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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – IFPR CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM FÍSICA GERADOR DE VAN DE GRAAFF EXPERIMENTO 2 -LABORATÓRIO DE FÍSICA III PROF: LUIZ RICARDO LIMA MATHEUS GUILHERME FERNANDES THAÍS COSTA SANTANA TELÊMACO BORBA 2018 CONTEÚDOS 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 3 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 4 2.1 O PODER DAS PONTAS ...................................................................................... 4 2.2 RIGIDEZ DIELÉTRICA ........................................................................................ 4 2.3 CAMPO ELÉTRICO .............................................................................................. 5 2.4 GERADOR DE VAN DE GRAAFF ...................................................................... 6 3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 7 3.1 MATERIAIS ........................................................................................................... 7 3.2 MÉTODOS ............................................................................................................. 7 3.2.1 Chama da vela: ................................................................................................. 7 3.2.2 Potencial elétrico e quantidade de carga acumulada no Gerador de Van de Graaff: ....................................................................................................................... 8 4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................................... 9 4.1 CHAMA DA VELA: .............................................................................................. 9 4.2 POTENCIAL ELÉTRICO E QUANTIDADE DE CARGA ACUMULADA NO GERADOR DE VAN DE GRAAFF: ......................................................................... 10 5. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 12 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 13 3 1. INTRODUÇÃO A eletrostática é uma parte da Física que estuda os fenômenos elétricos e pode ser demonstrada experimentalmente com o auxílio do Gerador de Van de Graaff. Esse relatório tem seu foco tanto no fenômeno conhecido como vento elétrico, quanto na densidade superficial de carga. Esse experimento ocorreu em duas etapas, sendo que o primeiro procedimento foi de grande importância para o entendimento sobre o poder das pontas e a lei de Du Fay, e o segundo procedimento teve sua importância voltada para a compreensão da densidade superficial de cargas, que é um estado de equilíbrio eletrostático de um corpo. A primeira etapa foi qualitativa e estava intitulada de “chama da vela”, o objetivo desse procedimento foi entender o poder das pontas, onde as mesmas possuem uma influência muito forte sobre outros corpos. Já a segunda etapa foi quantitativa e teve por objetivo a coleta do comprimento equatorial da esfera do gerador para a realização de alguns cálculos. Nesse relatório, os experimentos acima mencionados estão divididos em tópicos e suas análises estão individualmente descritas na discussão. 4 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O PODER DAS PONTAS Toda região que que possui com muita curvatura é chamada de ponta. Quando um corpo qualquer sofre algum dos processos de eletrização1, a maior parte das cargas se concentra nessas pontas, haja visto que em uma ponta a densidade elétrica é sempre mais elevada do que nas demais regiões. Há três fatos que se dão devido as pontas: 1º) Uma ponta possui maior facilidade para se eletrizar do que as demais regiões; 2º) Um corpo que encontra-se eletrizado por algum motivo, perde carga mais facilmente em suas pontas, ou seja, é difícil manter um corpo eletrizado quando ele possui pontas; e 3º) Se corpo encontra-se eletrizado por algum motivo, as pontas desse corpo possuem uma ação muito forte sobre outros corpos. 2.2 RIGIDEZ DIELÉTRICA Todos os materiais existentes podem ser classificados em relação a sua capacidade de conduzir corrente elétrica, ou seja, podemos classifica-los em três classes distintas: 1) condutores; 2) semicondutores; e 3) isolantes ou dielétricos. Os dielétricos ao contrário dos demais, possuem uma forte resistência a formação de corrente elétrica. Entretanto há um limiar (valor limite) no campo elétrico no qual os isolantes passam a formar corrente elétrica e se comportar como condutores, esse valor é um valor específico de cada material e depende da espessura do mesmo. De forma mais simples a rigidez dielétrica é a tensão máxima que um material isolante suporta antes de apresentar falhas e se tornar um condutor. Figura 1 – Rigidez dielétrica de alguns materiais 1 São processos de eletrização: 1)Atrito ou fricção; 2) Condução; e 3)Indução. 5 Juntamente com a ruptura da rigidez dielétrica de algum material ocorrem descargas elétrica. Um exemplo é quando ocorre a ruptura da rigidez dielétrica do ar, surgem descargas elétricas provenientes da atmosfera e nos enxergamos o fenômeno atual conhecido como relâmpago. 2.3 CAMPO ELÉTRICO Todo o efeito que ocorre nas proximidades de uma carga puntiforme está associado a um campo elétrico. O campo elétrico é uma grandeza vetorial que é criada por uma carga, carga mãe, localizada em alguma região do espaço. Quando há uma interação entre duas cargas surge uma força entre elas denominada força elétrica, essa força pode ser de repulsão ou atração. Figura 2 – Campo elétrico em uma carga positiva e em uma carga negativa Com isso é importante sabermos o campo elétrico só pode ser detectado quando há uma interação entre ele e uma carga externa, carga essa chamada de carga de prova. As características do vetor campo elétrico são dadas por: 1) O sentido depende exclusivamente do sinal das cargas; 2) A direção é tangente a força elétrica existente entre as cargas; e 3) A intensidade do campo elétrico é determinada pela seguinte equação: |𝐸| = 1 4. 𝜋. 𝜀 . |𝑄| |𝑑ଶ| Onde: |𝑄| É a carga que gera o campo elétrico; 𝑑 É a distância entre as cargas; e ଵ ସ.గ.ఌబ = 𝐾 = 9,0. 10ଽ É a constante elétrica no vácuo. Destaca-se que um campo elétrico é uniforme em uma região quando suas linhas de campo se encontram paralelas e possuem um espaçamento equidistante umas das outras. 6 2.4 GERADOR DE VAN DE GRAAFF O físico americano Robert Jemison Van de Graaff (1901–1967), visando atingir tensões elevadas, desenvolveu um instrumento chamado Gerador de Van de Graaff. Esse equipamento além de ter sido utilizado em várias áreas de pesquisa é utilizado em laboratórios de física com a finalidade de demonstrar a eletricidade através de um modelo simplificado aos estudantes. O Gerador de Van de Graaff consiste em uma máquina que utiliza uma correia móvel para acumular tensão eletrostática muito alta na cavidade de uma esfera de metal (Abóbada). Figura 3 – Estrutura básica de um Gerador de Van de Graaff O funcionamento do gerador, ocorre devido a movimentação de uma correia dielétrica que passa por duas polias e é eletrizada por atrito na parte inferior do aparelho. Com isso quando atinge a partesuperior, as cargas elétricas obtidas no processo eletrização por atrito, fricção, são movidas para a superfície interna do metal e posteriormente distribuídas em toda a superfície da esfera metálica, onde suas cargas são coletadas por pontas metálicas e conduzidas para a superfície externa da esfera. E assim cargas continuam sendo extraídas da correia como se estivessem indo para terra, e tensões muito altas são facilmente alcançadas pelo gerador. 7 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS 01 Gerador de Van de Graaff; 01 Cabeça esférica; 01 Esfera auxiliar, para testar o gerador; 01 Lamparina; 01 Fosforo (Coletivo); 02 Cabo banana-jacaré; 01 Trena; 02 Suportes; 01 Cuba plástica; 02 Condutores linear; 01 Condutor circular; 01 Condutor em agulha. 3.2 MÉTODOS Essa atividade experimental ocorreu em duas etapas. Seguem abaixo de maneira detalhada ambos os procedimentos. 3.2.1 Chama da vela: Inicialmente foi colocado uma lamparina posicionada no centro de uma cuba plástica, na qual também foram acoplados dois condutores linear. Em seguida com o gerador de Van de Graaff desligado, foram conectados dois cabos aos condutores linear, sendo: 1) um cabo (de cor vermelho, e de polo negativo) que partia da esfera do gerador e chegava ao condutor acoplado à direita da cuba plástica; e 2) um cabo (de cor preta, e de polo positivo) que partia da base do gerador e chegava ao condutor acoplado à esquerda da cuba. Feito isso foi acendida a lamparina e o gerador foi ligado e testado com a esfera auxiliar na velocidade 5, com isso foram observadas as interações entre as placas (juntas e separadas) e a chama da lamparina. Consecutivamente foram repetidas duas vezes esse procedimento com os cabos separados, sendo:1) utilizado um condutor circular; e 2) sendo utilizado um condutor em agulha, ambos acoplados a cuba. Durante essas duas últimas vezes o diferencial foi que a 8 lamparina estava fora da cuba e que foram movimentados os condutores de forma a maximizar a visualização do que iria ocorrer. 3.2.2 Potencial elétrico e quantidade de carga acumulada no Gerador de Van de Graaff: Durante esse procedimento, com o auxílio de uma trena foi realizada a medição do comprimento equatorial da esfera do Gerador de Van de Graaff. E através desse dado foram realizados alguns cálculos com o objetivo de encontrar a densidade superficial de carga da esfera do gerador. Os cálculos realizados estão contidos na discussão desse procedimento. 9 4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Durante a realização desses procedimentos, foi possível visualizar o fenômeno conhecido como vento elétrico, e também calcular algumas das capacidades do gerador de Van de Graaf, sendo essas encontradas na discussão relacionada ao potencial elétrico e a quantidade de carga acumulada no mesmo. Por mais que não tenha influenciado na análise do procedimento “chama da vela” é importante ressaltar que quando foram colocados em paralelo, os dois condutores lineares (chapas) realizaram o princípio de um campo elétrico uniforme, que é uma região aonde as linhas de campo estão identicamente espaçadas. Assim, encontram-se abaixo os resultados obtidos durante as práticas experimentais e suas devidas discussões. 4.1 CHAMA DA VELA: Com o decorrer desse experimento foi percebido que independente do condutor a chama se comportava de duas maneiras, sendo estas 1º) Naturalmente quando o cabo preto (positivo) estava conectado ao condutor; e 2°) Como se a vela estivesse sendo assoprada, se repelindo do condutor, quando o cabo vermelho (negativo) estava conectado ao condutor. Esse 2º comportamento é um fenômeno conhecido como vento elétrico e quando ele ocorre há interações entre cargas. Essas interações são descritas pela lei de Du Fay2. O vento elétrico, é um fenômeno que ocorre devido a ponta carregada negativamente causar uma repulsão nos elétrons das moléculas de ar, assim as moléculas passam a ter um déficit de elétrons e deixam de ser neutras passando a ser positivas. Com isso, os íons3 positivos acabam sendo atraídos pela ponta, e consequentemente carregando consigo outras moléculas de ar, assim causando um deslocamento das moléculas de ar em direção a ponta e gerando um assopro de vento. 2 Lei de Du Fay: “Cargas de mesmo sinal se repelem, e cargas de sinais contrários se atraem”. 3 Íon é um átomo que possui excesso ou falta de elétrons. O íon pode ser um ânion se ele possuir um excesso de elétrons ou um cátion se ele tiver um déficit de elétrons. 10 Figura 4 – Interação de um condutor em agulha (cabo vermelho conectado) com as moléculas de ar. Esse fenômeno foi observado em todas as partes desse procedimento, porem foi melhor visualizado com a utilização do condutor em agulha. 4.2 POTENCIAL ELÉTRICO E QUANTIDADE DE CARGA ACUMULADA NO GERADOR DE VAN DE GRAAFF: Com esse procedimento foi obtido o comprimento equatorial da esfera do gerador que é de 0,82 m. Esse dado foi inicialmente utilizado para descobrir o raio e a área da esfera, sendo subtraído da área total 8,8% da área correspondente a porção aberta. Os cálculos realizados foram: 𝑟 = 𝐶 2. 𝜋 = 0,82 2. 𝜋 = 1,3.10ିଵ 𝑚 𝐴 = 𝐴் − 8,8% = (4. 𝜋. 𝑟ଶ) − 8,8% = (4. 𝜋. (0,13)ଶ) − 8,8% = 1,9.10ିଵ 𝑚ଶ Com o raio e com a rigidez dielétrica do ar (encontrada na Figura 1), foi encontrado a potencial máximo ao qual o gerador pode ser submetido, antes que ocorra a formação de centelhas, sendo ele de: 𝑉ெá௫ = 𝐸ெá௫. 𝑟 = 3.10 . 1,3.10ିଵ = 3,9 . 10ହ 𝑉 Consecutivamente foi determinada a quantidade de carga elétrica acumulada na superfície do gerador. Os cálculos realizados para isso foram: 𝑄 = 𝑉ெá௫. 𝑟 𝐾 = 3,9 . 10ହ . 1,3.10ିଵ 8,988.10ଽ = 5,6.10ି𝐶 Com os dados acima encontrados foram determinados a quantidade de elétrons livres (portadores de carga) distribuídos na superfície da esfera e a densidade superficial de cargas da mesma, esses valores foram determinados da seguinte forma: 𝑛 = 𝑄 𝑒 = 5,6.10ି 1,6.10ିଵଽ = 3,5.10ଵଷ 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠 δ = 𝑄 𝐴் = 3,5.10ଵଷ 1,9.10ିଵ = 1,8.10ଵସ 𝐶 𝑚ଶ 11 É importante ressaltar que para cargas negativas a densidade superficial de cargas se torna negativa, haja visto que a área é uma grandeza escalar e positiva. Esses cálculos foram realizados para que através deles fosse encontrado teoricamente o valor da densidade superficial de cargas, que é um estado de equilíbrio do gerador, ou seja, quando todos os responsáveis por sua eletrização se acomodam na superfície da esfera. 12 5. CONCLUSÃO O experimento realizado sobre a eletrostática, com o auxílio do Gerador de Van de Graaff teve grande importância para nossa formação docente. Uma das contribuições que o procedimento “chama da vela” nos forneceu foi a visualização do vento elétrico. Assim retrata-se que o experimento foi um sucesso, quando se leva em conta que não houve necessidade de refaze-lo. Com isso constata-se que possíveis fontes de erro podem ser desprezadas. Logo, conclui-se que o experimento foi bem-sucedido e que além da experiência foram visualizados na prática tanto o fenômeno vento elétrico, quando a lei de Du Fay, que nos diz sobre a interação entre cargas.13 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS "Campo Elétrico (continuação)" em Só Física. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008- 2018. Consultado em 16/03/2018 às 12:30. Disponível na Internet em http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrostatica/campo4.php CARVALHO, Thomas. Campo Elétrico. Disponível em: <https://www.infoescola.com/fisica/campo-eletrico/>. Acesso em: 10 mar. 2018. ENTENDA o que é e como funciona a rigidez dielétrica dos materiais. Disponível em: <http://www.tecnogera.com/blog/entenda-o-que-e-e-como-funciona-a-rigidez- dieletrica-dos-materiais>. Acesso em: 09 mar. 2018. GERADOR de Van de Graaff. Disponível em: <http://macao.communications.museum/por/exhibition/secondfloor/MoreInfo/2_3_7_V anGraafGenerator.html>. Acesso em: 22 fev. 2018. HELERBROCK, Rafael. O que é rigidez dielétrica?. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-rigidez-dieletrica.htm>. Acesso em: 09 mar. 2018. MENDES, Mariane. O que é campo elétrico?. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-campo-eletrico.htm>. Acesso em: 10 mar. 2018. O "PODER das pontas". Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/carga/poder_pontas/>. Acesso em: 11 mar. 2018. PAULA, Ricardo Normando Ferreira de. Gerador de Van de Graaff. Disponível em: <https://www.infoescola.com/fisica/gerador-de-van-de-graaff/>. Acesso em: 22 fev. 2018. SANTOS, Marco Aurélio da Silva. O Gerador de Van de Graaff. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/o-gerador-van-graaff.htm>. Acesso em: 22 fev. 2018. SANTOS, Marcos Aurélio da Silva. A rigidez dielétrica. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-rigidez-dieletrica.htm>. Acesso em: 09 mar. 2018.
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