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Fundamentos e marcos históricos da educação ambiental

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Aula 1 Fundamentos e marcos históricos da educação ambiental
A educação ambiental é um dos recursos que possibilita a sensibilização e a preparação da população para colaborar na solução dos problemas ambientais que afligem o planeta. Por meio dela, busca-se conscientizar as pessoas a respeito da gravidade dos problemas ambientais e desenvolver técnicas e métodos que permitam a ação da sociedade em defesa do meio ambiente.
Podemos ter um panorama dos fundamentos e marcos históricos da educação ambiental observando os eventos descritos a seguir.
1968
Constituiu-se o Clube de Roma, composto por cientistas, industriais e políticos, que tinha como objetivo discutir e analisar os limites do crescimento econômico levando em conta o uso crescente dos recursos naturais. O grupo detectou que os maiores problemas eram: a industrialização acelerada, o rápido crescimento demográfico, a escassez de alimentos, o esgotamento de recursos não renováveis, a deterioração do meio ambiente. Tinham uma visão ecocêntrica e definiam que o grande problema estava na pressão da população sobre o meio ambiente. (GOLDBERG, 2007)
Segundo Reigota (2006, apud ALBANUS, 2012, p. 25), as conclusões do Clube de Roma deixaram clara a urgência de controlar o crescimento da população em detrimento da preservação dos recursos naturais, além de investir em uma mudança radical na mentalidade de consumo e procriação.
As constatações realizadas pelo Clube de Roma serviram de base para que, em 1972, 113 países se reunissem na cidade de Estocolmo para realizar a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente.
1972
A Conferência da Organização das Nações Unidades (ONU) sobre o Ambiente Humano - Conferência de Estocolmo gerou a “Declaração sobre o Ambiente Humano”, onde o desenvolvimento da educação ambiental é o elemento crítico para o combate à crise ambiental do mundo.
Os principais resultados dessa conferência foi a convicção de que todas as gerações passam a ter reconhecido seu direito fundamental à vida em um ambiente sadio e não degradado. Também no mesmo ano a ONU criou um organismo denominado Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente — PNUMA.
Foi a partir dessa conferência que a ONU e a UNESCO assumiram a organização de discussões regionais e internacionais de Educação Ambiental.
1975
A Conferência de Belgrado teve como produto final a Carta de Belgrado, constituída por: princípios e orientações para o programa de educação ambiental mundial; nova ética global (erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição e da dominação e exploração humanas); e novo modelo econômico para o desenvolvimento global, no qual a educação ambiental é a alavanca propulsora do desenvolvimento.
1977
Primeira Conferência Intergovernamental em educação ambiental, conhecida como Conferência de Tbilisi, definiu objetivos, características e estratégias pertinentes nos planos nacional e internacional. Foi colocada também a importância das comunidades e dos indivíduos no senso de responsabilidade e esforço na solução de problemas para a construção de um futuro melhor. 
A partir da Conferência de Tbilisi, enxerga-se a Educação Ambiental como resultado de uma dimensão do conteúdo e da prática educacional, orientada para a preservação e a resolução de problemas concretos do meio ambiente (RAMOS, 1996). Conclui-se que, ainda que os aspectos biológicos constituam a base natural do meio humano, as dimensões socioculturais e econômicas e os valores éticos definem, por sua vez, as orientações e os instrumentos com os quais o homem poderá compreender e utilizar melhor os recursos da natureza, com o objetivo de satisfazer suas necessidades. (ASSIS,1991)
O Brasil não participou da Conferência Internacional de Tbilisi, em 1977, que foi o grande marco da educação ambiental. Porém, um pouco antes, reuniu um grupo de especialistas para produzir o primeiro documento oficial do governo brasileiro sobre esse tema. Assinado pela Secretaria Especial do Meio Ambiente e pelo Ministério do Interior, o documento Educação Ambiental já introduzia princípios e objetivos, postura também adotada em Tbilisi (BRASIL, Ministério da Educação, 1998).
Se todos nós somos parte do meio ambiente, sofrendo suas influências e atuando sobre ele, é justo que apenas alguns indivíduos trabalhem para a solução dos problemas ambientais enquanto outros praticamente só contribuam para agravá-los?
1987
Em Moscou, em agosto de 1987, aconteceu o Congresso Internacional sobre Educação e Formação Relativos ao Meio Ambiente (Unesco – Pnuma). A educação ambiental passou a ser concebida como um processo permanente para que os indivíduos e a coletividade se conscientizassem do seu meio e adquirissem conhecimentos, valores, competência, experiência e vontade que os tornassem capazes de atuar individual e coletivamente (RAMOS, 1996).
O Congresso reuniu mais de 300 especialistas de 94 países, entre eles o Brasil, e observadores da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) e de outras organizações internacionais. Dele, resultou um documento denominado Estratégia Internacional de Ação em Matéria de Educação e Formação ambiental para o Decênio de 1990 (ASSIS, 1991).
O Congresso Internacional de Educação e Formação Ambientais discutiu as estratégias internacionais de ação para educação e formação ambientais para os anos 90; a questão da interdisciplinaridade; e a necessidade de uma nova ética global, que deveria se desenvolver a partir da internalização dos valores pela comunidade.
1988
A Declaração de Caracas discutiu sobre a gestão ambiental na América e denunciou a necessidade de se mudar o modelo de desenvolvimento.
1992
Na Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) foi desenvolvido o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, assinado na Jornada Internacional de Educação Ambiental, no Fórum Global paralelo à Eco-92. Nessa conferência foi produzida a Agenda 21, na qual se pode ler sobre o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Neste documento, a educação ambiental foi considerada como ferramenta para a sustentabilidade equitativa, em que o processo de aprendizagem permanente baseia-se no respeito a todas as formas de vida, desenvolvido a partir da internalização dos valores pela comunidade.
O ano de 1992 foi de extrema importância na composição histórica da Educação Ambiental no Brasil, e por que não dizer no mundo. Nesse mesmo evento aconteceu um workshop com o objetivo de divulgar os resultados das experiências nacionais e internacionais do cenário da Educação Ambiental, discutindo metodologias e currículos. Do encontro resultou a Carta Brasileira para a Educação Ambiental (ZANARDI, 2010).
1994
Os Ministérios do Meio Ambiente, da Educação, da Ciência e Tecnologia e da Cultura criaram o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) com o objetivo de capacitar os profissionais da área formal e não formal da educação, nos diversos níveis e modalidades.
1997
A 19ª Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, conhecida como Rio+5, fez uma análise das principais dificuldades de implementação da Agenda 21 que contribuiu para aprovação, no mesmo ano, do Protocolo de Kyoto.
1999
Foi promulgada a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Federal nº 9.795 de 27 de abril de 1999) que definiu e deu diretrizes para a educação ambiental no Brasil. Esta Lei define educação ambiental, em seu Artigo 1º, como os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Artigo 1º
Apesar de sancionada esta Lei, ela ainda está em inserção, no que tange questões políticas e educacionais no Brasil.
2002
As Nações Unidas realizaram a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável,conhecida como Rio+10, que discutiu aspectos sociais, além da preservação do meio ambiente, tais como: medidas e soluções para reduzir em 50% o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza até 2015; fornecimento de água, saneamento básico, energia, saúde, agricultura e biodiversidade; cobrança de atitudes com relação aos compromissos firmados durante a Rio 92, principalmente colocar em prática a Agenda 21.
2009
A Conferência de Copenhague (COP-15) teve como objetivo estabelecer um tratado (Acordo de Copenhague - O foco deste encontro foi a questão climática) que substituisse o Protocolo de Kyoto. Segundo o Relatório Stern, se não forem tomadas medidas para a redução das emissões, a concentração dos gases de efeito estufa poderá atingir o dobro do seu nível pré-industrial em 2035. Ou seja, esse documento reconhece que a mudança climática é um dos maiores desafios atuais e que, devem ser tomadas medidas preventivas para manter o aumento de temperatura global para abaixo de 2 °C.
Relatório Stern
Apesar deste dado, a COP-15 não fechou metas e prazos para reduzir o aquecimento global e nem mitigá-lo, pois não houve consenso entre as partes.
2012
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), conhecida como Rio+20, teve como objetivo renovar o engajamento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sustentável do planeta. Os debates tiveram como temas a contribuição da “economia verde” para o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza, com foco sobre a questão da estrutura de governança internacional na área do desenvolvimento sustentável.
2015
A Conferência das Nações unidas sobre mudanças climáticas — COP-21 ocorreu em dezembro de 2015 em Paris, cujo principal objetivo foi ratificado: um novo acordo, entre os 195 países signatários para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em consequência limitar o aumento da temperatura global em 2ºC. Para saber mais, acesse nacoesunidas.org
“Todos esses eventos ajudaram a desenvolver estratégias e debates sobre a educação ambiental no mundo”.
Avanços conceituais: Nota-se, ao analisar os eventos que construíram a história da educação ambiental, que houve um avanço em termos conceituais e metodológicos sobre o tema, bem como em relação à sua relevância para as questões ambientais.
Décadas de 60 e 70: A educação ambiental era associada a uma visão naturalista do meio ambiente, onde conservar era chique.
Década de 80: Segundo o biólogo e educador Genebaldo Freire Dias (2010, p. 85), a educação ambiental passa a ser concebida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade.
Segundo a bióloga e educadora Maria de Fátima F. Nascimento (2010, p. 104):
“O atual modelo de sociedade e seus paradigmas estão baseados em aspectos antropocêntricos, consumistas, individualistas, geradores de relações de dominação e exploração. Como acreditar que a educação, sozinha, pode solucionar questões com raízes tão profundas? Podemos, no entanto, contribuir no processo de transformação da realidade, a partir de uma busca para entender seus paradigmas e desvelar a origem dos problemas sócio-ambientais”.
Atenção! 
O também biólogo e educador Philippe P. Layrargues (2006, p.74) destaca que a autonomia, emancipação, participação, cidadania, justiça social, não são metas a serem atingidas, são meios que devem ser construídos no nosso cotidiano.
Observe o impacto da melhor compreensão sobre a educação ambiental no fortalecimento da cidadania:
As linhas pontilhadas indicam uma relação de retroalimentação.
A educação ambiental tende a fornecer informações e despertar nos indivíduos um sentimento de pertencimento a uma comunidade global, completamente interligada e interdependente, ampliando e fortalecendo o senso individual e coletivo de cidadania.
Conhecer os problemas ambientais nos permite uma maior concepção dos desafios que enfrentamos neste milênio e, mais ainda, do quanto temos que trabalhar em busca de alternativas e soluções, de forma a preservar o que ainda nos resta deste planeta para a geração futura. A responsabilidade é de todos! Temos que sair do discurso para ação!
Legislação brasileira sobre educação ambiental
O conhecimento da legislação é sempre importante, tanto para empresas, órgãos públicos e para a população leiga por ser um importante instrumento para a proteção do meio ambiente. Embora exista uma farta literatura que aborda os temas referentes a este assunto, é na legislação que se encontram as normas e diretrizes para a execução de ações efetivas de conservação do patrimônio ambiental. Para as organizações que buscam ter seu Sistema de Gestão Ambiental certificado em conformidade com a NBR ISSO 14001, atendendo a todos os requisitos legais aplicáveis, é fundamental o conhecimento e a aplicabilidade da Legislação Ambiental pertinente por parte de seu pessoal.
Existem várias leis e artigos que tratam da questão legal da educação ambiental no Brasil.
Contudo, uma das primeiras leis é a Lei Federal nº 6.938, de 1981, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, ressaltando que a Educação Ambiental deve ser oferecida em todos os níveis de ensino. Já a Constituição Federal do Brasil, promulgada no ano de 1988, estabelece no artigo 225 que:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”; cabendo ao poder público “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
Corroborando a Constituição em relação à educação ambiental, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9.394 , de dezembro de 1996, afirma que:
“A Educação Ambiental será considerada na concepção dos conteúdos curriculares de todos os níveis de ensino, sem constituir disciplina específica, implicando o desenvolvimento de hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza, a partir do cotidiano da vida, da escola e da sociedade”.
A política nacional de educação ambiental
A política nacional de educação ambiental, instituída pela Lei Federal nº 9.795, envolve em sua esfera de ação órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente — Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e organizações não governamentais com atuação em educação ambiental.
Esta lei é a mais recente e importante para a educação ambiental, pois define os princípios relativos que deverão ser seguidos em todo o país. Ela foi regulamentada em 25 de junho de 2002 por meio do Decreto nº 4.281.
A lei estabelece que todos tenham direito à educação ambiental, sendo a mesma um dispositivo fundamental para respaldar e direcionar as ações de educação ambiental nos diversos espaços de ensino.
Nas escolas, a educação ambiental deverá fazer parte de todos os níveis de ensino, como tema transversal, ou seja, sem constituir-se disciplina específica, mas um tema que deverá estar incluso nos diversos assuntos tratados em sala de aula.

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