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PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA – ESTUDOS DISCIPLINARES (ED)
(1) QUESTÃO ADAPTADA DO ENADE 2013 - A psicologia como ciência caracteriza-se pela tensão entre recortes epistemológicos e pressupostos ontológicos sobre seu objeto, criando, ao longo de sua história, uma diversidade de abordagens, tal como o cognitivismo e a psicologia fenomenológica. Em relação à concepção da psicologia fenomenológica como ciência, são feitas as seguintes afirmativas: 
I. A Psicologia Fenomenológica, inspirada nas filosofias de Husserl e Heidegger, preconiza uma visão de ciência centrada na concepção de descrição precisa dos dados da experiência. 
II. A Psicologia Fenomenológica é contrária à ciência e ao conhecimento científico, pois nega a possibilidade de qualquer conhecimento verdadeiro. Para ela há apenas opiniões e perspectivas; “cada cabeça, uma sentença.” 
III. Para a psicologia fenomenológica, a experiência é irredutível a uma análise descontextualizada do mundo do existente; portanto, os métodos experimentais não são adequados. 
IV. A Psicologia Fenomenológica reúne um grupo amplo e diverso de abordagens divergentes entre si, que compartilham a crença na natureza boa do indivíduo e sua capacidade inata de desenvolvimento e complexificação. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas 
(B) I e III.
Resposta => A psicologia fenomenológica valoriza e descreve os dados da experiência ou vivências do ser humano como eles se manifestam, procurando descobrir o sentido que as vivências têm para o dasein.
A alternativa III está correta porque na fenomenologia, não se concebe o homem de forma individual, independente de sua relação com os outros e com o mundo; ao contrário. O homem é relação, e só pode ser pensado enquanto tal. Por isso descarta-se o método experimental.
(2) Segundo Feijoó (2011), “Husserl propõe que, frente ao fenômeno, possamos assumir uma atitude antinatural própria à fenomenologia.” (p.29) A psicóloga se baseia na distinção efetuada por Edmund Husserl no livro A Idéia da Fenomenologia (1907). Diz ele que na atitude natural, “na percepção, por exemplo, está obviamente diante dos nossos olhos uma coisa; está aí no meio de outras coisas, vivas e mortas, animadas e inanimadas, portanto no meio de um mundo que, em parte, como as coisas singulares, cai sob a percepção... (p.39)
Sobre as atitudes natural e fenomenológica é verdadeiro afirmar que:
I – A atitude natural é o modo como cotidianamente encontramos as coisas no mundo, existindo por si mesmos.
II – Passa-se da atitude natural para a fenomenológica quando se reconhece a necessidade de mensurar a realidade existente fora e independente do sujeito (isto é, o fenômeno).
III – A atitude fenomenológica refere-se a um passo metodológico pelo qual a consciência suspende a crença na realidade em si dos objetos do mundo. É a chamada epoché. Surgem, então, os fenômenos. 
IV – Embora Husserl não se preocupasse com a prática psicológica, a atitude fenomenológica foi assumida pela Psicologia como uma possibilidade. Tal atitude acontece na prática psicológica como esforço do psicólogo de deixar que o outro revele os significados de sua experiência tal como a experiência.
Estão CORRETAS apenas as afirmativas:
(A) I, III e IV.
Resposta => Justificativa: Não se trata para a fenomenologia de mensurar a realidade como que existente em si, pois ela existe em função de quem a percebe. As afirmativas I, III e IV descrevem corretamente a postura fenomenológica de deixar que o fenômeno ou a experiência pessoal se desvelem em seu significado para quem os vivencia.
(3) “Fenomenologia diz então: αποφα?νεσθαι τα φαιν?μενα – deixar e fazer ver por si mesmo aquilo que se mostra, tal como se mostra a partir de si mesmo. É este o sentido formal da pesquisa que traz o nome de fenomenologia. Com isso, porém, não se faz outra coisa do que exprimir a máxima formulada anteriormente – ‘para as coisas mesmas!’” (p.65) (Heidegger, M. Ser e Tempo. São Paulo: Ed. Vozes, 1998)
I – A Fenomenologia é antes de tudo um método de acesso ao sentido de cada fenômeno. Fenomenologicamente compreendido, o fenômeno já é um modo privilegiado de encontro. 
II – A fenomenologia é um acesso ingênuo ao mundo, isto é, uma busca daquilo que é imediato na aparição. 
III – Fenômeno e manifestação são, de um ponto de vista fenomenológico, o mesmo. Ambos são o mostrar-se de algo que não se mostra, uma coisa em si.
IV – A fenomenologia enquanto método é uma reaprendizagem do olhar. É o esforço incessante de apreender a linguagem das próprias coisas.
V – Dizer que a fenomenologia é um método significa reconhecer que ela se pergunta pelo como, o modo de acesso privilegiado às coisas. Nesse sentido é que ela é a ciência dos fenômenos. 
Das afirmações acima, estão CORRETAS somente:
(D) I, IV e V.
Resposta => A fenomenologia se propõe como alternativa e superação da concepção positivista da ciência, assim como da postura ingênua do senso comum que aprecia as coisas por como elas parecem ser em si de forma imediata. O fenômeno não corresponde a como as coisas são em sua essência, mas a como elas se manifestam à consciência, tendo um significado próprio que é acessado com um olhar novo e atento à sua própria “linguagem” ou modo de se manifestar.
(4) Feijoo cita um trecho do relato de caso da paciente sra. K, analisada por Boss, cuja primeira análise fora motivada por sintomas histéricos e, posteriormente, sintomas ginecológicos (corrimento vaginal) e transtornos alimentares (grande oscilação de apetite e peso). Após quatro anos de análise, a paciente relata o seguinte sonho:
 Entra um homem, um professor, com uma aparência expressiva, inteligente. O analista o apresenta à paciente. O professor sai com ela sem dar maior importância ao analista. Vão, ambos, a uma grande festa. Ei-los na varanda contemplando a noite. Eles sabem estar unidos por todos os seus pensamentos e todos os seus sentimentos. Nenhum apetite sexual. Naturalmente, eles se casarão e conhecerão, então, a união carnal. Mas sabem esperar. Na casa, o baile terminou. Eles não conseguem parar de contemplar as estrelas. A partir daí é o céu que começa a mandar na festa. As estrelas se juntam até formar um gigantesco pinheiro de Natal. Poderosos órgãos cósmicos tocam a melodia da paz na Terra. A paciente, no seu sonho, cai, então, em sono profundo. Ela acorda tarde na manhã seguinte, porém feliz. (BOSS, 1959 apud FEIJOO, 2011, p.80)
Sobre o sonho da sra K. e o sonhar na psicoterapia daseinsanalítica (Feijoo, 2011; Evangelista, 2015), está correto afirmar:
(A) Os sonhos revelam possibilidades existenciais que uma existência singular está incapaz de se apropriar na vida desperta. Cabe ao daseinsanalista considerar com o paciente a quais fenômenos a existência do sonhador está aberta.
Resposta => Diferentemente de Freud, Boss não entende os sonhos como realizações de desejos. Para ele os sonhos são um modo de ser, uma maneira de se manifestar da existência, algo concreto e ancorado no presente. Os sonhos expressam possibilidades presentes na existência e ainda não realizadas. Dessa forma, ele preferia não fazer interpretações simbólicas e sim comentários sobre as qualidades e os possíveis sentidos presentes na experiência dos sonhos, em seu conteúdo manifesto, para ampliar a experiência do paciente.
(5) Trecho extraído da Carta Sobre o Humanismo, de Martin Heidegger. 
 Do mesmo modo com ‘animal’, zõon [animal], já se pro-pôs uma interpretação da ‘vida’ que repousa necessariamente sobre uma interpretação do ente como zoé [vida] e physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo. Além disto e antes de qualquer outra coisa, resta, enfim, perguntar se a essência do homem como tal, originalmente – e com isso decidindo previamente tudo – realmente se funda da dimensão da animalitas [animalidade]. Estamos nós no caminho certo para essência do homem, quando distinguimos o homem e enquanto o distinguimos, como ser vivo entre outros, da planta, do animal e de Deus? Pode-se procederassim, pode-se situar, desta maneira, o homem em meio ao ente, como um ente entre outros. Com isso se poderá afirmar, constantemente, coisas acertadas sobre o homem. É preciso, porém, ter bem claramente presente que o homem permanece assim relegado definitivamente para o âmbito essencial da animalitas; é o que acontecerá, mesmo que não seja equiparado ao animal e se lhe atribuir uma diferença específica. (...) Um tal pôr é o modo próprio da Metafísica. Mas com isso a essência do homem é minimizada e não é pensada em sua origem. (...) A Metafísica pensa o homem a partir da animalitas; ela não pensa em direção de sua humanitas [humanidade]. (p.352) 
(HEIDEGGER, M. Conferências e Escritos Filosóficos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973)
Considere as afirmativas abaixo sobre a “essência” do homem para a fenomenologia-existencial:
I – Segundo Heidegger a essência do homem não pode ser pensada a partir da animalidade (animalitas). Com isso ele critica o conceito de animal racional, propondo que o homem deva ser pensado a partir de sua irracionalidade.
II – Pensar o homem a partir da animalitas não é exclusividade da Metafísica. Nós, cotidianamente, pensamos o homem (e nós mesmos) a partir da animalitas a todo o momento em que nos compreendemos como um organismo vivo (zoé).
III – A essência do homem para a Daseinsanalyse não está em sua constituição física, nem psíquica, nem social. A essência do homem é ser-aí (Dasein).
IV – Conceber o homem como bio-psico-social permanece preso à interpretação “do ente como zoé [vida] e physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo.” Portanto, não nos aproxima mais da essência do humano.
Estão CORRETAS somente as afirmativas:
(D) II, III e IV.
Resposta => Para Heidegger a metafísica clássica, que funda a ciência moderna, não alcança a verdadeira essência do ser humano, tampouco o senso comum que vê o homem como um dos organismos vivos. A “humanitas” é algo qualitativamente diferente da animalidade que temos em comum com outros seres vivos. Não reconhecê-la significa reduzir o ser humano, relegá-lo “ao âmbito essencial da “animalitas”. Porém não é a partir da irracionalidade, e sim do Dasein, o ser-aí, que podemos colher essa verdadeira essência, o ser essencialmente em relação com os outros e o mundo, nunca redutível a mero objeto de estudo. 
(6) Segundo Feijoó (2011), é necessário retomar a noção de Dasein (ser-aí) delineada por Heidegger em Ser e Tempo para a elaboração de uma ‘psicologia’ fenomenológico-existencial. Uma primeira apresentação da ‘definição’ de Dasein está no §9 do livro filósofo, onde ele indica que 1) “a ‘essência’ deste ente [nós mesmos] está em ter de ser” e 2) “O ser, que está em jogo no ser deste ente, é sempre meu.” (Heidegger, 1927/1998, p.78) 
Que nossa existência é dasein (ser-aí) significa:
I – O ser-aí é sempre uma possibilidade de ser si-mesmo. Isso significa que a existência é as possibilidades existenciais que realiza.
II – Existir significa compreender ser, tanto de si mesmo quanto dos outros e das coisas. Há vários modos de ser.
III – A “essência” do homem (ser-aí) configura-se a partir do primeiro momento em que surge no mundo (nascimento), tornando-se, então, “ser-no-mundo”.
IV – Para Heidegger, a existência não tem uma essência quididativa; isto é, Dasein é atravessado pelo Nada, que é a indeterminação ontológica enquanto tarefa de ter-que-ser. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas:
(D) I, II e IV.
Resposta => A alternativa III está incorreta, uma vez que Heidegger afirma que o Dasein tem sua existência em jogo, não sendo, portanto, uma propriedade dada, mas sim possibilidade. Desta forma, o Dasein não é nada, ele tem que se tornar algo e se apropriar do ser que lhe escapa. A partir do nascimento ele é lançado no mundo e é, desde sempre, ser-no-mundo, mas isso não se constitui em sua essência que na verdade está em ter que ser, ao contrário do que traz a afirmação.
(7) Leia o trecho abaixo, extraído de um livro do analista existencial norteamericano Rollo May:
“A maioria dos que leem trabalhos referentes à analise existencial [daseinsanalyse] como manuais de técnica se desapontam. Eles não encontram métodos práticos especificamente desenvolvidos. Grande parte dos analistas existenciais não se mostra muito interessada em assuntos técnicos. O motivo principal de não estarem interessados em formular técnicas, sem nenhum constrangimento por isso, é que a análise existencial é uma forma de compreensão da existência humana, ao contrário de um sistema de ‘explicações’.” (p.166)
 (MAY, R. A descoberta do Ser, Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1993)
I. De acordo com o texto acima a própria ideia de compreensão da existência humana é contrária aos assuntos técnicos, de modo que eles devem ser excluídos em uma daseinsanálise. 
II. De acordo com o texto, a maioria dos daseinsanalistas não se debruça sobre assuntos técnicos, pois o que constitui o cerne da compreensão da existência humana não é um sistema de explicações.
III. O texto não nega em momento algum a possibilidade de o daseinsanalista fazer uso de técnicas especificas. Ele apenas aponta o fato de que a preocupação primeira desses analistas é a compreensão da existência humana.
IV. O texto fala do desapontamento de não encontramos dados suficientes nas obras de análise existencial, de modo que sempre permanecem dependentes de outros manuais de técnica. 
V. De acordo com o texto há uma distinção importante entre uma compreensão da existência humana e um sistema de explicações, sendo que a primeira é sempre o objetivo principal dos daseinsanalistas.
Das afirmações acima estão CORRETAS apenas:
(A) II, III e V.
Resposta => A alternativa I está errada porque, ao contrário, a busca da compreensão humana é a base da daseinanalyse. A alternativa IV está equivocada porque a análise existencial não depende de outros manuais de técnicas, visto que ela não dá grande importância a regras prontas, pré-concebidas, mas uma maneira compreensiva de interpretar a realidade com que o analista se depara. 
(8) QUESTÃO ADAPTADA DO ENADE 2013
 Uma paciente de 20 anos de idade, em uma entrevista inicial, relata um quadro diagnosticado como Transtorno de Pânico Sem Agorafobia (DSM IV 300.01): “Doutora, não sei o que eu tenho... estava na minha casa sozinha. Quando fui à cozinha, comecei a sentir mal! Senti como se algo horrível fosse acontecer. Senti como se estivesse morrendo... Minhas mãos começaram a formigar. Meu coração disparou, mal conseguia respirar. Nada estava acontecendo e eu não sabia o que me acontecia. Achei que meu coração ia parar! Comecei a chorar! O médico me disse que eu não tinha nada. Me receitou um ansiolítico e me mandou para casa. Isso foi há um ano. Isso ocorreu mais de uma vez e sempre de repente! Às vezes, quando menos espero. Eu estou apavorada! Não sei o que acontece, nem quando vai acontecer! Tenho medo de enlouquecer ou de ter um ataque cardíaco! E eu sou atleta! Sei que não tem nada a ver! Nunca tive nada disso! Nunca usei drogas! E o médico me disse que minha saúde está bem. Meus pais estão bem! Minha relação com eles é boa! Tenho namorado! Agora não consigo nem ir à aula na faculdade sem ter medo! Mesmo em casa fico preocupada! O que é que eu tenho? Tem tratamento?” 
Considerando-se a terapia daseinsanalítica como referencial para compreender os quadros psicopatológicos e seu diagnóstico, são feitas as seguintes afirmativas: 
I. A daseinsanalyse recorre à nosografia descrita no DSM IV para elaborar o diagnóstico do paciente antes de iniciar qualquer intervenção. É necessário saber qual é a psicopatologia que restringe a existência do paciente para poder orientá-lo quanto a quais possibilidades existenciais ele precisa se abrir. No caso do já diagnosticado Transtorno de Pânico Sem Agorafobia, é necessário desenvolver em conjunto com paciente modos-de-ser menos ansiosos, promovendo tranquilidade e bem-estar à sua existência. 
II. Como a pacientefoi diagnosticada com Transtorno de Pânico Sem Agorafobia, o primeiro passo da terapia daseinsanalítica é ensinar a paciente a identificar e controlar os ataques de pânico. Ela só conseguirá eliminar o Transtorno de Pânico Sem Agorafobia, recobrando domínio sobre seu existir, quando deixar de ser refém dos ataques que a acometem. 
III. O diagnóstico psicopatológico é uma referência importante para o psicólogo daseinsanalítico, mas não pode ser sobreposto à observação direta do paciente nem à busca de uma compreensão conjunta com ele sobre como são para ele os acontecimentos que compõem sua existência. Nesse caso, cabe ao daseinsanalista investigar com o paciente como ele se sente, como compreende o que se passa com ele, etc. 
IV. Em uma perspectiva fenomenológica existencial, a classificação de quadros psicopatológicos elucida as vivências subjetivas, pois a classificação explica o sintoma e valida o relato do paciente. Assim, a descrição das vivências da paciente é objetivada. 
Estão CORRETAS somente a(s) afirmativa(s): 
(E) III.
Resposta => A única alternativa correta é a III, pois embora o diagnóstico sirva como referência para o psicólogo daseinanalítico, é na observação compreensiva do caso, na investigação junto com o paciente de como ele compreende o fenômeno que ele colocará o seu foco principal de atenção.
(9) Segundo JARDIM (2015),
Por um lado, na familiaridade da queda (Verfallen) o fazer repetitivo é constitutivo e indispensável para o existir, tornando desnecessário que as atitudes sejam pensadas e percebidas a todo o momento; por outro, essa mesma repetição pode se tornar um aprisionamento quando restringe a possibilidade de surgimento de um novo modo de ser, isto é, de uma ação propriamente dita que abra outros caminhos para lidar com os questionamentos próprios de cada um. (p.69-70)
Na terapia daseinsanalítica isso implica em:
I – O terapeuta deve retirar o paciente da familiaridade da queda.
II – Não se pode falar de ‘neurose’ na Daseinsanalyse, mas, sim, de modos repetitivos de ser. Assim o Dasein pode ter uma estrutura repetitiva, isto é, uma essência que tende a repetir. Cabe ao terapeuta descrever essa estrutura e o paciente assumi-la como sua.
III – O sofrimento existencial está relacionado a uma queda no fazer repetitivo que fecha para novos modos de ser.
IV – O sentido da ação clínica é resgatar a condição de agente, isto é, iniciante na própria vida, recuperando a liberdade para projetar-se adiante.
Estão corretas somente:
(C) III e IV.
Resposta => 
Não cabe ao terapeuta retirar o paciente da familiaridade, decidir em seu nome; assim como não se ocupa em somente descrever a estrutura repetitiva, mas em caminhar junto ao paciente cuidando para que ele possa recuperar sua liberdade através do pensar que o setting terapêutico permite.
(10) Virginia, 43 anos, é encaminhada para avaliação psicológica após diagnóstico de um câncer de mama e indicação de quimioterapia, que até então, se recusa a fazer. Chega muito abalada com o diagnóstico e a primeira frase que diz para a psicóloga é: “Eu não sei se devo fazer a quimioterapia. Eu tenho certeza que eu fiz este câncer... desde que eu abortei um filho, quando tinha 25 anos eu nunca mais fui a mesma. Me tornei uma pessoa fechada, triste e com muita raiva... E eu sei e todo mundo fala, inclusive um médico com quem passei, que tristeza causa câncer”.
À luz da compreensão de saúde e doença na Daseinsanalyse, está CORRETO afirmar que:
(C) O sentido do câncer de mama deve ser buscado à luz da compreensão de que doença é privação, falta. Portanto, deve ser compreendido à luz das possibilidades existenciais que se encontram limitadas.
Resposta => Se quisermos de fato entender o adoecimento, não devemos olhar somente a doença, como se ela fosse uma entidade autonoma. Ao contrário. Não é um corpo doente. É uma existência que adoece. São maneiras de o homem realizar o seu existir, que, ao mesmo tempo revelam restrições em sua realização. No caso dela, percebe-se claramente o conceito de curto circuito da culpa...acreditando inclusive, que “merece morrer” por ter “feito” o cancer, em decorrencia de não se perdoar por ter abortado.
(11) Em artigo sobre psicoterapia fenomenológico-existencial infantil, Feijoo (2011) afirma: 
Em síntese, a clínica psicológica infantil com fundamentos existenciais requer primeiramente uma postura fenomenológica [...] Em segundo lugar, cabe dizer que liberdade e responsabilidade na perspectiva existencial dizem respeito ao caráter de indeterminação da existência e ao fato de que, qualquer que seja a etapa da vida, cada um tem de cuidar de sua existência. [...] E, por fim, para pensar em uma clínica fenomenológico-existencial infantil, é preciso partir da ideia de que desde o início a criança é este ente que, por se constituir pela indeterminação, exposto, jogado, lançado para fora dele, livre de determinações, é marcada pelo caráter de poder ser e ter de ser. (p.189)
[Ref.: FEIJOO, A. A clínica psicológica infantil em uma perspectiva existencial. Rev. abordagem gestalt. 2011, v.17, n.2, pp. 185-192.]
 Considerando a fenomenologia existencial como fundamento de psicoterapia infantil está correto afirmar:
I – A postura fenomenológica indicada pela autora exige a suspensão de concepções apriorísticas sobre o desenvolvimento infantil. Assim, o psicoterapeuta daseinsanalítico não pode comparar o comportamento da criança observado em sessão clínica com o ‘esperado’ para essa fase do desenvolvimento.
II – Os comportamentos da criança em sessão devem ser compreendidos à luz de seu sentido, isto é, quais são os nexos significativos e as motivações do comportamento.
III – Sendo toda criança indeterminada, torna-se necessário que o psicoterapeuta prepare atividades, jogos e situações para propor a ela a fim de explorar como lida com responsabilidade e liberdade existenciais.
Estão corretas somente:
(A) I e II.
Resposta => No contexto fenomenológico, deve-se oferecer espaço para que a criança possa preencher com seus significados e experimentar na sessão sua responsabilidade para ser, sendo acompanhada pelo terapeuta no desenrolar do processo. Portanto psicoterapeuta NÃO deve planejar a sessão, já que é na escolha das brincadeiras que a criança se apropria de sua individualidade e assume a responsabilidade pela sua escolha
(12) Ana procura um psicólogo. Na primeira sessão ela apresenta o que motivou sua procura. Conta que tem 42 anos, é divorciada, está morando com um homem (João) há cinco anos e percebe que este relacionamento “está por um fio”. Perto do fim da sessão, reflete:“minha mãe diz que eu sou teimosa desde a barriga dela.” Resolveu procurar finalmente um psicólogo, pois, depois da última briga, João saiu de casa e passou três dias sem dar notícias. “Ele nunca foi assim”, diz, com cara de incompreensão. Nesse período Ana se sentiu muito mal, triste; diz: “fiquei deprimida, perdi o chão. Conclui dizendo ao psicólogo: “Preciso que você me ajude a controlar minha teimosia.” 
O psicólogo que a recebe é daseinsanalítico. Ele ouve a narrativa de Ana e recorre à concepção de Historiobiografia de Critelli (2012) para compreender o sentido de seu ser-histórico. Isso significa que:
I – Na narrativa dessa história pessoal e na sua interpretação, é possível redescobrir os nexos através dos quais se ligam os acontecimentos da existência de Ana e o sentido de ser já realizado. 
II – O sentido processo psicoterapêutico como Historiobiografia é tornar o próprio destino disponível para nossa ação e autoria.
III – O método fenomenológico exige que Ana suspenda (epoché) as crenças e explicações que tem sobre sua história e seu comportamento. O psicólogo zela para que o paciente faça isso.
IV – Ao dizer: “minha mãe diz que eu sou teimosa desde a barriga dela,” Ana revela uma historieta, indicativa de seu perfil, seus sonhos e temperamento, que orienta seu posicionamento nas situações de sua vida.
Estão CORRETAS somente as afirmativas:(E) I, II e IV.
Resposta => O item III está incorreto, pois o método fenomenológico não exige que Ana suspenda as crenças e explicações que ela tem sobre sua história e seu comportamento. A suspensão de pré-conceitos deve ser uma postura do psicólogo daseinsanalítico (e não da paciente).
(13) Paula é uma mulher de 54 anos, casada há 36. Procura um psicólogo pois sente que seu casamento está terminando. Seu marido não a procura mais sexualmente e ela teme que ele tenha uma amante. Ela diz que tem se esforçado para recuperar a relação, como fez em outros momentos da vida do casal em que sentiu que as coisas não iam bem. Conta que na última discussão com seu marido disse a ele que ele precisava fazer terapia, mas como ele recusou, foi ela quem acabou vindo. Mas está desesperançosa, pois toda vez que tenta iniciar um diálogo ou “criar um clima romântico”, segundo ela, acabam brigando. 
O psicólogo é daseisanalítico é pede a Paula que retome a última vez que isso aconteceu e descreva suas intenções. Essa intervenção está de acordo com os fundamentos da terapia daseinsanalítica descritos por Critelli (2012), pois: 
I – Os atos de Paula não são autossignificantes. O significado deles aparece nas relações com os outros. Pensando na especificidade da relação com seu marido, o significado das ações de Paula depende de como elas repercutem nele.
II – Conhecer as intenções de Paula é a chance de o psicólogo descobrir se seu marido entendeu errado o significado das ações dela.
III – O psicólogo pergunta a ela suas intenções, pois estas permanecem veladas a quem age. A psicoterapia tem o objetivo de desvelar as intenções das ações dos pacientes.
IV – Compreender as intenções dos gestos e das ações de Paula possibilita ao psicólogo orientá-la a agir mais de acordo com suas intenções. Esse é o objetivo da psicoterapia fenomenológico-existencial: aproximar ao máximo as intenções (singulares) das ações (compartilhadas).
V – As intenções vinculam Paula aos seus atos. Se seus atos perdem o vínculo com suas intenções, ela corre o risco de se perder de si mesma, absorvida pelo testemunho dos outros.
Estão CORRETAS somente as afirmativas:
(A) I e V.
Resposta => Os itens I e V estão corretos. Para Critelli, nossos atos e palavras não são autossignificantes. Se eles ganham impulso nas nossas intenções, raramente as realizam. De um lado, porque à medida que se destinam aos outros, eles podem interferir neles e modificar seu sentido (caso de Paula com seu marido). De outro lado, porque o sentido e o significado de nossos atos e palavras só se completam pelos efeitos e consequências que provocam. Ações e discursos continuam a reverberar muito tempo depois do ato praticado e do episódio concluído. E quando agimos, estamos vinculados a nossos motivos e intenções, para sermos coerentes. Do contrário, podemos nos desconectar de nós mesmos.
(14) Adriana foi encaminhada ao psicólogo por seu endocrinologista. Ela está muito acima de seu peso ideal. Começou uma reeducação alimentar, mas considera que “come por ansiedade”, que “comida é compulsão” e que enquanto “não conseguir se controlar sua voracidade” não conseguirá emagrecer como precisa. Ela pede ao psicólogo: “Preciso que você me ajude a ter controle sobre mim.” O psicólogo que a atende é daseinsanalista e reconhece nesse pedido da paciente uma manifestação do modo-de-ser da Era da Técnica (Pompeia & Sapienza, 2011). Considere as afirmativas abaixo: 
I – Assim como muitas pessoas que procuram psicoterapia, Adriana está tentando controlar algo. O psicólogo daseinsanalítico investigará com ela o sentido dessa necessidade, a fim de que ela consiga ela mesma se controlar, sem depender do psicólogo.
II – Adriana espera que o terapeuta seja capaz de livrá-la de algo que a atrapalha e precisa ser extirpado de sua vida. Ela sente que precisa livrar-se de sua voracidade. O terapeuta daseinsanalista compreende liberdade como “liberdade de...”, o que significa que ele a acompanhará com a intenção de resgatar sua liberdade da voracidade.
III – O psicólogo daseinsanalista não tem o poder de realizar o que Adriana pede (livrá-la da voracidade). Oferece, outrossim, a ocasião de Adriana poder se aproximar do seu existir.
IV – O psicólogo daseinsanalista deve se colocar na relação terapêutica com Adriana como um parceiro na procura pela verdade de sua história (seu momento atual, o já vivido e o ainda por viver.) 
Estão CORRETAS somente as afirmativas:
(C) III e IV.
Resposta =>. O que o terapeuta pode é ter o compromisso de percorrer com o paciente um caminho em que, juntos, se aproximarão da história vivida por ele, dos seus modos de ser consigo mesmo e com os outros, dos seus planos de futuro, do que tem constituído a sua vida, incluindo aí aquilo pelo que ele procurou a terapia. Pode oferecer ao paciente a parceria na procura pela verdade de sua história, da qual fazem parte o seu momento atual, o já vivido e o que está por vir, pois essa história está sempre em aberto; história que reúne sua realidade e seus sonhos, suas conquistas e suas perdas; história que é a sua identidade.
(15) Édson, comerciante de 49 anos, procurou psicoterapia no começo do ano. Logo no início da primeira sessão conta que tem dúvidas quanto a permanecer casado. Considera que se casou jovem, quando não tinha tanta experiência, e que se pudesse voltar no tempo teria esperado mais para tomar essa decisão. Está casado há 30 anos e tem 3 filhos (João, 27, Édson Jr., 24 e Juliana, 16). Perdeu o emprego há 10 anos e começou um negócio próprio de venda de cosméticos, mas desde então vivencia dificuldades financeiras. Conta que a esposa, que ”tem um salário muito bom”, ajuda nas finanças. Sente que ela o cobra e critica constantemente. Não fez a faculdade de administração que queria ter feito, o que contribui para a sua sensação de ser um fracassado. Conta que quando fica em casa é desleixado, às vezes nem faz a barba. Conversa muito pouco com sua esposa e quando faz, frequentemente acabam discutindo. Conta que não têm relações sexuais há muitos anos.
Conta que antes de se casar saía com muitas mulheres. Essa atitude não mudou desde que casou, pois frequentemente sai com mulheres sem que sua esposa saiba. Às vezes os relacionamentos extraconjugais ficam mais sérios, como o que vivencia atualmente. Está se relacionando com Joana há 2 anos. Sente-se cobrado por Joana, que mais uma vez ameaçou terminar o relacionamento com ele caso ele não se divorcie para ficar ela. Nos últimos meses, não sente “tanto tesão por ela”, explicando que “não tem suportado ficar deitado junto com ela por muito tempo. Temos discutido muito.” Está muito aflito neste momento também porque sua filha descobriu o caso com Joana. Édson está confiante de que sua filha não contará nada à mãe, mas sabe que ela não concorda com a situação, pois ela deixou de falar com o pai desde que descobriu. Conta por fim que procurou a terapia, pois já teve que ir ao hospital duas vezes por fortes dores no peito e sensação de que ia morrer, mas chegando lá os médicos não diagnosticaram nenhum problema cardíaco e recomendaram a visita a um psiquiatra.
Não sabe o que fazer e se sente impotente par agir. Veio pedir ajuda ao psicólogo para tomar uma decisão. Considera-se numa situação difícil, pois não quer magoar ninguém. Descreve-se como doente.
Sendo daseinsanalítico, o psicólogo que atende Édson: 
I – ouve a fala dele como reveladora de sua realidade. Conhecer Édson significa compreender seu modo de ser-no-mundo, isto é, sua situação enquanto modo como está sendo possível existir neste momento.
II – para conhecer Édson, precisará conhecer as pessoas de sua convivência, assim desvelar mais claramente os fenômenos referentes à vida conjugal. Para isso o psicólogo precisa convidar a esposa dele para pelo menos uma sessão. 
III – entende que Édson está distante de si mesmo, pois se enxerga a partir das relações que vivencia. Seu bem-estar está condicionado aos relacionamentos. Para a daseinsanalyse,o dasein é singular e precisa cuidar de sua existência a partir de si mesmo, tornando-se independente. 
IV – ouve as falas de Édson sobre sua esposa, sua amante e sua filha como descritivas de seus modos de ser-com-os-outros. A existência é sua situação, é suas relações. Nestas relações Édson é ser-no-mundo-com-os-outros e esses outros desvelam-se para ele tal como ele os descreve.
Estão CORRETAS somente as afirmativas:
(E) I e IV.
Resposta => Através da compreensão de como é o existir de Édson na sua relação com o mundo e com os outros, o terapeuta, em parceria com Édson, pode ajudá-lo a encontrar o sentido de sua existência e sua responsabilidade pelo seu próprio destino.
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