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aVALIAÇÃO PROFILAXIA 2018

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AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO, 
NOTIFICAÇÃO E QUIMIOPROFILAXIA 
Prof.Msc. Maiana Ferraz
Contextualização
Alteração da Lei Lei nº 8.080/1990 – Publicação da Lei n° 12.401 -28 de abril
de 2011, dispõe sobre a assistência terapêutica e a incorporação de
tecnologias em saúde no âmbito do SUS.
Essa lei define que o Ministério da Saúde tem assessorado pela Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC, como
atribuições a incorporação, exclusão ou alteração de novos medicamentos,
produtos e procedimentos, bem como a constituição ou alteração de
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-
Exposição de Risco à Infecção pelo HIV IST e Hepatites virais
EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO
 É a exposição a sangue, fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen,
secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural e amniótico), fluidos
orgânicos potencialmente não-infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e saliva),
exceto se contaminado com sangue.
 As exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados
são um sério risco aos profissionais em seus locais de trabalho
 A exposição aos riscos biológicos ocorre também nos serviços de esgotos, na
coleta e industrialização de lixo urbano, nos cemitérios, nos serviços veterinários,
nos matadouros, nos frigoríficos e na manipulação de carnes e alimentos “in
natura”, dentre outros.
TIPOS DE EXPOSIÇÃO
 Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos
perfurantes e cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias);
 Exposições em mucosas – p.ex. quando há respingos na face
envolvendo olho, nariz, boca ou genitália;
 Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com
dermatite ou feridas abertas;
 Mordeduras humanas – consideradas como exposição de risco quando
envolverem a presença de sangue, devendo ser avaliadas tanto para o
indivíduo que provocou a lesão quanto àquele que tenha sido exposto
Risco de aquisição de infecções após exposição a 
materiais biológicos
 HIV:
Risco de soroconversão:
 exposição percutânea - 0,3% 
 exposição de pele e mucosas - menor que 0,09%
 HEPATITE B:
Risco de transmissão de 1 a 37%
 HEPATITE C:
Risco de transmissão de 0 a 7%
Fatores de risco para exposição a materiais 
biológicos
 Setores de risco
 Unidades de terapia 
intensiva
 Serviços de urgência
 Procedimentos de risco
 Procedimentos invasivos
 Cirurgias de grande porte
 Profissional X Risco
 Susceptível à infecção
 Fonte de infecção
Medidas de Biossegurança
 Profilaxia pré-exposição
 Precauções na assistência
 Profilaxia pós-exposição
Precauções na assistência
 Precauções Padrão
 Assistência a todos os 
pacientes
 Não relacionadas ao 
diagnóstico do 
paciente
 Lavagem das mãos: 
Antes e após contato 
com qualquer paciente 
ou qualquer material 
biológico
Precauções na assistência
 Precauções Padrão
 Uso de luvas:
Risco de contato com 
sangue, secreções 
mucosas ou pele não 
integra
 Uso de capotes, 
máscaras, gorros e 
óculos para realização 
de procedimentos
Prevenção de acidentes com materiais pérfuro -
cortantes
 Máxima atenção durante 
realização de 
procedimentos
 Nunca reencapar agulhas
 Desprezar corretamente os 
materiais após o uso
Condutas após-exposição ocupacional a 
materiais biológicos
 Cuidados locais imediatos
 Exames do paciente – fonte e do acidentado
 Medidas de quimioprofilaxia:
HIV, Hepatites, Sífilis
 Acompanhamento sorológico: 
HIV , Hepatites, Sífilis
Cuidados locais imediatos após exposição a 
materiais biológicos
 Pele
Lavar com água e sabão durante 5 minutos, secar e 
aplicar álcool a 70%
 Mucosas
Lavar abundantemente com água ou soro fisiológico 
durante 5 minutos
 Lesão pérfuro-cortante
Deixar sangrar alguns segundos
Lavar com água e sabão por 5 minutos
COMO AGIR?
1- ACOLHIMENTO
O acolhimento à pessoa exposta deve ocorrer em local adequado, em que 
seja garantido o direito à privacidade, sem julgamentos morais, com 
acesso às populações chave e prioritárias. A avaliação inicial deve incluir 
perguntas objetivas, que abordem prática sexual, uso de drogas lícitas e 
ilícitas, troca de dinheiro por sexo, situação de violência, entre outras
Quanto aos acidentes com material biológico, caso estes sejam 
ocupacionais, devem-se identificar atitudes de risco para desenvolver 
planos e assim, aumentar a proteção da pessoa(excesso de carga de 
trabalho, disponibilidade e o uso de equipamento de proteção individual 
(EPI))
COMO AGIR?
 É relevante considerar que, para casos de violência sexual, a Lei nº
12.845/2013 dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de
pessoas em situação de violência sexual, evitando-se assim
encaminhamentos e transferências desnecessários.
 A intervenção necessita ter um caráter ágil, que não consista em um
entrave à realização do serviço demandado. Deve ser resolutiva no seu
caráter informativo e focada na demanda trazida pela pessoa em
atendimento
PROFILAXIA DO HIV
PROFILAXIA DO HIV
Tempo transcorrido entre a exposição e o
atendimento
 As situações de exposição ao HIV constituem
atendimento de URGÊNCIA, em função da
necessidade de início precoce da profilaxia para maior
eficácia da intervenção.
 Não há benefício da profilaxia com ARV após 72 horas
da exposição
Quimioprofilaxia após exposição
ocupacional ao HIV
• Início:
precoce - até 2 horas
• Duração relacionada ao paciente fonte:
HIV negativo
 Suspender medicação
HIV positivo
 4 semanas
Fonte com estado viral desconhecido e de risco
 4 semanas
Redução 
soroconversão em 
80%
Esquema antirretroviral para PEP
 Quando recomendada a PEP, independentemente do tipo de exposição 
ou do material biológico envolvido, o esquema antirretroviral preferencial 
indicado deve ser
 Crianças adolescentes e gestantes- protocolo diferenciado
ADESÃO AO PEP
 A pessoa exposta deve ser orientada quanto aos objetivos da PEP, de
modo a observar rigorosamente as doses, os intervalos de uso e a
duração da profilaxia antirretroviral.
 Algumas estratégias de acompanhamento e adesão podem incluir os
seguintes métodos alternativos: mensagens pelo celular, uso de
aplicativos, alarmes, diários, porta-pílulas, tabelas, mapas de doses e
ligações telefônicas.
 Recomenda-se a dispensação do esquema completo de PEP (28 dias),
uma vez que essa estratégia tem um impacto positivo na adesão.
 Infelizmente altos números de abandono do tratamento
(IRVINE et al., 2015).
SINAIS E SINTOMAS HIV
PROFILAXIA DAS INFECÇÕES SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS
 Recomenda-se a investigação de sinais/sintomas de IST em todas as 
pessoas com exposição sexual de risco
 O rastreio das IST é fundamental para o controle da epidemia de sífilis, 
já que o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno das pessoas 
infectadas e de suas parcerias sexuais contribuem para interromper a 
cadeia de transmissão (STAMM, 2016)
PROFILAXIA DAS INFECÇÕES SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS
 Orientar todas as pessoas expostas sexualmente sobre as medidas de
prevenção do HPV.
 O HPV é transmitido preferencialmente por via sexual, sendo responsável
por verrugas na região anogenital e até em áreas extragenitais como
conjuntivas e mucosa nasal, oral e laríngea, além de estar relacionado ao
câncer de colo de útero ,colo retal ,pênis, vulva e vagina (GAO; SMITH,
2016, SMALL et al., 2017).
PROFILAXIA DAS HEPATITES VIRAIS
HEPATITE A
 O principal mecanismo de transmissao do virus da hepatiteA
(HAV) e o fecal-oral. A transmissao sexual desse virus é
infrequente.
 No entanto, recentemente, diversos casos de transmissao
sexual do virus da hepatite A foram confirmados em varios
paises da Europa. A maioria dos casos parece ocorrer entre
homens que fazem sexo com outros homens, embora essa
forma de transmissao tambem tenha sido observada entre
mulheres
PROFILAXIA DAS HEPATITES VIRAIS
HEPATITE B
 A hepatite B é uma infecção de transmissão parenteral, sexual e
vertical.
 A transmissão desse vírus pode ocorrer por solução de
continuidade (pele e mucosas), via parenteral
(compartilhamento de agulhas, seringas, material de manicure e
pedicure, lâminas de barbear e depilar, tatuagens, piercings,
procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às
normas de biossegurança, entre outros) e relação sexual
desprotegida -> principal mecanismo de transmissão dessa
infecção no Brasil.
PROFILAXIA DAS HEPATITES VIRAIS
HEPATITE B
 A prevenção dessa infecção ocorre por meio da vacinação 
 (completar esquema)
 Em acidentes -> Utilização de IGHAHB
 A imunizacao para a hepatite B e o uso de IGHAHB tambem 
estao indicados na gestacao, em qualquer idade gestacional.
PROFILAXIA DAS HEPATITES VIRAIS
HEPATITE C
 Apesar de o risco de transmissão do HCV estar mais relacionado
às exposições percutâneas, a transmissão sexual desse vírus é
possível, principalmente em se tratando de práticas sexuais
traumáticas, presença de doença ulcerativa genital e proctites
relacionadas a IST.
 Grupos específicos, como as PVHIV têm risco acrescido de
contágio pela via sexual
 O tratamento da hepatite viral C aguda tem resultados de cura
excelentes.
PROFILAXIA DAS HEPATITES VIRAIS
HEPATITE C
 A unica forma de reduzir o risco de transmissao e a prevencao
do acidente.
 As orientacoes para prevencao das hepatites virais devem ser
compartilhadas com os contatos domiciliares e parceiros sexuais
da pessoa.
 A prevencao requer atitudes e praticas seguras – como o uso
adequado do preservativo e o nao compartilhamento de
instrumentos perfurocortantes e objetos de higiene pessoal,
como escovas de dente, alicates de unha, laminas de barbear ou
depilar
Desafios na abordagem à exposição 
ocupacional a Material Biológico
 Reconhecer a importância dos acidentes com 
exposição a fluidos biológicos
 Reduzir subnotificação dos acidentes
 Desburocratizar atendimento
 Racionalizar profilaxia
 Realizar trabalhos em prevenção
 Descarte adequado de materias pérfuro-
cortantes
 Programas de prevenção
 Estabelecimento de parcerias
Quando o médico fica sabendo que o paciente está com Aids, ele é
obrigado informar às Autoridades Públicas sobre isso através de
notificação.
Essa informação é importante para que o paciente tenha seus
medicamentos e para que a Autoridade da Saúde saiba quantas pessoas
vivendo com HIV/Aids existem.
A omissão da notificação da doença é crime, previsto no Código Penal,
artigo 269.
Tal notificação serve apenas para a autoridade pública e para
preenchimento de atestado de óbito.
GOMEZ e CHALUB, 2007
NOTIFICAÇÃO DA DOENÇA – QUEBRA DE SIGILO
PROFISSIONAL
Se o paciente foi contaminado, por acidente de
trabalho, transfusão de sangue, utilização de sêmem
ou transplante de órgãos, tem direito à indenização
compensatória prevista no artigo 186 do código civil.
GOMEZ e CHALUB, 2007
CONTAMINAÇÃO
Conduta pós-acidente
Orientações e aconselhamento ao acidentado
 Com relação ao risco do acidente
 Possível uso de quimioprofilaxia
 Consentimento para realização de exames sorológicos
 Comprometer o acidentado com seu acompanhamento
 Prevenção da transmissão secundária
 Suporte emocional devido estresse pós-acidente
 Reforçar a prática de biossegurança e precauções básicas em
serviço
Ministério da Saúde. Exposição a material biológico; 2017.
Conduta pós-acidente
Notificação do acidente
 Registro do acidente em
CAT (Comunicação de
Acidente de Trabalho)
 Notificar CCIH ou setor
responsável:iniciar conduta
em até 72h após o acidente
 Preenchimento da ficha de
notificação do Sinan
“ Para melhor ou para pior, minha vida tomou um novo rumo no dia em 
que uma agulha contaminada perfurou minha mão. Estou contando 
minha história em nome de todas as enfermeiras que enfrentam esse 
risco diariamente, e minha mensagem é essa: isso não precisa 
acontecer.”
Lynda Arnold 
“ My Nedlestick” 
set. 97

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