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Exposição a materiais biológicos e Biossegurança

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Doenças Regionais 
Problema 5 - fechamento 2 
Daniela R. Fonseca – XXVII 
 
Objetivo I : Conceituar biossegurança com foco no trabalho dos profissionais de saúde. 
 
Biossegurança para Profissionais de Saúde 
• A biossegurança pode ser definida como um conjunto de medidas que busca minimizar os riscos inerentes a 
uma determinada atividade. 
• No que diz respeito aos profissionais de saúde, a biossegurança se preocupa com as instalações 
laboratoriais, as boas práticas em laboratório, os agentes biológicos aos quais o profissional está exposto e 
até mesmo a qualificação da equipe de trabalho. 
• As ações de biossegurança em saúde são primordiais para a promoção e manutenção do bem-estar e 
proteção à vida uma vez que os profissionais da saúde estão constantemente expostos aos mais diversos 
riscos em seus locais de trabalho. 
• O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho onde se promova a contenção do 
risco de exposição a agentes potencialmente nocivos ao trabalhador, pacientes e meio ambiente, de modo 
que este risco seja minimizado ou eliminado. 
• Os métodos utilizados para se obter esta contenção representam as bases da biossegurança e são ditos 
primários ou secundários. 
 
→ Contenção primária: 
• A proteção do trabalhador e do ambiente de trabalho contra a exposição a agentes infecciosos, é obtida 
através das práticas microbiológicas seguras e pelo uso adequado dos equipamentos de segurança. 
• O uso de vacinas, como a vacina contra a hepatite B, incrementa a segurança do trabalhador e faz parte das 
estratégias de contenção primária. 
 
→ Contenção secundária: 
• Compreende a proteção do ambiente externo contra a contaminação proveniente do laboratório e/ou 
setores que manipulam agentes nocivos. 
• Esta forma de contenção é alcançada tanto pela adequada estrutura física do local como também pelas 
rotinas de trabalho, tais como descarte de resíduos sólidos, limpeza e desinfecção de artigos e áreas, etc. 
 
Riscos em laboratórios de saúde 
• Nos laboratórios de saúde, além dos riscos comuns a outras atividades ocupacionais, estamos expostos a 
riscos específicos relativos às atividades que envolvem agentes biológicos e substâncias químicas. 
• Os riscos ocupacionais são classificados em cinco grupos principais: 
▪ Riscos físicos: estão relacionados à exposição a ruídos, vibrações, pressões atmosféricas anormais, 
temperaturas extremas e radiações, tais como a luz ultravioleta; 
▪ Riscos ergonômicos e/ou psicossociais: estão relacionados a elementos físicos e organizacionais que 
interferem no conforto da atividade laboral e nas características psicofisiológicas do trabalhador. 
- Posto de trabalho com mobiliário, equipamentos e dispositivos inadequados; 
- Ambiente físico contendo caminhos obstruídos, corredores estreitos, ventilação e iluminação 
inadequadas; 
- Atividades que envolvem esforços repetitivos; 
▪ Riscos químicos: estão relacionados à exposição a substâncias, compostos ou produtos que podem 
penetrar no organismo por via respiratória, pela pele ou por ingestão. 
▪ Riscos de acidentes: estão relacionados a atividades que envolvem o uso de materiais de vidro e outros 
objetos perfurocortantes, de materiais ou equipamentos que geram calor ou chamas. 
▪ Riscos biológicos: estão associados ao manuseio ou contato com materiais biológicos. Os agentes 
biológicos são classificados de acordo com o risco que apresentam. 
 
Objetivo II: Analisar os riscos de contaminação por material biológico diante de cada exposição. 
Riscos de Contaminação por Material Biológico 
• A avaliação de risco de agentes biológicos considera critérios que permitem o reconhecimento, a 
identificação e a probabilidade do dano decorrente destes, estabelecendo a sua classificação em classes 
distintas de acordo com a gravidade dos danos. Alguns critérios são : 
- Natureza do agente biológico: Se ele é um vírus, bactéria, fungo etc. 
- Virulência : Capacidade patogênica de um agente biológico, medida pelo seu poder de aderir, invadir, 
multiplicar e disseminar em determinados sítios de infecção e tecidos do hospedeiro. 
- Modo de transmissão; 
- Origem do agente : Deve ser considerada a origem do hospedeiro do agente biológico (humano ou animal), 
como também a localização geográfica (áreas endêmicas) e o vetor. 
- Estabilidade: Capacidade de manutenção do potencial infeccioso de um agente biológico no meio ambiente 
- Disponibilidade de medidas eficazes de profilaxia e tratamento. 
- Dose infectante: Número mínimo de agentes biológicos necessários para causar doença. 
• De acordo com o documento Classificação de Risco dos Agentes Biológicos, do Ministério da Saúde, os 
agentes biológicos são distribuídos em quatro classes de risco: 
 
1. Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): 
• Inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais adultos sadios. 
Exemplo: Lactobacillus sp. e Bacillus subtilis. P 
 
2. Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): 
• Inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de 
propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem 
medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. 
- Exemplo: Schistosoma mansoni,Vírus da Rubéola., Vírus da Hepatite B e C 
 
3. Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): 
• Inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão, principalmente por via respiratória e 
que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente 
medidas de tratamento e/ou de prevenção. 
• Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a 
pessoa. 
- Exemplo: Bacillus anthracis e Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). 
 
4. Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): 
• Inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão 
desconhecida. 
• Até o momento não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por 
estes. 
• Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na 
comunidade e no meio ambiente. 
- Esta classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola e Vírus da Variola. 
 
• Inicialmente é interessante saber os tipos de exposições que podem trazer riscos de transmissão do HIV e 
dos vírus das hepatites B e C, para que posteriormente, consigamos classificar a gravidade dessa possível 
exposição. 
• As exposições que podem trazer riscos de transmissão ocupacional são definidas como: 
→ Exposições percutâneas: Lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (Ex:Agulhas, bisturi, 
vidrarias); 
- Mais comum 
- 0,3% para o HIV 
- 4 a 10% para o vírus da hepatite c 
- Até 30 a 40% para o vírus da hepatite b. 
→ Exposições em mucosas :.ex. quando há respingos na face envolvendo olho, nariz, boca ou genitália; 
→ Exposições cutâneas (pele não-íntegra): ex. contato com pele com dermatite ou feridas abertas; 
→ Mordeduras humanas: Consideradas como exposição de risco quando envolverem a presença de sangue, 
devendo ser avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto àquele que tenha sido exposto. 
 
a) Risco de transmissão do vírus HIV 
- Risco de transmissão do HIV em acidentes percutâneos: 0,3% 
- Risco de transmissão após exposições em mucosas: 0,09 % 
- O risco após exposições envolvendo pele não-íntegra: inferior ao risco das exposições em mucosas. 
 
• Materiais biológicos e risco de transmissão do HIV: 
→ Sangue, sêmen e secreções vaginais: São considerados materiais biológicos envolvidos na transmissão do 
HIV. 
- Porem o sêmen e as secreções vaginais estão mais relacionados à transmissão sexual, e raramente estão 
envolvidos ao risco ocupacional→ Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor e líquido articular: São fluidos 
e secreções corporais potencialmente infectantes, mas são considerados como de baixo risco para 
transmissão viral ocupacional. 
→ Suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva (exceto em ambientes odontológicos): Sem 
risco de transmissão ocupacional. 
- Nestes casos, as profilaxias e o acompanhamento clínico-laboratorial não são necessários. 
- A presença de sangue nestes líquidos torna-os materiais infectantes. 
OBS: Qualquer contato sem barreira de proteção com material concentrado de vírus deve ser considerado uma 
exposição ocupacional que requer avaliação e acompanhamento. 
 
b) Risco de transmissão do vírus da Hepatite B 
• O sangue é o material biológico que tem os maiores títulos de HBV e é o principal responsável pela 
transmissão do vírus nos serviços de saúde. 
• O HBV também é encontrado em vários outros materiais biológicos, incluindo leite materno, líquido biliar, 
líquor, fezes, secreções nasofaríngeas, saliva, suor e líquido articular, mas não são bons meios de 
transmissão. 
• O risco de transmissão está relacionado, principalmente ao grau de exposição ao sangue no ambiente de 
trabalho e também à presença ou não do antígeno HBeAg no paciente-fonte. 
→ Casos de contaminação ocupacional pelo HIV podem ser caracterizados como comprovados ou 
prováveis. 
• Casos comprovados de contaminação por acidente de trabalho são aqueles em que há evidência 
documentada de soroconversão e sua demonstração temporal associada a exposição ao vírus. 
- No momento do acidente, os profissionais apresentam sorologia não reativa, e durante o 
acompanhamento se evidencia sorologia reativa. 
• Casos prováveis de contaminação são aqueles em que a relação causal entre a exposição e a 
infecção não pode ser estabelecida porque a sorologia do profissional acidentado não foi obtida no 
momento do acidente. Não foi possível a documentação temporal da soroconversão. 
• As exposições percutâneas são uma das formas de transmissão mais eficientes, mas são responsáveis por 
uma minoria dos casos de acidentes ocupacionais de hepatite B entre profissionais de saúde. 
• Em exposições percutâneas envolvendo sangue sabidamente infectado pelo HBV e com a presença de 
HBeAg (reflete uma alta taxa de replicação viral/uma maior quantidade de vírus circulante), o risco de 
hepatite clínica e soroconversão varia entre 22 a 31%. 
- Quando o paciente-fonte apresenta somente a presença de HBsAg (HBeAg negativo), o risco de hepatite 
clínica varia de 1 a 6%. 
• O HBV pode sobreviver em superfícies por períodos de até 1 semana. 
- Portanto, infecções pelo HBV em profissionais de saúde, sem história de exposição não ocupacional ou 
acidente percutâneo ocupacional, podem ser resultado de contato, direto ou indireto, com sangue ou outros 
materiais biológicos em áreas de pele não-íntegra, queimaduras ou em mucosas. 
• A possibilidade de transmissão do HBV a partir do contato com superfícies contaminadas também já foi 
demonstrada em investigações de surtos de hepatite B, entre pacientes e profissionais de unidades de 
hemodiálise. 
 
c) Risco de transmissão do vírus da Hepatite C 
• O vírus da hepatite C (HCV) só é transmitido de forma eficiente através do sangue. 
• A incidência média de soroconversão, após exposição percutânea com sangue sabidamente infectado pelo 
HCV é de 1.8% 
• O risco de transmissão em exposições a outros materiais biológicos que não o sangue é muito baixo. 
• A transmissão do HCV a partir de exposições em mucosas é extremamente rara. 
- Nenhum caso de contaminação envolvendo pele não-íntegra foi publicado na literatura. 
 
Objetivo IV: Descrever a prevenção de acidentes por material biológico. 
Prevenção de Acidentes por Material Biológico 
• A prevenção da exposição a materiais biológicos é a principal medida para evitar a contaminação. 
• Para isso, devemos adotar as chamadas “precauções padrão”, que são normatizações que visam reduzir a 
exposição aos materiais biológicos. 
• Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação de artigos médico-hospitalares e na assistência a todos 
os pacientes, independente do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa (HIV/aids, hepatites 
B e C). 
 
→ Entre as precauções tem-se : 
- Uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de proteção ou protetores faciais) em 
procedimentos que envolvem o contato mucocutâneo com sangue ou outros materiais biológicos. 
- Precauções na manipulação de agulhas ou outros materiais cortantes, para prevenir exposições 
percutâneas; 
- Cuidados de desinfecção e esterilização na reutilização de instrumentos usados em procedimentos 
invasivos. 
 
 Com base nas precauções padrão, o profissional de saúde deve: 
- Lavar as mãos com água e sabão antes e após o atendimento de cada paciente. 
- Quando em contato com sangue e secreções, as mãos deverão ser lavadas imediatamente; 
- Usar luvas sempre que houver possibilidade de contato com sangue e outras excreções, com mucosas ou com 
áreas de pele não íntegra. O uso de luvas não substitui a lavagem de mãos; 
- Usar óculos protetores em procedimentos em que sangue ou fluidos corpóreos possam atingir a mucosa ocular do 
profissional; 
- Usar máscaras em procedimentos em que as mucosas nasal e oral entrem em contato com sangue ou secreções. As 
máscaras devem ser trocadas regularmente após o uso; 
- Usar capotes ou aventais em procedimentos em que exista possibilidade de respingos de sangue e outros fluidos 
corpóreos ou contato com superfícies contaminadas; 
- Usar botas impermeáveis em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. 
 
 Entre as recomendações específicas que devem ser seguidas, durante a realização de procedimentos que 
envolvam a manipulação de material perfurocortante, destacam-se a importância de: 
- Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos; 
- Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais 
perfurocortantes; 
- As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos; 
- Não utilizar agulhas para fixar papéis; 
- Todo material perfurocortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo que estéril, deve 
ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com tampa; 
- Os coletores específicos para descarte de material perfurocortante não devem ser preenchidos acima do limite de 
2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento. 
 
→ A frequência de exposições a sangue pode ser reduzida, em mais de 50%, quando houver o cumprimento 
das normas de Precauções Básicas, porem outras intervenções também devem ser enfatizadas para prevenir 
o contato com sangue e outros materiais: 
• Ações de educação continuada. 
• Utilização de métodos alternativos e de tecnologia em dispositivos e materiais médico-hospitalares. 
EX: A possibilidade de substituição de materiais de vidro por plásticos; a substituição dos bisturis por 
eletrocautérios. 
• Disponibilidade de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual). 
 
Objetivo V: Definir os materiais de proteção. 
Materiais de Proteção 
• Os equipamentos de proteção sao todos os objetos cuja função évprevenir ou limitar o contato entre o 
operador e o material infectante. 
• Porém, é fundamental que o funcionário tenha consciência de que os equipamentos de proteção não 
substituem a prática das técnicas microbiológicas seguras. Entre elas, estão o conhecimento preciso do 
funcionamento e o uso correto e apropriado destes equipamentos de proteção. 
• O uso de determinados EPI está condicionado a conscientização e à adesão do funcionário às normas de 
biossegurança, uma vez que o funcionário deve “vesti-los”. 
 
→ Luvas: Devem ser usadas em todos os procedimentoscom exposição a sangue, hemoderivados e fluidos 
orgânicos. 
- Devem ser utilizadas luvas de látex descartáveis estéreis (luvas cirúrgicas) ou não estéreis (luvas de 
procedimento). 
→ Aventais: Seu uso deve ser obrigatório e restrito aos laboratórios. Os aventais de tecido devem ser SEMPRE 
de mangas compridas, comprimento pelo menos até a altura dos joelhos e devem ser usados abotoados. 
Previne a contaminação das roupas, protegendo a pele da exposição a sangue e fluidos corpóreos, 
derramamentos de material infectado. 
→ Visores ou óculos: Devem ser usados em todos os procedimentos com risco de impacto ou de espirrar 
sangue, hemoderivados, fluidos orgânicos ou produtos químicos. 
→ Mascaras: As máscaras de proteção são equipamentos de proteção das vias aéreas (nariz e boca), 
confeccionados em tecido ou fibra sintética descartável, utilizadas em situações de risco de formação de 
aerossóis e salpicos de material potencialmente contaminado. 
→ Toucas ou gorros: Dependendo da atividade desenvolvida, devem ser utilizadas toucas para proteger os 
cabelos de contaminação (aerossóis e respingos de líquidos) ou evitar que os cabelos contaminem uma área 
estéril. 
→ Protetores Auriculares: Estão indicados em setores onde a medição de ruído mostra índices insalubres para 
os funcionários. É recomendável que sejam usados durante o funcionamento do sonicador 
 
Objetivo III: Avaliar e definir o risco da pré-exposiçao por HIV e hepatites 
Objetivo VI: Analisar a conduta frente a exposição ao HIV e hepatites ( fluxograma ) – Conduta imediata, 
acompanhamento etc. 
Conduta frente a Exposição a Materiais Biológicos 
• Em caso de exposição percutânea ou contato com pele: lavar o local exaustivamente com água e sabão (ou 
antisséptico degermante-PVC1 ou clorexidina); 
• Em caso de exposição de mucosas (olhos, boca, etc.): lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica a 
0,9%. 
• NUNCA utilizar soluções irritantes como éter, hipoclorito e glutaraldeído, e evitar manipulação excessiva da 
área exposta. 
 
Acolhimento 
• O acolhimento à pessoa exposta deve ocorrer em local adequado, em que seja garantido o direito à 
privacidade, sem julgamentos morais. 
• A avaliação inicial deve incluir perguntas objetivas, que abordem prática sexual, uso de drogas lícitas e 
ilícitas, situação de violência, entre outras. 
• Quanto aos acidentes com material biológico, caso estes sejam ocupacionais, devem-se identificar atitudes 
de risco para desenvolver planos e assim, aumentar a proteção da pessoa, indagando sobre o excesso de 
carga de trabalho, a disponibilidade e o uso de equipamento de proteção individual (EPI) e de instrumentos 
perfurocortantes com dispositivos de segurança. 
 
Prevenção Combinada 
• O termo “Prevenção Combinada” remete à conjugação de diferentes ações de prevenção às IST, ao HIV e às 
hepatites virais e seus fatores associados. 
• Assim, sua definição está relacionada à combinação das três intervenções: biomédica, comportamental e 
estrutural. 
• O símbolo da prevenção combinada é uma mandala que representa a combinação e a ideia de movimento 
das diferentes estratégias de prevenção, sendo a PEP uma delas. 
• Essa combinação de ações deve ser centrada nas pessoas, em seus grupos sociais. 
 
Pré – Exposição 
• A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) consiste no uso de antirretrovirais (ARV) para reduzir o risco de 
adquirir a infecção pelo HIV. 
• Essa estratégia se mostrou eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção. 
• Com o objetivo de reduzir a transmissão do HIV e contribuir para o alcance das metas relacionadas ao fim da 
epidemia, a PrEP se insere como uma estratégia adicional de prevenção disponível no SUS. 
• A PrEP é altamente eficaz quando utilizada corretamente. A correlação linear entre níveis de adesão e 
eficácia foi demonstrada em ensaios clínicos envolvendo diferentes segmentos populacionais. 
 
Populações e contextos sob risco aumentado para aquisição do HIV 
• Determinados segmentos populacionais, devido a vulnerabilidades específicas, estão sob maior risco de se 
infectar pelo HIV, em diferentes contextos sociais e tipos de epidemia. 
• Essas populações, por estarem sob maior risco, devem ser alvo prioritário para o uso de PrEP. 
 
 
Consulta inicial de triagem 
 
• Candidatos à PrEP, que estiverem dentro das populações e critérios para indicação, poderão iniciar a 
profilaxia mediante testagem negativa para HIV e aguardar os resultados dos demais exames de triagem 
1. Gerenciamento de risco : 
- A partir do conhecimento das alternativas de prevenção, deve-se conversar com o indivíduo sobre a 
possibilidade de realizar o gerenciamento de risco, conforme suas práticas sexuais. 
- Práticas sexuais; tipo e frequência das parcerias sexuais; histórico de saúde sexual e reprodutiva; e 
contextos de vulnerabilidade e de exposições ao HIV. 
 
2. Avaliação do entendimento e motivação para início da PrEP: 
- Pessoa candidata ao uso da PrEP deve compreender no que consiste essa estratégia, de forma a avaliar sua 
motivação em iniciar o uso da PrEP. 
- Deve-se explicar às pessoas que a PrEP é um método seguro e eficaz na prevenção do HIV, com raros 
eventos adversos. 
- Convém reforçar que a efetividade dessa estratégia está diretamente relacionado ao grau de adesão à 
profilaxia. 
- No entanto, deve-se enfatizar que o uso de PrEP não previne as demais IST ou hepatites virais, sendo 
necessário, portanto, orientar a pessoa sobre o uso de preservativos. 
- O medicamento não precisa ser prescrito na primeira consulta, cabendo ao profissional avaliar a motivação 
do usuário em aderir ou não à PrEP. Por outro lado, entre aqueles(as) que demonstram claramente sua 
vontade de iniciar a profilaxia e apresentam práticas de alto risco para o HIV indica-se que a PrEP é 
significativamente mais protetora quanto menor o tempo de espera do(a) usuário. 
 
3. Avaliaçao de indicação de profilaxia pos- exposição: 
- A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é uma das estratégias de prevenção do HIV. Uma vez identificado que a 
pessoa potencialmente se expôs ao HIV dentro das últimas 72 horas, deve-se recomendar o início imediato 
da PEP. 
 
4. Testagem para HIV: 
- Para a indicação do uso de PrEP, deve-se excluir o diagnóstico prévio da infecção pelo HIV, uma vez que a 
introdução da PrEP em quem já está infectado pode ocasionar a seleção de cepas resistentes. 
5. Testagem e tratamento das IST’S: 
- Indivíduos elegíveis para PrEP apresentam maior risco para a aquisição de IST, uma vez que estas 
compartilham com o HIV as mesmas vias de transmissão. 
- Testagem para sífilis, clamídia e gonococo. 
6. Testagem para hepatites virais 
7. Avaliação da função renal e hepática : Dada a potencial toxicidade renal de TDF, a PrEP não está indicada 
para indivíduos com ClCr (Clearence de creatinina) 60 mL/min. 
8. Avaliação do histórico de fraturas patológicas. 
 
Consulta de avaliação dos exames e prescrição de PrEP 
• As pessoas candidatas à PrEP devem ser reavaliadas em até duas semanas para verificação de resultados de 
exames solicitados na consulta inicial e prescrição da PrEP para 30 dias. 
 
Antirretrovirais 
• Indica-se para a PrEP a combinação de tenofovir associado a entricitabina, em dose fixa combinada TDF/FTC 
300/200mg , um comprimido por dia, via oral, em uso contínuo. 
 
 
 
Pós Exposição 
• O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma urgência. 
• O profissional de saúde acidentado deverá ser informado que: 
- O conhecimento sobre a eficácia da PEP é limitado 
- Não há evidência de efeito benéfico adicional com a utilização da combinação de anti-retrovirais, mas a sua 
recomendação baseia-se na possibilidade de maior potência anti-retroviral e cobertura contra vírus 
resistentes. 
- Deve-se esclarecer a pessoa exposta sobre a menor toxicidade do novo esquema ARV de PEP. 
- A eficácia da profilaxia não é de 100%. Existem casos documentados detransmissão mesmo com uso 
adequado da profilaxia. 
- É direito do profissional se recusar a realizar a quimioprofilaxia ou outros procedimentos necessários pós-
exposição (coleta de exames sorológicos e laboratoriais). Porém, deverá assinar um documento (prontuário) 
onde esteja claramente explicitado que todas as informações foram fornecidas sobre os riscos da exposição 
e os riscos e benefícios da conduta indicada. 
 
• Quando indicada, a PEP deve ser iniciada o mais precocemente possível, tendo como limite as 72 horas 
subsequentes à exposição. 
• A duração da quimioprofilaxia é de 28 dias. 
 
Indicação da PEP 
• A indicação ou não de PEP requer a avaliação do risco da exposição, o que inclui: 
1. O tipo de material biológico é de risco para transmissão do HIV? 
2. O tipo de exposição é de risco para transmissão do HIV? 
3. O tempo transcorrido entre a exposição e o atendimento é menor que 72 horas? 
4. A pessoa exposta é não reagente para o HIV no momento do atendimento? 
 
 
 TODAS AS RESPOSTAS FORAM SIM 
 
 PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO PEP ESTÁ INDICADA 
*Status sorológico da pessoa-fonte, quando conhecido, contribui para avaliação de PEP 
 
1. Tipo de Material biológico 
 
 
2. Tipo de Exposiçao 
→ Exposição com risco de transmissão: 
• Percutânea – lesões provocadas por instrumentos 
• Membranas mucosas –Exemplos: exposição sexual desprotegida; respingos em olhos, nariz e boca; 
• Cutâneas envolvendo pele não íntegra – Exemplos: presença de dermatites ou feridas abertas; 
• Mordeduras com presença de sangue – Nesses casos, os riscos devem ser avaliados tanto para a pessoa que 
sofreu a lesão quanto para aquela que a provocou. 
 
→ Exposição sem risco de transmissão: 
• Cutâneas, quando a pele exposta se encontra íntegra; Mordedura sem a presença de sangue. 
 
3. Tempo entre a Exposiçao e o Atendimento: 
• As situações de exposição ao HIV constituem atendimento de urgência, em função da necessidade de início 
precoce da profilaxia para maior eficácia da intervenção. 
• Não há benefício da profilaxia com ARV após 72 horas da exposição. 
- Atendimento após 72 da exposição → PROFILAXIA ARV NÃO É MAIS INDICADA. 
• Entretanto, se o material e o tipo de exposição forem de risco, recomenda-se acompanhamento sorológico, 
além das orientações de prevenção combinada: 
- Verificar se há indicação de PrEP (Indivíduos com indicação momentânea de PEP podem ser futuros 
candidatos à PrEP). 
- Orientar vacinação contra HBV e HPV; 
- Diagnosticar e tratar IST e hepatites virais, quando presentes; 
- Orientar sobre sexo seguro (uso de preservativos masculino e feminino e gel lubrificante); 
- Orientar sobre redução de danos. 
 
 
A presença de sangue nessas 
secreções torna esses materiais 
potencialmente infectantes, caso em 
que o uso de PEP pode ser indicado. 
4. Status Sorológico da Pessoa infectada 
• A indicação ou não de PEP tambem irá depender do status sorológico para HIV da pessoa exposta. 
• Avaliado por meio do Teste rapido em situações de risco. 
 
➔ Fazer teste rápido: 
 
→ Se Reagente : Realizar 2° teste → Reagente → = Diagnostico de 
HIV. 
- A infecção pelo HIV ocorreu antes da exposição que motivou o 
atendimento e a pessoa deve ser encaminhada para 
acompanhamento clínico e início da TARV. 
- PEP não indicada. 
 
→ Se não reagente: DIAGNÓSTICO NEGATIVO PARA HIV 
-A pessoa exposta é susceptível ao HIV (PEP indicada). 
 
→ Se resultado discordante ou TR inválido: Não é possível confirmar o status sorológico da pessoa exposta. 
- Recomenda-se iniciar o fluxo laboratorial para elucidação diagnóstica. 
- A decisão de iniciar ou não a profilaxia deve ser avaliada conforme critério clínico e em conjunto com a 
pessoa exposta. 
 
5. Status Sorologico da Pessoa Fonte 
• ÚNICO CRITÉRIO NÃO OBRIGATÓRIO porque sem sempre a pessoa fonte está presente para fazer o teste. 
• Não atrasar o atendimento da pessoa exposta em função da pessoa fonte. 
 
→ TR reagente: a PEP está indicada para a pessoa exposta. 
- Se o status sorológico da fonte era previamente desconhecido, a pessoa-fonte deve ser comunicada 
individualmente sobre os resultados da investigação diagnóstica e encaminhada para acompanhamento 
clínico e início da TARV. 
 
→ TR não reagente: a PEP não está indicada. 
- Porem se a pessoa fonte tiver historia de exposição de risco nos últimos 30 dias, PEP poderá ser indicada 
pela possibilidade de resultados falso-negativos durante a janela-imunológica. 
 
→ Status desconhecido: (avaliar individualmente). 
• Nos casos envolvendo acidentes com fonte desconhecida (ex., agulha em lixo comum, lavanderia, coletor de 
material perfurocortante) ou fonte conhecida com sorologia desconhecida (ex., pessoa-fonte que faleceu ou 
que não se apresenta ao serviço para testagem), a decisão sobre instituir a PEP deve ser individualizada. 
• Deve-se considerar a gravidade da exposição e a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV 
naquela exposição (área de alta prevalência para HIV, pacientes internados com infecção pelo HIV naquele 
ambiente, etc.). 
 
 Os critérios de gravidade na avaliação do risco do acidente são dependentes do: 
- Volume de sangue; 
- Da quantidade de vírus presente. 
Os acidentes mais graves são aqueles que envolvem: 
• Maior volume de sangue: 
- Lesões profundas provocadas por material perfurocortante, presença de sangue visível no instrumento, 
acidentes com agulhas previamente utilizadas na veia ou artéria do paciente-fonte e acidentes com agulhas 
de grosso calibre. 
• Maior inóculo viral: 
O TR é um dispositivo de uso único que 
não depende de infraestrutura 
laboratorial, é executado na presença do 
indivíduo e produz resultado em tempo 
igual ou inferior a 30 minutos. 
- Pacientes-fonte com infecção pelo HIV/aids em estágios avançados da doença ou com infecção, situações 
que apresentam viremias elevadas. 
- Apesar de um alto título de HIV no paciente-fonte ser associado a um maior risco de transmissão, a 
possibilidade de transmissão de um paciente com baixa carga viral deve ser considerada. 
 
 
 
Terapia Antirretroviral 
• Quando recomendada a PEP, independentemente do tipo de exposição ou do material biológico envolvido, 
o esquema antirretroviral preferencial indicado deve ser: TDF + 3TC + DTG, com duração de 28 dias. 
• Tal esquema possui menor número de efeitos adversos e baixa interação medicamentosa, além de 
compreender 3 ARV, aumentando sua eficácia. 
 
Tenofovir/Lamivudina (TDF/3TC) + Dolutegravir (DTG) 
OBS: TDF está associado com a possibilidade de toxicidade renal, especialmente em pessoas com doenças renais 
preexistentes (ou com fatores de risco). 
- Quando a taxa de filtração glomerular for menor que 60 mL/min ou em pessoas com história de longa duração de 
diabetes, hipertensão arterial descontrolada ou insuficiência renal, a indicação deve ser avaliada. 
OBS 2: Há risco potencial de exacerbação (“flares” hepáticos) entre pessoas infectadas pelo HBV quando os 
esquemas de PEP com TDF são finalizados. 
- Recomenda-se que pessoas coinfectadas pelo HBV iniciem a PEP com o esquema preferencial e sejam 
encaminhadas para acompanhamento em serviços de referência. 
 
OBS 3: Nos casos em que o TDF não é tolerado ou contraindicado recomenda-se a combinação AZT (Zidovudina) + 
3TC como alternativa. 
OBS 4: DTG : 
- Contraindicado em mulheres férteis que não utilizam métodos contraceptivos eficaz devido ao risco de 
malformação congênita. 
- Não recomendado para pessoas que façam uso de fenitoína, fenobarbital, oxicarbamazepina, carbamazepina, 
dofetilida e pilsicainida. 
- Aumenta a concentração plasmática de Metformina = Atenção especial aos diabéticos. 
• ATV/r é o medicamento alternativo ao DTG para composição do esquema de PEP comadministração em 
dose única diária. 
• Gestantes: a partir da 14ª semana de gestação = Esquema preferencial: TDF+ 3TC + RA(Raltegravir). 
- Gestação com menos de 14 semanas: usar ATV/r no lugar do RAL. 
- Orientar sobre os riscos de transmissão relacionados à amamentação. Orientar parar a amamentação. 
 
Acompanhamento 
• A adesão das pessoas para completar os 28 dias de uso dos ARV é essencial para a maior efetividade da 
profilaxia. Todavia, os estudos publicados mostram baixas proporções de pessoas que completaram a PEP 
principalmente entre adolescentes e aqueles que sofreram violência sexual. 
 
• Levar em consideração: 
→ A toxicidade dos ARV : Recomenda-se a reavaliação da pessoa exposta após 2 semanas de PEP, com o 
objetivo de identificar possíveis efeitos adversos. 
- Mais de 50% das pessoas expostas apresentam efeitos adversos à profilaxia ARV. Os sintomas em geral são 
inespecíficos, leves e autolimitados, tais como efeitos gastrointestinais, cefaleia e fadiga. 
- As alterações laboratoriais são geralmente discretas, transitórias e pouco frequentes. 
- Na maioria das vezes, não é necessária a interrupção da profilaxia, resolvendo-se a intolerância com a 
utilização de medicações sintomáticas. 
 
OBS: Recomenda-se monitorar ativamente sinais e sintomas da infecção aguda pelo HIV. Após a transmissão do HIV, 
algumas pessoas podem apresentar quadro clínico semelhante à síndrome de mononucleose infecciosa, geralmente 
na terceira e quarta semana após a exposição. 
- Febre 
- Linfadenopatias 
- Faringite 
- Exantema 
- Mialgias 
- Artralgias 
- Fadiga 
- Hepatoesplenomegalia 
 
→ Testagem para o HIV : Todas as pessoas potencialmente expostas ao HIV devem ser orientadas sobre a 
necessidade de repetir a testagem em 30 dias e em 90 dias após a exposição, mesmo depois de completada 
a profilaxia com ARV. 
 
→ Prevenção durante o uso de PEP: Durante o acompanhamento, a pessoa exposta deve ser orientada a 
manter medidas de prevenção à infecção pelo HIV, como o uso de preservativos em todas as relações 
sexuais e o não compartilhamento de seringas e agulhas nos casos de uso de drogas injetáveis, além da 
contraindicação de doação de sangue, órgãos, tecidos ou esperma e da importância de evitar a gravidez. 
 
 
 
Seguimento Laboratorial 
• A indicação de exames laboratoriais deve levar em consideração as condições de saúde pré-existentes da 
pessoa exposta e a toxicidade dos ARV indicados para PEP. 
• Todos os exames laboratoriais devem ser realizados no início da PEP, duas semanas após a introdução desta, 
e quando necessário, a critério médico. 
• A creatinina é pedida para cálculo do clearence; 
• A glicemia é pedida em caso de pessoa exposta com diabetes mellitus; 
• O hemograma é pedido quando em uso de AZT. Na impossibilidade de coleta de exames no primeiro 
atendimento, fornecer PEP e pedidos de exames para a segunda semana. 
OBS: Recomenda-se a investigação de sinais/sintomas de IST em todas as pessoas com exposição sexual de risco. 
 
 
 
• A vacinação pré-exposição contra a hepatite B é a principal medida de prevenção de hepatite B ocupacional 
entre profissionais de saúde. 
• Recomenda-se vacinar toda pessoa susceptível (pessoa não vacinada, ou vacinada mas com títulos de anti-
HBs inferiores a 10mUI/mL e HBsAg não reagente). 
• Três doses de vacina contra a hepatite B (0, 1, 6 meses) induzem títulos protetores de anticorpos (anti-HBs 
maior ou igual a 10UI/mL) em mais de 90% dos adultos e dos jovens sadios, e em mais de 95% dos lactentes, 
das crianças e dos adolescentes. 
• O conhecimento do status sorológico da pessoa-fonte em relação à hepatite B é importante para a decisão 
sobre a utilização ou não da IGHAHB. 
→ Status sorológico da pessoa exposta por meio da pesquisa de HbsAg por teste rápido: 
• Se reagente: A infecção pelo vírus da hepatite B ocorreu antes da exposição que motivou o atendimento e a 
pessoa deve ser encaminhada para confirmação laboratorial, e acompanhamento clínico 
• Se não reagente: A pessoa exposta não tem, no momento da testagem, evidências de infecção atual pelo 
HBV. 
- Quando houver disponibilidade, é recomendável avaliar o status sorológico da pessoa-fonte quanto à 
hepatite B. 
• Se inválido: Não é possível confirmar o status sorológico da pessoa exposta. Recomenda-se encaminhá-la 
para o diagnóstico, utilizando um dos fluxogramas laboratoriais. 
 
Vacina e Uso de IGHAHB (Imunoglobulina Humana anti hepatite B) 
→ Vacina: 
• Recomenda-se imunizar todas as pessoas expostas não previamente vacinadas, ou sem conhecimento de 
vacinação prévia, e sem indícios de infecção por HBV (HBSAg não reagente), independentemente da idade. 
• Se possível, a primeira dose da vacina deve ser administrada no momento do primeiro atendimento 
- 2ª dose- 1 mês após a primeira 
- 3ª dose- 6 meses após a segunda. 
 
→ Uso de IGHAHB: 
• O conhecimento do status sorológico da pessoa-fonte em relação à hepatite B é importante para a 
decisão sobre a utilização ou não da IGHAHB. 
• Indicação da IGHAHB depende do tipo de exposição: 
- Vítimas de acidentes com material biológico infectado ou fortemente suspeito de infecção por HBV; 
- Comunicantes sexuais de casos agudos de hepatite B; 
- Vítimas de violência sexual; 
- Imunodeprimidos após exposição de risco, mesmo que previamente vacinados 
 
Obs.: Em caso de exposição ocupacional a material biológico e status sorológico da pessoa fonte for desconhecido: 
Está indicado em caso de pessoa-fonte com alto risco para infecção pelo HBV, como: 
- Usuários de drogas injetáveis; 
- Pacientes em programas de diálise; 
- Contatos domiciliares e sexuais de pessoas HBsAg reagentes; 
- Homossexuais; heterossexuais com vários parceiros e relações sexuais desprotegidas; 
- História prévia de IST; 
- Pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para hepatite B; 
- Pacientes provenientes de prisões e de instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental. 
• Dose única de 0,06mL/kg, IM, em extremidade diferente da que recebeu a vacina para HBV, e se a dose da 
vacina ultrapassar 5mL, deve-se dividir a aplicação em duas áreas corporais diferentes. 
• Administrar ate 7 dias, preferencialmente nas primeiras 48h após exposição. 
 
OBS : IGHAHB (2x) = duas doses de imunoglobulina hiperimune para hepatite B, com intervalo de um mês entre as 
doses. 
- Essa opção deve ser indicada para aqueles que já fizeram duas séries de três doses da vacina, mas não 
apresentaram resposta vacinal, ou que tenham alergia grave à vacina. 
• A imunização para a hepatite B e o uso de IGHAHB também estão indicados na gestação, em qualquer idade 
gestacional. 
• Comunicantes sexuais de casos agudos de Hep.B : Deve-se buscar identificar a pessoa exposta quanto à 
hepatite B. Caso essa pessoa seja suscetível, estão indicadas a vacina contra hepatite B e a IGHAHB, 
aplicadas o mais precocemente possível, no máximo até 14 dias depois da exposição. 
• Vitimas de Violência sexual: Se a vítima não for vacinada ou estiver com vacinação incompleta contra 
hepatite B, deve-se vacinar ou completar a vacinação. Não se recomenda o uso rotineiro de IGHAHB, exceto 
se a vítima for suscetível e o responsável pela violência seja HBsAg reagente ou pertencente a um grupo de 
risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hepatite C 
• Atualmente não existe nenhuma medida específica eficaz para redução do risco de transmissão do vírus da 
hepatite C após exposição ocupacional. 
• Os estudos não comprovaram benefício profilático com o uso de imunoglobulinas. 
• Logo, a única medida eficaz para a eliminação do risco de infecção pelo vírus da hepatite C é por meio da 
prevenção da ocorrência do acidente. 
• Mesmo não tendo medida especifica a testagem da pessoa fonte e da pessoa exposta é recomendada para 
permitir o diagnóstico precoce de uma possível infecção, com o objetivo de reduzir o risco de progressão 
para hepatite crônica, principalmentenos pacientes assintomáticos. 
- Caso o paciente fonte seja reagente, deve-se acompanhar a pessoa exposta pelo risco de soroconversão e 
necessidade de tratamento da infecção aguda. 
 
• A investigação inicial da infecção pelo HCV é feita com a pesquisa por anticorpos contra o vírus (anti-HCV) 
por meio de TR ou testes laboratoriais. 
- No entanto, a detecção do anti-HCV isoladamente indica apenas exposição ao HCV, havendo necessidade 
de detecção da CV-HCV para a definição de um caso de infecção ativa. 
 
→ Interpretação do status sorológico da pessoa exposta por meio da pesquisa de anti-HCV 
• Se reagente: 
- A pessoa teve contato com o vírus da hepatite C antes da exposição que motivou o atendimento, devendo 
ser encaminhada para confirmação laboratorial do caso e para acompanhamento clínico. 
• Se não reagente: 
- A pessoa exposta não tem, no momento da testagem, sinal de contato prévio com o vírus. 
• Se inválido: 
- Não é possível confirmar o status sorológico da pessoa exposta. 
 
→ Interpretação do status sorológico da pessoa-fonte por meio da pesquisa de anti-HCV 
• Se reagente: 
- Acompanhar a pessoa exposta pelo risco de soroconversão e necessidade de tratamento da infecção 
aguda; 
• Se não reagente: 
- Não há risco de soroconversão para a pessoa exposta. Não é necessário acompanhamento sorológico da 
pessoa exposta em relação a essa infecção; 
• Se desconhecido ou indeterminado: 
- Avaliar caso a caso, com base na gravidade da exposição e na probabilidade clínica e epidemiológica de 
infecção pelo vírus da hepatite C. 
 
• É necessário considerar a janela diagnóstica para detecção de anticorpos, que varia de 33 a 129 dias. 
- Há a possibilidade de resultados falso-negativos de testes imunológicos de diagnóstico (rápidos ou 
laboratoriais) durante o período de janela imunológica. Por isso, se houver essa possibilidade e a fonte for 
epidemiologicamente relacionável a infecção pelo HCV, recomenda-se testar a pessoa-fonte mais uma vez 
ao fim do período de janela. 
 
• São indicados os seguintes exames para seguimento: 
 
Objetivo VII: Compreender os agravos a saúde do trabalhador com ênfase nas alterações do ciclo sono-vigília ligados 
ao trabalho noturno. 
 
Alterações do Ciclo Sono-Vigília Relacionado ao Trabalho 
 
• O ciclo sono-vigília encontra-se relacionado ao fotoperiodismo decorrente da alternância dia-noite, sendo 
influenciado pela luz ambiente durante o dia e pela produção de melatonina durante a noite 
- A regulação do ciclo sono-vigília pode ser prejudicada por alterações em qualquer um desses mecanismos. 
• Múltiplas funções fisiológicas, psicológicas e comportamentais seguem ritmos circadianos, tais como 
temperatura corporal, liberação de corticosteroides e eletrólitos do soro e urinários, funções 
cardiovasculares, secreção de enzimas gástricas, número de leucócitos no sangue, força muscular, estado de 
alerta, humor e memória (imediata e de longo prazo), etc. 
• Entretanto, frequentemente os trabalhos noturnos se associam à perda da sincronização do ritmo 
circadiano, levando a diversas alterações no organismo do indivíduo, além de afeta-lo psíquico e 
socialmente. 
 
Neurofisiologia do Sono 
• É regulado por neurônios hipotalâmicos pelo Sistema ativador ascendente. 
• Durante a vigília existe uma taxa muito alta de disparo dos potenciais de ação, indicando ativação do córtex. 
- Normalmente o córtex recebe aferências dos núcleos talâmicos sensitivos. 
• No final da vigília, em antecipação ao momento de dormir, um grupo de neurônios do hipotálamo anterior 
(núcleo pré-óptico ventrolateral) inibe a atividade dos neurônios monoaminérgicos do sistema ativador 
ascendente, desativando o córtex. 
- Simutaneamente, o núcleo reticular do tálamo inibe a atividade dos núcleos talâmicos sensitivos, barrando 
a passagem para o córtex dos impulsos originários nas vias sensoriais. 
 
 
Ritmo Circadiano e Alterações Hormonais 
• A secreção hormonal tem sincronização diária, conforme o ciclo claro-escuro. 
 
→ Melatonina: Do cair da noite às 21 horas a melatonina alcança a concentração circulante máxima, aumenta 
a sonolência e diminui a temperatura. 
- Baixas concentrações circulantes de melatonina são associadas com a ocorrência de puberdade precoce, 
com redução da atividade gastrintestinal e da temperatura, e com aumento de atividade das células de 
defesa. 
- A melatonina influencia diretamente a memória por ter ação neuroprotetora no hipocampo. 
- A luz é o fator ambiental mais importante para a regulação da síntese de melatonina e responsável pelo 
ritmo circadiano de sua secreção. Ela inibe a pineal. 
*No período de luz, o núcleo supraquiasmático está ativo e, graças à sua ação inibitória gabaérgica sobre o núcleo 
paraventricular, não há estimulação noradrenérgica da pineal, enquanto que na fase escura o núcleo 
supraquiasmático está inativo e, portanto, há ativação da pineal. 
 
OBS: Em literatura recente, enfatiza-se que trabalhadoras de períodos noturnos há mais de trinta anos apresentam 
maior risco de câncer de mama, síndrome do ovário policístico (SOP) e câncer de intestino. 
- A deficiência de melatonina estimula a secreção de FSH e LH e eleva a produção da aromatase, aumentando a 
concentração circulante de estradiol, fator que contribui para a incidência do câncer de mama. 
- Uma possível explicação para a associação com a SOP estaria na influência da melatonina sobre a secreção de GH e 
fatores de crescimento semelhantes à insulina. 
• Outros hormônios podem sofrer influência de alterações do ritmo circadiano, como se observa com a 
produção de cortisol, de leptina, de insulina, de prolactina e dos hormônios tireoidianos. 
 
→ Cortisol: Por volta das seis horas da manhã ele é sintetizado nas adrenais em resposta ao estímulo do 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) liberado pela hipófise anterior, começa a ser liberado em pequenas 
concentrações, preparando o organismo para a realização das atividades cotidianas. 
• Seu pico é alcançado desde as sete às oito horas da manhã. 
→ O hormônio de crescimento (GH), produzido pela hipófise anterior e liberado de forma pulsátil, apresenta 
concentração mais elevada durante as fases 3 e 4 de sono profundo. 
• O declínio de GH pode ser diretamente correlacionado com a diminuição da massa magra corporal e da 
massa óssea em relação à massa gorda, associando-se com maior prevalência de doenças cardiovasculares. 
 
→ A prolactina: Hormônio produzido de forma pulsátil pela hipófise, apresenta concentrações circulantes mais 
elevadas durante o período das cinco às sete horas da manhã. 
- A inversão dos períodos de vigília-sono pode exercer influência sobre a produção e a estimulação mamária 
em gestantes e lactantes. Portanto, estas são temporariamente desaconselhadas a trabalharem no período 
noturno 
→ Leptina, a grelina, a xenina e a insulina: Produzidas respectivamente nos adipócitos e nas ilhotas 
pancreáticas. Estando reduzidos em períodos de vigília prolongados, contribuem para diminuição da 
saciedade e intolerância à glicose que, em longo prazo, favorecem o desenvolvimento de diabetes 
• Distúrbios do sono: queixas de insônia ou sonolência excessiva, que ocorrem em função das horas de 
trabalho coincidir com a fase habitual de sono, causando tempo total de sono encurtado e qualidade do 
sono insatisfatória. 
 
→ Estresse: 
• Resulta de três fatores gerais: 
- Dessincronização do ritmo circadiano, alteração da vida social e familiar e privação do sono. 
• Estes fatores podem interagir para produzir os efeitos prejudiciais sobre o bem estar geral psicológico e 
físico do trabalhador noturno. 
 
→ Distúrbios cardiovasculares: 
• Aumenta o risco de doenças coronarianas. 
 
→ Fadiga e acidentes: 
• A fadiga( cansaço, falta de energia e exaustão), após longos períodos de trabalho sem intervalos, pode 
comprometer tanto o desempenho físico como o mental dos trabalhadores em situação de inversão deturnos de trabalho. 
• Estado de alerta reduzido aumenta o risco de acidentes, além de prejuízo na qualidade do trabalho e, 
geralmente, o transtorno persiste enquanto permanece o trabalho em horário não habitual. Entretanto, em 
alguns indivíduos o transtorno ocorre mesmo após abandonar o horário irregular. 
• Com relação aos profissionais de saúde, verificou-se que, depois de um turno de 24 horas de trabalho sem 
dormir, o desempenho psicomotor pode ser comparável ao de um indivíduo que está embriagado. 
Transtornos do Sono 
Insônia 
• É o TS mais frequente na população, representando um importante problema de saúde pública. 
• Fatores de risco: envelhecimento, sexo feminino, comorbidades, trabalho por turnos, desemprego e menor 
status socioeconômico. 
• Diagnostico: avaliação clínica e história do sono, detalhada anamnese, uso de drogas e avaliação de 
transtornos psiquiátricos. 
• Insônia: dificuldade de iniciar o sono, múltiplos despertares noturnos com dificuldade para voltar a dormir, 
despertar precoce, além de sonolência/fadiga persistente durante o dia. 
• Classificação: primária, ou secundária a uma etiologia médica, psiquiátrica, ou induzida por medicamentos. 
→ Primária: Sintomas agudos e autolimitados, ou crônicos e persistentes, por mais de três meses. 
- Esta última situação pode constituir a insônia psicofisiológica, paradoxal ou idiopática. 
 
→ Insônia psicofisiológica: é um transtorno comportamental em que existe aumento da preocupação sobre a 
incapacidade de dormir de forma adequada e suas consequências, o que também se chama de insoniofobia. 
- O próprio esforço para dormir gera maior excitação psicológica e condicionamento negativo para o sono. 
 
→ Insônia paradoxal: é uma queixa de insônia grave ou quase “total e não é compatível com o grau de déficit 
relatado durante o dia. 
 
→ Insônia aguda: está relacionada a um evento/situação de estresse, como mudança de emprego, perda de 
parente, problemas conjugais, prazos a serem cumpridos ou mudança no ambiente de dormir, também 
chamada de insônia de ajuste. 
- Toda insônia aguda possui potencial de cronificação se houver um fator perpetuante presente. 
 
→ Insônia crônica: possui grande importância clínica, pois muitas vezes afeta o funcionamento social e 
ocupacional e diminui a qualidade de vida. 
- Quando a insônia está associada a outras condições médicas ou psiquiátricas (insônia secundária), as 
manifestações suplementares incluem: dor crônica ou outro desconforto físico, depressão, ansiedade e 
estressores psicossociais. 
- A insônia crônica pode também ser gerada pelo uso de drogas ou outras substâncias, sendo cafeína e álcool 
os principais agentes relacionados. 
 
Sonolência excessiva diurna (SED) 
• A SED é uma das mais frequentes queixas relacionadas ao sono e pode ser definida como a incapacidade de 
se manter acordado e alerta durante o dia, resultando em sonolência. 
• Em casos de sonolência extrema, os pacientes podem apresentar comportamentos automáticos 
(automatismos), que consistem na continuação de atividades motoras durante um ataque de sono, sem a 
lembrança do ocorrido. 
• A SED apresenta várias causas possíveis, sendo a mais comum a síndrome do sono insuficiente 
comportamental, na qual os pacientes têm um sono cronicamente privado pelos compromissos de trabalho 
e outras obrigações sociais. 
 
Parassonias Relacionadas ao sono NREM 
→ Despertar confusional: A maioria dos pacientes inicia o quadro clínico com sintomas antes dos cinco anos, 
com despertar confuso durante a primeira parte da noite. 
- A forma da infância é benigna com resolução espontânea. 
- A variante do adulto pode persistir durante longo tempo e apresentar comportamentos automáticos e 
inapropriados. Tratamento medicamentoso geralmente não necessário, porém podem ser usados 
benzodiazepínicos, antidepressivos tricíclicos e inibidores da receptação da serotonina. 
 
→ Sonambulismo: Pode persistir na adolescência ou raramente tem início nos adultos. 
- Os pacientes não têm memória de suas ações. Tratamento medicamentoso geralmente não necessário, 
podendo ser usados benzodiazepínicos, antidepressivos tricíclicos e inibidores da recaptação da serotonina. 
 
→ Terror noturno: Ocorre em 2% a 3% de crianças e adultos. Caracteriza-se por sintomas motores e 
autonômicos intensos (taquicardia, taquipneia, dilatação pupilar e diaforese), incluindo gritos. 
- É associado com sonhos, desorientação e amnésia após cada episódio. 
- Os terrores noturnos, ligados ao sono NREM, ao contrário do pesadelo ao REM, fazem com que o indivíduo 
seja resistente ao consolo, têm término súbito e costumam ocorrer no início da noite. 
- Tratamento medicamentoso: geralmente não necessário, podendo ser usados benzodiazepínicos, 
antidepressivos tricíclicos e inibidores da recaptação da serotonina. 
Relacionadas ao sono REM 
→ Transtorno comportamental do sono REM: Geralmente, ocorre em homens acima de 50 anos, podendo 
manifestar-se também em mulheres e indivíduos mais jovens. 
- Observa-se perda intermitente do sono REM, com hipotonia ou atonia muscular e presença de atividades 
motoras anormais durante o sono, causando lesões no próprio paciente ou no(a) companheiro(a). 
- Existe associação com doença de Parkinson, atrofia sistêmica múltipla, doença de corpo de Lewy, 
degeneração corticobasal, atrofia olivopontocerebelar e paralisia supranu-clear progressiva. 
 
→ Pesadelos: Os pesadelos são mais prevalentes em crianças, principalmente naquelas entre 6 e 10 anos, mas 
diminuem com a idade. Os eventos causam sensação de medo, terror e/ou ansiedade. 
- São comuns em pacientes que usam drogas anticolinérgicas, betabloqueadoras, antiparkinsonianas e na 
retirada de drogas supressoras do sono REM (antidepressivos tricíclicos, inibidores da MAO, lítio, 
anfetaminas, metilfenidato e clonidina). 
- Os pesadelos fazem com que o sonhador desperte completamente e a sua lembrança é geralmente 
conservada. 
- Tratamento: retirada do fator desencadeante. 
 
Transtornos do movimento 
→ Bruxismo: Geralmente, tem início entre 10 e 20 anos, podendo persistir durante toda a vida. 
Ocasionalmente, casos familiares podem ser descritos. 
- O bruxismo noturno é notado frequentemente durante os estágios 1 e 2 e no sono REM. 
- Podem estar associados com distonia oromandibular e coreia de Huntington. 
- Está associado à disfunção temporomandibular e desgaste dentário. 
- Tratamento: protetores bucais, injeções de toxina botulínica, levodopa e pramipexole. 
 
→ Síndrome das pernas inquietas: Geralmente, tem início na meia-idade ou em indivíduos mais velhos, com 
prevalência maior em mulheres (com pico de incidência entre 85 e 90 anos). 
- Os quatro aspectos fundamentais para o diagnóstico incluem: (1) urgência em movimentar os membros 
associados com parestesias e disestesias; (2) sintomas que se iniciam ou pioram com o repouso; (3) melhora 
parcial dos sintomas com o movimento; (4) piora dos sintomas no final da tarde ou à noite. 
- Tratamento: exercícios de relaxamento, pramipexole, levodopa, gabapentina, sulfato ferroso.

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