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Julia Silva Intoxicação por Senecio spp Plantas hepatotóxicas Intoxicações por plantas do gênero Senecio representam uma importante causa de morte em animais de produção, principalmente na espécie bovina, que resultam em grandes perdas econômicas na cadeia produtiva (Tokarnia et al. 2012). As principais espécies de Senecio associadas com intoxicações em animais de produção incluem: S. brasiliensis, S. oxyphyllus, S. cisplatinus, S. heterotrichius, S. selloi, S. leptolobus, S. tweediei e S. madagascariensis; a espécie S. brasiliensis é a mais envolvida nos casos de intoxicação natural (Méndez 1991). Senecio brasiliensis No Rio Grande do Sul corresponde 50% das mortes por plantas Nome popular: Maria-mole; flor das almas. Princípio tóxico: alcalóides pirrolizidínicos; Espécies sensíveis: bovinos, equinos ovinos (mais resistentes); Condições em que ocorrem as intoxicações: Baixa disponibilidade de pastagem (seca ou superlotação); Partes: toda a planta verde ou dessecada, flores mais tóxicas; Quantidades tóxicas: Bovinos: 75 a 150g/kg (doses diárias 0,6 a 5g/Kg – 1 a 8m); Julia Silva Alcaloides pirrolizidínicos - Mecanismo Alcaloides pirrolizidínicos (APs) são fitoquímicos de ocorrência natural em cerca de 6.000 espécies de plantas de diversos gêneros e famílias (Culvenor 1980). São compostos químicos estáveis e são bioativados no fígado pelas enzimas monooxigenases de função mista para metabólicos tóxicos denominados ésteres pirrólicos (deidropirrolizidinas) e alcoóis pirrólicos (McLean 1970, Prakash et al. 1999). Os derivados pirrólicos são agentes alquilantes altamente reativos que inibem a mitose, causando megalocitose e morte celular (Prakash et al. 1999). Sinais Clínicos Bovinos: mais frequentes sinais inespecíficos (hiporexia, separação do rebanho, tenesmo e pelos arrepiados), emagrecimento, sinais nervosos, diarréia e ascite (20 a 50%), icterícia, fotossensibilização, edema de subcutâneo (< 20%) Ovinos: Dermatite, icterícia, hemoglobinúria, sinais nervosos; Equinos: Alterações comportamentais (pressão cabeça, galopes desenfreados, cegueira), arrastar a pinça durante a marcha, ataxia, protusão da língua, secreção nasal catarral, dermatite. Necropsia Observa-se edema subcutâneo ventro-abdominal, acentuada icterícia das mucosas, do tecido subcutâneo e tecido adiposo da cavidade abdominal e hemorragias no omento e na serosa dos órgãos do trato gastrointestinal. Julia Silva Histologia observaram- -se graus variados de necrose coagulativa, hemorragia, fibrose, proliferação de ductos biliares e hepatomegalocitose. Profilaxia Uitilização de ovinos para controlar presença Senecio spp; Cuidado na preparação de feno e silagem; Herbicidas. Julia Silva REFERENCIAS CULVENOR C.C.J. 1980. Alkaloids and human disease, p.124-141. In: Smith R.L. & Bababunmi E.A. (Eds), Toxicology in the Tropics. Taylor and Francis Ltd, London. 280p. LUCENA, R. B. et al. Intoxicação por alcaloides pirrolizidínicos em ruminantes e equinos no Brasil. Pesq. Vet. Bras. 30(5):447-452, maio, 2010. MÉNDEZ M.C. 1991. Intoxicações por plantas e micotoxinas hepatotóxicas, p.43-102. In: Riet-Correa F., Méndez M.C. & Schild A.L. (Eds), Intoxicações por Plantas e Micotoxicoses em Animais Domésticos. Vl.1. Editorial Agropecuaria Hemisferio Sur S.R.L., Montevideo. 340p. MCLEAN, E.K. 1970. The toxic action of pyrrolizidine (Senecio) alkaloids. Pharmacol. Rev. 22:429-483. PANZIERA, W. et al. Intoxicação natural por Senecio brasiliensis em equinos. Pesq. Vet. Bras. 37(4):313-318, abril, 2017. PRAKASH, A.S., Perera T.N., Reilly P.E.B. & Seawright A.A. 1999. Pirrolizidine alkaloids in human diet. Mutat. Res. 443:53-67. TOKARNIA, C.H., Brito M.F., Barbosa J.D., Peixoto P.V. & Döbereiner J. 2012. Plantas/micotoxinas que afetam o fígado, p.147-204. In: Ibid. (Eds), Plantas Tóxicas do Brasil para Animais de Produção. 2ª ed. Helianthus, Rio de Janeiro. 586p.
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