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Aula TGPRO

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Unidade 4 –
Introdução 
A ação é a porta de entrada para o Estado jurisdição, para o judiciário. Portanto, a ação provoca a jurisdição, que vai se concretizar mediante o processo. A ação provoca o próprio Estado.
O autor pede ao Estado jurisdição uma tutela jurisdicional que componha o litígio. O Estado, para responder ao pedido do autor, tem de formular o processo. O processo é o meio pelo qual o Estado juiz dá uma resposta ao autor, que foi pedida por via da ação. A partir da ação é que se inicia toda a movimentação da máquina estatal da jurisdição.
A ação é a porta de entrada para o Estado.
	Por envolver a própria atuação do Estado, tem-se no seu conceito concepções não apenas jurídicas, mas políticas.
Doutrinas
A partir do século XIX, tem-se a formulação de várias doutrinas de ação, por conta do envolvimento com a política; direito não é uma ciência exata, evolvendo concepções de natureza humana.
Doutrina civilista ou concepção privatista da ação = concepção romanística da ação = concepção clássica da ação = teoria imanentista da ação
Essa doutrina surge em Roma, no antigo processo romano do período formulário. Atribuída a Celso.
Segundo Celso, a ação é o direito de reclamar em juízo aquilo que nos é devido. direito material
É o direito material que diz se tal bem da vida é ou não devido ao autor, pois se o bem da vida não for devido ao autor, não há ação, porque ação é algo inerente ao que lhe é devido.
A ação estava contida no direito material.
“Teoria do caroço do abacate”
A ação não existia por ela mesma, não tinha vida própria. Estava contida no direito material, levando os juristas a estudar o termo ação sempre dentro do direito material.	
Savigny – “Ação não tem vida própria, é um mero capítulo na vida do direito privado, mais propriamente na vida do direito civil.”
	Perdura por séculos (séc. II a XVIII).
	A partir de Savigny se passou a dizer que a ação era o próprio direito subjetivo material a reagir contra a sua ameaça ou violação.
	Nesse contexto, se dizia que como a ação era um mero capítulo do direito privado e é o direito material a reagir contra sua ameaça ou violação, dizia-se que a ação segue a natureza do direito, resultando-se três consequências:
Não existe direito sem ação.
Não existe ação sem direito.
A ação segue a natureza do direito (se o direito é público, a ação é pública; se é privado, a ação é privada).
1855: Polêmica Müther-Windscheid: Na Prússia, Müther escreve um artigo acerca da actio romana. 
Nesse artigo, questiona essa visão que vinha desde Celso e que dava ensejo a essa teoria romanista da ação, colocando em dúvida a circunstância de a ação está dentro do direito material, principalmente nos casos em que o juiz decidia que não havia direito material.
	Diante desse artigo, Windscheid escreve outro artigo respondendo as dúvidas de Müther e dizendo que estas não tinham nenhum sentido naquele contexto porque desde Savigny ficava bastante claro que a ação era o próprio direito material reagindo contra a sua ameaça ou violação.
	Diante desse artigo de Windscheid, Müther escreve um novo artigo reafirmando as suas dúvidas sobre a actio e ainda trazendo novos argumentos que reforçavam a sua percepção de que a ação poderia não estar contida no direito material, podendo, eventualmente, ter vida própria. Apesar disso, Müther não afirma categoricamente que a ação esteja fora do direito material. Windscheid, dizendo que sem um direito material a ser protegido, não tem sentido a ação.
	Reconstrução científica do processo intenção de se estudar efetivamente o tema “ação”.
Teoria do Direito concreto à tutela
Surge com Adolf Wach, na obra clássica chamada “Da pretensão da mera declaração”, considerada a primeira que surge para demonstrar que a ação não está contida no direito material. Segundo essa teoria, na ação, tem-se um direito concreto à tutela.
Nesta obra, Adof Wach diz que a ação não serve apenas para defender um direito que está ameaçado ou violado. Ou seja, a ação não visa apenas a buscar a condenação de alguém. A ação também serve para se obter uma certeza jurídica, ou seja, a ação não é apenas um instrumento para se buscar a condenação de alguém a algo, mas também serve para declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica.
Se a ação serve para se declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica, ela serve também para verificar a própria existência ou inexistência de um direito. Nova ideia em relação a ação.
Qual é a consequência da sentença do juiz que declara que uma relação jurídica não existe?
Caso se declare que não há relação jurídica, não há direito material.
Se a ação está contida no direito material, ela não pode negar o próprio direito material.
A partir da teoria de Adolf Wach, a ação é um direito próprio, desvinculado do direito material. É a primeira a considerar que a ação não está contida no direito material. “A ação é um direito do autor oponível contra o Estado e contra o adversário na lide”. É um direito à tutela jurisdicional do Estado.
“Efeito sanfona de Adolf Wach” – a ação é autônoma em relação ao direito material, mas subordinada ao direito material, de modo que a ação só vai existir no caso concreto, se a sentença entender que o autor tem direito na sua postulação; caso contrário, não há ação, há uma pretensão infundada.
Na improcedência do pedido do autor, há também um processo, e não há processo sem ação.
Só pode-se falar que a ação existe ou não através de dois requisitos:
Formal: pressupostos processuais devem se fazer presentes.
Condições: pressupostos materiais.
Se presentes ambos, conclui-se que o autor tem ação e razão.

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