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FARMACOGNOSIA IV UNIDADE 2

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UNIDADE 2
Farmacoergásia
Avaliar as condições de cultivo quanto à concentração de princípios ativos.
Descrever as condições adequadas para a colheita de plantas medicinais. 
Validar técnicas de conservação de plantas medicinais.
Cultivo de plantas medicinais e produção de princípios ativos
Ao estabelecer o cultivo de plantas medicinais é fundamental conhecer a identificação da espécie, suas características etnobotânicas, adaptativas e farmacológicas, informações apresentadas em bases de dados científicos. É importante dar preferência a espécies nativas ou bem adaptadas à região. 
Deve seguir normas de boas práticas da agricultura orgânica e ser feito em áreas isentas de contaminação e substância química não natural. Essas áreas situadas longe de rodovias de movimento intenso e áreas industriais, pois os poluentes podem se depositar sobre as plantas e contaminá-las.
O acúmulo de metabólitos secundários é complexo e afetado por fatores internos, que incluem variações genéticas, e fatores externos e técnicos, que podem ser minimizados com a boas práticas agrícolas e farmacêuticas. A seguir fatores que influenciam na produção de metabólitos secundários.
Temperatura
Para cada espécie existe uma temperatura ideal para cultivo, são capazes de se desenvolver em uma faixa de temperatura. As variações podem ser diárias, mensais e anuais, também influencia o desenvolvimento da planta. As baixas temperaturas, têm demonstrado ter influência significante nos níveis de metabólitos secundários.
Luz
A luz desempenha um papel na vida das plantas, influenciando na fotossíntese e em fenômenos fisiológicos, como crescimento, desenvolvimento, produção e armazenamento de princípios ativos. A falta de luminosidade ou seu excesso podem prejudicar esses processos. As plantas respondem às modificações em relação a seus metabólitos na proporção de luz e escuridão dentro de um ciclo de 24 horas. Esse comportamento é chamado fotoperiodismo ou ritmo circadiano. Carqueja (Bacharis trimera) e camomila (Matricaria chamomilla), quando em maior intensidade luminosa, aumentam seu teor de óleo essenciais (OE).
Radiação ultravioleta 
É comum o efeito da exposição à radiação ultravioleta (UV), nos metabólitos de espécies medicinais. O aumento na concentração de compostos fenólicos em resposta ao aumento da radiação UV-B. em papel protetivo contra a fotodestruição ao absorverem e ou dissiparem a energia solar, dificultando a danificação dos tecidos internos da planta. 
Os flavonoides, por estarem armazenados, em tecidos superficiais, eles são utilizados como filtros UV, protegendo e conservando metabólitos ativos nessa região. A luz UV e a exposição solar promovem a biossíntese de alcaloides absorventes de UV-B, antocianinas, carotenoides, flavonoides, lignina, fitoesteróis, saponinas e taninos.
Disponibilidade de água 
Elemento essencial para a vida e no metabolismo das plantas, o excesso ou a falta de água levam a alterações no metabolismo secundário. A chuva contínua pode resultar na perda de substâncias hidrossolúveis das folhas e raízes por lixiviação; isso se aplica a algumas plantas produtoras de alcaloides, glicosídeos e até mesmo óleos voláteis. O estresse hídrico leva a um aumento na produção de vários tipos de metabólitos secundários, como glicosídeos cianogênicos, glucosinolatos, alguns terpenoides, antocianinas e alcaloides. 
Solo 
O teor de princípios ativos nas plantas depende das espécies, da sua variedade e das condições de cultivo. A maioria das plantas medicinais produz melhor em solo fértil, leve e arejado, com pH variando entre 6,0 e 6,5. O manejo correto do solo auxilia no controle de pragas, doenças e invasores, na manutenção da fertilidade e na produtividade. 
O processo de adubação do solo deve ser realizado utilizando-se fontes orgânicas de nitrogênio, fósforo e potássio. Em solos pobres em nutrientes, há menor taxa de crescimento da planta, aumentando a produção de metabólitos secundários, particularmente derivados fenólicos. A produção global de metabólitos nitrogenados por uma planta (alcaloides, glicosídeos cianogênicos e glucosinolatos) geralmente é aumentada com a maior disponibilidade de nitrogênio no solo. Os níveis de fósforo e potássio, podem ter efeitos na produção de metabólitos nitrogenados.
Altitude e latitude 
A altitude se relaciona diretamente com a diminuição da temperatura e a incidência de luz, interferindo no desenvolvimento das plantas e na produção de princípios ativos, existe uma correlação positiva entre o conteúdo total de flavonoides e a altitude. Essa correlação pode ocorrer pela maior ocorrência de radiação UV em altitudes maiores.
A latitude é também fator contribuinte na produção de metabólitos. Por exemplo, no caso de Datura stramonium e Hyosciamus sp, as plantas cultivadas em latitude sul são mais ricas em alcaloides do que as cultivadas em latitude norte equivalente. As diferenças estão relacionadas com a inclinação da Terra e a influência das correntes marítimas sobre o clima. 
Algumas espécies originárias do Hemisfério Norte não florescem ou não frutificam no Hemisfério Sul. Exemplos dessas espécies são o Rosmarinus officinalis, Thymus vulgaris e Pimpinella anisum; se o princípio ativo estiver presente nas flores ou frutos dessas espécies, não se terá acesso a essas substâncias nessas regiões.
A utilização de plantas medicinais para manipulação farmacêutica, depende de um elemento-chave, que é a identificação botânica da planta. O nome científico das espécies é binominal e escrito em latim. Essa forma é universal, os nomes populares estão sujeitos a regionalismos, originando uma confusão com plantas tóxicas ou com plantas com princípios ativos diferentes.
Colheita de plantas medicinais 
O teor de princípios ativos nas plantas depende das características da própria espécie. Todo empenho despendido para direcionar os fatores ambientais a favor do cultivo das plantas deverá ser continuado nas etapas subsequentes de colheita, processamento e armazenagem. 
A colheita ideal deve ser realizada quando houver a maior produção conjunta de biomassa e princípio ativo, de acordo com cada espécie e da parte de interesse da planta. É importante descobrir como ocorre a variação dos princípios ativos ao longo das diferentes fases de desenvolvimento da planta.
A época de colheita é um fator essencial, já que a quantidade e a natureza dos constituintes ativos variam sazonalmente no ciclo anual, e durante o ciclo circadiano (dia/noite). Há variações sazonais e diárias no conteúdo todas as classes de metabólitos secundários, como óleos essenciais (OE), lactonas sesquiterpênicas, ácidos fenólicos, flavonoides, cumarinas, saponinas, alcaloides, taninos, graxas epicuticulares, iridoides, glucosinolatos, glicosídeos cianogênicos e tiocianatos.
Avaliou o efeito da colheita sucessiva no teor de OE em espécies de Ocimum basilicum L, em diferentes períodos de crescimento foi demonstrado que, apesar de as espécies apresentarem o mesmo perfil fitoquímico, o teor de OE em cada espécie foi afetado pela época de colheita, local de cultivo, idade e desenvolvimento da planta. 
O cuidado na colheita é necessário para preservar a integridade das partes onde se encontra o princípio ativo de interesse. A sensibilidade está nas espécies produtoras de OE, as quais determinam o método: as espécies que armazenam os óleos na superfície das folhas ou flores exigem mais cuidado do que aquelas que armazenem nas estruturas internas. O correto manuseio durante e após a colheita são fatores decisivos para conservação, gerando matérias-primas seguras e de qualidade.
Técnicas de conservação de plantas medicinais (pós-colheita) 
Após a colheita, as partes frescas colhidas devem ser a secada de forma rápida para a estabilização, visando a limpeza, a redução da umidade e assim a inibição da atividade enzimática da matéria vegetal e proliferação de microrganismos.
Uma secagem bem conduzida deverá reduzir o conteúdo de umidade, em geral em torno de 60 a 80%, até um percentual de 8 a 12% para preservar características de cor, aromae sabor. Assim ser armazenada por um período maior. 
Secagem à temperatura ambiente ou natural 
A secagem natural deverá ser feita à sombra, em locais bem arejados e telados, para evitar poeira, ataque de insetos e outros animais. Em média, o tempo de secagem varia de alguns dias a semanas. 
Este é o método recomendado para secar espécies medicinais contendo OE, que deverão ser secadas à sombra e sem corrente de ar, quando as estruturas secretoras ocorrem nas partes externas sensíveis, para evitar a volatilização desses componentes.
Secagem em secadores 
Feita em estufas ou secadores com temperatura controlada, na faixa de 40º a 60º C. A secagem com aquecimento de ar proporciona um produto de melhor qualidade; por essa razão, é considerada o melhor método para secagem de plantas medicinais. O tempo de secagem com esses equipamentos é de poucas horas, ideal para secar grandes quantidades de plantas. 
Cuidados necessários para a secagem: evite expor as partes colhidas aos raios solares”; separe as plantas que são de espécies diferentes, principalmente as aromáticas; „ elimine as plantas que estejam em condições indesejáveis; „ seque as diferentes partes das plantas separadamente; „ na secagem de folhas, retire os talos; „ folhas grandes podem ser picadas para secar; „ raízes, rizomas e tubérculos grandes devem ser cortados para facilitar a secagem.
Operações pós-secagem (embalagem e armazenamento) 
A matéria vegetal seca deverá ser separada e limpa (retirada de partes indesejadas), e ser reduzida em fragmentos menores ou em pó. Na sequência, deve ser embalada de maneira a conservar suas características e propriedades terapêuticas, além de colaborar para o transporte e o armazenamento corretos.
As embalagens devem ser devidamente identificadas e conter, pelo menos, o nome popular, o nome científico, o número do lote, a data da colheita e o prazo de validade. Essas especificações são determinadas pela Anvisa, resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 26, de 13 de maio de 2014 (MS).
Quando são embaladas grandes quantidades, recomendam-se embalagens com uma ou duas camadas externas de papel tipo kraft, para evitar exposição à luz, e uma camada interna de polietileno atóxico. 
O fracionamento em sachês poderá ser feito em embalagens plásticas ou de papel pardo comum, seguindo quesitos de identificação especificados pela Anvisa. O tempo de armazenamento deve ser o menor possível, e o armazenamento deve ser feito em locais secos, escuros e arejados, nos quais as flutuações diárias de temperatura sejam limitadas.
Os constituintes químicos ativos são afetados por vários fatores que se correlacionam de formas positivas e negativas na produção de metabólitos ativos.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
FARMACOGNOSIA APLICADA. Angela Sperry.

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