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Direito Tributário

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Direito tributário – é o ramo do direito público que rege as relações entre o Estado e os particulares, relativos à instituição, fiscalização e arrecadação de tributos.
Características – Ramo do Direito Público; Rege as relações jurídicas entre o Estado e os particulares; concerne as receitas derivadas do tributo; concerne apenas as receitas de caráter compulsório.
Os dois aspectos principais do direito tributário, no que tange ao seu objeto – Regular o poder fiscal do estado estabelecendo os princípios e as normas, disciplinadoras do poder fiscal do Estado; Regular as relações com as pessoas a ele sujeitas;
Direito tributário quanto ao seu conteúdo: não se refere simplesmente aos tributos, mas regula também os meios e os processos de atuação do fisco, bem como o ordenamento administrativo para concretização do cumprimento da obrigação tributária.
Espécies de Tributo: (Teoria Pentapartite) – Impostos; Taxas; Contribuições de melhoria; Empréstimos Compulsórios e Contribuições Parafiscais ou Especiais.
Taxas: é o fato gerador do exercício regular do poder de polícia ou utilização, efetiva ou potencial de serviço público especifico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Características: as taxas são tributos vinculados, isto é, pagam-se taxas em contrapartida à utilização efetiva ou potencial de um serviço público; O dinheiro arrecadado com a taxa se destina à manutenção do serviço que lhe deu origem; as taxas têm destinação específica; as taxas não poderão ser graduadas de acordo com o capital das empresas.
O art. 77, CTN, dispõe que as taxas são cobradas pela União, Estado, DF e Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, ou seja, o ente federativo só vai cobrar taxa sobre serviço público que esteja no âmbito de suas atribuições. Ex.: A coleta de lixo é prestada pela prefeitura, logo o município é quem pode cobrar a taxa relacionada a esse serviço.
Fato Gerador – para que seja cobrada taxa, o serviço público tem que ser específico e divisível. Se a taxa correspondente ao serviço não for paga, este para de ser prestado. 
Existem dois tipos de taxas: as taxas sobre serviços e as taxas sobre o exercício regular de polícia. Existem serviços que não são sujeitos a taxas, é o caso dos serviços gerais que são prestados a toda coletividade. Ex.: SAMU que é um serviço posto à disposição de toda comunidade indiscriminadamente, ex.: serviços de saúde, segurança. Logo, os serviços gerais não são cobrados por taxas, diferente dos serviços específicos e divisíveis que são suscetíveis de utilização individualizada, nesse caso se gera taxa. As de Serviço são: Serviços Gerais – Oferecidos a toda a comunidade indiscriminadamente; Serviços Específicos e Divisíveis – como são sujeitos a utilização individual, autoriza a cobrança de taxa. Taxas sobre o exercício regular do poder de polícia (art. 78, CTN) – Toda vez que a Adm. Pública vier a limitar ou disciplinar direito, interesse ou liberdade. 
- Vier regular a pratica do ato ou a abstenção de fato em razão de interesse público.
- Concernente à segurança, à higiene, à disciplina da produção e do mercado.
- Ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público.
- À tranquilidade pública ou ao respeito a propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
- A Adm. Pública estará atuando com o exercício regular do poder de polícia.
Tipos de Taxas – Serviços Privados: são remunerados por preço público ou tarifa, só recebendo os serviços que pagam. Obs.: O preço público ou tarifa se converterá em taxa se a lei tornar obrigatório o seu pagamento.
Taxa de Serviço – Serviços específicos e divisíveis: são remunerados por taxa. Todos recebem o serviço em alguns casos, inclusive os que pagam e os que não pagam. Taxa de Polícia: São arrecadados em função do Poder de Polícia. Ex.: Licença, Alvará, Autorização e etc...
Tributo: é toda prestação (obrigação) pecuniária (em dinheiro), compulsória (Obrigatória), em moeda (moeda nacional), ou cujo valor nela se possa exprimir (doação em pagamento, dar algo para pagar o tributo que não seja dinheiro), (leilão para móvel e hasta pública para imóvel), que não constitua sanção de ato ilícito (pois seria penalidade), instituída em lei (princípio da legalidade), e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (Ato administrativo vinculado à lei, reprodução da lei). 
- O tributo é um direito e uma obrigação do cidadão.
- O tributo só pode ser instituído por lei – art. 150, I, CRFB/88.
Art. 4º, CTN
Art. 5º, CTN – Espécies de tributos: O STF adotou a teoria da pentapartite que diz que os tributos são cinco: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais. Esses dois últimos foram instituídos pelos Arts. 148 e 149, CRFB/88.
Contribuição de Melhoria: art. 81, CTN – Tem competência para instituir as contribuições de melhoria todos os entes federativos no âmbito de suas respectivas atribuições. 
Fato Gerador da Competência de Melhoria – é a valorização imobiliária em decorrência de uma obra pública. As contribuições de melhoria são instituídas para que aqueles que tiverem valorização imobiliária arquem com parte das despesas da obra pública de que decorreu a valorização. A contribuição de melhoria é paga junto com o IPTU. A contribuição de melhoria não pode ultrapassar o limite total da despesa realizada e deve obedecer ainda ao limite individual que é o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Limites – Limite Total: Valor da obra (despesas realizadas); Limite Individual: é o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
- Para instituir a contribuição de melhoria deve-se observar os requisitos do art. 82, CTN, que são: I – Publicação prévia de: a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do custo da obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser paga.
Obs.1: É um tributo de competência comum, qualquer ente tributante pode instituir e cobrar a contribuição de melhoria.
Obs.2: É um tributo arrecadado dos proprietários de imóveis valorizados de obras públicas.
Obs.3: É um tributo eventual.
Obs.4: São tributos vinculados, paga-se contribuição de melhoria em contrapartida a valorização imobiliária em decorrência de obra pública.
Obs.5: Nada impede que seja exigida ao mesmo tempo por mais de um ente federativo no caso de obra pública realizada em comum.
Diferença entre Taxa e Contribuição de Melhoria: a diferença está no momento da cobrança – a taxa é cobrada antes da realização do serviço; A contribuição de melhoria é cobrada depois da valorização do imóvel.
* Se não houver valorização imobiliária, a contribuição de melhoria não pode ser cobrada.
Exemplos de obras que poderão ensejar a cobrança de contribuição de melhoria: Abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias públicas. Construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e viadutos. Construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido, inclusive todas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema. Serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de suprimento de gás. Proteção contra secas, inundações, erosão, ressacas e de saneamento e drenagem em geral. Construção de estradas de ferro, aeródromos e aeroportos.
Observações finais: a) inclui-se no custo da obra as despesas de estudos, projetos, fiscalização, desapropriações, administração, execução e financiamento.
b) O proprietário do imóvel terá o prazo de 30 dias a contar da publicação do edital para impugnar qualquer dos elementos constantes do edital (art. 82, II, CTN)
Responde pelo pagamento da contribuição de melhoria o proprietário do imóvel ao tempo do seu lançamento e esta responsabilidade se transmite aos adquirentes e sucessores a qualquer título do domínio do imóvel.
A dívida fiscaloriunda de contribuição de melhoria terá preferência sobre outras dívidas fiscais quanto ao imóvel beneficiado.
Impostos – Conceito: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal especifica, relativa ao contribuinte. 
Classificação dos Impostos: A) quanto à alíquota – * Fixas: há uma quantidade certa de dinheiro não importando o valor da matéria tributada. * Proporcionais: são fixados em percentual constante adere o valor da matéria tributada. * Progressiva: São fixadas em percentual variável conforme o valor da matéria tributada. B) quanto a possibilidade de repercussão - * Diretos: são suportados em definitivos pelo contribuinte obrigado por lei ao seu pagamento. * Indiretos: os que podem ser, ou são, transferidos por aquele contribuinte, obrigado por lei ao seu pagamento, para outra pessoa que, por sua vez as transferirá ou os suportará em definitivo. C) quanto ao critério de lançamento - * Reais: são lançados em função do valor da matéria. (IPTU). * Pessoais: são lançados em função do valor da matéria, mas atendendo a condições pessoais do contribuinte. (IPVA).
Observações: * Simples transferência de recursos; * É conhecido o Rol dos impostos; * Tributos não vinculados; * Sem destinação específica; * Competência privativa; * Princípio da capacidade contributiva.
O art. 153, CRFB/88, fala do rol de impostos que são de competência da União, sendo eles: 
II – Importação; IE – exportação; IR – de renda; IPI – produto industrializado; IOF – operação financeira; ITR – território rural; IGF – grandes fortunas.
O art. 155, CRFB/88, traz o rol de impostos que podem ser instituídos pelo Estado e DF, são eles: ITCMD – transmissão causa mortis e doação; ICMS – sobre circulação de mercadorias e serviços; IPVA – sobre a propriedade de veículos automotores.
E o art. 156, CRFB/88, traz o rol de impostos que são instituídos pelos Municípios: IPTU – propriedade predial e territorial urbano; ITBI – transmissão de bens imóveis; ISS – sobre serviço.
Acontecendo o fato gerador do imposto, naturalmente terá que pagar imposto, art. 114,CTN.
- O fato gerador principal - é a obrigação de pagar.
- As obrigações de fazer ou não fazer são acessórias.
O simples fato da não observância da obrigação acessória, faz dela principal com relação a penalidade (art. 113, §3º).
§1º Obrigação principal – pagamento de tributo ou penalidade, e extingue com o pagamento.
§2º Obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou de fiscalização dos tributos.
Imposto: é a simples transferência do patrimônio do particular para o Estado.
- O imposto é caracterizado por não haver contraprestação estatal art. 16, CTN.
- O imposto é um tributo não vinculado, pois ele não é utilizado para um serviço específico.
- O imposto não tem destinação específica, pois é instituído em prol de toda coletividade.
Empréstimo Compulsório – é um tributo vinculado, ou seja, só pode ser cobrado quando houver algum dos seus fatos geradores. É um tributo com destinação específica, ou seja, vinculado a despesa que fundamentou sua instituição, art. 148, § único, CRFB/88, deve ser destinado a atender o fato gerador. Só pode ser instituído pela União por meio de Lei Complementar.
Somente a União; Lei complementar; Fatos Geradores: *Guerra externa ou sua iminência, *calamidade pública – não obedece ao princípio da anterioridade. Na iminência de guerra quando o país ordena o retorno do seu corpo diplomático, ou seja, quer dizer que acabou a conversa. *Necessidade de investimento de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Inconstitucionalidade que pode ser observada no artigo 15 do CTN. – é que no art. 148, CRFB/88, ao tratar sobre a matéria empréstimo compulsório, não recepcionou o inciso III do art. 15 do CTN, ou seja, “conjuntura que exija absorção temporária de poder aquisitivo”, tornando tal inciso inconstitucional. 
Princípio da anterioridade – nesse caso deve ser obedecido o disposto no art. 150, III, b, que traz o princípio da anterioridade. Segundo o qual tal (tributo só poderá ser cobrado no exercício financeiro seguinte ao que foi instituído), ou seja, no ano seguinte, pois o exercício financeiro no dia 1º de janeiro e termina dia 31 de dezembro, daí que somente poderá ser cobrado a partir do dia 1º de janeiro do ano seguinte ao que foi criado o tributo.
* Somente a União pode instituir empréstimos compulsórios pois ela representa a soberania e só ela pode declarar guerra e celebrar a paz.
* Essa instituição só pode se dar por meio de Lei complementar conforme a constituição.
* Nos casos de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência não se obedece ao princípio da anterioridade (art. 150, §1º, CRFB/88) 
Possibilidade de cobrança de 2 tributos no caso de Guerra ou sua iminência. (Empréstimo Compulsório e Impostos Externos)
Obs.: * Tributo Vinculado; * Destinação específica; * Somente a União
No caso de guerra serão cobrados os impostos normais, a União pode cobrar mais dois tributos: os impostos de guerra, onde é dobrado os impostos que já existem, e os empréstimos compulsórios, que são instituídos por LC indicando sobre quais produtos ele será cobrado.
Os impostos extraordinários estão previstos no art. 154, II, CRFB/88, que possibilita a União cobrar impostos que não são de sua competência em caso de guerra ou sua iminência, que serão suprimidas gradativamente, o prazo para essa supressão está previsto no art. 76, CTN, que diz que é de no máximo 5 anos, contados da celebração de paz.
Natureza Jurídica Específica dos Tributos: Imposto; Taxa; Contribuição de Melhoria; Empréstimos Compulsórios e Contribuições Parafiscais ou especiais.
Natureza Jurídica do Tributo: Fiscal; Extrafiscal; Parafiscal
Fiscal: é o termo que designa a característica de determinado tributo quando a sua imposição tem como função principal arrecadar recursos financeiros para os cofres públicos, é o chamado tributo arrecadador.
Extrafiscais: é o termo que designa característica de um determinado produto quando sua função não é apenas, no que tange a sua imposição, arrecadar recursos financeiros aos cofres públicos. Mas, também, corrigir situações econômicas ou sociais anômalas, sendo o chamado tributo regulador.
Existem casos em que a função principal do tributo não é arrecadar recursos, mas sim corrigir uma situação econômica anômala, é o caso do imposto de importação (II) e exportação (IE).
O II, IE, IPI e IOF são impostos de repercussão econômica, sendo exemplos típicos de tributos extrafiscais.
Parafiscais: é o termo que designa a característica de determinados tributos (contribuições parafiscais) que ora são verdadeiros impostos, ora taxas, e as vezes um misto dessas duas categorias, mas, como são tributos somente a análise do fato gerador poderá determinar a sua natureza jurídica específica, ou seja, se si trata de um imposto ou de uma taxa, ou até mesmo se é um misto dessas duas categorias Ex.: INSS para o trabalhador/funcionário é taxa e para o empregador é imposto (pois ele não recebe nada em troca), já o funcionário recebe em troca um serviço público específico e divisível, logo depende do fato gerador.
Contribuições Parafiscais ou Especiais – Art. 149, CRFB/88
Conceito: São contribuições sociais, contribuições de intervenção no domínio econômico e contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, que a União exclusivamente poderá instituir, como, instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos artigos, 146, III e 150, I e III, e sem prejuízo, no previsto, no artigo 195, §6º, relativamente as contribuições a que alude o dispositivo.
Modalidades: A) Contribuições Sociais: ela não obedece ao princípio da anterioridade, art. 195, §6º, CRFB/88; Obedecem a noventa (90 dias após a publicação da lei) para serem exigidas; São exemplos de contribuição: PIS/PASEP/FGTS/INSS
A seguridade social é financiada por toda asociedade, logo, quem paga são os empresários e os próprios aposentados, vide art. 195, CRFB/88.
B) De Intervenção no domínio econômico.
C) De Interesse das categorias profissionais ou econômicas. 
A CRFB/88 cria o tributo e atribui a competência, ou seja, ela dar origem, faz existir o tributo, logo, estão equivocados em dizer que a CRFB/88 não cria tributo, pois por ex.: quando ela fala no art. 153 que compete a União instituir impostos sobre determinadas coisas, a CRFB/88 está criando tributos que serão instituídos pela União. 
Criar (dar origem) é diferente de instituir (dar começo) – um exemplo disso é o IGF que foi criado pela CRFB/88, mas não foi instituído pela União.
Prova da OAB: a CRFB/88 não cria tributo, atribui competência – é a L.C.F. (CTN) estabelece normas gerais dos tributos, mas é a L.O. (Federal, Estadual, Distrital, Municipal) que vem efetivamente instituir o tributo.
Capacidade é diferente de Competência
Competência Tributária está prevista no art. 6º, CTN, e diz que a atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena. 
Competência Tributária é igual a Competência Legislativa Plena, isso porque quem vota a lei é o Poder Legislativo. 
Conceito: é o poder indelegável que é conferido pela CRFB/88, aos entes políticos para instituir tributos, sendo essa uma incumbência legislativa. 
A competência tributária é igual a competência legislativa plena, sendo indelegável nos termos do art. 7º, CTN, pois cabe cada ente federativo a sua instituição de tributos.
Segundo o art. 7º, CTN, a competência tributária é a soma da competência legislativa plena mais as atribuições de arrecadar e fiscalizar. Enquanto a Competência Legislativa Plena é indelegável, as atribuições de arrecadar e fiscalizar é delegável.
A delegação dessas atribuições é feita por meio da capacidade tributária ativa.
* Capacidade Tributária Ativa é o poder delegável de cobrar tributos que foram instituídos, sendo essa atribuição para cobrar, fiscalizar, exigir passível de ser transferida pelo ente que instituiu o tributo para qualquer outra pessoa jurídica de direito público, sendo assim uma incumbência executiva.
 * Cometimento – art. 7º, §3º, CTN – É a transferência somente da capacidade de arrecadar de um ente público para um ente privado.

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