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Sistema Respiratório -Anatomial ANimal

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Sistema Respiratório
Por Guilherme Pinheiro Santos Atualizado em 19/11/14 09:38.
1. INTRODUÇÃO
O sistema respiratório tem importantes funções no organismo. Além da função respiratória, o sistema respiratório é um
dos responsáveis pela fonação, percepção olfativa e defesa do organismo.
A respiração pode ser definida como um processo químico e físico no qual ocorre a absorção de oxigênio e a liberação de
gás carbônico.
 
2. CONDUTOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório pode ser dividido em duas partes, sendo uma condutora e a outra respiratória. Ainda contém um
mecanismo de bombeamento para entrada e saída de ar.
A parte  respiratória  compreende os bronquíolos  respiratórios, alvéolos pulmonares, ductos e sacos alveolares. A parte
condutora é o caminho que o ar passa para atingir a parte respiratória é composta por nariz, cavidade nasal, parte da
faringe, laringe, traquéia e pulmão com brônquios e bronquíolos.
Os mecanismos de bombeamento são: sacos pleurais, caixa torácica e diafragma.
 
2.1. Nariz
Nos animais o nariz está incorporado nos ossos da face. O ar entra no trato respiratório através das narinas que são duas
aberturas no nariz logo após flui pelas cavidades nasais, revestidas por mucosa respiratória e divididas pelo septo nasal.
 
Possui pelos que tem função de filtração do ar, retendo as maiores partículas.
 
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Sistemas UFG
Diferentes  tipos de narinas podem ser  observadas nos  animais,  principalmente devido a  função que vão exercer.  Por
exemplo, suínos possuem narinas em  formato  redondo para maior apuração do olfato. Bovinos, cães, gatos e equino
possuem narinas em formato de vírgula, caprinos e ovinos em fenda e assim de acordo com as necessidades de cada
espécie.
 
Os equinos possuem pelos finos e curtos ao redor das narinas, já as demais espécies possuem pele diferente na região do
nariz. O plano nasal é a parte brilhosa que recobre o nariz de cães, gatos, caprinos e ovinos. O plano rostral é a parte que
recobre o focinho e sua borda em suínos e pode possuir alguns pelos curtos. O plano nasolabial tem pele estendendo­se
do lábio superior e pode ser encontrado em bovinos.
 
2.2. Cavidade Nasal
A parede dorsal da cavidade nasal é formada por cartilagens laterais dorsais e ossos nasais e frontais. A parede ventral é
formada por  cartilagens  laterais ventrais e pelos ossos,  incisivos, palatino e maxilar. O  limite da cavidade nasal é das
narinas até as coanas, que marcam a divisão entre a cavidade nasal e a faringe.
A cavidade nasal é dividida em duas pelo septo nasal, constituído de osso nas partes cranial e caudal e de cartilagem
hialina.
 
As conchas nasais ocupam um grande espaço em cada cavidade nasal. A projeção dessas conchas dentro da cavidade
nasal produz quatro passagens para o ar, chamadas meatos. O meato dorsal leva ao fundo da cavidade do nariz e leva o
ar ao contato da mucosa olfatória. O meato médio se liga ao sistema de seios paranasais. O meato ventral leva o ar até a
faringe. Esses três meatos se originam de um primeiro.
O órgão vomeronasal, situado no assoalho da cavidade nasal,  tem como função determinar o sabor dos alimentos na
boca por meio da olfação em carnívoros. Em herbívoros ele serve como órgão olfatório acessório.
 
Os  seios  paranasais  são  divertículos  da  cavidade  do  nariz  que  adentram  os  ossos  do  crânio.  Possuem  importância
desconhecida, porém sabe­se que oferecem certa proteção térmica e mecânica às órbitas nasal e cranial, afetam a voz a
aumentam as áreas para inserção muscular sem aumentar o peso.
A cavidade nasal possui função olfativa, umidificação e limpeza do ar. O ar, ao ser inalado, passa sobre a mucosa vascular
e é umidificado por secreções serosas e vaporização das lágrimas, logo em seguida é limpo por entrar em contato com
glândulas mucosas. O muco resultante é deglutido.
 
2.3. Faringe
A  faringe  é  um  órgão  de  dupla  função,  onde  concentrará  esforços  no  encaminhamento  de  alimento  para  o  tubo
digestório e ar para o respiratório. Primordialmente é constituído por um mecanismo valvular, composto por músculos,
ossos e cartilagens.
A  faringe possui  três  porções:  nasofaringe  (responsável  pela  passagem exclusiva de  ar);  orofaringe  (responsável  pela
passagem facultativa de ar e alimento) e laringo­faringe (ponto de encontro entre os dois sistemas).
A  nasofaringe  apresenta  no  seu  teto,  as  tonsilas  faríngeas  e  um  óstio  faríngeo  da  tuba  auditiva,  onde  a  pressão
atmosférica poderá entrar em equilíbrio entre orelha média e ambiente externo, evitando rupturas do tímpano.
 
2.4. Laringe
A laringe é um órgão cartilaginoso que tem como função fazer a ligação entre a faringe e a traquéia. Situa­se abaixo da
faringe e também pode ser usada para fonação.
O formato da cartilagem e algumas estruturas menores podem mudar de espécie para espécie. Esse órgão é formado por
quatro tipos de cartilagem:
 
Cartilagem epiglótica­ é predominantemente rostral, composta de cartilagem elástica e flexível, ela pode se inclinar para
proteger a entrada da laringe durante a deglutição;
Cartilagem tireóidea­ é maior dentre os quatro tipos, forma a maior parte do assoalho da laringe, sua parte mais rostral
corresponde ao “pomo de Adão”, é hialina e susceptível a alterações da idade;
 
Cartilagem cricóide­ também é hialina e sujeita a alterações da idade, ela consiste de uma lâmina e um arco;
Cartilagem aritenóide­ possui formato irregular, é predominantemente hialina mas possui processo corniculado elástico.
Alguns animais possuem ainda  cartilagens  corniculadas,  exceto os gatos,  e  cuneiforme, presentes apenas em cães e
equinos.
 
2.5. Traquéia
A traquéia é constituída por um tubo com anéis cartilaginosos.  Ela faz a condução do ar entre a laringe e os bronquíolos
nos pulmões. Esse órgão termina por bifurcar­se em dois brônquios, sendo um direito e um esquerdo, que penetram nos
pulmões ramificando­se.
 
É composto por anéis cartilaginosos para evitar dobras na via aérea traqueal devido à esforços do animal. Esses anéis são
gradualmente substituídos ao longo do percurso por placas irregulares de tamanho menor.
A  parede  da  traquéia  é  composta  de  mucosa  interna,  camada  média  fibrocartilagínea  e  camada  adventícia.  Possui
glândulas mucosas que produzem uma camada protetora. O muco resultante é deglutido.
 
2.5.1. Brônquios:  são  em número de dois  brônquios  principais,  um direito  e  outro  esquerdo. Ruminantes  e  suínos
apresentam um brônquio acessório mais  cranial,  chamado brônquio  traqueal. O brônquio  traqueal  vai  para o pulmão
direito, sendo ausente no pulmão esquerdo. Os brônquios são constituídos de anéis cartilaginosos assim como a traquéia.
 
3. PORÇÃO RESPIRATÓRIA (TROCA GASOSA)
3.1. Pulmão
São em número de dois, cada um é invaginado por um saco pleural e unidos pela raiz ao mediastino.  É um órgão cônico
que se apoia contra o lado cranial do diafragma. O pulmão direito é mais lobado e maior que o esquerdo, devido ao fato
do coração estar ligeiramente inclinado à esquerda.
 
A  inspiração  se  dá  por  controle  voluntário  e  involuntário.  Os  músculos  intercostais  externos  atuam  na  inspiração,
músculos abdominais e intercostais internos agem na expiração. O diafragma é uma lâmina músculo tendínea em forma
de cúpula inervado pelo nervo frênico, ele é o principal musculo respiratório.
 
3.1.1. Variações anatômicas
A lobação pulmonar pode variar entre as espécies de animais.
 
a. Em ruminantes: o pulmão esquerdo é dividido em lobos cranial e caudal, o pulmão direito é dividido em 4 lobos: lobos
cranial, caudal, médio e acessório. Presença do brônquio traqueal;b. Em suínos: o pulmão esquerdo é dividido em  lobos cranial e caudal, o pulmão direito é dividido em 4  lobos:  lobos
cranial, caudal, médio e acessório. No pulmão direito o lobo cranial possui porção cranial e caudal. Presença do brônquio
traqueal;
c. Em equinos: pulmão direito com  lobos cranial e caudal com  lobo acessório e pulmão esquerdo com  lobos cranial e
caudal;
d. Em carnívoros: o pulmão esquerdo é dividido em lobos cranial e caudal, o pulmão direito é dividido em 4 lobos: lobos
cranial, caudal, médio e acessório. No pulmão direito o lobo cranial possui porção cranial e caudal.
 
3.1.1.1. Bronquíolos
Nos  pulmões  encontram­se  os  bronquíolos,  ramificações  dos  brônquios  que  adentram  nesse  órgão.Os  bronquíolos
ramificam­se até que passam a se chamar ductos alveolares. Eles formam a primeira parte da porção respiratória e são
caracterizados como condutos longos que terminam em alvéolos.
 
3.1.1.2. Alvéolos
Os alvéolos pulmonares são encontrados no interior dos pulmões. São estruturas vascularizadas em formato de favo de
mel. O conjunto desses alvéolos forma os sacos alveolares. São os alvéolos que dão a textura esponjosa de pequenas
bolhas aos pulmões. O alvéolo é a estrutura morfofuncional do pulmão.
 
4. SACOS PLEURAIS
É  uma  membrana  serosa  que  envolve  os  pulmões.  São  duas  membranas  pleurais,  cada  uma  em  forma  de  saco
invaginado fechado, o espaço entre esses sacos forma o mediastino no qual alguns órgãos estão situados.
A parte da pleura que reveste os pulmões é chamada pleura pulmonar visceral, que se divide em pleura mediastinal (ao
redor  e  atrás  da  raiz  do pulmão),  que  se  continua  com a pleura  costal  e  a  diafragmática. Denominam­se  essas  três
últimas juntas como pleura parietal.
 
5. BIBLIOGRAFIA
Dyce, Sack and Wensing; Textbook of Veterinary Anatomy, second edition, 1996 W.B.Saunders Company­Philadelphia;
Liebch, Hans­georg; Horst Erich König; Anatomia dos Animais Domésticos ­ Textos e Atlas Colorido, quarta edição, 2011,
Artmed;
Sisson ­ Grossman ­ Getty; Anatomia dos Animais Domésticos volume 1, quinta edição  1986, Guanabara Koogan.
 
Autora:
Ayate Belarmina Machado
Acadêmica do curso de Medicina Veterinária
Universidade Federal de Goiás