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UTILIZAÇÃO DO ROBOT STRUCTURAL ANALYSIS PARA PROJETOS DE ESTRUTURAS USUAIS DE CONCRETO ARMADO CONFORME NBR 6118:2014

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU – FURB 
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
UTILIZAÇÃO DO ROBOT STRUCTURAL ANALYSIS PARA PROJETOS DE 
ESTRUTURAS USUAIS DE CONCRETO ARMADO CONFORME NBR 6118:2014 
 
 
 
ANDRÉ FILIPE MAFRA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLUMENAU 
2014 
 
ANDRÉ FILIPE MAFRA DE SOUZA 
 
 
 
 
UTILIZAÇÃO DO ROBOT STRUCTURAL ANALYSIS PARA PROJETOS DE 
ESTRUTURAS USUAIS DE CONCRETO ARMADO CONFORME NBR 6118:2014 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Graduação em Engenharia Civil do 
Centro de Ciências Tecnológicas da 
Universidade Regional de Blumenau, como 
requisito parcial para a obtenção do grau de 
graduação. 
 
Prof. Édimo Celso Rudolf – Orientador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLUMENAU 
2014 
 
UTILIZAÇÃO DO ROBOT STRUCTURAL ANALYSIS PARA PROJETOS DE 
ESTRUTURAS USUAIS DE CONCRETO ARMADO CONFORME NBR 6118:2014 
 
Por 
 
ANDRÉ FILIPE MAFRA DE SOUZA 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado para obtenção do grau de Engenheiro Civil, pela 
Banca examinadora formada por: 
 
 
 
_________________________________________________ 
Presidente: Prof. Édimo Celso Rudolf, Engenheiro Civil – Orientador, FURB 
 
 
_________________________________________________ 
Membro: Prof. Nilton Speranzini, Engenheiro Civil – FURB 
 
 
_________________________________________________ 
Membro: Prof. Ralf Klein, M. Eng. Civil – FURB 
 
 
 
 
 
 
 
Blumenau, 09 de dezembro de 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais, esses aos quais devo minha vida e grande parte de minha trajetória. 
AGRADECIMENTOS 
 
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por sempre nos atribuir fardos que 
condizem à nossa capacidade e por permitir a superação dos obstáculos encontrados no 
caminho. 
Agradeço ao corpo docente da FURB pela estrutura necessária fornecida para o 
desenvolvimento deste projeto, principalmente ao meu orientador professor Édimo Celso 
Rudolf e aos professores Nilton Speranzini e Ralf Klein, por todo o apoio, dedicação e créditos 
atribuídos a este trabalho. 
Finalmente, agradeço aos meus familiares pelo suporte estrutural e emocional, sem os 
quais minha trajetória não teria sido possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Talvez por isso tão poucos se dediquem a ele.” 
Henry Ford 
RESUMO 
O Robot Structural Analysis é um software de análise estrutural desenvolvido pela empresa 
americana Autodesk. Há diversas vantagens em sua utilização, como seu custo inferior aos 
demais softwares da mesma linha, sua integração direta com o software de plataforma BIM 
Revit, suas diversas modalidades de estruturas, entre outros. Porém, o Robot não possui em seu 
banco de dados os parâmetros das diversas normas brasileiras utilizadas para projetos 
estruturais. Este trabalho explicita as principais configurações a serem modificadas no software 
Robot para que o mesmo trabalhe de acordo com a NBR 6118:2014, podendo assim estar 
utilizável para o cálculo de estruturas usuais de concreto armado no Brasil. Os elementos 
configurados de acordo com tal norma foram as lajes, as vigas e os pilares. Com o software 
configurado de acordo com a norma brasileira de projetos de concreto armado, pôde-se defender 
algumas de suas funcionalidades que dizem respeito ao dimensionamento de estruturas usuais 
de concreto armado. Foram realizadas comparações relacionando custos e funcionalidades do 
Robot em relação aos softwares de mesma linha mais utilizados no Brasil. Tais comparações 
geram resultados extremamente positivos quanto à utilização do Robot. 
 
Palavras-chave: Concreto armado. Estruturas. BIM. Building Information Modeling. Robot. 
Revit. 
ABSTRACT 
Robot Structural Analysis is a structural analysis software developed by the American company 
Autodesk. There are several advantages in its use, as its low cost compared to other softwares’ 
of the same line, its direct integration with the BIM platform software, its various modes of 
structural projects, among others. However, Robot does not have in its database the parameters 
of several Brazilian standards used for structural designs. This work explains the main settings 
to be modified in Robot so that it works according to NBR 6118: 2014, and therefore gets usable 
for the analysis of usual reinforced concrete structures in Brazil. The elements configured 
according to this code were slabs, beams and columns. Once the software is fully configured 
according to the Brazilian code for reinforced concrete, some of its features that pertain to the 
design of usual reinforced concrete structures were defended. Robot’s costs and features were 
features to softwares’ most used in Brazil of the same line. Such comparisons generate 
extremely positive results regarding Robot’s usage. 
 
Keywords: Reinforced concrete. Structures. BIM. Building Information Modeling. Robot. 
Revit.
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 19 
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA......................................................................................... 20 
1.2 QUESTÃO DE PESQUISA ............................................................................................ 20 
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 21 
1.3.1 Geral ......................................................................................................................... 21 
1.3.2 Específicos ................................................................................................................ 21 
1.4 PRESSUPOSTOS ........................................................................................................... 21 
1.5 JUSTIFICATIVA PARA ESTUDO DO TEMA ............................................................ 22 
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 22 
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 25 
2.1 O CONCRETO ARMADO E SUA UTILIZAÇÃO ....................................................... 25 
2.2 A NOVA NBR 6118:2014 .............................................................................................. 25 
2.3 PRODUTOS AUTODESK ............................................................................................. 29 
3 UTILIZAÇÃO DO ROBOT STRUCTURAL ANALYSIS PARA EDIFICAÇÕES 
USUAIS DE CONCRETO ARMADO ................................................................................. 31 
3.1 UTILIZANDO O ROBOT .............................................................................................. 31 
3.1.1 Tela inicial ................................................................................................................ 31 
3.1.2 Configurações gerais ................................................................................................ 32 
3.1.3 Iniciando um novo projeto de Estrutura 2D ............................................................. 37 
3.1.4 Iniciando um novo projeto de Estrutura 3D ............................................................. 40 
3.1.5 Iniciando um novo projeto de Construção ................................................................ 50 
3.1.6 Comparação com softwares damesma linha ............................................................ 51 
3.2 IMPLEMENTANDO A NBR 6118:2014 NO ROBOT ................................................. 53 
3.2.1 Configurações gerais ................................................................................................ 54 
3.2.2 Configuração de lajes ............................................................................................... 60 
3.2.3 Configuração de vigas ............................................................................................... 68 
3.2.4 Configuração de pilares ............................................................................................ 75 
3.3 INTEGRANDO O ROBOT COM O REVIT .................................................................. 78 
3.4 COMPARANDO CUSTOS DE AQUISIÇÃO ............................................................... 83 
4 ESTUDO DE CASO ...................................................................................................... 87 
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................... 95 
5.1 CUSTOS DE AQUISIÇÃO ............................................................................................. 95 
5.2 FUNCIONALIDADE E BIM .......................................................................................... 95 
5.3 A NORMA BRASILEIRA DE CONCRETO ARMADO .............................................. 95 
5.4 TRABALHOS FUTUROS .............................................................................................. 96 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 97 
 
 
19 
1 INTRODUÇÃO 
Não há dúvidas de que o concreto armado é o tipo de estrutura favorito para aplicação 
nas construções no Brasil. O principal fator que reflete em tal fato provavelmente é a diferença 
entre os custos de cada tipo de estrutura: as estruturas metálicas custam cerca de 20% a mais 
que as estruturas convencionais de concreto armado (CENTRO BRASILEIRO DA 
CONSTRUÇÃO EM AÇO, 2014) – isto sem contar outros tipo de estrutura, como a alvenaria 
estrutural. 
Partindo-se deste pretexto, é válida a realização de estudos para a otimização na 
utilização das estruturas convencionais. No entanto, por a análise estrutural de elementos de 
concreto armado ser mais complexa que a mesma para estruturas mais simplificadas – 
justamente por depender de dois materiais ao invés de um e da conjugação entre os mesmos –, 
estudos mais aprofundados em uma mesma estrutura podem tomar parcelas de tempo que as 
empresas de construção civil podem não estar dispostas a ceder. 
Como um exemplo básico, durante a realização de estudos preliminares para a utilização 
de um determinado terreno – através de análise da zona onde o terreno é localizado, com 
diretrizes que variam conforme é especificado no plano diretor da cidade –, podem surgir duas 
simplificadas possibilidades palpáveis: um edifício de padrão médio, de aproximadamente 10 
pavimentos e 6 apartamentos por andar; um edifício de padrão alto de 22 pavimentos e 2 
apartamentos por andar. 
Esta última opção demandaria uma estrutura que suportasse cargas superiores às da 
primeira opção. Obviamente, há outros fatores que influem na escolha entre as possibilidades 
que a empresa construtora tomaria. Mas vale constatar que a supraestrutura é a fase que mais 
demanda custos durante a execução de uma obra. Logo, é interessante colocar em pauta um 
comparativo de custos preciso entre as duas opções exemplificadas acima, durante a realização 
dos estudos preliminares. 
Como mencionado anteriormente, o que dificultaria a realização de tal comparativo 
seria o tempo que o mesmo demandaria. Portanto, para que se economize esse tempo, a 
utilização de softwares é bem-vinda. Por exemplo, o arquiteto poderia desenvolver um projeto 
arquitetônico completo, como parte do estudo, no software Autodesk Revit e o engenheiro 
poderia aproveitar o mesmo arquivo digital desse projeto para analisar sua estrutura – sem 
20 
precisar desenhá-la novamente – no software Autodesk Robot. Este último gera 
automaticamente os quantitativos necessários para o levantamento de custos. 
Além disso, o engenheiro pode também a aumentar a resistência do concreto utilizado 
nos pilares inferiores mais carregados, de modo que sua seção possa ser reduzida. O espaço a 
mais pode ser quantificado como área privativa, coletiva ou até mesmo pode tornar possível a 
inserção de uma ou mais vagas de garagem. Esse tipo de análise pode ser feita rapidamente com 
um software de análise estrutural que esteja corretamente configurado com os parâmetros 
preconizados na norma ABNT NBR 6118:2014. E, quando o projeto arquitetônico está sendo 
corretamente desenvolvido em um software da tecnologia BIM, a sua intercalação com o 
projeto estrutural se dá muito mais rapidamente, com resultados precisos e sem interferência 
entre esses dois tipos de projeto. 
O presente trabalho demonstra passo a passo a configuração necessária para a utilização 
do software Autodesk Robot para análise estrutural de construções usuais de concreto armado, 
conforme as diretrizes de cálculo presentes na nova versão da norma NBR 6118, lançada no 
ano de 2014. Além disso, este trabalho também explica a integração entre o Robot e um 
software da tecnologia BIM – o Autodesk Revit. 
Tendo esses procedimentos em mãos, qualquer escritório de engenharia pode aplicá-los 
nos softwares Autodesk e usufruir dos benefícios de sua utilização. 
Este trabalho também demonstra um comparativo de custos para a aquisição dos 
softwares necessários para o escritório de engenharia e um estudo de caso de uma empresa 
construtora da região de Blumenau, Santa Catarina, exemplificado no projeto de um de seus 
edifícios. 
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 
A pesquisa contida neste trabalho vai abordar o seguinte problema: no que se diz 
respeito à estrutura de edifícios, como aplicar softwares que se integram à tecnologia BIM de 
modo que agregue financeiramente a uma empresa construtora? 
1.2 QUESTÃO DE PESQUISA 
Este trabalho é direcionado a partir das seguintes questões: 
a) qual o impacto da implementação do software Robot e de sua integração com o 
software Revit? 
21 
b) quais os benefícios em trocar o sistema de análise estrutural atual de um escritório 
de engenharia para o estudado neste trabalho? 
c) o que se deve fazer eletronicamente para deixar o software Robot a par das normas 
brasileiras? 
d) como se dá a integração entre o Robot e o Revit? 
1.3 OBJETIVOS 
Os objetivos geral e específicos da pesquisa se encontram elucidados a seguir. 
1.3.1 Geral 
Verificar a variedade de recursos e benefícios na utilização do Robot Structural 
Analysis. 
1.3.2 Específicos 
a) demonstrar os procedimentos necessários para configurar o software Robot 
conforme a NBR 6118:2014; 
b) atestar a funcionalidade do método de integração entre o Robot e Revit; 
c) comparar custos de aquisição entre softwares Autodesk e outros utilizados 
atualmente no mercado da construção civil; 
d) realizar um estudo de caso em um edifício cujo projeto já seja existente, de modo 
a demonstrar as vantagens obtidas ao utilizar as tecnologias defendidas neste 
trabalho. 
1.4 PRESSUPOSTOS 
A utilização de softwares na construção civil se tornou um catalisador para o 
crescimento econômico dentro do setor. Com esta utilização, é possível agilizar e aprimorar 
processos e serviços durante a confecção de projetos. A integração entre as disciplinas de 
projetos é mais um passo em direção a um planejamento sem erros e, consequentemente, uma 
execução sem falhas – ou, se as mesmas existirem, devem serprevisíveis. 
22 
1.5 JUSTIFICATIVA PARA ESTUDO DO TEMA 
Apesar da alta aceitabilidade a softwares por parte dos escritórios de engenharia, muitos 
ainda se abstém da aquisição e montagem de um sistema de softwares otimizado e atualizado 
justamente pela questão financeira. Os melhores e mais úteis softwares do mercado são 
vendidos a preços muito superiores quando comparados com os mais simples, o que acaba 
incentivando as empresas a escolherem estes últimos. 
Adquirindo softwares de diferentes desenvolvedores isoladamente acarreta em altos 
gastos em sua aquisição. Porém, montando um pacote de softwares fechado com um 
desenvolvedor pode trazer ainda mais benefícios e com preços significativamente menores – 
que será o foco deste trabalho na parte de comparação de custos de aquisição, abrangendo tanto 
pacotes fechados da Autodesk quanto possibilidades de sistemas de softwares de diferentes 
desenvolvedores. 
Podendo-se provar a eficiência e utilidade de softwares Autodesk no âmbito de projetos 
de edificações que utilizem estruturas de concreto armado – aliando tais parâmetros à tecnologia 
BIM do Revit – e adquirindo um preço final mais acessível que outras situações, não haverá 
motivos para não investir em tal tecnologia. 
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO 
O trabalho será apresentado basicamente em duas partes, sendo a primeira um estudo 
literário e empírico que esclarece passo-a-passo a utilização do software Robot, utilizando sua 
integração com o Revit e implementando meticulosamente a NBR 6118:2014 em suas 
configurações. A segunda parte consiste em uma aplicação prática das tecnologias estudadas a 
um edifício que possua um projeto completo existente. 
A primeira parte do trabalho será dividida em quatro itens: 
a) Utilizando o Robot: uma breve análise da área de trabalho e do escopo do 
software da Autodesk Robot, indispensável para os seguintes itens do trabalho. 
Neste item, os parâmetros padrão do software são apresentados e sua interface é 
comparada com demais softwares da mesma linha. 
b) Implementando a NBR 6118:2014 no Robot: apresentação das partes 
configuráveis do software que devem ser modificadas para que o mesmo funcione 
de acordo com a norma brasileira. Para melhor entendimento, neste item são 
23 
apresentadas imagens do programa em sua fase de configuração, sendo que esta é 
feita sobre exemplos de estruturas usuais de concreto armado, lançadas no próprio 
programa. 
c) Integrando o Robot com o Revit: aqui, o usuário aprenderá utilizar um modelo 
arquitetônico no software da tecnologia BIM da Autodesk (Revit) para transportá-
lo ao Robot para análise estrutural, respeitando os dois itens anteriores. Ou seja, 
neste item, será apresentado o modo de integração entre os dois softwares, 
obedecendo os parâmetros do Robot e utilizando suas configurações modificadas 
conforme a NBR 6118:2014. 
d) Comparando os custos de aquisição: tendo sua funcionalidade defendida, deve-
se comparar os custos de aquisição dos principais softwares do mercado da mesma 
linha para avaliar a viabilidade da utilização dos softwares Autodesk estudados. 
A segunda parte consiste na utilização de um projeto de um edifício no Revit, para 
simular a criação de um projeto arquitetônico – com lançamento de estrutura – pelo responsável 
por tal projeto em um escritório de engenharia. Este projeto é integrado ao Robot seguindo os 
passos descritos na primeira parte, sendo a análise estrutural realizada para alguns elementos 
estruturais escolhidos. Nesta parte, os benefícios da utilização dos softwares Autodesk para 
edificações com estruturas usuais de concreto armado serão colocados à prova. 
 
 
24 
 
25 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 O CONCRETO ARMADO E SUA UTILIZAÇÃO 
Como mencionado anteriormente, o concreto armado é o material mais utilizado para 
estruturas no Brasil. Esse quadro se espelha internacionalmente (MUTUA, 2014). Sua solução 
começou a ser empregada ao longo dos anos devido ao fascínio do homem pela alta resistência 
à compressão e durabilidade da pedra e as características do aço. Isolados, estes materiais 
possuem deficiências que podem ser supridas se mesclados corretamente. 
Um dos efeitos mais problemáticos oriundos dessa interface entre concreto e aço é a 
fissuração. Este processo é inevitável e necessário para que o aço ajude o concreto a resistir a 
tensões de tração. O projetista, assim como o responsável pela a execução, deve adotar alguns 
parâmetros específicos para garantir que a fissuração não comprometa a qualidade e o 
desempenho do elemento estrutural. 
O ponto chave para a correta utilização do concreto armado é a aderência entre os seus 
dois vigentes materiais, o concreto e o aço. Obviamente, as qualidades de cada material 
individualmente influi para o conjunto como um todo. Porém, de nada adianta possuir um 
concreto de altas resistências e um aço de grande durabilidade se os dois não adquirem a 
aderência necessária para manter o elemento estrutural estável. 
Para garantir as diversas características que o concreto armado de qualidade deve 
assumir, alguns parâmetros devem ser obedecidos. No Brasil, existem duas normas técnicas 
principais para a utilização do concreto armado, que definem tais parâmetros e considera 
diversas recomendações. Estas normas são a NBR 6118 e a NBR 14931, vigentes para os 
procedimentos para projetos e para execução, respectivamente. 
2.2 A NOVA NBR 6118:2014 
Antes de se conceber um estudo que envolve estruturas de concreto armado, é necessário 
prestar devido respeito às normas brasileiras quanto ao assunto. Assim, é imprescindível para 
este trabalho a análise da nova revisão da norma NBR 6118, vigente a partir deste ano. Durante 
o estudo, as mudanças ocorridas da versão anterior da norma para a atual serão frisadas 
devidamente. 
Como os parâmetros para realização deste trabalho se embasam na versão de 2014 da 
NBR 6118, seguem abaixo as principais diferenças entre a versão anterior e a atual (ALVES, 
26 
2014). Algumas dessas diferenças são consideradas relevantes ao trabalho e outras não. Por 
exemplo, o fato de a norma permitir análise estrutural de estruturas que utilizem concreto de 
até 90 MPa de resistência à compressão é muito importante quando se considera a possibilidade 
da utilização de concretos de alto desempenho. Outros parâmetros da NBR 6118 que não foram 
alterados desde a última versão desta norma também devem ser utilizados na configuração do 
software Robot, mesmo não se encontrando elucidados a seguir. 
a) Faixa de resistência abrangida: 
 NBR 6118/2007: concreto até C50 
 NBR 6119/2014: inclui concretos C55 a C90 
b) Conformidade dos projetos: os projetos estruturais devem ser “verificados” por 
outro projetista. 
c) Diagrama Tensão x Deformação (compressão): 
 Concretos até C50: 
𝜀𝑐2 = 2,0 ‰ 
𝜀𝑐𝑢 = 3,5 ‰ 
 Concretos C55 a C90: 
𝜀𝑐2 = 2,0 ‰ + 0,085 ‰ × (𝑓𝑐𝑘 − 50)
0,53 
𝜀𝑐𝑢 = 2,6 ‰ + 35 ‰ × [(90 − 𝑓𝑐𝑘) 100]⁄
4
 
d) Resistência à tração do concreto: 
 Concretos até C50: 
𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3 × 𝑓𝑐𝑘
2
3⁄ 
 Concretos C55 a C90: 
𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 2,12 × ln(1 + 0,11 × 𝑓𝑐𝑘) 
 
e) Módulo de elasticidade inicial: 
 Concretos até C50: 
𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝐸 × 5600 × √𝑓𝑐𝑘 
27 
 Concretos C55 a C90: 
𝐸𝑐𝑖 = 28,5 × 10
3 × 𝛼𝐸 × (
𝑓𝑐𝑘
10
+ 1,25)
1
3⁄ 
onde: 
𝛼𝐸 = 1,2 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑎𝑙𝑡𝑜 𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑏á𝑠𝑖𝑜 
𝛼𝐸 = 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑖𝑡𝑜 𝑒 𝑔𝑛𝑎𝑖𝑠𝑠𝑒 
𝛼𝐸 = 0,9 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑎𝑙𝑐á𝑟𝑖𝑜 
𝛼𝐸 = 0,7 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑟𝑒𝑛𝑖𝑡𝑜 
f) Módulo de elasticidade secante: 
𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 × 𝐸𝑐𝑖 
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 ×
𝑓𝑐𝑘
80
≤ 1,0 
g) Recobrimentos: 
Quadro 1 – Recobrimentos mínimosconforme tipo de peça estrutural e classe de 
agressividade ambiental. 
Peça estrutural Classe de agressividade ambiental 
Cobrimento nom. p/ ∆c =10 mm Classe I Classe II 
Classe 
III 
Classe 
IV 
Concreto armado 
Laje 20 25 35 45 
Viga/Pilar 25 30 40 50 
Elementos estruturais 
em contato com o 
solo 
30 30 40 50 
Concreto 
protendido 
Laje 25 30 40 50 
Viga/Pilar 30 35 45 55 
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014. 
 
28 
h) Ancoragem: 
𝐼𝑏 =
∅
4
×
𝑓𝑦𝑑
𝑓𝑏𝑑
≥ 25∅ 
i) Taxa de armadura longitudinal mínima: 
 Concretos até C50: 
Quadro 2 – Taxa de armadura longitudinal mínima para concretos até C50. 
fck (MPa) 20 25 30 35 40 45 50 
ρ (%) 0,150 0,150 0,150 0,164 0,179 0,194 0,208 
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014. 
 Concretos C55 a C90: 
Quadro 3 – Taxa de armadura longitudinal mínima para concretos C55 a C90. 
fck 
(MPa) 
55 60 65 70 75 80 85 90 
ρ (%) 0,211 0,219 0,226 0,233 0,239 0,245 0,251 0,256 
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014. 
j) Dimensão mínima das lajes: 
 7 cm para cobertura não em balanço (a versão anterior considerava 5 cm); 
 8 cm para lajes de piso não em balanço; 
 10 cm para lajes em balanço; 
 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN; 
 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN; 
 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, com o mínimo de l/42 para 
lajes de piso biapoiadas e l/50 para lajes de piso contínuas. 
k) Taxa mínima da armadura negativa de bordas de lajes sem continuidade: 
𝜌𝑠 ≥ 0,67 × 𝜌𝑚í𝑛 → 𝑒𝑠𝑡𝑒𝑛𝑑𝑒𝑟 𝑎𝑡é 15 % 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣ã𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒. 
29 
2.3 PRODUTOS AUTODESK 
Abaixo estão listados e detalhados os softwares Autodesk utilizados e/ou mencionados 
durante realização deste trabalho, conforme descrições na homepage da empresa. 
a) AutoCAD 2015: utilizado para criação de projetos 3D e 2D. É uma ferramenta de 
auxílio para desenhos de projetos através de um sistema computacional. 
b) AutoCAD Structural Detailing 2015: utilizado para detalhamento de projetos 
estruturais 3D e 2D. Não é utilizado para análise estrutural, apenas para o 
detalhamento de elementos estruturais e uma manipulação mais flexível do mesmo 
e de pranchas. 
c) Revit 2015: utilizado para Modelagem de Informação de Construção (BIM). É 
uma ferramenta completa para a criação e edição de edificações e seus elementos. 
A disciplina focada para este trabalho será a estrutural. 
d) Robot 2015: utilizado para análise e simulação de construções para estruturas. É 
totalmente compatível com o Revit 2015, tornando sua integração com a 
plataforma BIM viável. Este software realiza cálculos estruturais para estruturas 
de concreto armado, metálicas, de madeira e alvenaria estrutural. 
Os softwares Autodesk mencionados devem ser utilizados em sincronia, variando seu 
uso conforme necessidade. Basicamente, o arquiteto faz o projeto arquitetônico base no Revit, 
deixando os engenheiros responsáveis pela confecção dos projetos estrutural – pelo Robot – e 
complementares – pelo Revit – e pela compatibilização entre os mesmos. A figura 1 representa 
de maneira simplificada esse processo. 
 
30 
Figura 1 – Fluxo de trabalho de projetos realizados em BIM. 
 
Fonte: AUTODESK INC., 2014 – adaptado pelo autor. 
 
31 
3 UTILIZAÇÃO DO ROBOT STRUCTURAL ANALYSIS PARA EDIFICAÇÕES 
USUAIS DE CONCRETO ARMADO 
3.1 UTILIZANDO O ROBOT 
Nesta primeira seção deste item do trabalho, será apresentada a completa interface do 
Robot e como o mesmo funciona, ignorando a configuração conforme a norma brasileira. Esta 
primeira parte é uma introdução ao software, seus conceitos e aplicações. 
3.1.1 Tela inicial 
A versão do Robot a ser utilizada para este trabalho é a 2015, configurada em português. 
Ao abrir o programa, o usuário se depara com a tela inicial representada na figura 2. 
Uma das opções exibidas deve ser escolhida, dentre os diversos tipos de novo projeto – como 
demonstrado na figura 3 – e projetos existentes. Para se apresentar as noções necessárias para 
os itens seguintes do trabalho, somente os projetos novos dos tipos Estrutura 2D, Estrutura 3D 
e Construção serão utilizados. 
Figura 2 – Tela inicial do Autodesk Robot 2015. 
 
 
 
32 
Figura 3 – Variados tipos de projetos novos no Robot. 
 
3.1.2 Configurações gerais 
Por padrão, o software Robot possui uma interface já configurada. Praticamente toda a 
interface é configurável, como de praxe dos softwares Autodesk. As principais configurações 
gerais demonstradas neste trabalho – que, nos itens posteriores, serão utilizadas frequentemente 
para parametrização da norma brasileira de concreto armado – são as seguintes: 
a) Preferências: permite configurações generalizadas sobre todo o projeto. A 
principal se dá sobre a plotagem de projetos, que são os “Parâmetros de 
impressão”. Esta é imprescindível para quem planeja realizar o detalhamento de 
elementos estruturais e colocá-los em prancha diretamente pelo software. Possui 
dois subitens para configuração de símbolos em impressões e finalização de 
impressões – este último possibilitando a integração do Robot com o AutoCAD 
Structural Detailing. 
b) Preferências do trabalho: permite configurações gerais sobre os parâmetros para 
realização de projetos estruturais de todos os tipos abrangidos pelo software. 
33 
Deve-se prestar muita atenção durante esta configuração, pois é aqui que se 
definem diversos limites a serem respeitados conforme as normas estabelecidas. 
Os principais tópicos dentro desta configuração se encontram suscitados abaixo. 
 Unidades e formatos: permite ao usuário a configuração das diversas 
unidades utilizadas em projeto para dimensões, forças e outros. 
 Materiais: habilita os diversos parâmetros para cada tipo de material utilizado 
nos projetos estruturais. Este item é muito importante, pois aqui é possível 
definir os valores limite de materiais como concreto e aço (resistência, módulo 
de elasticidade, etc.). 
 Bancos de dados: permite a definição das normas que exercerão efeito sobre 
todos os itens os quais essas normas relevam, como seções de aço e de madeira, 
cargas, solos, parafusos, chumbadores, barras de armadura e telas soldadas. 
 Códigos de projeto: define as principais normas efetivas para os diferentes 
tipos de estruturas. Foca-se, aqui, a configuração de cargas conforme normas. 
 Análise de estrutura: aqui, é possível configurar os parâmetros de cálculo 
para análise estrutural de todos os tipos de estrutura. Os subitens disponíveis 
são: análise modal, análise não linear e análise sísmica. 
 Parâmetros de trabalho: opções extras quanto às preferências de projeto, 
como número máximo de combinações geradas por cálculo. 
 Criação de malha: define parâmetros básicos para o detalhamento de malhas 
de painéis em geral (pisos e paredes). 
As figuras abaixo demonstram as telas de configurações mais utilizadas para este 
trabalho. 
 
34 
Figura 4 – Telas de parâmetros de impressão do Robot. 
 
 
 
 
 
35 
Figura 5 – Telas de configuração de unidades e formatos do Robot. 
 
 
 
 
 
 
36 
Figura 6 – Tela de configuração de materiais do Robot. 
 
Figura 7 – Telas de configuração de bancos de dados do Robot. 
 
 
 
 
37 
Figura 8 – Telas de configuração de códigos de projeto do Robot. 
 
Figura 9 – Telas de configuração de análise de estrutura do Robot. 
 
 
 
3.1.3 Iniciando um novo projeto de Estrutura 2D 
Algo essencial que o usuário precisa ficar ciente é de como se organizamas 
funcionalidades do software. Cada tipo de trabalho dentro do projeto ocupa um layout diferente 
38 
do outro. O próprio programa administra essa troca de layout para facilitar o trabalho do 
projetista. 
Apesar do título, este tipo de projeto também permite visualização em três dimensões, 
como visto no layout inicial desse módulo na figura 10. Para efeitos de uma breve explanação, 
para este módulo foi desenvolvida uma barra simples biapoiada, feita de aço, utilizando-se 
somente as configurações de material e de seções já adotadas pelo software. 
Figura 10 – Layout inicial de um projeto de Estrutura 2D no Robot. 
 
Como citado anteriormente, este software trabalha com diferentes layouts para 
diferentes tipos de trabalho. A parte inicial de qualquer projeto estrutural é determinar sua 
geometria, justamente possível no primeiro layout com o qual o usuário se depara ao abrir o 
software, que é o subitem “Início”, dentro do item “Modelo de estrutura”. 
A barra utilizada possui seção I e comprimento de 4 metros, adotados genericamente. 
Após o desenho da barra, foi atribuída à mesma um carregamento linear distribuído de 20 kN/m. 
Para isso, é necessário aplicar uma força linearizada de 20 kN/m no sentido negativo do eixo 
Z, pois este carregamento representa cargas acidentais no sentido da gravidade. 
 
39 
Figura 11 – Aplicação de um carregamento linear uniforme no Robot. 
 
Todo tipo de carregamento aplicado deve estar vinculado a um caso de carga. Como 
demonstrado na figura 11, o carregamento atribuído à barra foi inserido no caso de sobrecarga 
– criado para este projeto. As cargas geradas pelo peso próprio dos elementos são calculadas e 
aplicadas automaticamente pelo programa, através de suas dimensões e os pesos específicos 
fornecidos. 
Em seguida, a opção “Cálculos”, no menu suspenso “Análise” foi selecionada. O 
software então executa os cálculos necessários para avaliar a estabilidade dos elementos e 
cargas inseridos. Percebe-se, na figura 12, que o programa inseriu no caso de sobrecarga duas 
forças horizontais que não existiam antes, oriundas das reações mecânicas do material. Também 
é possível perceber que agora há um sinal verde sinalizado na parte inferior do layout, seguido 
do texto “Resultados (FEM): disponível”. Deve-se lembrar que, para este exemplo, foram 
dispensadas as configurações do tipo de cálculo executado. 
Os resultados são gerados a partir do momento em que os cálculos são concluídos. O 
usuário pode alternar o layout para “Resultados”, para assim verificar algumas das conclusões 
do programa. A figura 13 demonstra o gráfico de momento fletor e as reações nos apoios da 
barra, considerando os dois casos configurados para este projeto (sobrecarga e peso próprio). 
As reações de valor de 0,44 kN são devidas ao peso próprio, enquanto que as de valor de 40 kN 
são devidas ao carregamento linear atribuído anteriormente. Outros resultados mais complexos, 
como envoltória e deslocamentos também são disponibilizados para consulta. 
40 
Figura 12 – Forças horizontais geradas após os cálculos do Robot. 
 
Figura 13 – Layout de resultados do Robot, com momento fletor e reações nos apoios 
habilitados para visualização. 
 
3.1.4 Iniciando um novo projeto de Estrutura 3D 
Projetos de Estrutura 3D possuem uma interface similar à dos projetos de Estrutura 2D. 
A principal diferença é a possibilidade de transcender um elemento longitudinalmente na 
direção Y na criação de pórticos. 
Para exemplificar este tipo de estrutura, foi projetado um pórtico em três dimensões de 
uma edificação com térreo e mais dois pavimentos. O material da estrutura escolhido desta vez 
41 
foi o concreto armado. Além disso, foram atribuídos outros casos de carga, como visto na figura 
14, para tornar este exemplo uma aplicação mais palpável. 
Figura 14 – Estrutura 3D projetada e casos de carga configurados no Robot. 
 
O programa ficou responsável pela atribuição de cargas oriundas do peso próprio da 
estrutura. Para a sobrecarga, foram dispostos carregamentos lineares sobre as vigas e 
carregamentos de superfície sobre os painéis (lajes). Para o vento, é possível determinar que o 
próprio programa realize simulações de vento conforme a velocidade e sentido do mesmo e 
gere as cargas deste caso. Porém, para este exemplo, para o vento na direção X, foram 
simplesmente aplicadas cargas concentradas nos nós de um dos lados da edificação, no sentido 
negativo do eixo X. 
O caso de carga de número 4 listado na figura acima, com o título de “COMB1”, 
representa uma combinação dos demais casos que também é configurada pelo usuário. Uma 
combinação é determinada a partir de coeficientes que multiplicam os valores das cargas e todos 
são então somados algebricamente. As duas equações de combinações abaixo foram adaptadas 
pelo autor (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014 apud ARAÚJO, 
2014a): 
a) Combinação 1: a carga acidental é a ação variável principal: 
𝐹𝑑 = 1,4 × 𝐹𝑔𝑘 + 1,4 × 𝐹𝑞𝑘,1 + 1,4 × 0,6 × 𝐹𝑞𝑘,2 
 
42 
b) Combinação 2: o vento é a ação variável principal: 
𝐹𝑑 = 1,4 × 𝐹𝑔𝑘 + 1,4 × 0,5 × 𝐹𝑞𝑘,1 + 1,4 × 𝐹𝑞𝑘,2 
onde: 
𝐹𝑑 = ação de cálculo 
𝐹𝑔𝑘 = cargas permanentes 
𝐹𝑞𝑘,1 = carga acidental 
𝐹𝑞𝑘,2 = vento 
Para este exemplo, foi utilizada a equação da combinação 1, o qual determina que a 
carga acidental é a ação variável principal. Assim, a configuração da combinação “COMB1” 
ficou como representado na figura 15. 
Figura 15 – Combinação manual de carga utilizada para o exemplo de Estrutura 3D. 
 
Com os elementos lançados e as cargas parametrizadas, pode-se novamente solicitar os 
cálculos para a estrutura. Os resultados obtidos são praticamente os mesmos mencionados 
durante a resolução dos cálculos do exemplo de Estrutura 2D. Um ponto diferencial é a 
possibilidade de verificar a armadura fornecida aos elementos de concreto armado, já que este 
foi o material escolhido para o exemplo de Estrutura 3D. Para visualizar as armaduras, é 
necessário selecionar o elemento e alterar o layout novamente, selecionando “Armadura 
fornecida de elementos de CA”, no menu suspenso “Projeto”. Para este exemplo, foi 
selecionada uma viga de três vãos. 
O usuário então se depara com a tela demonstrada na figura 16, onde o mesmo deve 
selecionar a combinação de cálculo a ser utilizada para a verificação das armaduras. 
43 
Figura 16 – Seleção da combinação de cálculo para a determinação de armaduras. 
 
Após selecionar a combinação de cálculo a ser utilizada, o usuário pode alterar uma 
série de configurações quanto às dimensões da viga, parâmetros de armadura, opções gerais de 
cálculo, entre outras. Todas as configurações alteradas podem ser salvas em modelos de 
configuração, o que é muito útil para o projetista que planeja modificar os padrões do software 
ao lançar e calcular sua estrutura. 
A partir do momento os parâmetros já estão configurados conforme o objetivo de 
utilização do projetista, deve-se solicitar ao programa os cálculos das armaduras. As mesmas 
são, então, determinadas e podem ser visualizadas em duas ou três dimensões. Assim como 
podem ser enquadradas automaticamente numa prancha configurada. Os resultados da análise 
estrutural e os quantitativos de materiais são gerados em um memorial descritivo de cálculo. 
 
44 
Figura 17 – Tela de definição de seção para a viga selecionada. 
 
Figura 18 – Tela de parâmetros de andar. 
 
 
 
45 
Figura 19 – Telas para configuração de armadura de vigas. 
 
 
 
 
 
 
46 
Figura 20 – Tela de definição de dimensão. 
 
 
 
Figura 21 – Tela para configuração de aberturas na viga.47 
Figura 22 – Telas de opções de cálculo. 
 
 
 
 
48 
Figura 23 – Telas de padrão de armadura. 
 
 
 
 
49 
Figura 24 – Parte do memorial de cálculos da viga. 
 
Figura 25 – Detalhamento da armadura da viga em 3D. 
 
 
 
50 
Figura 26 – Detalhamento da armadura da viga exportada e editada no software 
AutoCAD Structural Detailing. 
 
3.1.5 Iniciando um novo projeto de Construção 
Este modelo é o mais usualmente utilizado por escritórios de engenharia, pois aqui o 
software trata toda a estrutura lançada como uma edificação em potencial, levando em conta 
mais opções que cabem a tal. Será pelo projeto de Construção que se dará a maior parte deste 
trabalho acadêmico. 
Para exemplificar este tipo de projeto, uma nova estrutura foi lançada. Como é 
demonstrado na figura 27, a interface do software é brandamente diferente da interface do 
projeto de Estrutura 3D. O layout inicial é chamado “Geometria”. Para o usuário poder 
visualizar a estrutura em três dimensões, deve alternar da aba “Planta” para a aba “Vista”. 
As opções de inserção de elementos também difere dos demais tipos de projeto, sendo 
essas mais específicas a elementos estruturais – como exemplo, as barras genéricas dos projetos 
de Estrutura 3D e 2D são já diferenciadas entre vigas e colunas. 
Os resultados, assim como detalhamentos de armaduras e memoriais de cálculos são 
gerados neste tipo de projeto assim como demonstrado anteriormente no exemplo de projeto de 
Estrutura 3D. 
 
 
51 
Figura 27 – Layout de geometria em vista do projeto de Construção. 
 
Assim como para a viga estudada no exemplo de projeto de Estrutura 3D, todos os outros 
elementos estruturais possuem diversas opções que permitem a configuração da armadura 
gerada. Essas opções serão mais aprofundadas durante o tema de implantação da norma 
brasileira. 
3.1.6 Comparação com softwares da mesma linha 
Os programas de cálculo estrutural estão disponíveis no mercado para aumentar a 
produtividade durante a confecção de projetos estruturais. Porém, o uso de tais programas exige 
do usuário determinados níveis de conhecimento técnico e normativo. Por isso, em hipótese 
alguma pode-se afirmar que os programas de cálculos de estruturas de concreto substituem o 
papel do engenheiro, já que as principais decisões tomadas durante as etapas de 
dimensionamento são tomadas pelo mesmo (VERGUTZ, et al, 2010). 
Ainda de acordo com Vergutz, et al (2010), os softwares de cálculo estrutural para 
estruturas de concreto armado mais utilizados no Brasil atualmente são o AltoQI Eberick, o 
CypeCAD e o CAD TQS. Todos os três são excelentes softwares do ramo e muito reconhecidos 
no mercado. Porém, atualmente, os únicos que permitem a integração com a plataforma BIM 
são os dois últimos. E, ainda assim, não possuem uma configuração bem estabelecida para essa 
intercomunicação entre softwares. 
Além disso, os softwares mencionados acima são específicos para análise estrutural, 
sendo dispensáveis à confecção de um projeto arquitetônico e outros projetos complementares. 
52 
Ou seja, para um escritório de engenharia que confecciona várias disciplinas de projeto, a 
aquisição de softwares de cálculo estrutural se torna muito elevada quando somada à aquisição 
dos demais softwares (de CAD, principalmente). 
Se projetista planeja utilizar a plataforma BIM, teria que adquirir um software desta 
plataforma além de todos os outros, o encareceria ainda mais o total de tecnologias presentes 
no seu escritório. 
Logo, é compreensível a busca por alternativas que possam facilitar o trabalho do 
projetista. E uma das alternativas é defendida justamente por este trabalho. O software Robot, 
da Autodesk, desempenha perfeitamente o papel de cálculo estrutural, é totalmente 
comunicável com softwares de plataforma BIM e seu custo é menor quando comparado aos 
demais softwares – por ser um software da Autodesk, o Robot pode ser adquirido num pacote 
de programas (inclui o Revit) que barateia o custo de aquisição total das tecnologias utilizadas 
no escritório. 
Não obstante as vantagens do software, ainda é necessário avaliar as possibilidades de 
seu uso e seus métodos de cálculo. Primeiramente, o Robot foi comparado com os três outros 
softwares mencionados anteriormente, como visto no quadro 4. 
Quadro 4 – Comparação entre softwares de cálculo estrutural de possibilidades de 
análise em Estado Limite de Serviço e Estado Limite Último. 
Software Eberick CypeCAD CAD TQS Robot 
Análise não linear Sim Sim Sim Sim 
Análise dinâmica Não Sim Sim Sim 
Alternância de cargas Não Sim Sim Sim 
Compat. com BIM Não Parcialmente Sim Sim 
A figura 28 representa uma comparação em esquema básico entre o comportamento de 
um pórtico plano sob uma análise linear e uma análise não linear. 
Obviamente, o fato de o Robot suportar os dois tipos de análise mencionados acima não 
é o suficiente para atestar sua validade. É necessário encaixá-lo dentro dos requisitos das 
normas vigentes. No caso do Brasil, o software deve obedecer à norma de concreto armado 
NBR 6118 de 2014. O próximo item do trabalho aborda a configuração do programa conforme 
esta norma. 
 
53 
Figura 28 – Comportamento linear e não linear de um pórtico plano. 
 
 
Fonte: KIMURA apud VERGUTZ, et al, 2010. 
3.2 IMPLEMENTANDO A NBR 6118:2014 NO ROBOT 
Ao utilizar o Robot, o projetista brasileiro necessita adequar este software às normas 
brasileiras, já que o mesmo possui um banco de dados com várias normas estrangeiras, porém 
sem nenhuma do Brasil. 
Para demonstrar a configuração do software conforme a NBR 6118, foi utilizado o 
exemplo de Estrutura 3D apresentado anteriormente, porém convertido para um projeto de 
Construção, como é visto na figura 29. Todas as cargas e suas combinações foram aproveitadas. 
Os elementos afetados pela configuração apresentada são as lajes, as vigas e os pilares. Há 
outros elementos que fazem parte de uma estrutura de concreto armado. Porém, para efeitos 
acadêmicos, esses três elementos foram escolhidos por constituírem as principais partes da 
estrutura. 
 
 
54 
Figura 29 – Exemplo de projeto de Construção utilizado para apresentar a configuração 
do Robot conforme a NBR 6118:2014. 
 
O modelo acima será utilizado para configurar o Robot. A configuração se dará em 
quatro etapas: 
a) configurações gerais; 
b) configuração de lajes; 
c) configuração de vigas; 
d) configuração de pilares; 
3.2.1 Configurações gerais 
Antes de modificar as configurações específicas para cada tipo de elemento estrutural, 
o projetista precisa configurar alguns parâmetros gerais do software que surtirão efeito em toda 
a estrutura. Para isso, o usuário precisa acessar a opção “Preferências do trabalho”. 
A primeira configuração a ser alterada é a de “Unidades e formatos”. A norma não dá 
preferência a unidades. Portanto, as unidades adotadas para este projeto foram as utilizadas ao 
longo dos itens da NBR 6118, que são as seguintes: 
a) Dimensões da estrutura: m 
b) Dimensões da seção: cm 
c) Diâmetro de barras de CA: mm 
55 
d) Áreas de armadura: cm² 
e) Força: kN 
f) Momento: kNm 
g) Tensões: MPa 
Após realizada a modificação de unidades, deve-se configurar os materiais. O usuário 
deve primeiro selecionar a nacionalidade dos materiais. Selecionar a nacionalidade brasileira 
não impõe ao software as configurações da norma, por isso deve-se configurá-lo manualmente. 
O primeiro material configurado foi o concreto, como demonstrado na figura 30. Foi 
criado um novo concreto no programa, com o título de “C25”, adotando-se os parâmetros 
característicos de tal classe de concreto. O projetista podeinserir qualquer classe de concreto 
aqui, desde que o mesmo esteja listado na NBR 8953 e que obedeça os critérios da NBR 6118. 
De acordo com o item 8.2.8 da NBR 6118 (2014), o módulo de elasticidade – ou módulo 
de Young – do concreto classe C25 pode ser adotado com o valor de 28 GPa (28000 MPa), 
considerando o uso de granito como agregado graúdo. Este item da norma ainda preconiza que 
o coeficiente de Poisson a ser adotado pode ser de 0,2 e é encontrada a seguinte fórmula para o 
cálculo do módulo de elasticidade transversal (módulo de cisalhamento): 
𝐺𝐶 = 𝐸𝐶𝑆 2,4⁄ 
onde: 
𝐺𝐶 = 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 
𝐸𝐶𝑆 = 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒 
Para o caso do concreto classe C25, o valor de 25 GPa pode ser adotado para o módulo 
de deformação secante. O módulo de elasticidade transversal fica então com o valor aproximado 
de 10416,67 MPa. 
Conforme a NBR 6118 (2014), “Se a massa específica real não for conhecida, para efeito 
de cálculo, pode-se adotar para o concreto simples o valor 2400 kg/m³ (...)”. Como o Robot 
trabalha com peso específico ao invés de massa específica, esse valor foi convertido para 23,54 
kN/m³. 
Ainda de acordo com a norma, o coeficiente de dilatação térmica adotado foi de 10-5/°C. 
56 
A relação de amortecimento foi desconsiderada, por não haver critério sobre a mesma 
na norma brasileira. A resistência característica adotada foi de 25 MPa e a amostra foi adotada 
como cilíndrica, já que este é o formato dos corpos de prova de concreto. 
Figura 30 – Configurações do concreto C25 adotadas no Robot. 
 
O próximo material configurado foi o aço. Como no caso do concreto, o usuário também 
pode configurar o tipo de aço que quiser, desde que obedeça aos critérios da NBR 7480:2007. 
Para o aço, foi criado um novo tipo: o aço CA-50. Para este, primeiramente, foi adotado 
o módulo de elasticidade igual a 200 GPa. A norma preconiza o valor de 210 GPa para barras, 
porém todas as normas internacionais utilizam o primeiro valor. Por falta de justificativa do uso 
do segundo valor, o valor de 200 GPa foi adotado (ARAÚJO, 2014a). 
A massa específica do aço, de acordo com a NBR 6118, deve ser de 7850 kg/m³, sendo 
convertido para o peso específico de 76,98 kN/m³ no software. 
O coeficiente de expansão térmica também respeita a norma, sendo este adotado com o 
valor de 10-5/°C. 
A resistência característica do aço adotada foi de 500 MPa. A resistência limite do aço 
CA-50 pode ser calculada pela fórmula (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2007): 
𝑓𝑠𝑡 = 1,08 × 𝑓𝑦𝑘 
 
 
57 
onde: 
𝑓𝑠𝑡 = 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑎ç𝑜 
𝑓𝑦𝑘 = 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑎𝑐𝑡𝑒𝑟í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑎ç𝑜 
Logo, pode-se adotar o valor de 540 MPa à resistência limite do aço configurado. 
Os valores do coeficiente de Poisson, módulo de cisalhamento, relação de 
amortecimento e fator de redução de cisalhamento não são preconizados na norma 
brasileira, logo foram adotados os valores padrão do programa. Não se pode esquecer de 
desmarcar a caixa “Aço recozido”. 
Figura 31 – Configurações do aço CA-50 adotadas no Robot. 
 
Com as propriedades dos materiais configuradas, é necessário alterar alguns parâmetros 
cabíveis ao dimensionamento dos elementos. O próximo passo é configurar as bitolas de barras 
de armadura. Para isso, o projetista deve selecionar um banco de dados qualquer de barras de 
armadura para editá-lo em seguida, clicando no botão com a imagem de uma pasta se abrindo. 
Recomenda-se utilizar a norma espanhola EHE como banco de dados, pois esta preconiza 
diâmetros parecidos com os do padrão brasileiro e utiliza as mesmas unidades de medida. A 
figura 32 representa a seleção da norma espanhola e algumas de suas configurações originais 
após aberta. 
 
 
58 
Figura 32 – Seleção de um banco de dados base para configuração das bitolas de 
armadura. 
 
 
Primeiramente, o usuário deve excluir todas as linhas que representem barras que não 
estão listadas na NBR 7480:2007. Porém, é recomendável manter as barras de diâmetro de 6 
mm e de 12 mm – se essas existirem na norma escolhida –, pois estas serão simplesmente 
substituídas respectivamente pelos diâmetros brasileiros de 6,3 mm e 12,5 mm. 
As barras escolhidas para configuração se limitam pelas bitolas compreendidas entre 6,3 
mm a 25 mm, por serem as mais usuais do aço classe CA-50. O quadro 5 suscita a massa linear 
de cada barra a ser empregada no software. 
 
 
59 
Quadro 5 – Massa linear nominal das barras utilizadas na configuração do Robot. 
Diâmetro da barra (mm) Massa linear nominal 
(kg/m) 
6.3 0,245 
8 0,395 
10 0,617 
12.5 0,963 
16 1,578 
20 2,466 
25 3,853 
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2007. 
O projetista pode alterar outras configurações na mesma janela, como as unidades de 
medida, caso as mesmas não estejam de acordo com o padrão brasileiro. Porém, como para este 
exemplo de configuração foi escolhida a norma espanhola, as unidades não foram alteradas. A 
figura 33 apresenta os valores utilizados nessa janela de configuração. 
O campo “MaxLength” se refere ao máximo comprimento possível de uma barra de 
armadura. Basta adotar o comprimento máximo de 12 metros para todas as barras. Deve-se 
tomar muito cuidado para que a unidade de medida para este campo esteja em metros. 
Deve-se adotar o valor da resistência do aço de 500 MPa no campo 
“CharacteristicYieldStress” – como a unidade lida pelo programa neste campo é em Newtons 
por metro quadrado, o valor fica 5.108 N/m². 
Os valores nominais de ganchos podem ser configurados, porém, para este exemplo, 
eles foram ignorados e os valores padrão foram deixados, pois os valores dos ganchos podem 
ser configurados durante o dimensionamento dos elementos. 
 
60 
Figura 33 – Configurações das barras de armadura conforme as normas brasileiras. 
 
Com as configurações atualizadas, deve-se salvá-las num novo arquivo, clicando no 
botão com a imagem de uma página em branco. O arquivo deve ser salvo no diretório 
“C:\ProgramData\Autodesk\Structural\Common Data\2015\Data\Reinf\”, com o prefixo 
“bar_” na frente do nome escolhido. Assim, esse novo banco de dados estará disponível para 
seleção na janela de configuração de barras de armadura. 
As demais configurações em preferências do trabalho podem ser ignoradas. Algumas 
são dispensáveis e outras poderão ser alteradas durante o dimensionamento da estrutura. 
3.2.2 Configuração de lajes 
Para criar uma laje no Robot, deve-se primeiro desenhar um painel horizontalizado. 
Serão aplicados a este painel os parâmetros de uma laje requeridos pelo projetista. 
No layout de Geometria, deve-se selecionar os painéis que se deseja aplicar as 
configurações e clicar no botão na lateral direita de espessura de lajes. O usuário pode então 
escolher um dos modelos de espessura já listados, editar um deles ou criar um novo. O Robot 
nomeia as lajes maciças de homogêneas e lajes com nervuras de ortotrópicas. Para este 
exemplo, foi criada uma espessura constante de 12 cm de uma laje maciça. Não se pode 
esquecer de selecionar o tipo de concreto configurado pelo usuário – neste caso, o C25 foi 
escolhido. 
Após aplicados esses parâmetros, pode-se dar início ao cálculo de armaduras. Basta 
selecionar as lajes que se deseja realizar o cálculo e selecionar a opção de armadura fornecida 
de elementos de concreto armado. Pode-se selecionar uma laje isolada ou lajes contíguas. Neste 
último caso – que foi o escolhido para este exemplo –, a armadura das lajes é calculada em 
conjunto – o que é a escolha mais usual entre projetistas.61 
Figura 34 – Adotando os parâmetros iniciais a lajes de concreto armado. 
 
Figura 35 – Tela inicial do layout de armadura fornecida para lajes. 
 
 
Para iniciar a configuração da armadura das lajes, o usuário deve alternar para o layout 
Laje – armadura necessária (figura 36), para alterar algumas configurações. 
 
62 
Figura 36 – Tela inicial do layout de armadura necessária para lajes. 
 
O projetista deve clicar no botão “Tipo de armadura de placa e casca”, localizado no 
painel de botões à direita. A janela que se abre permite configurar alguns parâmetros da 
armadura. Novamente, pode-se escolher um modelo existente ou criar um novo. Neste caso, foi 
criado um novo modelo utilizando as configurações observadas na figura 37. 
O tipo de cálculo escolhido para lajes pode se dar por flexão simples ou flexão + 
compressão/tensão. O segundo tipo foi escolhido para este exemplo, por abordar um cálculo 
mais completo. 
A direção da armadura principal pode ser definida manualmente, mas recomenda-se 
deixar na opção “Automático”, para que o software adote a direção da armadura principal 
conforme outros parâmetros da laje. 
Os materiais escolhidos devem ser aqueles configurados conforme as normas brasileiras 
pelo usuário – neste caso, para concreto e o aço foram selecionados o C25 e o CA-50, 
respectivamente. 
 
63 
Figura 37– Parâmetros de armadura de laje configurados para o exemplo. 
 
 
A deflexão é a flecha máxima tolerada na laje. O projetista pode estabelecer o valor 
conforme seus critérios, sendo que a NBR 6118 exige que o limite da flecha deve ser igual a 
l/250 – onde l é igual ao comprimento do menor vão da laje – e l/125 para lajes em balanço – 
onde l é igual ao comprimento do balanço. 
64 
As dimensões das barras representam os diâmetros padrão para o dimensionamento das 
armaduras positivas e negativas. Esses valores podem ser alterados posteriormente. 
A cobertura no Robot representa o cobrimento dos elementos estruturais. O valor de 
cobrimento adotado para as lajes para este exemplo foi de 2,5 cm, que é o cobrimento mínimo 
para lajes num ambiente de agressividade classe II, conforme a NBR 6118. As demais 
configurações desta janela não requerem modificação. 
Não se deve esquecer de configurar a combinação de cargas. Como as cargas já haviam 
sido atribuídas e a combinação já havia sido configurada no modelo de Estrutura 3D, essas 
configurações não foram demonstradas novamente neste item do trabalho. Para efetuar esses 
passos, ver item 3.1.4. 
Antes de clicar no botão “Calcular” no layout de armadura necessária de lajes, deve-se 
verificar se a combinação selecionada no campo “Estados limite” é aquela configurada e 
requerida pelo projetista. Essa combinação está apresentada em formato numérico. 
Após efetuar o cálculo no layout atual, deve-se alternar para o layout de Laje – armadura 
fornecida. Neste layout é configurada o restante dos parâmetros de armadura da laje. 
Primeiramente, neste layout, o projetista deve clicar no botão “Opções de cálculo”, 
localizado à direita na tela. Nesta janela, foram selecionadas as barras a serem utilizadas para 
as armaduras das lajes. Há outras configurações disponíveis, como para telas soldadas e 
armaduras para punção, porém estas foram ignoradas. O projetista pode configurá-las conforme 
sua preferência. As barras selecionadas são as compreendidas entre as de diâmetros 6,3 mm e 
12,5 mm, como demonstrado na figura 38. 
O próximo botão é o de parâmetros de andar. Uma configuração interessante aqui é a 
sobre o tempo de resistência ao fogo do elemento estrutural. O projetista pode escolher o tempo 
mínimo de resistência ao fogo de acordo com os requisitos regionais do corpo de bombeiros. 
 
65 
Figura 38 – Barras utilizadas para o dimensionamento de lajes. 
 
O item seguinte é aberto clicando-se no botão de parâmetros de armadura. Na aba 
“Geral”, o usuário deve selecionar o tipo de armadura, como se dá o segmento da mesma e 
algumas dimensões das barras retas. Para o tipo de armadura, para as lajes maciças 
selecionadas, deve-se escolher a opção de barras somente. O segmento de armadura diz respeito 
à continuidade das barras entre lajes contíguas com áreas de aço semelhantes, sendo que a opção 
“Toda a placa” ativa essa continuidade enquanto que a opção “Painel único” limita as barras às 
suas lajes locais. Para este exemplo, a opção “Toda a placa” foi selecionada. Finalmente, pode-
se modificar o comprimento máximo – que deve ficar fixo em 12 metros – e diâmetro mínimo 
das barras. 
A próxima aba desta janela permite algumas configurações opcionais sobre as barras, 
como fixar os diâmetros ou espaçamentos. Por ser uma etapa opcional, esta foi ignorada e as 
configurações padrão foram mantidas. Deve-se lembrar que, conforme a NBR 6118, o diâmetro 
das barras de armadura não devem ultrapassar 1/8 da espessura da laje e o espaçamento máximo 
entre barras armadas em uma só direção deve ser de 33 cm. A NBR 6118 de 2014 também exige 
a utilização de armadura de borda para lajes sem continuidade, logo se recomenda ativar a opção 
de apoios de viga na armadura. 
As configurações de armadura de tela soldada também foram ignoradas, já que a mesma 
não será utilizada em nenhuma das lajes. 
Na aba de armadura estrutural, o usuário pode configurar suas preferências quanto às 
armaduras dispostas em volta de uma abertura na laje, assim como o tamanho mínimo de uma 
abertura para que essa armadura seja aplicada. 
66 
Figura 39 – Configurações de padrão de armadura para lajes durante o 
dimensionamento. 
 
Enfim, a última aba serve ao usuário para configurar os ganchos, caso o mesmo utilize 
ganchos nas armaduras. 
Lembrando que a cada janela de configuração, o projetista pode clicar em “Salvar 
como...” para salvar os parâmetros inseridos. O modelo salvo pode ser aberto novamente para 
que não se precise configurar novamente da mesma maneira. 
Finalmente, o projetista pode clicar no botão de cálculos para que o software gere as 
armaduras de acordo com as configurações editadas. Os resultados podem ser verificados na 
nota de cálculo e nos desenhos gerados. Para visualizar a armadura em três dimensões, é 
necessário alternar para o layout “Laje – armadura”. 
As próximas figuras ilustram os resultados obtidos após a parametrização da 
configuração de lajes conforme a NBR 6118. 
Todas as armaduras – não só de lajes – podem ser exportadas ao software AutoCAD 
Structural Detailing para que possam ser feitas pequenas alterações no detalhamento conforme 
as preferências do projetista ou padronizações utilizadas em seu escritório de trabalho. 
 
67 
Figura 40 – Parte da nota de cálculo gerada pelo Robot no dimensionamento das lajes. 
 
 
Figura 41 – Prancha padrão gerada pelo Robot durante o dimensionamento das lajes. 
 
 
 
68 
Figura 42 – Perspectiva em 3D das armaduras das lajes. 
 
3.2.3 Configuração de vigas 
O Robot trabalha com os elementos considerando que seus cruzamentos se dão nos eixos 
dos mesmos, sendo que o alinhamento de um elemento em relação a outro pode ser modificado 
a qualquer momento. 
O projetista pode lançar os elementos já configurados com a seção que pretende utilizar, 
porém, o ideal é lançar os elementos como se fossem barras simples, sem seção atribuída e 
aplicar as seções após a estrutura estar totalmente lançada. No caso do exemplo, as seções das 
vigas já estavam configuradas pois a estrutura já havia sido lançada anteriormente no modelo 
de Estrutura 3D. As configurações das vigas a serem estudadas podem ser alteradas clicando-
se no botão de “Seções da barra” à direita, como mostra a figura 43. 
Antes de selecionar as vigaspara calculá-las, o projetista pode alterar algumas 
configurações clicando no menu suspenso “Projeto” e em seguida “Armadura necessária de 
vigas/colunas – Opções”. Essas configurações podem ser alteradas e salvas para serem 
aplicadas a outras barras posteriormente. A janela que requer mais opção é a de definição do 
parâmetro de cálculo, que apresenta algumas opções iniciais quanto ao dimensionamento do 
elemento, como mostra a figura 44. Deve-se selecionar os materiais configurados previamente 
e lembrar de atribuir o cobrimento correto perante a classe de agressividade utilizada para o 
cálculo. 
 
69 
 Figura 43 – Configuração da seção das vigas selecionadas. 
 
Figura 44 – Definição do parâmetro de cálculo de vigas. 
 
 
Com as configurações acima aplicadas às vigas que se pretende calcular, pode-se 
selecionar as vigas e escolher a opção de armadura fornecida para elementos de concreto 
armado. 
A primeira opção fornecida ao projetista é de quais cargas o mesmo quer que as vigas 
suportem. A combinação criada anteriormente foi a escolhida para este exemplo, como mostra 
a figura 45. Na mesma janela, o usuário pode também selecionar as barras que suportam as 
vigas. 
 
70 
Figura 45 – Seleção das cargas para cálculo das vigas. 
 
O usuário pode então começar as configurações do layout atual. O primeiro botão de 
configuração disponível à direita é o de armadura típica. A janela que abre permite 
configurações importantes quanto à disposição das armaduras nas vigas. A primeira aba 
disponível é a de estribos, a qual permite ao usuário a definir um diâmetro específico ao estribo, 
configurar seu layout, número de ramos, material, ganchos e cobrimento, além de o projetista 
poder prever barras intermediárias na seção transversal da viga. 
A aba seguinte dessa janela, sobre distribuição de estribos, permite que se faça 
alterações na disposição das barras transversais, como espaçamento e concentração de estribos 
próximos dos apoios. A próxima aba serve para definir os parâmetros de seções e disposição 
das barras longitudinais. Deve-se lembrar que o Robot calculará a armadura e, caso as 
configurações não passem na análise estrutural, haverá erros no dimensionamento e as 
armaduras mínimas deverão ser adotadas. 
As abas de barras adicionais vêm no programa, por padrão, sem configuração. Porém, é 
importante frisar que a NBR 6118 exige armadura negativa de borda e armadura negativa para 
vigas engastadas nos apoios. Para este exemplo, foram adicionadas barras de 6,3 mm para 
armadura negativa de borda para as duas vigas nas extremidade com comprimento de 15% do 
valor do comprimento dos seus respectivos vãos com ganchos de 10 cm e, para as barras de 
71 
armadura negativa sobre os apoios centrais, foi aplicado um comprimento teórico de 25% do 
valor do comprimento dos vãos, atendendo à norma brasileira. 
A última aba desta janela se refere à configuração de transpasse de barras em caso de 
descontinuidade das mesmas. Se o projetista ativar esta opção, as barras longitudinais das vigas 
irão cessar seu comprimento ao se encontrar com um apoio. 
Figura 46 – Configuração dos parâmetros de armadura típica de vigas. 
 
 
A seguir, o projetista pode inserir o valor do coeficiente ξ na janela de parâmetros de 
andar. Porém, essa etapa foi ignorada. 
Na continuação da configuração da norma brasileira para as vigas deste exemplo, foi 
aberta a janela de opções de cálculo. Primeiramente, aqui, foi fixado novamente o valor do 
cobrimento da viga de 2,5 cm para todas as direções. Após isso, o projetista pode otimizar a 
utilização da seção do elemento, de forma que possa permitir que o programa altere as 
dimensões da viga se necessário. Os valores de flechas máximas também podem ser inseridos 
nesta primeira aba, podendo ser expressos como relação com o vão da viga e/ou como valores 
absolutos. Deve-se lembrar que o deslocamento limite preconizado pela NBR 6118 para vigas 
após a construção de paredes é de l/500, onde l é o comprimento do vão da viga. Nas próximas 
abas desta janela, o projetista deve configurar os materiais e disponibilizar as barras que o 
mesmo tem preferência para aplicação. 
72 
Figura 47 – Opões de cálculo de vigas. 
 
 
A próxima etapa é configurar o padrão de armadura das vigas. A aba “Geral” dispõe de 
algumas opções iniciais, como a questão da continuidade da barra novamente. Se o usuário 
selecionar a opção “Vão único”, cada viga limitará o comprimento de suas barras. Se a opção 
“Viga completa” for selecionada, as barras transcendem os apoios entre os vãos 
Alguns itens opcionais podem ser verificados pelo projetista ainda nesta aba, como o 
diâmetro mínimo selecionado para a armadura principal. O espaçamento entre barras pode ser 
definido de acordo com a tensão na barra, conforme a NBR 6118. 
As demais abas também possuem itens opcionais que dizem respeito às armaduras. São 
itens opcionais pois suas variações dependem das preferências do projetista. Por exemplo, há 
configurações que dizem respeito a armadura de montagem e a armadura de retração, como 
demonstrado na figura 48. 
 
 
 
73 
Figura 48 – Configurações de padrão de armadura de vigas. 
 
 
O projetista pode ainda redimensionar a viga no momento em que quiser, mesmo 
estando no layout de armaduras de elementos de concreto armado. Pode-se, ainda, configurar 
aberturas na viga, caso necessário. 
Feitas as configurações cabíveis, os cálculos podem ser efetuados e os dados conferidos. 
 
74 
Figura 49 – Parte da nota de cálculo da viga estudada. 
 
Figura 50 – Parte da prancha padrão do Robot para o detalhamento da viga estudada. 
 
Figura 51 – Perspectiva 3D da armadura calculada para a viga estudada. 
 
 
75 
3.2.4 Configuração de pilares 
Assim como o caso das vigas, o pilar a ser dimensionado deve ser primeiramente 
selecionado e sua seção deve ser imposta. Deve-se lembrar que a área mínima para seção de 
pilares é de 360 cm² e cada uma de suas dimensões não podem ser menores que 19 cm, 
conforme a NBR 6118 de 2014. Uma de suas dimensões pode ser de um valor entre 14 cm e 19 
cm, caso o projetista majore os esforços solicitantes. 
A opção de parâmetros de cálculo pode ser configurada. Porém, como esses parâmetros 
são atribuíveis tanto a vigas quanto a colunas, esta etapa foi ignorada, pois tal configuração foi 
realizada no item anterior deste trabalho. Logo, o projetista deve selecionar a opção de armadura 
fornecida para prosseguir. 
Como visto anteriormente, a primeira opção com a qual o usuário se depara nesse layout 
é em relação à combinação de cargas. Como com as vigas, a combinação configurada foi a 
selecionada. 
Após a combinação de cargas ter sido selecionada, o usuário deve configurar a armadura 
típica de colunas. Aqui, o projetista pode selecionar o diâmetro típico a ser utilizado para a 
armadura principal e estribos, seus materiais, ganchos, número de barras e sua disposição e 
esperas para pilares superiores. É recomendável ao menos configurar o cobrimento – neste caso, 
foi atribuído o cobrimento de 3 cm, por se tratar de um pilar num ambiente de agressividade 
classe II – e ganchos para estabilizar as barras centrais do pilar, caso as mesmas existam. 
Figura 52 – Configurações de armadura típica de pilares. 
 
 
 
76 
As próximas configurações se dão clicando-se no botão de opções de cálculo. 
Novamente, o projetista deve se certificar de que os materiais estão corretamente selecionados 
e o de que o cobrimento está devidamente fixado. As bitolas de barras disponíveis também 
podem ser selecionadas. Demais configurações nesta janela são opcionais. 
A seguir, deve-se configurar os itensna janela de padrão de armadura. Esta é a última 
janela de configuração utilizada para este exemplo. Aqui, o projetista deve inserir os valores 
faltantes para a disposição das armaduras nos pilares. Alguns desses valores são opcionais. É 
importante inserir o valor de espaçamento entre barras longitudinais, pois a NBR 6118 
preconiza que o espaçamento entre faces de barras deve ser igual ou superior ao valor do 
diâmetro da maior barra ou igual ou superior a 20 mm. Como o Robot recebe os valores de 
espaçamento entre eixos de barra em metros, é concebível atribuir o valor de 0,04 m, 
considerando que a maior barra não ultrapassará 20 mm de diâmetro. 
As dimensões do pilar podem ser alteradas a qualquer momento. As cargas aplicadas no 
pilar e configurações de flambagem também podem ser verificadas pelo projetista. 
Feitas as últimas configurações, o pilar pode ser calculado. 
Figura 53 – Configurações de armadura típica de pilares. 
 
 
 
 
77 
Figura 54 – Configurações de padrão de armadura de pilares. 
 
 
Figura 55 – Parte da nota de cálculo do pilar estudado. 
 
 
 
78 
Figura 56 – Prancha padrão do Robot para o pilar estudado. 
 
Figura 57 – Perspectiva 3D do pilar estudado. 
 
3.3 INTEGRANDO O ROBOT COM O REVIT 
A integração entre os dois softwares se dá em uma via de dois sentidos, ou seja, é 
possível importar estruturas do Robot no Revit, para que outras disciplinas de projeto sejam 
aplicadas sobre elas, assim como é possível analisar uma estrutura lançada num projeto 
arquitetônico no Revit após integrar esse projeto no Robot. Esta segunda opção é a mais cabível 
quando se fala no conceito da plataforma BIM. Afinal, teoricamente é trabalho do arquiteto 
lançar a estrutura no projeto arquitetônico para que o engenheiro calculista faça o projeto 
estrutural, nesta ordem. 
Para demonstrar essa integração neste trabalho, foi criado um pórtico simples no Revit 
para que este fosse analisado no Robot. O pórtico no Revit pode ser verificado na figura 58. 
 
79 
Figura 58 – Perspectiva 3D do pórtico criado no Revit. 
 
Na aba de análise do Revit, é possível checar algumas opções de análise estrutural. É 
ainda possível lançar cargas no Revit – para que as mesmas sejam aproveitadas ao analisar a 
estrutura no Robot. É interessante que, antes de transportar a estrutura ao Robot, o usuário 
configure algumas combinações simples de cargas no próprio Revit. Para isso, é necessário 
clicar no botão de casos de carga – ou “Load Cases”, caso o programa esteja configurado em 
inglês. 
Na janela que se abre, deve-se ajustar os casos de carga que se pretende manter no 
projeto. Para este exemplo simples, foi mantido somente o caso de carga “DL1”, que representa 
o peso próprio da estrutura, como visto na figura 59. É necessário que o peso específico do 
concreto armado tenha sido configurado corretamente pelo usuário que lançou a estrutura. 
Após os casos serem configurados, os mesmos podem ser atribuídos a combinações de 
carga. Como para este exemplo somente o caso de peso próprio está sendo utilizado, a 
combinação configurada apenas tem a função de definir o seu tipo de uso e o estado limite. Para 
este caso, foi escolhido o estado limite último (ELU), como visto na figura 60. 
 
80 
Figura 59 – Configuração de casos de carga no Revit. 
 
Figura 60 – Configuração de combinações de casos de carga no Revit. 
 
Feitas as configurações instruídas acima, o usuário deve clicar no botão de link com o 
Robot Structural Analysis, encontrado na aba de análise no Revit, como visto na figura 61. 
Nas opções exibidas, é importante que o usuário certifique-se de que a opção de enviar 
está marcada, que a integração se dará diretamente, que o caso que atribuí o peso próprio da 
estrutura esteja devidamente selecionado e que a transferência de projetos de armadura serão 
transferidos juntamente à estrutura. Estas configurações estão representadas na figura 62. 
 
81 
Figura 61 – Botão de link do Revit com o Robot. 
 
Figura 62 – Configurações de envio de estrutura do Revit ao Robot. 
 
Com as configurações confirmadas, o Revit executará a tarefa de exportação ao Robot. 
O tempo de espera para esta exportação varia conforme a complexidade da estrutura. 
Após o processo de exportação ter sido concluído, o modelo estrutural do Revit pode 
ser verificado no Robot. Como este último trabalha com um sistema de nós e eixos, a estrutura 
não fica correta visualmente, como visto na figura 63. Porém, não existe continuidade a este 
problema após a estrutura ser transportada ao Revit novamente. 
 
82 
Figura 63 – Pórtico importado no Robot. 
 
A primeira fase da integração está concluída – a estrutura foi completamente 
transfigurada para os padrões do Robot. Aqui, o usuário pode atribuir as características 
estruturais que cabem ao dimensionamento da estrutura. Assim como pode também 
redimensionar as seções das peças durante o processo. Porém, é recomendável que as seções 
sejam somente alteradas para definir quais as dimensões mínimas a peça deve ter para que, no 
Revit, esses valores sejam alterados. 
Após a estrutura ser corretamente analisada – conforme as instruções verificadas nos 
itens 3.1 e 3.2 deste trabalho – e devidamente modificada se necessário, o projetista deve 
atualizar a estrutura no Revit conforme alterações feitas no Robot. Para isso, deve-se voltar ao 
Revit e novamente clicar no botão de link com o Robot. As mesmas configurações observadas 
anteriormente devem ser utilizadas, com exceção de que, desta vez, deve-se marcar a opção de 
atualizar o modelo e resultados, como visto na figura 64. 
Novamente, há um tempo de espera para a atualização do modelo estrutural que varia 
conforme a complexidade da estrutura e dos resultados obtidos no Robot. 
 
83 
Figura 64 – Configurações de atualização de estrutura no Revit conforme análise do 
Robot. 
 
Após o processo de atualização ter sido realizado, a integração foi concluída com 
sucesso. As armaduras calculadas no Robot foram transferidas para o Revit, estão dispostas 
conforme dimensionado e fazem parte do conjunto de elementos do Revit, podendo ser 
facilmente levantadas em estudos quantitativos. Algumas alterações nas armaduras podem ser 
feitas manualmente no Revit. Podem ser visualizadas habilitando a visualização do modelo 
analítico no Revit, conforme visto na figura 65. 
Figura 65 – Modelo atualizado no Revit. 
 
3.4 COMPARANDO CUSTOS DE AQUISIÇÃO 
A aquisição e manutenção constante de computadores e softwares para usufruir da 
tecnologia para calcular, analisar, dimensionar e detalhar estruturas geralmente é o item que 
mais demanda custos a um escritório de projetos. Não há dúvidas que softwares de cálculo 
84 
estrutural são os mais caros dentro do ramo da engenharia no Brasil. Assim, é necessário realizar 
um estudo de custos de acordo com as necessidades do escritório. 
Por exemplo, o projetista de escritório deve levar em conta a aquisição de um software 
da tecnologia BIM se o mesmo pretende que tal plataforma seja aplicada nos projetos. Além 
disso, é necessário que os demais softwares utilizados sejam compatíveis com essa tecnologia. 
Como este trabalho tem como um de seus objetivos demonstrar a integração entre o 
Robot e o Revit – um software de cálculo estrutural e um de edição de modelos em BIM, 
respectivamente –, o quadro 6 abaixo compara os custos de aquisição do Robot com os dos 
principais softwares de cálculo estrutural utilizados atualmente no Brasil que são compatíveis 
com a plataforma BIM. Os custos demonstrados foram obtidos através de cotações realizadas 
pelo autor deste trabalho no ano de 2014. As versões dos

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