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ADRIANA LEANDRO DA SILVA DE SOUZA

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ADRIANA LEANDRO DA SILVA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA 
CONSCIENTIZAÇÃO CORPORAL DE 
ADOLESCENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
 
2004 
 2
 
 
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
 
PROJETO VEZ DO MESTRE 
 
 
A INFLUÊNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA 
CONSCIENTIZAÇÃO CORPORAL DE 
ADOLESCENTES 
 
Monografia apresentada à banca examinadora da 
Universidade Candido Mendes, como condição prévia 
para a conclusão do Curso de Pós-graduação “Lato 
Sensu” em Psicomotricidade. 
 
Profa. Orientadora: Mary Sue 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
 
2004
 3
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus, 
O verdadeiro caminho ... 
 
 
 
 
 
 4
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus familiares, que a todo 
momento se mostraram incentivadores, 
torcedores, presentes, prestativos e 
compreensivos. 
 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não se concebe um psicopedagogo que 
trabalhe com o corpo estático e que 
desconheça os movimentos desse no aprender. 
Não se concebe um psicomotricista que 
trabalhe com o corpo em movimento e não 
conheça o corpo discursivo do sujeito que 
aprende. É preciso que haja uma 
interdisciplinaridade na ação ensinar-aprender 
para que o sujeito que aprende seja 
compreendido em sua totalidade, mesmo 
dentro de uma abordagem específica. 
 
Auredite Cardoso
 6
 
RESUMO 
 
Este estudo expõe como primeiro tópico a conceituação e objetivos da 
Psicomotricidade, como ciência que estuda o controle mental da expressão 
motora, mostrando que o homem é o seu corpo. Em seguida, enfoca 
historicamente o aparecimento desta ciência e as pesquisas a ela 
relacionadas, desde a época dos grandes filósofos até autores mais 
recentes. Logo após, tratamos da noção de esquema corporal, como 
representação que cada pessoa tem de seu próprio corpo, através das 
apreciações de alguns autores. Mostramos o desenvolvimento deste 
esquema durante a infância, mas, no entanto procuramos nos deter no tema 
que aborda este estudo, o período da adolescência. Como tópico final, 
abordamos a influência da psicomotricidade à luz da psicanálise na 
conscientização corporal do adolescente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7
 
 
METODOLOGIA 
 
Foi utilizada para a execução deste trabalho, uma pesquisa de fundo 
bibliográfico, de onde foram coletados e filtrados dados relevantes do tema 
tratado. Os fins da pesquisa foram investigativos e descritivos, com o 
propósito de demonstrar a relação da psicomotricidade com a consciência 
do adolescente sobre seu corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 9
 
CAPÍTULO I 
A PSICOMOTRICIDADE 10
 
CAPÍTULO II 
O ESQUEMA CORPORAL 14
 
CAPÍTULO III 
A PSICOMOTRICIDADE NA CONSCIENTIZAÇÃO CORPORAL DO 
ADOLESCENTE 24
 
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 39
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O presente estudo trata de um tema atualíssimo nos círculos 
educacionais de diferentes áreas de atuação – a Psicomotricidade, seu 
desenvolvimento e sua importância. 
De fato, na atualidade, em setores do campo médico, psicológico, 
pedagógico e também nas famílias, vem se dando singular destaque a 
pequenas disfunções cerebrais, que em si não constituem um quadro 
patológico, mas que repercutem de várias formas na vida da criança, no seu 
processo de aprendizagem, ocasionando distúrbios de linguagem, de 
percepção, de coordenação, do movimento, de estruturação espaço-
temporal, de equilíbrio e postura, que determinam diversas dificuldades, 
inclusive de fala, leitura e escrita e a falta de compreensão sobre o seu 
corpo. 
É por isso que, após um estudo inicial dos principais conceitos 
relacionados ao tema proposto, vamos nos deter na análise do 
desenvolvimento psicomotor da criança em diferentes níveis e áreas, a fim 
de que nos seja possível uma melhor compreensão das dificuldades acima 
relacionadas. 
Por outro lado, tal análise nos permite, em etapa posterior, traçar um 
paralelo entre as características normais e seus desvios, voltando nossa 
atenção à área do conhecimento da criança e do adolescente sobre o seu 
próprio corpo e a relação eu mantêm com este. Tentando, com isso, 
compreender como uma adolescente percebe e recebe uma gravidez nesse 
momento de sua vida, e compreender como a relação corpo e mente 
trabalha nesse sentido. E procurando demonstrar que as ações, os 
movimentos do corpo humano podem representar o verdadeiro 
entendimento do ser sobre ele mesmo. 
 
 10
 
 
CAPÍTULO 1 
A PSICOMOTRICIDADE 
 
 
A psicomotricidade é uma ciência que estuda o controle mental de 
expressão motora. Consiste na unidade mecânica das atividades, dos 
gestos, das atitudes e das posturas, enquanto sistema expressivo, realizador 
e representativo do “ser-em-situação” e da coexistência com outrem. 
Em razão de seu próprio objeto de estudo, isto é, o indivíduo humano 
e suas relações com o corpo, a psicomotricidade é também uma técnica em 
que se cruzam numerosas ciências, entre as quais a psicologia, a biologia, a 
psicanálise, a sociologia e a lingüística. 
Mas, além disso, pode ser considerada como uma terapia, a “terapia 
psicomotriz”, que se dispõe a desenvolver as faculdades expressivas do 
indivíduo. Tal abordagem implica numa concepção radicalmente nova no 
corpo, que obriga pensar as estruturas psicossomática em novos termos – o 
lugar no imaginário, no conjunto de símbolos corporais (linguagem do 
corpo). Não se trata de justapor a alma e o corpo, mas de deslocar a 
conhecida problemática cartesiana, reformulando esta relação entre alma e 
corpo, que toda filosofia clássica coloca em mútua oposição, mesmo quando 
afirma sua unidade. 
Em sua prática, a psicomotricidade visa desenvolver uma nova 
abordagem do corpo humano, empenhando-se em superar essa oposição 
clássica – o homem e seu corpo – e mostrando que o homem é o seu corpo. 
O homem é, antes de tudo, um ser falante e, ao denominar-se, ele fala de 
seu corpo e ao mesmo tempo, seu corpo fala por ele, e, às vezes, até à sua 
revelia. 
 11
A psicomotricidade, como uma forma de reeducação psicomotora, 
tem por objetivo desenvolver o aspecto comunicativo do corpo, o que 
equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de domínio sobre seu corpo, de 
economizar sua energia, de pensar gestos e de completar e aperfeiçoar seu 
equilíbrio. 
 
 
1.1 Enfoque Histórico 
 
O termo psicomotricidade apareceu no discurso médico no princípio 
do século XX, com os trabalhos de Dupré. A história da psicomotricidade 
nasceu com a própria história do corpo, seguindo um longo percurso 
marcado por períodos de transição, sofrendo reformulações decisivas que 
culminaram em nossas concepções atuais. 
Toda a nossa cultura tem sua origem nas grandes cidades gregas, e o 
homem grego sabia conferir ao corpo um lugar de destaque. Contudo, sua 
ideologia reserva o corpo para o mundo real, o da corrupção, do transitório. 
Platão considerava o corpo como lugar de transição da existência no 
mundo de uma alma imortal, que, sendo puramente imaterial, pertencia a 
uma totalidade metafísica e nela se reintegraria, no momento da morte do 
corpo. 
Aristóteles entendia o homem como uma certa quantidade de matéria 
(o corpo) moldada numa forma (a alma). Sua concepção nos parece mais 
moderna, pelo menos em relaçãoàs ciências psicológicas, permitindo 
ampliar o campo de discussões de psicólogos como William James e Janet. 
Lançando as bases de toda ciência moderna, Descartes afirmava ser 
a totalidade do real organizada segundo duas substâncias diferentes: a da 
esfera intelectual e espiritual, a “substância pensamento’ e a da esfera da 
natureza e das coisas materiais, a “substância extensão”. Desta forma, seria 
 12
o homem capaz de articular essas duas substâncias, reunindo-as em si 
mesmo sob a forma de alma e de corpo, respectivamente. 
Descartes, desta forma, concebeu o movimento humano como sujeito 
à consciência voluntária. No entanto, foi preciso esperar por Maine de Biran 
para que se concebessem noções próximas das que utilizamos. Foi ele o 
primeiro a fazer do movimento um componente essencial da estrutura 
psicológica do Eu. 
Segundo Biran, o eu constituiria uma realidade atuante que não se 
pode definir, mas tão somente apreender. Logo, o Eu seria vivido em sua 
própria apreensão, afirmando-se pelo Eu no esforço. O esforço muscular 
seria então o fundamento da vida psíquica: seria na ação que o eu tomaria 
consciência de si mesmo e do mundo, sendo a vontade a determinante da 
vida psicológica, mas de forma ativa, e sujeita a variáveis da vida emotiva e 
somática do sujeito. 
Bergson, segundo caminho aberto por Biran, impôs a necessidade de 
considerar o corpo como um aspecto fundamental da constituição do 
indivíduo. Desta forma, surgiu o interesse dispensado ao comportamento 
sensório-motor, que veio a ser objeto essencial de estudos na área da 
psicomotricidade por pedagogos (Claparede, Montessori) e psicólogos 
(Janet, Piaget) posteriormente. 
Já no final do século XIX, Charcot viria a se interessar pela função 
motora, fazendo dela a base da patologia psiquiátrica, baseando-se em seus 
estudos clínicos do fenômeno a que denominou de “membro fantasma” (um 
indivíduo amputado conserva a impressão da existência do membro que 
perdeu). No entanto, Charcot não conseguiu dominar os aspectos 
inconscientes do fenômeno que envolvia a questão da imagem do corpo, 
porque lhe faltavam os conceitos necessários. 
Foi Freud quem primeiro definiu de maneira rigorosa o conceito de 
inconsciente, apercebendo-se que todo ser humano era constituído pelo 
conjunto de elementos de sua “pré-história”, e sobretudo, de incidentes que 
pontuaram as suas relações com o meio, durante os primeiros anos da 
infância. 
 13
Sendo assim, para Freud, o corpo desempenharia papel importante 
nas formações inconscientes, porquanto o corpo seria justamente a fonte 
biológica de todas as pulsões. 
Em última análise, foi a partir da teoria freudiana do inconsciente que 
o indivíduo deixou de estar sujeito aos ditames da vontade, sendo seus 
gestos, suas atitudes, seus comportamentos e suas reações corporais 
decorrentes freqüentemente de motivações inconscientes. 
O ato do nascimento da psicomotricidade é, sem dúvida, mais ou 
menos arbitrário, pois toda inovação é fruto de um longo processo. No 
entanto, foi em 1905 que, a partir de trabalhos de Dupré, estabeleceu-se a 
diferença radical entre a motricidade e seu aspecto negativo, a relaxação. 
Foi de fato a partir desta época que apareceram os primeiros 
trabalhos, que vieram a constituir o ponto de partida de uma elaborada 
reflexão sobre o movimento corporal. Foi Dupré quem definiu, de forma 
rigorosa, baseado em estudos clínicos, a debilidade motora, a instabilidade e 
isolou perturbações tais como os tiques, as sincinesias e as paratonias. 
Essas pesquisas situavam-se num eixo essencialmente neurológico, 
em contrapartida à abordagem mais especificamente psicológica, que 
enfocava um aspecto da personalidade psicomotora até então inexplorado – 
a imagem do corpo. 
Quer seja a abordagem fisiológica como as de Dupré e Head, quanto 
ao esquema postural, quer seja ela psicanalítica como a de Schilder, quanto 
à imagem do corpo, os investigadores contemporâneos tentam definir a 
realidade do Eu ativo que falava Maine de Biran. O propósito deles é definir 
a realidade do fenômeno da “consciência de si”, que se manifesta sobretudo 
como consciência de seu corpo e que permite a auto-apreensão em face dos 
outros. 
Esses rumos de pesquisa foram paulatinamente se desenvolvendo, 
criando condições propícias a uma compreensão. 
 
 
 14
 
 
CAPÍTULO 2 
O ESQUEMA CORPORAL 
 
A noção de esquema corporal é fruto de uma longa jornada que levou 
neurologistas, psiquiatras e psicólogos a se interrogarem sobre as 
percepções do corpo, a integração do corpo como modelo e a forma da 
personalidade. 
Teoricamente, a expressão esquema corporal significa a 
representação que cada pessoa tem do seu próprio corpo, e que lhe permite 
se situar no espaço. Esta representação se forma a partir de dados 
sensoriais múltiplos, proprioceptivos e exteroceptivos. 
O sentido de esquema corporal irá diferenciar-se a partir da noção de 
coenesteisa (do grupo Koiné, igual a comum, e Aithésis, igual a sensação), a 
qual define a sensibilidade difusa que permite a integração das sensações 
oriundas de diferentes regiões corporais, e que corresponderá finalmente à 
“auto-consciência” ou “consciência de si mesmo”. 
Foi através dos trabalhos de Head, que introduziu-se a noção de 
esquema postural na origem do conceito de esquema corporal, desenvolvido 
por Schilder. Head considerava o esquema postural não como uma 
realidade estática, mas, pelo contrário, essencialmente plástica, em perpétua 
construção, que tem relação com as aferências sensoriais interoceptivas 
(proveniente das vísceras) e proprioceptivas (dos músculos e das 
articulações). Assim, à noção de imagem espacial somou-se toda uma 
dimensão temporal. 
O esquema postural de Head designa, portanto, a imagem 
tridimensional do nosso corpo. Foi desse esquema postural que decorreu a 
noção mais clássica e mais admitida de esquema corporal. 
 15
Foi Schilder que descreveu e desenvolveu a noção de imagem do 
corpo. Aos dados de ordem neurológica e fisiológica, a contribuição de 
Schilder acrescenta os dados da psicologia e suas experiências de ordem 
psicanalítica, numa abordagem global do corpo concebido como uma 
“entidade psicológica e fisiológica indissociável”. 
 
A imagem do corpo humano é a imagem do nosso próprio 
corpo que formamos em nosso espírito; por outras palavras, 
o modo com o nosso corpo se apresenta a nós mesmos. 
(GORODICHT, 2001) 
 
Gorodicht (2001) sublinha o caráter dinâmico do esquema corporal, o 
qual se adquire progressivamente num processo ativo da evolução, 
vinculado à libido, fruto das duplas tendências, conservadoras (Eros) e 
destruidoras (Thanatos), do indivíduo, continuamente submetido aos 
imperativos da ação no mundo. Segundo ele, a imagem do corpo 
corresponderia a uma inscrição progressiva à qual se associa uma 
estruturação libidinal, que é elaborada a partir de uma gestalt. Todos os 
processos do ato, em seu todo, são conduzidos pelo confronto da gestalt 
corporal com a realidade, confronto esse que constrói o esquema corporal 
pela integração de elementos da realidade, incessantemente renovada, ao 
nível da atividade psíquica. Portanto, nossa imagem do corpo seria o 
resultado, em grande parte, da experiência de vida através da comunicação 
com o meio circundante. 
Também na concepção freudiana, o corpo ocupa um lugar 
fundamental, está na origem de todas as pulsões que constituem a 
expressão de necessidades vitais e orgânicas. Além disso, ele é o lugar 
onde se inscrevem as experiências do prazer, ligadas às experiências da 
satisfação de uma necessidade. Essa inscrição determina as zonas docorpo que são fontes de estimulações deflagradoras de tensões sexuais. 
Tais regiões são consideradas, segundo Freud, zonas erógenas, e 
correspondem a tema do “corpo retalhado” – característico do narcisismo 
primário – que, com a descoberta do mundo e dos outros, se constituirá 
 16
progressivamente em corpo próprio, graças, justamente, a esses sucessivos 
investimentos localizados da libido (pulsão sexual). 
Já de acordo com Vayer (1998), o corpo não seria um “corpo 
retalhado”, ou seja, aquele que fragmentado, na relação com o mundo e com 
os outros se reuniria; ao contrário, ele se construiria progressivamente, 
significando, por assim dizer, a gênese do corpo próprio. 
Diante de toda essa relação do homem com o corpo e do 
entendimento sobre ele chegou-se à conclusão que a criança não nasce 
completamente madura, ela passa por um estado de dependência em face 
das pessoas que a cercam, portanto, seus primeiros comportamentos 
inscrevem-se num contexto relacional. 
A partir dos dezoito meses, quando acende ao ”estágio do espelho”, a 
criança atinge o período das “identificações sucessivas”, em que ela é, 
simultaneamente, sujeito e objeto da ação: assim, é que o sujeito, pouco a 
pouco, constitui-se, distigüindo-se, então, das coisas e do resto do mundo. 
Depois dos três anos, as relações com o meio define-se com maior precisão; 
o meio diferencia e a criança constitui a sua personalidade, o seu Eu. Toda 
essa evolução é marcada por uma conscientização progressiva do corpo 
próprio, como uma realidade distinta do meio circundante. 
No conjunto de processos que participam na elaboração do corpo 
próprio, o “estágio do espelho” ocupa, como vimos, um lugar importante: o 
conhecimento que toma de sua imagem no espelho não passa, sem dúvida, 
para a criança, de um procedimento mais ou menos episódico entre aqueles 
que lhe servem para ingressar gradualmente, no número das coisas e das 
pessoas, cujos traços e identidade precisa fixar, progressivamente, de modo 
a se aprender, por fim, como um corpo entre corpos. 
Mas esse reconhecimento do seu próprio corpo no espelho, depois na 
imagem do corpo do outro (imitação) continua sendo, para Wallon, um 
processo essencialmente tônico-postural. Em primeiro lugar, porque como 
dissemos, ele não aceita a idéia do “corpo retalhado”, depois porque o 
essencial da evolução reside para ele, no amadurecimento do equipamento 
neuro-fisiológico da criança, e não na presença dos outros. 
 17
Para Jacques Lacan, por outro lado, o “estágio do espelho” é uma 
etapa fundamental não apenas no que se refere à constituição do corpo 
próprio, mas também para o acesso da criança ao mundo da linguagem, 
porquanto ela permite que se realize a função do “Eu”. 
A imagem da criança no espelho, que é uma gestalt, constitui para ela 
um objeto de sedução, no qual se reconhece e ao qual se identifica. É por 
isso, que essa identificação constitui, ao mesmo tempo, uma alienação, pois 
não é realmente consigo, mas com uma imagem que a criança se identifica; 
a criança só se torna um ser humano às custas dessa alienação que a 
constitui “como um outro’. 
É ainda o acesso da criança ao simbolismo, porque essa “forma” que 
reúne as partes até então dispersas do seu corpo vai fazer dela um “Eu”, 
que é também sujeito do discurso; um “Eu” que é tido como representação 
do seu corpo. Assim, a imagem do corpo no espelho não será somente o 
que o sujeito integra progressivamente, no decorrer de suas relações com o 
mundo e no transcurso de sua maturação, mas também, e sobretudo, o que 
o universo da linguagem que ela vive modelará e lhe permitirá denominar. A 
imagem que a criança vê não pode ser reunida numa só palavra: “eu”. É 
preciso que o corpo se submeta aos incidentes da passagem da criança do 
“tu” (a imagem) ao seu “eu”, para que lhe seja permitido, desta forma, fazer-
se ouvir e reconhecer pelo outro. 
É por esses caminhos que o trabalho da psicomotricidade engendra, 
tentando entender todo esse processo de construção do “Eu” pelo 
reconhecimento e identificação com o corpo. 
 
2.1 Desenvolvimento do Esquema Corporal 
 
Todas as vias nervosas de localização parietal têm importância na 
formação do esquema corporal. Isto porque, a representação que a pessoa 
tem de seu próprio corpo se forma a partir de dados sensoriais múltiplos. 
 18
Teríamos, assim, vias de tato, calor, frio, capacidade de reconhecer dois 
pontos no espaço (estereognosia) e segmentos do corpo (topognosia). 
Estas funções associadas às vias dos órgãos dos sentidos e do 
aparelho vestibular seriam as vias que formam a representação do esquema 
corporal. Vemos que, dada a complexidade do processo de formação 
corporal, não há necessidade de grandes lesões para provocar distúrbios 
neste esquema. 
O estudo do desenvolvimento do esquema deve encarar duas séries 
de fatores bem diferentes:a integração sensório-motora e as interralações da 
criança com o meio ambiente. 
A integração sensório-motora é feita progressivamente. Sabemos 
que, ao nascer, a criança não tem consciência do mundo que a rodeia, nem 
do próprio corpo. São os reflexos arcaicos que iniciam as relações da 
criança com o ambiente e permitem uma orientação no espaço. 
A integração das sensações visuais-táteis e cinestésicas se faz por 
volta do sexto mês de vida. Os objetos percebidos pela visão são levados à 
boca, e isto vai permitir diferenciar, pouco a pouco, o que pertence a seu 
corpo e o que pertence ao mundo exterior, e depende de seu próprio 
movimento. A partir de um ano é que tem lugar a motilidade voluntária, no 
sentido de um objeto. O espaço objetivo se elabora. A motricidade começa 
a se transformar numa atividade dirigida para um fim e dotada de 
significação. Pela marcha, a criança conquista o espaço ao seu redor. 
Desenvolve-se a percepção visual cada vez mais e integram-se 
progressivamente as impressões que a criança recebe dos órgãos do 
sentido com as respostas motoras, que por sua vez, vão facilitar uma maior 
amplitude de estímulos sensoriais novos. 
Por intermédio de uma imagem cada vez mais precisa do mundo e 
das pessoas que a rodeiam, aperfeiçoa-se a imagem do próprio esquema 
corporal. Inseparável do próprio esquema corporal, desenvolve-se a 
imagem do “Eu”. O fato principal para a consciência do Eu é efetivamente a 
 19
aquisição da representação ou de uma imagem visual do seu próprio corpo, 
em particular graças ao uso do espelho (apreensão da imagem do corpo no 
espelho), como já mencionado. O esquema corporal e a imagem do Eu, no 
entanto, não podem se precisar, senão através do mundo dos símbolos, da 
linguagem e das primeiras atividades operatórias, que formam a principal 
contribuição do ambiente nesta fase. 
 
2.2 Desenvolvimento durante a infância 
 
Estágios evolutivos segundo Piaget (do período sensório-motor à 
aquisição das atividades operatórias concretas). 
Piaget descreve em três livros o desenvolvimento durante a infância. 
No primeiro deles, “As Origens da Inteligência em Crianças”, descreve o 
desenvolvimento do comportamento adaptativo e indica o desenvolvimento 
gradual de esquema senso-motores durante a infância. No segundo, “A 
Construção da Realidade da Criança”, Piaget volta-se para a análise da 
epistemologia da criança: como seu comportamento reflete várias 
suposições a respeito da natureza dos objetos, tempo e espaço. No 
terceiro, “Brinquedos, Sonhos e Imitação”, apenas parcialmente dedicado 
ao período da infância, Piaget descreve o desenvolvimento do brinquedo e 
da imitação, durante o período senso-motor. 
Tais livros apresentam descrições minuciosas dos diferentes estágios 
do pensamento,mas também, descrevem de modo mais geral os tipos de 
mudanças psicológicas que são necessárias, antes que a criança possa 
atingir o nível de funcionamento adaptativo, no final desses períodos. 
Piaget divide o desenvolvimento da criança em quatro períodos 
principais: o período senso-motor (do nascimento aos dois anos); o período 
pré-operacional (dos dois aos sete anos); o período das operações 
 20
concretas (dos sete aos doze anos) e o período das operações formais 
(aparecem no início da adolescência). 
 
 
2.3 Estrutura do esquema corporal e função de interiorização 
 
Head e Schiller fazem do esquema corporal um referencial cinestésico 
que responde, a cada instante, à situação presente do corpo e que varia a 
cada mudança de atitude. É, pois, uma estrutura que permite a globalização 
e a unificação incessante das informações provenientes do “corpo próprio”. 
O esquema corporal é, portanto, a base fundamental da função de 
ajustamento e o ponto de partida necessário de qualquer movimento. 
Entretanto, o ingresso das aferentes periféricas de origem 
proprioceptiva às zonas de análises corticais é facultativa. O desempenho 
da função de interiorização, isto é, de uma forma atenção perceptiva 
centrada no corpo é que vai permitir aquilo que as diretrizes oficiais chamam 
de “conscientização do esquema corporal”. 
Durante a fase da inteligência pré-operatória, isto é, até os 7 anos, a 
imagem do corpo essencialmente visual. Em conseqüência, ela reveste um 
caráter essencialmente figurativo. A emergência das informações 
proprioceptivas na consciência vai permitir, segundo a expressão de Wallon, 
que a “imagem visual do corpo e a imagem cinestésica se ocultem”. Nesse 
momento, o aspecto operatório da imagem do corpo passa a prevalecer, 
tornando-a uma estrutura cognitiva que permite, de um lado, a passagem do 
ajustamento global ao ajustamento com representação mental, e, de outro 
lado, servir como referencial à criação do espaço orientado. 
Percebemos, por meio doe exposto até o momento, que a 
psicomotricidade funde, de fato, as suas investigações com as da 
psicanálise. É sobre isso que falaremos agora. 
 
 21
2.4 A psicomotricidade sobre o olhar da psicanálise 
 
À luz dos pressupostos da psicanálise a psicomotricidade 
redimensiona suas práticas. Perceberam o homem como um ser 
interdisciplinar, sujeito “psicomotor cognoscente”, marcado por uma falta, 
representada pela linguagem simbólica. 
 
Virá um dia em que a Psicologia das funções cognitivas e a 
Psicanálise serão obrigadas a se fundir numa teoria geral que 
melhorará as duas, corrigindo-as uma e outra. (PIAGET, 1973, p. 
33) 
 
Uma das contribuições da psicanálise à psicomotricidade foi a 
compreensão dos processos transferenciais. Esses processos se 
estabelecem nas relações de qualquer natureza, enquanto os distúrbios 
psicomotores e os problemas de aprendizagem se estabelecem como 
sintoma. Na concepção de Andrade (1994), sintoma é representação 
inconsciente, que remete à história do sujeito e que, para intervir 
terapeuticamente, torna-se necessário perceber esse sujeito nas dimensões 
real, imaginária e simbólica. 
 
O olhar psicanalítico sobre a prática da psicomotricidade traz, 
especialmente na perspectiva lacaniana, uma transformação dos 
conceitos de corpo e espaço. O corpo é o traço imaginário para o 
significante que o outro introduz com seu olhar, olhar que, nesta 
acepção, não é mera percepção, se não elo de capturação e 
inovação do sujeito (BERGÈS, 1986, p. 9.) 
 
Segundo Lapierre (1984), a criança ao nascer tem um corpo biológico, 
que é diferente do corpo real, imaginário e simbólico. O corpo simbólico vai-
se constituindo por efeito do olhar e da linguagem de um outro, que marca, 
com seu desejo, um corpo desejante. Essas marcas são registros do outro, 
de forma a constituir um corpo real e imaginário, um corpo simbólico. No 
seu processo de constituição, o corpo experimenta fases que lhe marcam 
 22
com prazeres e plenitude. Este é o espaço fusional que abriga o ”corpo da 
necessidade”. 
O corpo da pulsão é subsidiário do corpo fusional, marcado pela 
frustração, na separação dos corpos mãe-filho. A criança, para 
construir seu espaço e o seu corpo, não só deverá identificar-se 
com imagem especular, mas também deverá separar-se dela. Para 
isso terá que gerar um espaço e um corpo diferentes do corpo 
materno. (LEVIN, 1995, p. 63) 
 
E para Lapierre 
 
É neste espaço relacional que o gesto, a palavra, o objeto vão tomar 
um significado: eles se tornam ao mesmo tempo ‘significantes’para 
si e para o outro. Nascimento de uma linguagem simbólica 
comum, princípio infraverbal, em seguida recoberta pela 
linguagem verbal. Logo, é a perda da fusão corporal e da perda do 
corpo como complementaridade da falta, que permitirá o acesso ao 
simbólico e em particular o acesso à linguagem. (LAPIERRE, 
1984, p. 18). 
 
Assim, à luz da Psicanálise, a Psicomotricidade passa a tratar o corpo 
não mais como um instrumento reabilitável pela ação reeducativa (corpo 
real), delimitada a tratar particularmente o distúrbio instrumental, mas um 
corpo uno, numa relação corpo real-corpo imaginário-corpo simbólico. 
Nesse corpo, os distúrbios fazem parte dos processos inconscientes, 
evidenciados pela linguagem. Para Costa (2002) 
 
Há consenso entre aqueles que trabalham na área, que os 
distúrbios psicomotores se assentam em uma base comum, a 
dificuldade em relação à imagem do corpo e à estrutura do 
tempo e do espaço. (COSTA, 2002, p. 38) 
 
Diante dessa concepção, a autora conceitua distúrbio psicomotor, 
como uma situação particular de escolha de sintoma onde o indivíduo 
oferece seu corpo (seus movimentos, seu saber) a ser desejo de outro, sem 
poder fruir da sublimação. 
 23
Portanto, o tratamento psicomotor passa a ter uma abordagem 
psicanalítica, incluindo a questão do sujeito e da linguagem. Sami-Ali (1993) 
diz que “a conjugação, transferência e imagem do corpo, através do qual o 
passado se atualiza no presente, é suficiente para apreender a dinâmica da 
ação psicomotora”. (p. 76). 
Ainda para o autor: “invariavelmente, essa dinâmica se desenvolve 
em torno da problemática edipiana, que, gradativamente, determina as 
coordenadas inconscientes da situação terapêutica”. (p. 76) 
A problemática edipiana que surge na relação com o outro é marcada 
pelo desejo desse outro, conjuga-se à transferência, à repetição e à fantasia 
de plenitude e ao investimento libidinal. 
A identificação constante na relação terapêutica determina mudanças 
simbólicas de lugar: vê-se no lugar do outro, e o outro no lugar dele. Essa 
mudança simbólica de lugar é promovida por força do inconsciente e é, 
nesse momento simbólico, que se instaura a transferência incluindo-a na 
ordem do simbólico. 
O psicomotricista em sua relação com a criança constitui-se como 
parte integrante da sua imagem corporal, podendo ser um objeto e 
ocupar posição simbólica diferente, já que intervém como um 
significante, uma representação, atribuições essas que são 
inconscientes. Seu corpo é utilizado e oferecido como um 
instrumento significativo para metaforizar o desejo da criança 
(LEVIN, 1995, p. 139) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 3 
A PSICOMOTRICIDADE NA CONSCIENTIZAÇÃO 
CORPORAL DO ADOLESCENTE 
 
 
A sexualidade tem um caráter dinâmico, caracterizado por mudanças 
de fases que, de certa forma, determinam e modificam o comportamento. 
Os impulsos dessa dinâmica são de natureza parcial e fragmentada. 
O adolescente bem libidinizado tem desejo de busca do conhecimento 
e, volta-se para as questões da sistematizaçãodesse conhecimento. Sua 
libido fica direcionada, o que favorece o controle de suas ansiedades e 
atenua o sentimento culposo oriundo das fantasias sexuais, de desejo do 
corpo materno. Há uma satisfação oral quando se mantém um nível de 
sublimação de prazeres sádicos e visuais, na capacidade de realizar 
pesquisas. 
O desejo de penetração é sublimado pela curiosidade de 
funcionamento dos objetos e do corpo. Desmontar, encaixar, rasgar, cortar, 
colar e manipular massas de consistências diferentes são atividades que 
contribuem para a sublimação, desculpabilização e realização de suas 
fantasias, dentro do processo normal de sua evolução. 
O processo de desenvolvimento não é linear. O adolescente passa 
por momentos de regressão, deslocamento ou fixação da libido. Essa 
energia psíquica pode ser decorrente de estímulos do meio, ou própria da 
evolução, e acarreta conflitos intrapsíquicos. As frustrações decorrentes 
desse percurso devem causar ansiedades na criança, mas devem ser 
suportadas pelo ego. 
 25
A frustração é uma castração necessária ao surgimento do 
pensamento, contudo não deve elevar o nível de ansiedade além do 
suportável pelo aparelho psíquico, evitando causar danos e desequilíbrio 
psicomotor, afetivo e cognitivo. A baixa tolerância à frustração está ligada à 
fragilidade do ego, auto-imagem, auto-estima e nível de expectativa, que a 
criança, familiares e outros desenvolvem em função do esperado. 
O desequilíbrio das funções psicomotoras, cognitivas e afetivas 
podem causar na criança dificuldades de manejo do simbólico. Isso 
instalará uma dificuldade no processo de aprendizagem sobre seu próprio 
corpo. 
A aprendizagem da leitura e da escrita requer um certo erotismo 
motor e sua dificuldade mexe com a questão de ordem narcísica, pela baixa 
gratificação afetiva que o aprendizado está lhe proporcionando. Nessa 
situação, os mecanismos de defesa do ego tendem a proteger o aparelho 
psíquico do alto nível de frustração e ansiedade, deslocando parte da libido 
para outras situações, ou melhor, libidinizando suas fantasias, bloqueando o 
processo da aprendizagem. 
Determinados comportamentos evidenciados na criança não passam 
de meras projeções ou transferências dos seus desejos inconscientes, 
medos, frustrações e inveja, que em suas fantasias dificultam a busca do 
conhecer. 
Para entender essas e outras questões é preciso entender não só as 
questões cognitivas, mas também as de ordem emocional, que andam par-
a-par nos problemas e dificuldades de aprendizagem. O objeto do 
conhecimento tem que ser libidinizado. Pensa-se que não há aprendizagem 
sem afeto e afeto sem aprendizagem. 
A prática psicopedagógica e psicomotora vem denunciando a 
necessidade de melhor conhecer as questões emocionais e, na busca desse 
conhecimento, suscita a introdução do conhecimento da teoria psicanalítica 
à sua prática, numa tentativa de redimensionar essa práxis. 
 
 26
Há uma força, um desejo, uma energia sexual, denominada libido, 
que se encontra em diferentes partes do corpo da criança. Seu ponto 
inicial centra-se na boca. É a primeira zona erógena. Freud afirma 
que o prazer de sugar é um ato sexual. O mesmo prazer de absorção 
de alimentos será sentido nos atos de eliminação dos resíduos 
metabólicos: a micção e a defecção. Temos assim a concentração 
da libido na zona anal e depois na genital. (FREUD, apud DORIN, 
s/d/, 213). 
 
As etapas do desenvolvimento sexual não se dão de forma clara nem 
obedecem uma cronologia etária definida. Existe uma interpretação das 
fases oral, anal e genital. A interpretação aumenta à medida que se 
aproxima mais o período da fase genital. A primeira fase do 
desenvolvimento psicossexual é a zona bucal, a fonte corporal de todas as 
excitações pulsionais. Essas fases estão presentes tanto na criança quanto 
no adulto e são representadas pelos comportamentos, facilmente 
identificados pelas características próprias de cada fase. 
A fase oral caracteriza-se por queixas constantes, espera-se tudo do 
outro. Há um predomínio da ansiedade persecutória, não se tolera a 
ambivalência, não se tem medo da perda. O narcisismo impera e há uma 
necessidade de que o outro satisfaça toda as suas necessidades, embora 
elas nunca estejam satisfeitas. 
Kusnetzoff (1982) define como fonte corporal das excitações pulsinais 
a zona bucal. O autor aponta como objeto dessa fase o seio e todo o seu 
substrato. 
 O conceito de objeto não sendo redutível só aos seios 
anatomicamente falando. “Seios” também são os braços da mãe, os 
músculos que seguram o neném, a voz que fala 
contemporariamente à incorporação do leite etc. (1982, p. 31) 
 
O autor ainda considera de muita importância o vínculo que se 
estabelece na relação da amamentação, “o vínculo seio-boca, pois esse é o 
herdeiro do vínculo estabelecido entre o feto e a mãe, isto é, o seio será o 
substituto do cordão umbilical”. (idem, p. 32) 
As substituições vão efetivamente da sua identidade e emancipação. 
O seio é o substituto do cordão umbilical e o bolo fecal, sua primeira 
 27
produção, é substituto do seio por um lado e por outro antecessor do pênis, 
objeto da fase subsequente. O bolo fecal é expulso do corpo, desprende-se 
em definitivo através de um movimento centrífugo em que há uma 
exteriorização dos conteúdos internos. Ele é um representante de um valor 
de troca entre a criança e o meio externo. 
Kusnetzoff (1982) compreende o estágio anal 
 
Como o ato da defecação que ocupa um lugar importantíssimo no 
desenvolvimento piscossexual da criança; porém não se remete 
apenas ao controle esfincteriano. Este serve de modelo para o 
controle motor em geral, sensação de domínio, prazer na expulsão 
ou na retenção. (1982, p. 39) 
 
A fonte pulsional nesse período é a mucosa ano-retal. Essa mucosa 
produz sensações conscientes de um processo muito importante para a 
autoconservação: a eliminação dos resíduos alimentares indigeríveis. 
Abranham (1961) subdivide o estágio anal em duas fases: a primeira, 
fase anal ou fase expulsória e a segunda, fase anal ou retentiva. Na fase 
expulsória o prazer é fornecido por três vias: a via fisiológica, a via social e a 
via contingente. Na fase retentiva, o prazer da criança é a retenção das 
fezes, pois ela percebe que a mucosa anal é estimulada tanto na expulsão 
como na retenção. Como os adultos atribuem uma importância excessiva à 
retenção, o prazer da criança é dirigido a esse ato. Tudo isso explica a 
grande relação psíquica entre como à criança percebe seu corpo e a sua 
sexualidade. 
 
3.1 Gravidez na adolescência 
 
O mundo vem assistindo a crescente onda de mães muito jovens, que 
dão luz numa época em que poderiam estar desenvolvendo algumas 
capacidades emocionais e cognitivas, além de acumular experiência, dentro 
da liberdade que existe neste período, próprio para viver diversas 
 28
circunstâncias e posteriormente adentrar no universo adulto, portando 
bagagem, mínima que seja, mas que possibilita então, a constituição de uma 
família com um filho ou mais. Contudo, um número alarmante, mostra muitas 
adolescentes que acabam tomando outro rumo e engravidam, iniciando ai 
um cerceamento de suas atividades no campo do desenvolvimento 
profissional e escolar, sem generalizar, porém, grande parcela delas, acaba 
restrita ao contato com o lar onde reside. 
Tem sido tarefa difícil explicar a causa de existir tantas adolescentes 
grávidas, e seu crescente número a cada ano. De um lado, alguns 
profissionais apontam para a falta de informação, de outro, a questão centra-
se numa busca pela identidade por parte dos adolescentes. A aquela 
identidadeque a criança e o adolescente encontra no descobrir e entender o 
seu corpo. 
Kalina (1999) define que na adolescência, ocorre uma profunda 
desestruturação da personalidade e que com o passar dos anos vai 
acontecendo um processo de reestruturação. Baseado nos antecedentes 
histórico-genéticos e do convívio familiar e social, e também pela 
progressiva aquisição da personalidade do adolescente, pelo 
reconhecimento de seu corpo é possível entender que esta reestruturação 
tem em seu eixo o processo de elaboração das perdas, a cada etapa 
deixada sucessivamente. A questão familiar e social funciona como co-
determinante no que resulta enquanto crise, especialmente, à conquista de 
uma nova identidade. 
 29
O amadurecimento sexual do adolescente, de acordo com Tiba 
(1996), acontece de forma rápida, simultaneamente ao amadurecimento 
emocional e intelectivo, iniciando então, o processar na formação dos 
valores de independência, que acaba por gerar pensamentos e atitudes 
contraditórios, especialmente quanto a parceiros e profissões. 
Aberastury (1983) diz se tratar de uma luta difícil para o adolescente 
encontrar uma identidade, que ocorre num processo de longa duração, além 
de lento, neste período, em que os jovens vão construindo a base final da 
personalidade, de seu perfil adulto. Este processo acontece por meio de 
tentativa e erro, em sua maior parte, buscando o verdadeiro Eu, ou seja, 
buscando reconhecer-se enquanto outro corpo e acaba por sofrer agonias e 
dúvidas, querendo ser diferente do que fora em sua infância, num buscar 
uma identificação própria e diferente. 
Podemos encontrar em Osborne (1975) aspectos importantes sobre 
pais que valorizam a autonomia e a disciplina no comportamento, estimulam 
mais o desenvolvimento da confiança, da responsabilidade e da 
independência. Pais que são autoritários, os quais tendem à repressão dos 
desacordos, porém não podem exterminá-los, e os filhos adolescentes 
provavelmente acabam sendo menos seguros, pensando e agindo pouco 
por si próprios. Pais negligentes ou permissivos que não oferecem o tipo de 
ajuda que o adolescente precisa; permitem que seus filhos percam o rumo, 
não oferecendo a eles condições de perceberem-se como o outro e, ao 
mesmo tempo, diferente dele. 
 30
Vemos então, a enorme responsabilidade educacional durante o 
processo de adolescência, e Sayão (1995) confirma tal postura com relação 
aos filhos, que crescem e aos pais cabe a preparação sobre as mudanças 
no corpo e o aprendizado de como lidar com a questão sexual, usando de 
honestidade e se preocupando em transmitir valores, além das regras. 
Em outra esfera, ao tratarmos sobre prevenção da gravidez, podemos 
encontrar pesquisas realizadas através de universidades ou do ministério da 
saúde brasileiro, que revelam constantemente que grande parte da 
população tem tido a informação básica necessária sobre o uso de 
anticoncepcionais, e que apesar dos adolescentes possuírem este 
conhecimento, acabam mantendo um relacionamento sexual sem tomar os 
cuidados necessários e assim, como que numa “loteria”, engravidam 
inesperadamente. 
Se por um lado encontramos uma boa dose de informações que 
chega até os jovens, por outro, percebemos a constante falta de diálogo 
entre pais e filhos, não bastando apenas dizer ao adolescente para que use 
preservativo, mas também esclarecendo sobre as decorrências possíveis. 
Os pais precisam se preparar com conhecimento a respeito, trabalhar 
melhor sua participação em assuntos “delicados” e, acompanhar 
equilibradamente a vida de seus filhos, mostrando-lhes como se dá o 
processo de maturação e desenvolvimento do corpo e como lidar com isso. 
Outro ponto reforça a estatística sobre gravidez na adolescência, que 
conforme Varella (2000) nos aponta que, os dados da Pesquisa Nacional em 
Demografia e Saúde do Brasil, feita em mil novecentos e noventa e seis, 
 31
indicaram que quatorze por cento das meninas nesta faixa etária já tinham 
um filho, no mínimo. Entre as parturientes que foram atendidas pelo Sistema 
Único de Saúde, entre os anos de mil novecentos e noventa e três e mil 
novecentos e noventa e oito, teve um aumento de trinta e um por cento dos 
casos de meninas entre dez e quatorze anos. 
Conforme Duarte (1997), podemos compreender que a gravidez na 
adolescência não é um episódio, mas um processo de busca, onde a 
adolescente pode encontrar dificuldade e acaba por assumir atitudes de 
rebeldia, como a própria gravidez. Isso por falta de uma melhor identificação 
de si mesma. As pesquisas realizadas pela Secretaria de Saúde de São 
Paulo, mostram que o aumento do número de gravidez na adolescência não 
é a desinformação. 
Parece que já nos habituamos a este fato, jovens com tão pouca 
idade se tornando “mãe”, no sentido biológico, mas existindo pouco preparo 
ou estrutura, evidentemente. Como é possível, jovens nesta faixa etária 
estarem preparadas para cuidar de outro ser que requer tantos cuidados? 
Se o adolescente ainda se encontra em reestruturação da personalidade, 
levando-se em conta o aspecto emocional e financeiro, além da experiência 
de vida necessária, como poderá atuar como alguém que necessita oferecer 
apoio e estruturação a outro? 
Sabe-se o quanto é importante passar por todas as fases naturais que 
a vida oferece, como a infância, a adolescência, a fase jovem, adulta e a 
velhice, períodos onde desenvolvemos estruturas que se auxiliam uma após 
a outra. Todas elas sendo auxiliadas pela relação do indivíduo com o corpo. 
 32
 Costa (1997) faz um relato sobre a criança de hoje, que é 
bastante precoce nas questões da sexualidade, por meio de sua curiosidade 
em querer conhecer como se formam os bebês e como ocorre a intimidade 
sexual. Há muitos casos onde as crianças com idade a partir de seis anos, 
que já desejam olhar revistas de mulheres nuas. Nesta esfera encontra-se a 
liberação sexual vivida atualmente e que faz a criança ingressar em uma 
fase de conhecimento do seu corpo, com uma certa antecedência. 
Aumentar a freqüência de informações dentro das escolas, através 
das aulas é uma boa forma colaboradora, até que este assunto se incorpore 
definitivamente em nossa cultura, que apesar de “moderna”, ainda é cheia 
de tabus e preconceitos, trabalhar com projetos de teorias da 
psicomotricidade também é uma questão a se pensar, já esta tem a 
capacidade de auxiliar o adolescente no reconhecimento de si mesmo. 
Por outro lado, se a televisão em seus diversos horários, inclusive os 
de grande audiência, transmite cenas de erotismo e sensualidade, pode 
também apresentar cenas de prevenção e cuidados a este respeito, em boa 
dose e intensidade, não apenas em alguns momentos especiais, 
aumentando conseqüentemente, o estímulo a esta prática fundamental de 
prevenção, que se dá muito por meio da vontade. 
Quando do ato sexual, uma sensação maior parece tomar conta e 
assim não se pensa em mais nada; apenas acontece a relação. Isto se dá 
pela falta de maior consciência a respeito. Neste período de adolescência, 
no qual o jovem acredita estar pronto para o mundo, e é nesta “coragem” 
que segue avante, mas ainda lhe falta conhecimento e experiência, 
inevitáveis para lidar melhor com seu corpo. 
 33
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Nos dias atuais, ouvimos falar muito em liberdade, sugerindo a 
vivência desta em diversas áreas da vida. Fala-se em liberdade de 
expressão, em liberdade de escolha, e, o que aqui nos interessa, liberdade 
sexual. 
A liberdade sexual associada a outros fatores, como a necessidade 
dos jovens de quebra de tabus, afirmação, contraposição à família, e, muitas 
vezes, a pressão do grupode amigos e/ou do namorado, trouxe consigo 
uma questão importante: a vivência da sexualidade adolescente. 
Contudo, não podemos falar neste tema sem antes comentar alguns 
pontos básicos. Em primeiro lugar, a adolescência é um processo que ocorre 
durante o desenvolvimento evolutivo do indivíduo, caracterizado por uma 
revolução bio-psico-social, e marcando a transição do estado infantil para o 
estado adulto. As características psicológicas deste movimento evolutivo, 
sua expressividade e manifestações ao nível do comportamento e da 
adaptação social, são dependentes da cultura e da sociedade onde o 
processo se desenvolve. Além disso, este processo adolescente é 
desencadeado, impelido e concomitante às alterações biológicas que 
intervém na maturação das manifestações pulsionais e são inerentes a este 
período. As velocidades de maturação de cada setor (biológico, psicológico 
e social), e das partes que os compõem, são distintas e interatuantes, dando 
o colorido típico que caracteriza o adolescente de nossa sociedade. 
Com a chegada da puberdade, todo o organismo é invadido pela força 
das transformações biológicas e tomado por impulsos sexuais e agressivos, 
determinando o início da puberdade e do processo da adolescência. 
De início, sem saber bem o significado de sua sexualidade e de como 
dispor dela, o adolescente pouco a pouco vai descobrindo os mistérios e os 
 34
devaneios que essa situação atraente e angustiante lhe desperta. As 
modificações corporais bem como a masturbação são elementos que 
exteriorizam as mudanças internas com seus reflexos sobre a vida afetiva e 
emocional dos jovens. 
Então, o adolescente entra nesta etapa da vida tomado por um estado 
de certa confusão e incoerência, entre o que lhe era conhecido e familiar, 
por ocasião da infância, e as transformações pelas quais está passando. 
Apesar de desejar atingir a vida adulta, pois é impelido por seu crescimento 
e maturação, teme o desconhecido que existe dentro de si. 
Aos poucos, o adolescente sente o seu corpo amadurecer, e, com 
isto, o peso da cultura e da sociedade exercerá sobre o ele a repressão da 
livre expressão e experimento da genitalidade adulta. A princípio, não se 
interessa pela sexualidade genital, até que descobre o outro sexo, e a 
intensa excitação e prazer que ele lhe desperta. 
E, é claro, a sexualidade vai assumir características de acordo com a 
idade na qual é vivida, sendo influenciada, então, pelas características 
adolescentes. Entretanto, é sabido que muitos jovens iniciam sua vida 
sexual em idades precoces, e a manutenção de uma vida sexual sem 
preparo e cuidado pode trazer conseqüências muito sérias para o 
adolescente, como a gravidez indesejada, o aborto e as doenças 
sexualmente transmissíveis. 
Como que isso fica então? Deve-se orientar ou educar os 
adolescentes? 
Entende-se que, este período de transição, pelo qual passa o ser 
humano, é carregado de transformações físicas e psíquicas, viabilizando 
uma instabilidade na estrutura da personalidade. Outro fator relevante é a 
informação que orienta quanto aos cuidados sexuais, a qual mantém o seu 
grau de importância, e deve fazer parte do contexto educacional a fim de se 
incorporar, cada vez mais, nos hábitos cotidianos da população. 
Encontramos ainda, a enorme exposição a estímulos na área sexual, a que 
as crianças se encontram constantemente e as respostas que emitem, além 
de gerar uma precocidade em suas atitudes neste mesmo campo. Por outro 
 35
lado, há uma batalha imediata, ligada à conscientização dos jovens quanto 
às questões emocionais e sociais que podem levar a gravidez como forma 
equivocada de gerar identidade nesta fase do desenvolvimento, tão repleta 
de tribulações e conflitos mediante as sucessivas mudanças que ocorrem, e 
ainda, ser um projeto de vida para substituir a falta de perspectiva 
profissional, fazendo do futuro, uma visão de poucas possibilidades de 
crescimento em várias esferas, a exemplo da educação e cultura. Este 
exercício de estimular a reflexão e trazer maior consciência, pode ser feito 
por profissionais que atuam na área social e da saúde; por uma parcela da 
população que já se encontra com boa experiência de vida e abre espaço 
para discuti-las; professores que desenvolvam dinâmicas de grupos, e 
ofereçam canal aberto para uma conversa de linguagem fácil e objetiva, 
sejam por meio de seus centros comunitários, nos bairros onde moram, 
sejam pelas escolas. Nesse sentido, usar-se as bases propiciadas pela 
psicomotricidade pode ser um fator determinante no auxílio à estruturação 
do reconhecimento desses adolescentes sobre eles próprios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36
 
 
 
 
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Tradução de J. seabra Dinis. Lisboa: Morais Editores, 1979. 
 
 
 
 
 
 
 
 38
 
 
FOLHA DE AVALIAÇÃO 
 
 
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes 
 
Título da Monografia: A Influência da Psicomotricidade na Conscientização 
Corporal de Adolescentes 
 
Autor: Adriana Leandro da Silva de Souza 
 
Data da entrega: Junho/2004 
 
Avaliado por: ___________________________________ Conceito: 
_______ 
Avaliado por: ___________________________________ Conceito: 
_______ 
Avaliado por: ___________________________________ Conceito: 
_______ 
 
Conceito Final: _______________ 
 
 
 
 
 
 
 
 39
 
 
ÍNDICEFOLHA DE ROSTO ................................................................................ 2
AGRADECIMENTOS ............................................................................. 3
DEDICATÓRIA ....................................................................................... 4
RESUMO 6
METODOLOGIA ..................................................................................... 7
SUMÁRIO ............................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 9
 
CAPÍTULO 1 
A PSICOMOTRICIDADE ....................................................................... 10
 
1.1 Enfoque Histórico ............................................................................ 11
 
CAPÍTULO 2 
O ESQUEMA CORPORAL ..................................................................... 14
 
2.1 Desenvolvimento do Esquema Corporal .......................................... 17
2.2 Desenvolvimento durante a infância ................................................ 19
2.3 Estrutura do esquema corporal em função da interiorização ........... 20
2.4 A psicomotricidade sobre o olhar da psicanálise ............................. 21
 
CAPÍTULO 3 
A PSICOMOTRICIDADE NA CONSCIENTIZAÇÃO CORPORAL DO 
ADOLESCENTE ..................................................................................... 24
 
3.1 Gravidez na Adolescência ................................................................ 27
 
CONCLUSÃO ........................................................................................ 33
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 36
FOLHA DE AVALIAÇÃO ........................................................................ 38

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