Buscar

A educação ambiental e uma nova postura em relação à natureza

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A educação ambiental e uma nova postura em relação à natureza
Mesmo que você já esteja convencido da relevância da educação ambiental no mundo contemporâneo, você ainda poderia se perguntar:
Por que precisamos desta nova ética?
A nossa forma de agir no mundo ainda se baseia no capitalismo selvagem, no consumo desenfreado, na geração de riqueza e na busca incessante por um progresso que nunca chega. O problema é que essa postura gera subprodutos que ameaçam a nossa própria existência. Por isso precisamos de uma nova ética, para mudar nossa postura frente ao mundo e frente às pessoas com as quais o dividimos.
Essa necessidade é expressa pelo filósofo e teólogo José Roque Junges (2004, p. 7-8), para quem:
“Os problemas ecológicos não dependem de uma simples solução técnica; pedem uma resposta ética, requerem uma mudança de paradigma na vida pessoal, na convivência social, na produção de bens de consumo e, principalmente, no relacionamento com a natureza. Apontam para uma mudança de rota na organização econômico-industrial e político-social da sociedade e a conversão das atitudes de consumo e de relacionamento com o ambiente natural e social. [...] A preocupação ecológica não traz apenas novos problemas que pedem uma solução, ela introduz um novo paradigma de civilização”.
O papel da educação
No campo da Educação há uma espécie de dilema, no qual se questiona: a educação transforma o indivíduo ou reproduz a sociedade?
Papel transformador: O acesso ao conhecimento transforma o indivíduo em uma pessoa diferente, pois resgata valores sociais, configurando-se como um ato político.
Papel reprodutor: A educação é fruto de uma determinada sociedade e, portanto, está impregnada com seus valores. Desse modo, a educação tende a reproduzir esses valores, perpetuando a organização social.
Atenção!
É possível que ambas as correntes tenham razão. Neste contexto, um processo de mudança na sociedade se reflete diretamente na educação.
A questão ambiental lançou a sociedade contemporânea em um processo de mudança compulsório, pois ou a sociedade muda ou correrá sério risco de entrar em colapso. E aqui entra a educação ambiental, que pode se aproveitar da transformação social para incentivar a transformação dos indivíduos, permitindo-lhes:
desenvolver suas potencialidades;
adotar hábitos que contribuam para a conservação da natureza.
Observação
Hoje em dia, a maior parte da população brasileira vive em cidades e, com isto, observamos cada vez mais a crescente degradação das áreas naturais e de seus recursos, refletindo uma crise ambiental. Para combatermos esta crise, é necessário mudarmos nossa forma de pensar e agir. O economista Enrique Leff (2001, p. 190) cita a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento.
A necessidade da mudança
Depois da Conferência Intergovernamental sobre educação ambiental realizada em Tbilisi (Georgia, 1977), de acordo com JACOBI (2003), iniciou-se um movimento global em direção a:
Nova consciência sobre o valor da natureza.
Reorientação da produção de conhecimento baseada nos métodos da interdisciplinaridade e nos princípios da complexidade.
O documento gerado na Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade, Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade, realizada em Tessalônica (Grécia), segundo o biólogo e educador Marcos Sorrentino (1998, p. 27-32), direciona a atenção para a necessidade de se articularem ações de educação ambiental baseadas nos conceitos de ética e sustentabilidade, identidade cultural e diversidade, mobilização e participação em práticas interdisciplinares.
Atenção!
Estas orientações e estes novos olhares para a natureza levam ao caminho do desenvolvimento sustentável, possibilitando mudanças no sistema político e social. Essas mudanças caminham para redução dos conflitos humano-natureza, levando a uma sociedade mais sustentável.
Já tivemos vários alertas sobre o tamanho e “peso” de nossa pegada neste planeta: Contaminação em Love Canal (EUA – 1978); Acidente em Three-Mile (EUA – 1979); Desastre em Bhopal(Índia – 1984); Acidente em Chernobyl (Antiga URSS - 1986); Contaminação por Hexaclorociclohexane e compostos organoclorados (Brasil – 1980).
Mais informações sobre usinas e acidentes nucleares, como Three-Mile Island e Chernobyl, podem ser obtidas na apostila educativa da Comissão Nacional de Energia Nuclear. A sustentabilidade clama por uma sociedade educada ambientalmente, apontando a necessidade de multiplicarmos as práticas sociais baseadas no fortalecimento ao acesso à informação e à educação ambiental de forma integrada.
Compostos organoclorados
A Agência Europeia de Meio Ambiente (European Environment Agency - EEA) define os organoclorados como um amplo grupo de compostos químicos que contêm carbono, cloro e, eventualmente, diversos outros elementos. São compostos artificiais sintetizados pelo Homem, sendo utilizados, principalmente, como pesticidas e na química industrial. Por serem quimicamente estáveis e lipossolúveis, os organoclorados possuem grande poder de acumulação no ambiente e nos organismos, o que os torna uma ameaça ao ambiente e à saúde pública.
Envolvimento do homem com a questão ambiental
Hoje um dos desafios é:
Com isto, é facilitada a participação da população em decisões políticas, além de fortalecer sua corresponsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes causadores de degradação ambiental (JACOBI, 2003).
Atenção A educação ambiental pressupõe uma nova relação entre o homem e a natureza, onde ambos andam lado a lado, constituindo uma das bases do desenvolvimento sustentável, que leva a um envolvimento maior da população nas decisões e ações ambientais. A população deixa de ser passiva e passa a ser ativa e participativa.
Mas você sabe o que motivou a degradação?
A degradação existe devido ao modelo econômico que as sociedades escolheram e colocaram em prática, onde a economia de consumo e desperdício das sociedades é que contam.
Modelo econômico
Este modelo econômico que, na teoria, busca o crescimento ilimitado, está levando ao esgotamento dos recursos naturais. Isto aponta a insustentabilidade e irresponsabilidade deste tipo de modelo.
Levando em consideração o modelo econômico, o pensamento ecológico (conceito trazido pelo físico Fritjof Capra) veio para fomentar mudanças em direção a um mundo mais sustentável. Neste contexto é que se encontra a educação ambiental, que exerce um papel importante no direcionamento dos indivíduos a este pensamento.
Mudanças
Relação mais harmônica entre sociedade-natureza e contribuição para soluções dos problemas ambientais.
Capra (2006) alerta que a educação é um dos pilares para a construção de uma nova relação da sociedade com o meio ambiente. Isso pode parecer óbvio, mas infelizmente ainda investimos pouco neste processo, principalmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Só no sudeste brasileiro tivemos, segundo o IBGE (2011), uma taxa de 4,4% de analfabetos em 2011. No norte do país este número chegou a 9,2% neste mesmo ano, considerando só o norte urbano, o que exclui as populações tradicionais e ribeirinhas que vivem naquela região, nas quais a situação deve ser ainda mais grave.
Segundo o biólogo e educador Genebaldo Freire Dias (2010, p. 84):
“A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e éticas, o que significa que ao tratar de qualquer problema ambiental, deve-se considerar todas as dimensões. A maior parte dos problemas ambientais tem suas raízes na miséria, que por sua vez, é gerada por políticas e problemas econômicos concentradores de riqueza e responsáveis pelo desemprego e degradação ambiental”.
A questão da cidadania
O resgate da cidadania é o primeiropasso para reinserção social do indivíduo. Segundo a psicóloga Isabel Cristina Moura Carvalho (1992, p. 40), construir a possibilidade da ação política, no sentido de formar uma coletividade, que é responsável pelo mundo em que habita.
Cidadania
Derivada do termo latino civitas, cidadania foi um termo usado originalmente para fazer referência ao indivíduo que habita a cidade. Numa concepção mais ampla do termo, existem diversos conceitos de cidadania que se associam a um processo histórico dinâmico. De modo geral, quando falamos de cidadania, falamos da conjunção de três elementos (Gorczevski & Martin, 2011):
A garantia de certos direitos, assim como a obrigação de cumprir certos deveres para com uma sociedade específica.
O pertencimento a uma comunidade política determinada (normalmente um Estado).
A oportunidade de contribuir na vida pública desta comunidade através da participação.
O sentido de responsabilidade coletiva, que é estimulado pela educação ambiental, é uma das bases para a ética do cuidado defendida pelo filósofo e teólogo Leonardo Boff. Esta ética prega a reconstrução da casa humana comum, a Terra, para que todos nela possam caber (BOFF, 2004). Ela prega, sobretudo, a inclusão dos excluídos, sejam estes seres humanos ou os demais seres vivos, em um planeta unificado.
Perfil do consumidor contemporâneo
Um levantamento realizado pela Ipsos Marplan Media CT (empresa que realiza pesquisa de mercado) reuniu dados de uma série de estudos e tendências para traçar o novo perfil do consumidor brasileiro, percebendo uma diferença marcante entre o consumidor dos anos 1960 e o consumidor da década de 2010. Atualmente, o consumidor está mais engajado, conhecedor, crítico, sofisticado e adora comprar.
Entre os diversos valores que marcam e definem os consumidores da contemporaneidade, ganha destaque a busca individualizada pelo sucesso, evidenciado pelos bens consumidos. A busca pela autorrealização, pela aquisição de bens e a clara mistura dos papéis do homem e da mulher na sociedade definem esse novo consumidor.
Para as marcas, é um sinal de alerta: o novo consumidor brasileiro está menos vulnerável ao seu poder — leia-se menos fiel a produtos e marcas e mais consciente do valor da moeda. Isso faz com que as empresas se empenhem na busca de oferecer mais qualidade em seus produtos e serviços.
Segundo dados estatísticos, 38% dos consumidores frequentemente buscam conselhos antes de realizar suas compras, apenas 21% se habilitam a experimentar novos produtos e serviços e 10% influenciam o comportamento de compra dos demais 90%. (SINAPRO, 2013). O ritmo do consumo também mudou, tornando-se mais imediatista, sendo uma característica da sociedade contemporânea como um todo. Pouco a pouco, o brasileiro torna-se mais cuidadoso com o dinheiro: 68% são cuidadosos, mas 46% não conseguem poupar.
Novos valores foram também agregados a essa família que se fortaleceu. Hoje, 64% das pessoas preferem passar as horas vagas com a família e 44% consideram o trabalho como item prioritário.
Acredita-se que, talvez, nunca antes se tenha percebido tão fortemente a tendência do consumidor de buscar uma vida com mais qualidade em substituição a padrões de vida mais altos. Percebe-se também a criação do pluralismo no lugar do expansionismo, da ética da autorrealização no lugar da ética de autonegação de outros tempos.
Portanto, ao mostrar como devemos cuidar de nossa casa e dos seres com os quais a dividimos, a ética do cuidado constitui-se em uma das possíveis respostas à questão ambiental contemporânea e alimenta em cada indivíduo a esperança de que outro mundo é possível.

Outros materiais