalacetado originando o agente tóxico fluorcitrato; �O fluorcitrato promove uma depleção energética através da inibição do ciclo do ácido cítrico, interferindo na fosforilazação oxidativa celular e no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas, e, além disso, causando acidose metabólica; ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SINAIS CLÍNICOS: � Inicio poucas horas apos a ingestão da dose letal, sendo a evolução super aguda � 7 a 24 horas; �Relutância em andar, ataxia, instabilidade postural, tremores musculares, queda em decúbito esterno- abdominal ou lateral; �Frequência urinária constante e em pouca quantidade; �Traquipnéia, opistótomo, convulsões tônico-clônicas, levando invariavelmente a morte; �Não há tratamento específico nem antidotal; ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma NECROPSIA E HISTOPATOLÓGICO: � Nenhuma alteração específica � presença da planta; � Degeneração hidrópico-vacuolar das células do túbulo cotornado distal do rim (não está presente em todos os casos); DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: � Carbúnculo hemático ou acidente ofídico; ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma TRATAMENTO/ PROFILAXIA: � Não existe tratamento; � O ácido monofluoracético é hidrossolúvel, não se acumula na gordura � descartar a carne do animal; � Prevenção � reconhecer a planta e erradicá-la; � Tarefa difícil quando não há flores � espremer as folhas entre os dedos procurando o cheiro de salicilato de metila (Vick Vaporub®); ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma Pesq. Vet. Bras. 23(4):167-172, out./dez. 2003 Comparação da sensibilidade de bovinos e búfalos à intoxicação por Palicourea marcgravii (Rubiaceae) José Diomedes Barbosa2, Carlos Magno Chaves de Oliveira2, Carlos Hubinger Tokarnia3 e Franklin Riet-Correa4 Verificar se búfalos são mais resistentes do que bovinos à ação tóxica de Palicourea marcgravii administrada por VO. ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Bovinos � sintomas graves até a morte: de 9 a 17 minutos; �Búfalos � sintomas graves até a morte: de 10 minutos a 1 hora e 28 minutos; �Conclui-se que os bubalinos são aproximadamente seis vezes mais resistentes do que os bovinos à ação tóxica de P. marcgravii; ERVA DE RATO (Palicourea marcgravii) Pesq. Vet. Bras. 23(4):167-172, out./dez. 2003 Comparação da sensibilidade de bovinos e búfalos à intoxicação por Palicourea marcgravii (Rubiaceae) José Diomedes Barbosa2, Carlos Magno Chaves de Oliveira2, Carlos Hubinger Tokarnia3 e Franklin Riet-Correa4 Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma Plantas que causam mortalidade aguda �Manihot esculenta � mandioca brava; �Sorghum sp � sorgo; �Cynodon sp � capim tifton; �Holocalyx glaziovii � alecrim de campinas; �Piptadenia macrocarpa � angico preto; �Prunus sphaerocarpa � pessegueiro bravo; PLANTAS CIANOGÊNICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma Holocalyx glaziovii (Alecrim-de-campinas) PLANTAS CIANOGÊNICAS Prunus sphaerocarpa (Pessegueiro Bravo) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma Cynodon sp (Capim Tifton)PLANTAS CIANOGÊNICAS Piptadenia macrocarpa (Angico Preto) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Princípio ativo tóxico e mecanismo de ação da intoxicação aguda: � Liberação do íon CN � absorvido no TGI � distribuído sistemicamente; � 80% biotransformado em tiocianato (pela enzima rodanase); � Inibem uma enzima (citoromo-oxidase) causando hipóxia e anóxia (principalmente no músculo esquelético e cardíaco e sistema nervoso central); PLANTAS CIANOGÊNICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SORGO (Sorghum sp) �Planta palatável utilizada na alimentação animal; �Produz cianeto, substância que se ingerida em grandes quantidades pode gerar um quadro de intoxicação; �Necessário que haja um mínimo de 10 mg de ácido cianídrico por kg de planta fresca para causar intoxicação; � Liberação do cianeto no trato gastrintestinal, onde ele é rapidamente absorvido � ocorre a inibição de enzimas da cadeia respiratória celular produzindo hipóxia e anóxia citotóxica; PLANTAS CIANOGÊNICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma Sorghum sp PLANTAS CIANOGÊNICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SORGO (Sorghum sp) SINAIS CLÍNICOS: �Sialorréia, paresia, espasmos musculares generalizados e convulsões tônico-clônicas; �Os animais apresentam polipnéia e dispnéia, podendo apresentar parada respiratória; �A morte pode ocorrer poucos minutos após a absorção de concentrações elevadas de cianeto; �Para prevenção de intoxicação de plantas cianogênicas destinadas à alimentação animal realiza-se o teste do picrato; PLANTAS CIANOGÊNICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SORGO (Sorghum sp) TRATAMENTO: �Administração endovenosa de 3 mL de tiossulfato de sódio a 20% e 1 mL de nitrito de sódio a 15% para cada 45 kg de peso vivo; � Ingestão crônica de pequenas doses de cianeto � animais podem desenvolver tolerância por indução da produção da enzima rodanase; � Intoxicação crônica � surgimento de hipotiroidismo, alterações no fígado, rins e pâncreas, cistite, ataxia e síndromes neurológicas; PLANTAS CIANOGÊNICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma MANDIOCA BRAVA (Manihot esculenta) �Planta cianogênica com ação tóxica similar ao sorgo; �Princípio ativo tóxico � linamarina (glicosídeo cianogênico); �Mais concentrado nas folhas e na entrecasca e no seu látex leitoso; �Casca da raiz contêm de 5 a 10 vezes mais agentes tóxicos do que a polpa; �Sinais clínicos � salivação, alteração da respiração, convulsões, paralisia completa podendo evoluir ao óbito; PLANTAS CIANOGÊNICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma Manihot utilissima PLANTAS CIANOGÊNICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma Manihot esculenta PLANTAS CIANOGÊNICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Planta com ampla distribuição no território nacional � cultivada para produção de óleos lubrificantes e biodiseal; �A intoxicação de grandes animais, principalmente bovinos, ocorre pela ingestão das folhas, quando há escassez de alimentos (planta é pouco palatável); �Nos cães e gatos a forma mais importante de intoxicação é pela ingestão das sementes ou pelo contato com subprodutos da mamona; �Os princípios ativos são a ricinina, presente nas folhas e a ricina, presente nas sementes; MAMONA (Ricinus communis) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma MAMONA (Ricinus communis) Ricinus communis Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Ricinina é um alcalóide que produz alterações nervosas � mecanismo de ação não compreendido; �Ricina é uma lectina que produz morte celular por inibição de síntese protéica quando absorvida pelas células da parede intestinal; �A ricina também pode interferir na homeostase do sistema cardiovascular através da diminuição da captação do cálcio; �É necessário que haja quebra da semente através damastigação para liberação do agente tóxico no organismo animal; MAMONA (Ricinus communis) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SINAIS CLÍNICOS ���� INGESTÃO DE FOLHAS: �Aparecem 5 horas após a ingestão das folhas; �São bastante semelhantes aos produzidos por organofosforados e carbamatos; �Tremores musculares, sialorréia, eructação excessiva, convulsões e coma; �Morte pode ocorrer após 4 horas do início dos sinais clínicos; MAMONA (Ricinus communis) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SINAIS CLÍNICOS ���� INGESTÃO DE SEMENTES: � Latência de 24 horas; �Na fase inicial observa-se depressão e elevação da temperatura corpórea, seguido de sede e evidência de cólica; �Evolução para vômitos e diarréia catarral hemorrágica, e na fase terminal convulsões; �Não há tratamento específico para a intoxicação com essas fitotoxinas � tratamento de suporte e sintomático; �Pode-se administrar carvão ativado seguido de catárticos; MAMONA (Ricinus communis) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Distribuição � mais comum no sul do Brasil (Rio Grande do Sul); �Mais tóxica na floração � março; �São mais suscetíveis os animais recém-chegados a pastagens com mio-mio; �Animais criados em pastagem onde a planta esta presente, mesmo na escassez de alimento e fome não a ingerem; �Mecanismo de ação tóxico � tricotecenos macrocíclicos (produzidos por um fungo Myrothecium verrucaria) � necrose do trato gastrintestinal; MIO-MIO (Bacharis coridifolia) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma MIO-MIO (Bacharis coridifolia) Bacharis coridifolia Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SINAIS CLÍNICOS: �Anorexia; �Timpanismo; �Tremores de musculatura; �Presença de exudato catarral nos olhos e nas narinas; �Pode ocorrer morte entre 4 a 40 horas após o início dos sinais clínicos; �Não há tratamento específico e eficaz para essa intoxicação; MIO-MIO (Bacharis coridifolia) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma MIO-MIO (Bacharis coridifolia) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Samambaia-do-campo � cresce em solos ácidos e arenosos de capoeiras, matas ciliares, plantações abandonadas e pastagens velhas, beiras de mata e de estradas; �Os brotos e as plantas ainda imaturas são mais tóxicas que as plantas totalmente desenvolvidas � rizomas não possuem o princípio ativo tóxico. �Não é palatável � fome é o principal fator que leva os animais a se intoxicarem; SAMAMBAIA (Pteridium aquilinum) Plantas que causam mortalidade após exposição crônica Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SAMAMBAIA (Pteridium aquilinum) Pteridium aquilinum Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Os principais compostos tóxicos presentes são: � tiaminase � responsável por distúrbio neurológicos observados apenas em monogástricos; �ptaquilosídeo� glicosídeo carcinogênico; �Também há nessa planta um glicosídeo cianogêncio em quantidade suficiente para causar intoxicação; �Os monogástricos, principalmente os equinos apresentam alterações neurológicas devido à diminuição de tiamina produzida pela tiaminase; SAMAMBAIA (Pteridium aquilinum) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Em ruminantes, principalmente em bovinos, a intoxicação pode ser dividida em três tipos: DIÁTESE HEMORRÁGICA: �Ocorre após três a oito semanas da ingestão; �Hemorragias na pele e nas mucosas e sangramento pelos orifícios naturais; �Em alguns casos, ocorre diarréia com coágulos de sangue; �Acredita-se que a substância tóxica responsável por esse quadro clínico seja o ptaquilosídeo; SAMAMBAIA (Pteridium aquilinum) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma HEMATÚRIA ENZOÓTICA: �Ocorre em bovinos com mais de dois anos em áreas específicas onde há exposição contínua a planta; �Os animais apresentam hematúria intermitente, anemia e perda de peso. SAMAMBAIA (Pteridium aquilinum) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SAMAMBAIA (Pteridium aquilinum) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma CARCINOMA DO TRATO DIGESTIVO SUPERIOR: �Ocorre em bovinos acima de cinco anos de idadee caracteriza-se por formações tumorais no trato digestivo, com nódulos de diferentes tamanhos, os quais causam obstruções mecânicas; �Acredita-se que haja uma interação entre o ptaquilosídeo e o papiloma vírus � depressão da resposta imunológica do animal ao vírus produtor desse tumor; �Tosse, regurgitamento, timpanismo, diarréia e perda acentuada de peso são sinais dessa forma de intoxicação; SAMAMBAIA (Pteridium aquilinum) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SAMAMBAIA (Pteridium aquilinum) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SAMAMBAIA (Pteridium aquilinum) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma � Introduzida no Brasil na década de 50 devido ao crescimento rápido e alta produtividade � tornou-se endêmica: �Ocorrência de fotossensibilização hepatógena em bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e equídeos que consomem essa planta; �Princípio ativo tóxico � esporodesmina, micotoxina produzida pelo fungo Phytomyces chartarum, encontrado nessa gramínea; �A esporodesmina gera hepatotoxicidade e consequente prejuízo na excreção normal da bile; BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Brachiariadecumbens Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Filoeritrina, agente fotodinâmico derivado da clorofila e normalmente excretado pela bile, fica retido no organismo, atingindo a circulação e se depositando nos tecidos; �As moléculas de filoeritrina absorvem energia luminosa que sofre alterações na derme com formação de radicais livres que promovem a peroxidação de lipídeos e desarranjo das estruturas celulares, liberação de enzimas hidrolíticas e mediadores inflamatórios acarretando em dermatite necrótico-purulenta; �A esporodesmina pode passar pelo leite causando fotossensibilização nos lactantes; BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SINAIS CLÍNICOS: �Forma Subclínica: os animais apresentam somente perda de peso e queda na produção de leite; �Forma Crônica moderada: manifestações gradativas de lesões cutâneas pouco intensas e sem manifestações clínicas de icterícia; �Forma Crônica grave: alterações cutâneas observadas em regiões onde a pele é mais sensível (orelhas, focinho, úbere, escroto) com menos pêlos e mais delgada. Há aparecimento de icterícia e perda de peso significativa; BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SINAIS CLÍNICOS: �Forma Aguda: lesões cutâneas superficiais e ausência de icterícia. Ocorre óbito antes da instalação de colestase, não provocando sinais de icterícia. A morte é fulminante, de dois a cinco dias após o início dos sintomas. BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �As lesões ocorrem após a instalação da lesão hepática, não havendo tratamento eficaz para a intoxicação. �Pode-se controlar a intoxicação através do diagnóstico precoce e retirada dos animais de pastagens consideradas “perigosas” (umidade relativa e temperatura altas); �Avalia-se o perigo potencial de uma pastagem através da contagem de esporos presente no pasto; �Valores acima de 40 esporos na contagem em câmara hematimétrica representam risco de fotossensibilização, devendo os animais serem retirados da pastagem; BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma • Inicialmente toxicidade de B. decumbens foi associada à presença de Pithomyces chartarum, mas posteriormente foi demonstrado que a intoxicação em ruminantes é causada por de saponinas esteroidais litogênicas presentes na planta (Cruz et al. 2000, 2001, Brum et al. 2007, Castro et al. 2009). • 29 surtos de intoxicação por Brachiaria spp., em bovinos de corte (Mato Grosso do Sul - de março de 1996 a novembro de 2009) • Principal sinal clínico: fotossensibilização e emagrecimento progressivo • Pastagens de B. decumbens, e pastagens mistas de B. decumbens e B. brizantha. • Fotossensibilização :o edema de barbela foi o sinal clínico mais encontrado em bovinos, seguido de dermatite no flanco e períneo, retração cicatricial auricular, icterícia,. crostas auriculares e oculares. • Necropsia: o fígado aumentado de tamanho, amarelado BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma • surto de fotossensibilização hepatógena descrito em 28 ovinos (em pastagem de Brachiaria decumbens - MS) • 7 cordeiros e uma ovelha adulta foram afetados e 6 deles morreram • Amostras da pastagem (B. decumbens) apresentaram 2,36% de protodioscina e nenhum esporo de Pithomyces chartarum foi encontrado • Amostras de uma pastagem, apresentaram 1,63% de protodioscina que havia sido pastejada por bovinos que não desenvolveram fotossensibilização • ovinos > suscetíveis que os bovinos à intoxicação pelas saponinas litogênicas �fator importante para a criação de ovinos nessa região. BRAQUIARIA (Brachiaria decumbens) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Planta cosmopolita, existindo muitas variedades; �A intoxicação ocorre pela ingestão contínua e prolongada da planta; �Princípio ativo tóxico � triterpeno; �Causa lesão hepática, levando a colestase e extravasamento da filoeritrina para a corrente circulatória; �As principais alterações observadas são as lesões cutâneas por fotossensibilização, icterícia, desidratação, estase ruminal e insuficiência renal na fase terminal da intoxicação; �Não há tratamento; LANTANA (Lantana camara) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma LANTANA (Lantana camara) Lantana camara Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma LANTANA (Lantana camara) Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Senecio braziliensis (flor das almas); �Crotalaria sp (xique-xique, guizo de cascavel); �Symphytum officinale (confrei); �Cestrum laevigatum (dama-da-noite); PLANTAS HEPATOTÓXICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma Senecio braziliensis (Flor das Almas) PLANTAS HEPATOTÓXICAS Senecio braziliensis Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma PLANTAS HEPATOTÓXICAS Crotalaria sp Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma PLANTAS HEPATOTÓXICAS Symphytum officinale Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma PLANTAS HEPATOTÓXICAS Cestrum laevigatum Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma �Senecio braziliensis � invasora de pastagens; �Crotalaria sp � adubação verde, leguminosa utilizada para recuperação de solos empobrecidos; �Crotalaria spectabilis � mais tóxica; �Princípio ativo: � Alcalóides pirrolizidínicos � conjugado por enzimas hepáticas formam o pirrol � conjugação com glutationa � excreção urinária; � Em excesso há ligação do pirrol no tecido hepático � morte; PLANTAS HEPATOTÓXICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma SINAIS CLÍNICOS: �Alteração hepática (insuficiência hepática crônica), icterícia, edema (ascite), perda de peso; �Necrópsia/histopatológico � necrose hepática, fibrose; �Diagnóstico diferencial � micotoxinas (aflatoxina); TRATAMENTO: �Aminoácidos sulfurados � aumentam a excreção urinária (aumenta a formação de glutationa) � são caros; � Ideal � abate; PLANTAS HEPATOTÓXICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma PLANTAS HEPATOTÓXICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma • Um surto de intoxicação por Senecio brasiliensis bezerros de leite que haviam ingerido feno contaminado por 5-10% dessa planta tóxica. • Biópsia hepática transtorácica foi realizada em 135 bezerros que ingeriram feno contaminado e acompanhados por 26 meses após biópsia • 17 bezerros biopsiados tinham lesões típicas da intoxicação por Senecio spp (bezerrospositivos) – 15 óbitos • O valor prognóstico (sensibilidade e especificidade) do teste foi considerado alto • Tais bovinos poderiam ser identificados pela biópsia hepática e enviados para o abate antes de desenvolverem os sinais clínicos, minimizando assim os prejuízos. PLANTAS HEPATOTÓXICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma PLANTAS HEPATOTÓXICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma • Amostras de folhas dessecadas de C. laevigatum administradas manualmente, VO a 4 bubalinos • Doses únicas : 20g/kg e 40g/kg da planta fresca. • 40g/kg � aparecimento de sinais clínicos (apatia, anorexia, atonia ruminal, dismetria, e morte os 2 animais) • 20g/kg � 1 com sinais clínicos (↓ dos mov ruminais); o outro não apresentou sinais clínicos. • Necrópsia e Histopatológico: fígado de cor alaranjada, com superfície externa e de corte com nítido aspecto de noz moscada necrose hepática PLANTAS HEPATOTÓXICAS Prof. Ms. Marcos Roberto Scherma marcosscherma@anhanguera.com OBRIGADO
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