Produção de Drogas Vegetais

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Produção de Drogas Vegetais 
Etapas 
- Origem 
- Seleção 
- Cultivo 
- Colheita 
- Preparo pós-colheita 
- Estabilização/Secagem 
- Armazenamento 
 
Origem 
- Plantas Silvestres 
- Cultivadas 
Seleção 
- A seleção visa a obtenção de drogas em condições padronizadas. 
Para isto, se faz necessário a escolha dos organismos pertencentes a 
espécies em questão. 
 
- Uma certa espécie vegetal pode, apresentar aspecto variável 
conforme a descendência ou meio onde se desenvolva. Essas 
modificações podem ser simplesmente morfológicas ou podem ser 
acompanhadas de variação de sua composição química. 
 
- Esta variação pode estar relacionada com caracteres genéticos. 
- A seleção de indivíduos melhores, dotados num determinado sentido, 
levará à produção de cultura de melhor qualidade. Esta seleção deverá 
ser repetida periodicamente visando separar elementos de qualidade 
inferior. 
Cultivo 
- A variedade ou raça selecionada, utilizada na cultura da espécie 
medicinal, contribui para a obtenção de drogas de qualidade superior. 
No cultivo de plantas medicinais, forçosamente teremos que considerar 
fatores que influem poderosamente na vida vegetal e, portanto, na sua 
composição. 
 
- Estes fatores, em relação ao vegetal, podem ser divididos em dois 
grandes grupos, a saber: 
 
a) Fatores Extrínsecos; 
b) Fatores Intrínsecos. 
Cultivo 
FATORES EXTRÍNSECOS- (relacionados com o meio no qual 
o vegetal vive). 
-Temperatura - A temperatura é originária da radiação solar, 
apresenta seus efeitos genéricos influindo também sobre o solo. 
Os limites de temperatura, dentro dos quais existe vida 
vegetal, são distantes. Certas plantas sobrevivem a 
temperaturas localizadas entre 40 a 60° C abaixo de zero. O 
intervalo ideal de temperatura localiza-se entre 3 a 30° C. 
-Irradiação Solar 
 
- Vento 
Cultivo 
Umidade 
- A umidade é um dos fatores de maior relevância. O 
transporte dos alimentos do solo para a planta e, na planta, de 
um para outro órgão, depende fundamentalmente da água. A 
síntese dos hidratos de carbono, ponto de partida para as 
demais sínteses efetuadas pelo vegetal, depende da presença 
de água. 
- A quantidade de água existente numa determinada região 
condiciona, até certo ponto, o tipo de vegetação. 
Existem plantas que para se desenvolverem bem, necessitam 
de grandes quantidades de água. Outras, entretanto, preferem 
terrenos onde a quantidade de água não seja elevada. 
Cultivo 
- Adubação 
A adubação, visando incrementar certas vias metabólicas na 
obtenção de quantidades maiores de certos tipos de princípios 
ativos, é um dos recursos dos quais muitas vezes se lança mão. 
Cultivo 
- pH do Solo 
 A HORTELÃ da variedade Michan desenvolve- 
se melhor nos solos cujo pH encontra-se ao 
redor de 5. No caso da variedade Hocho-min o 
pH ótimo para o desenvolvimento encontra-se 
ao redor de 7. 
Cultivo 
Composição do Solo – 
O solo intervém no desenvolvimento dos vegetais de 
diversas formas e sua composição química pode interferir, 
de maneira acentuada, na formação de princípios ativos. As 
plantas alcaloídicas produzem mais alcalóides em terrenos 
ácidos, ou seja, pobres em bases minerais; a adição de 
adubo nitrogenado melhora a produção de alcalóides. 
A presença de microrganismos no solo é muito importante. 
O desdobramento de substâncias nitrogenadas 
indispensáveis a plantas deve-se à presença de 
microrganismos. 
Cultivo 
- Altitude 
influi também na produção de certos princípios 
ativos de plantas. 
O teor de óleo essencial pode variar com a 
altitude na qual é cultivada a planta. 
Cultivo 
FATORES INTRÍNSECOS: 
- Idade da Planta 
- Estado de saúde/Nutricional da planta 
Colheita 
O teor de princípio ativo varia : 
 - De acordo como o órgão vegetal; 
- Idade da planta; 
- Época da colheita; 
- Horário de Colheita no dia. 
A importância de uma colheita bem executada é, portanto, 
evidente. 
O aspecto, os caracteres organolépticos e a qualidade das 
substâncias dependem, muitas vezes, do modo como se 
efetua a colheita. 
Colheita 
De conformidade com o órgão vegetal a ser coletado, 
existem certas normas gerais: 
- Raízes, rizomas e túberas devem ser coletados, 
geralmente, na primavera ou no outono. 
- As cascas devem ser coletadas, na primavera. 
- As folhas devem ser coletadas quando a fotossíntese é 
mais intensa, o que acontece durante o dia. 
- As flores devem, por sua vez, ser coletadas na época da 
polinização. Em alguns casos, prefere-se o instante em 
que se encontram bem abertas e desenvolvidas. 
- As sementes devem ser coletadas quando 
completamente maduras e de preferência antes da 
deiscência do fruto. 
- A colheita pode ser manual ou mecanizada. 
- Óleos essenciais tem o teor reduzido pelo 
calor e ventos intensos. Plantas contendo 
óleos essenciais devem ser coletadas pela 
manhã . 
- O excesso de umidade facilita o ataque por 
fungos e outros microrganismos. 
- Não se recomenda efetuar colheita de plantas 
nos dias seguintes às chuvas torrenciais. 
Fig. 2.1 - Variação do teor de 
quinina (calculado 
em sulfato de quinina) em 
função da 
idade na casca de Cinchona 
Ledgeriana 
Moens. cultivada em Java (N. 
Taylor. Cinchona in Java. New 
York, Greenberg. 1945). 
Fig. 2.3 - Variação da porcentagem de 
alcalóides em BELADONA de acordo com a 
fase de vida da planta. 
Variedade de flores amarelas. 
Variedade de flores púrpuras. 
Preparo/Tratamento Pós-Colheita 
- Lavagem - Deve ser rápida visando eliminar a 
massa de terra aderente. Para diminuir a 
contaminação por microrganismos ( água ozonizada 
ou com água hipoclorada). 
- Mondagem - Retirada da camada externa de 
qualquer órgão, visando eliminar impurezas. 
- Escolha - Visa principalmente, eliminar os 
materiais que não apresentam características 
convenientes. 
- Fragmentação de órgãos subterrâneos. 
Estabilização 
 - A estabilização, embora seja obrigatória para 
muitas drogas, não é utilizada em todos os casos. 
Visa a inativação de enzimas. 
Nas drogas cardiotônicas, as enzimas desdobram a 
cadeia glicosídica reduzindo a atividade 
farmacológica tornando-se, neste caso, importante 
a estabilização. 
Estabilização 
Métodos de Estabilização 
1) Destruição de enzimas pelo álcool à ebulição 
2) Destruição das enzimas pelo calor 
- Aquecer o material a 80°C, durante 15 a 30 
minutos. 
 
Fig. 2.7 - Aparelho de estabilização de Perrot e 
Goris. 
Fig. 2.7 - Aparelho de estabilização de Perrot e Goris. 
 
secagem 
 Seu objetivo é eliminar água do órgão vegetal 
para evitar a ação de agentes deletérios como 
fungos, bactérias e enzimas. Deve-se reduzir o 
conteúdo de água abaixo de 15%. 
Secagem 
Métodos de Secagem :Processos naturais e 
Processos artificiais. 
A) Processos Naturais 
Os processos naturais são de três tipos, a saber: 
secagem à sombra, secagem ao sol e secagem mista 
(sol e sombra). 
- A secagem à sombra 
- A secagem ao sol 
- A secagem mista 
Secagem 
- Processos Artificiais: 
circulação de ar, aquecimento, aquecimento 
com circulação de ar, liofilização. 
Armazenagem 
Os fatores ambiente, estado da divisão, embalagem e tempo de armazenamento 
relacionam-se diretamente com a conservação da droga. 
 
-Drogas contendo óleos essenciais armazenadas à temperatura de 20°C sofrem grandes perdas. 
-Drogas alcaloídicas não conservadas a baixa temperatura resultam, também, em perdas 
acentuadas do princípio ativo. 
- O abaixamento da temperatura por outro lado leva à condensação da umidade. 
- Temperaturas abaixo de 0°C tornam as drogas quebradiças.- Durante o armazenamento podem ser incorporados à droga de 10 a 30% de umidade. 
- O ambiente ideal para a conservação das drogas deve ser seco e à temperatura 
de 5 a 15°C. 
-O estado de divisão das drogas. 
-A embalagem deve permitir trocas gasosas e sua natureza deve ser tal que não 
reaja com as substâncias contidas na droga. 
-O tempo de armazenagem é sempre fator limitante. O ideal é armazenar por no máximo um 
ano. A CÁSCARA-SAGRADA constitui exemplo de exceção. 
Referências 
- OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. São 
Paulo: Atheneu, 1998. 
- Farmacopéia Brasileira, 5a ed. Brasília, - Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária, 2010, vol. 1 e 2. 
- SIMÕES, C.M.O; SCHENKERL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, 
- J.C.P.; MENTZ. L.A.; PETROVICK, P.R. (Organizadores). 
Farmacognosia: Da Planta ao Medicamento. Porto 
Alegre/Florianópolis, Ed. Universidade/UFRGS, Ed. da UFSC.