Buscar

APOSTILA PNEUMATICA COMPLETA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 163 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 163 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 163 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SISTEMAS PNEUMÁTICOS 
 E ELETROPNEUMÁTICOS 
 
 
APOSTILA 
 
 
 
 
 
 
(VERSÃO PRELIMINAR) 
SUMÁRIO 
 
 
CAPÍTULO 1: Propriedades Físicas do Ar e a Produção de Ar comprimido...................... 06 
 1.1 Introdução...................................................................................... ..................06 
 1.2 Propriedades Físicas do Ar............................................................................06 
 1.3 Produção de Ar Comprimido....................................................................... .08 
 1.4 Unidade de Condicionamento (Lubrefil)....................................................12 
 1.5 Conceitos Fundamentais Utilizados em Pneumática................................13 
CAPÍTULO 2: Válvulas de Comando.........................................................................................16 
 2.1 Introdução............................................................................................ ............16 
 2.2 Válvulas de Controle Direcional...................................................................16 
 2.3 Válvulas Controladoras de Fluxo.................................................................22 
 2.4 Válvulas de Bloqueio............................................................................ ..........25 
 2.5 Válvulas Controladoras de Pressão..............................................................28 
 2.6 Válvulas de Retardo............................................................................. ...........30 
CAPÍTULO 3: Atuadores Pneumáticos.......................................................................................31 
 3.1 Introdução...................................................................................... ..................31 
 3.2 Atuadores Pneumáticos Lineares.................................................................31 
 3.3 Atuadores Pneumáticos de Movimento Angular.......................................33 
 3.4 Atuadores Pneumáticos de Movimento Rotativo.......................................34 
CAPÍTULO 4: Projetos de Circuitos Pneumáticos pelo Método Intuitivo..........................35 
 4.1 Introdução...................................................................................... ....................35 
 4.2 Circuitos Pneumáticos Elementares – Comando Direto...............................35 
 4.3 Circuitos Pneumáticos Elementares – Comando Indireto.............................37 
 4.4 Circuitos Pneumáticos Elementares – Miscelânea...........................................42 
CAPÍTULO 5: Diagrama Trajeto-Passo............................................................................................53 
 5.1 Introdução...................................................................................... .........................53 
 5.2 O Diagrama Trajeto-Passo...................................................................................53 
CAPÍTULO 6: Projetos de Circuitos Pneumáticos pelo Método Cascata...............................59 
 6.1 Introdução...................................................................................... .....................59 
 6.2 Método Cascata.................................................................................. .................59 
CAPÍTULO 7: Projetos de Circuitos Pneumáticos pelo Método Passo a Passo.........................68 
 7.1 Introdução....................................................................................................... .......68 
 7.2 Método Passo a Passo..................................................................................................68 
CAPÍTULO 8: Eletropneumática.................................................................................................... ......73 
 8.1 Introdução...................................................................................... ..........................73 
 8.2 Principais Componentes Utilizados.....................................................................73 
 8.3 Circuitos Eletropneumáticos..................................................................... ...........76 
CAPÍTULO 9: Projeto de Circuitos Eletropneumáticos pelo Método Intuitivo.......................91 
 9.1 Introdução...................................................................................... ..........................91 
 9.2 Miscelânea de Circuitos Sequenciais.....................................................................91 
CAPÍTULO 10: Projeto de Circuitos Eletropneumáticos pelo Método Cascata.............................98 
 10.1 Introdução......................................................................... ..................................98 
 10.2 Miscelânea de Circuitos Sequenciais.................................................................98 
 
 
 
CAPÍTULO 11: Projeto de Circuitos Eletropneumáticos pelo Método Passo a Passo................110 
 11.1 Introdução........................................................................................... ...................110 
 11.2 Miscelânea de Circuitos Sequenciais.................................................................110 
CAPÍTULO 12: Uso de Sensores e Sinalizadores em Circuitos Eletropneumáticos............ 118 
 12.1 Introdução..................................................................................... ...........................118 
 12.2 Dispositivos de Sinalização..................................................................................118 
 12.3 Dispositivos Sensores.......................................................................... ..................119 
CAPÍTULO 13: Projeto de Circuitos Eletropneumáticos Combinatórios.......................................122 
 13.1 Introdução..................................................................................... ..........................122 
CAPÍTULO 14: Pneutrônica......................................................................................................................... 
 14.1 Introdução..................................................................................... ................... 
APÊNDICE A Exercícios Resolvidos e Propostos.................................................................... 
APÊNDICE B Simbologias de Componentes........................................................................................ 
APÊNDICE C Válvulas Proporcionais....................................................................................... 
REFERÊNCIAS .................................................................................................... .............................. 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 6 
CAPÍTULO 1 
 
 
Propriedades Físicas do Ar e a Produção de Ar comprimido 
 
 
1.1 Introdução 
 
O ar artmosférico é uma mistura de vários gases, vapores e outras partículas. Um total 
de 78% do ar atmosférico é composto pelo gás nitrogênio (N2), sendo, portanto, o componente 
mais abundante do ar. Já o gás oxigênio (O2) aparece num total de 21%. 
 A indústria sempre buscou aperfeiçoar os métodos de produção para ser mais eficiente. 
O ar (atmosférico) comprimido foi introduzido na indústria na década de 1950, como elemento 
de automatismo de processos repetitivos e redução de esforços humamos no trabalho. Assim, 
nascia a pneumática. 
O termo pneumática vem do grego pneumos, que significa respiração e trata do 
comportamento dos gases. A pneumática é a ciência que utiliza o ar como fluido para realizar 
um trabalho. Desta maneira, em Pneumática Industrial, o que ocorre é uma transformação da 
energia pneumática em energia mecânica por meio de elementos de trabalho. Os principais 
elementos de trabalho são os cilindros, ou atuadores, e asválvulas. 
O ar comprimido é produzido por compressores, tratado por um componente chamado 
Lubrefil (Lubrificante, Filtro e Regulador de Pressão) e distribuído por intermédio de redes 
pneumáticas. Uma vez na rede, o ar é direcionado pelas válvulas para que os cilindros possam 
realizar seus movimentos lineares ou rotativos. 
Neste Capítulo, são estudadas algumas propriedades físicas do ar, relacionadas com a 
pneumática, e alguns processos de produção do ar comprimido. Conceitos importantes, 
utilizados na pneumática, também são apresentados. 
 
 
1.2 Propriedades Físicas do Ar 
 
Mesmo o ar não tendo sabor, cheiro e cor, percebe-se o ar por meio dos ventos que 
mudam de direção. Outros fenômenos provam, cientificamente, a existência do ar. As variações 
de pressão atmosférica e o princípio de voo de um avião são exemplos. Dentre as propriedades 
físicas do ar, para a pneumática, têm importância a elasticidade, a compressibilidade, a 
difusibilidade e a expansibilidade. 
 
 
1.2.1 Elasticidade 
 
É a propriedade que possibilita ao ar retornar ao seu volume inicial, uma vez cessada a 
força que o havia comprimido. Vide Figura 1.1. 
 
F
 
 
Fig. 1.1 – Retorno do êmbolo à condição inicial, cessada a força F. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 7 
1.2.2 Expansibilidade 
 
Como todo gás, o ar não possui forma definida. Assim, ele assume o formato do 
recipiente que o contém. A Figura 1.2 ilustra esta propriedade. 
 
Ar
Comprimido
Ar
Comprimido
Ar
ComprimidoVazio
 
 
Fig. 1.2 – Expansibilidade do ar. 
 
Na Figura 1.2, quando a válvula que interliga os dois recipientes é aberta, o ar se 
expande e ocupa o reciente vazio, assumindo a sua forma. 
 
 
1.2.3 Difusibilidade 
Se o ar for misturado a qualquer outro meio gasoso, esta mistura ocorre 
homogeneamente, desde que o meio gasoso não esteja saturado. Esse efeito é observado na 
Figura 1.3, quando a válvula é aberta, interligando os dois recipientes. 
 
Gás 1 Gás 2 Gás 1+Gás 2 Gás 1+Gás 2
 
 
Fig. 1.3 – Difusibilidade do ar. 
 
 
1.2.4 Compressibilidade 
 
Esse efeito é o contrário da expansibilidade. Se em um determinado recipiente, de 
volume constante e a temperatura constante, for feita uma injeção cotínua de ar, as moléculas de 
ar começam a aproximar-se cada vez mais, aumentando a quantidade deste dentro do volume 
físico. Na Figura 1.4, essa propriedade é ilustrada. 
 
Injeção
de ar
Injeção
de ar
 
 
Fig. 1.4 – Compressibilidade do ar. 
 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 8 
1.3 Produção de Ar Comprimido 
 
O ar usado em pneumática precisa se colocado em determinadas condições apropriadas 
para sua utilização. Dois fatores são observados: pressão adequada e qualidade (pureza) do ar. 
A condição de pressão adequada é obitda com o uso de compressores de ar, enquanto a pureza 
se obtem com o emprego de alguns dispositivos como os purgadores, os secadores e os filtros. 
 
1.3.1 Elementos de Produção de Ar Comprimido - Compressores 
 
Compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de um certo volume de ar, 
admitido nas condições atmosféricas, até uma determinada pressão, exigida na execução dos 
trabalhos realizados pelo ar comprimido. 
Os compressores são classificados de acordo com o principio de trabalho. São duas as 
classificações fundamentais: 
 Deslocamento Positivo: Baseia-se fundamentalmente na redução de volume. O 
ar é admitido em uma câmara isolada do meio exterior, onde seu volume é 
gradualmente diminuído, processando-se a compressão. Quando uma certa 
pressão é atingida, provoca a abertura de válvulas de descarga, ou simplesmente 
o ar é empurrado para o tubo de descarga durante a contínua diminuição do 
volume da câmara de compressão. 
 Deslocamento Dinâmico: A elevação da pressão é obtida por meio de conversão 
de energia cinética em energia de pressão, durante a passagem do ar através do 
compressor. O ar admitido é colocado em contato com impulsores (rotor 
laminado) dotados de alta velocidade. Este ar é acelerado, atingindo velocidades 
elevadas e conseqüentemente os impulsores transmitem energia cinética ao ar. 
Posteriormente, seu escoamento é retardado por meio de difusores, obrigando a 
uma elevação na pressão. Difusor é uma espécie de duto que provoca diminuição 
na velocidade de escoamento de um fluido, causando aumento de pressão. 
 
 
1.3.2 Tipos Fundamentais de Compressores 
 
São apresentados a seguir alguns dos tipos de compressores. 
 
1.3.2.1 Compressor de Parafuso 
 
Este compressor é dotado de uma carcaça onde giram dois rotores helicoidais em 
sentidos opostos. Um dos rotores possui lóbulos convexos, o outro uma depressão côncava e 
são denominados, respectivamente, rotor macho e rotor fêmea. Os rotores são sincronizados por 
meio de engrenagens; entretanto existem fabricantes que fazem com que um rotor acione o 
outro por contato direto. O processo mais comum é acionar o rotor macho, obtendo-se uma 
velocidade menor do rotor fêmea. Estes rotores revolvem-se numa carcaça cuja superfície 
interna consiste de dois cilindros ligados como um "oito". 
Nas extremidades da câmara existem aberturas para admissão e descarga do ar. O ciclo 
de compressão pode ser seguido pelas Figuras 1.5 a,b,c,d. 
O ar à pressão atmosférica ocupa espaço entre os rotores e, conforme eles giram, o 
volume compreendido entre os mesmos é isolado da admissão. 
Em seguida, começa a decrescer, dando início à compressão. Esta prossegue até uma 
posição tal que a descarga é descoberta e o ar é descarregado continuamente, livre de pulsações. 
No tubo de descarga existe uma válvula de retenção, para evitar que a pressão faça o 
compressor trabalhar como motor durante os períodos em que estiver parado. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 9 
 
Fig. 1.5 – Etapas de funcionamento de um compressor de parafuso. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
 
1.3.2.2 Compressor de Simples Efeito ou Compressor Tipo Tronco 
 
Este tipo de compressor leva este nome por ter somente uma câmara de compressão, ou 
seja, apenas a face superior do pistão aspira o ar e comprime; a câmara formada pela face 
inferior está em conexão com o carter. O pistão está ligado diretamente ao virabrequim por uma 
biela (este sistema de ligação é denominado tronco), que proporciona um movimento 
alternativo de sobe e desce ao pistão, e o empuxo é totalmente transmitido ao cilindro de 
compressão. 
Iniciado o movimento descendente, o ar é aspirado por meio de válvulas de admissão, 
preenchendo a câmara de compressão. A compressão do ar tem início com o movimento da 
subida. Após obter-se uma pressão suficiente para abrir a válvula de descarga, o ar é expulso 
para o sistema. 
Na Figura 1.6, são apresentadas as etapas de operação desse tipo de compressor. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 10 
 
Fig. 1.6 – Etapas de funcionamento de um compressor do tipo Tronco. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
 
1.3.2.3 Compressor de Duplo Efeito – Compressor Tipo Cruzeta 
 
Este compressor é assim chamado por ter duas câmaras, ou seja, as duas faces do 
êmbolo aspiram e comprimem. O virabrequim está ligado a uma cruzeta por uma biela; a 
cruzeta, por sua vez, está ligada ao êmbolo por uma haste. Desta maneira consegue transmitir 
movimento alternativo ao êmbolo,além do que, a força de empuxo não é mais transmitida ao 
cilindro de compressão e sim às paredes guias da cruzeta. O êmbolo efetua o movimento 
descendente e o ar é admitido na câmara superior, enquanto que o ar contido na câmara inferior 
é comprimido e expelido. Procedendo-se o movimento oposto, a câmara que havia efetuado a 
admissão do ar realiza a sua compressão e a que havia comprimido efetua a admissão. Os 
movimentos prosseguem desta maneira, durante a marcha do trabalho. 
Na Figura 1.7, são apresentadas as etapas de operação desse tipo de compressor. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 11 
 
 
Fig. 1.7 – Etapas de funcionamento de um compressor do tipo Cruzeta. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
Na pneumática, é de grande importância a qualidade do ar que será utilizado. Esta 
qualidade poderá ser obtida desde que os condicionamentos básicos do ar comprimido sejam 
concretizados, representando menores índices de manutenção, maior durabilidade dos 
componentes pneumáticos, ou seja, será obtida maior lucratividade em relação à automatização 
efetuada. 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 12 
1.4 Unidade de Condicionamento (Lubrefil) 
 
Após passar por todo o processo de produção, tratamento e distribuição, o ar 
comprimido deve sofrer um último condicionamento, antes de ser colocado para trabalhar, a 
fim de produzir melhores desempenhos. 
Neste caso, o beneficiamento do ar comprimido consiste no seguinte: Filtragem, 
regulagem da pressão e introdução de uma certa quantidade de óleo para a lubrificação de 
todas as partes mecânicas dos componentes pneumáticos. A utilização desta unidade de serviço 
é indispensável em qualquer tipo de sistema pneumático, do mais simples ao mais complexo. 
Ao mesmo tempo em que permite aos componentes trabalharem em condições favoráveis, 
prolonga a sua vida útil. 
Uma duração prolongada e funcionamento regular de qualquer componente em um 
circuito dependem, antes de mais nada, do grau de filtragem, da isenção de umidade, da 
estabilidade da pressão de alimentação do equipamento e da lubrificação das partes móveis. 
Isto tudo é literalmente superado quando se aplicam nas instalações dos dispositivos, 
máquinas, etc., os componentes de tratamento preliminar do ar comprimido após a tomada de 
ar: Filtro, Válvula Reguladora de Pressão (Regulador) e Lubrificador, que reunidos formam a 
Unidade de Condicionamento ou Lubrefil. 
A Figura 1.8 mostra algumas unidades de condicionamento. 
 
 
 
Fig. 1.8 – Unidade de Condicionamento (Lubrefil). 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
 
O estudo das redes de distribuição de ar comprimido foge ao escopo dessa apostila e 
não será abordado. 
 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 13 
1.5 Conceitos Fundamentais Utilizados em Pneumática 
 
Alguns conceitos muito importantes e empregados em pneumáticas são apresentados 
nessa seção. 
 
1.5.1 Pressão Atmosférica 
 
Sabemos que o ar tem peso, portanto, vivemos sob esse peso. 
A atmosfera exerce sobre nós uma força equivalente ao seu peso, mas não a sentimos, 
pois ela atua em todos os sentidos e direções com a mesma intensidade. 
A pressão atmosférica varia proporcionalmente à altitude considerada. Quanto maior a 
altitude, menor a pressão atmosférica. 
Quando dizemos que um litro de ar pesa 1,293 x 10-3 kgf ao nível do mar, isto significa 
que, em altitudes diferentes, o peso tem valor diferente. 
 
Medição da Pressão Atmosférica: 
 
Torricelli, o inventor do barômetro, mostrou que a pressão atmosférica pode ser medida 
por uma coluna de mercúrio. Enchendo-se um tubo com mercúrio e invertendo-o em uma cuba 
cheia com mercúrio, ele descobriu que a atmosfera padrão, ao nível do mar, suporta uma coluna 
de mercúrio de 760 mm de altura. 
A pressão atmosférica ao nível do mar mede ou é equivalente a 760 mm de mercúrio. 
Qualquer elevação acima desse nível deve medir evidentemente menos do que isso. Num 
sistema hidráulico, as pressões acima da pressão atmosférica são medidas em kgf/cm2. As 
pressões abaixo da pressão atmosférica são medidas em unidade de milímetros de mercúrio. 
 
1.5.2 Princípio de Pascal 
 
Constata-se que o ar é muito compressível sob ação de pequenas forças. Quando contido 
em um recipiente fechado, o ar exerce uma pressão igual sobre as paredes, em todos os 
sentidos. 
Por Blaise Pascal temos: "A pressão exercida em um líquido confinado em forma estática 
atua em todos os sentidos e direções, com a mesma intensidade, exercendo forças iguais em 
áreas iguais". 
Figura 1.9 ilustra o Princípio de Pascal. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 14 
 
Fig. 1.9 – Princípio de Pascal.. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda 
 
 
1.5.3 Unidades de Pressão 
 
O pascal (símbolo: Pa) é a unidade padrão de pressão no SI. Equivale a força de 
1 N aplicada uniformemente sobre uma superfície de 1 m². 
 
Comparação com outras unidades de pressão: 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pascal_(unidade_de_pressão) 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 15 
1.5.4 Vazão 
 
Vazão é o volume de um determinado fluido que passa por uma determinada seção de 
um conduto livre ou forçado, por uma unidade de tempo. Ou seja, vazão é a rapidez com a qual 
um volume escoa. Vazão corresponde à taxa de escoamento, ou seja, quantidade de material 
transportado através de uma tubulação, por unidade de tempo. 
Fluxos de gás e líquido podem ser medidos como litros por segundo ou quilogramas por 
segundo. Essas unidades podem ser mutuamente conversíveis, sabendo-se a densidade do 
material, sendo que a densidade de um líquido não depende tanto de suas condições. Já nos 
gases a densidade depende de uma série de fatores: pressão, temperatura e da natureza ou 
composição do gás. 
Costuma-se medir a vazão de ar comprimido em sistemas pneumáticos em litros por 
segundo. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 16 
CAPÍTULO 2 
 
 
Válvulas de Comando 
 
 
2.1 Introdução 
 
 Denominam-se válvulas de comando as que, ao receberem um impulso pneumático, 
mecânico, ou elétrico, permitem que haja fluxo de ar pressurizado para alimentar 
determinado(s) elemento(s) do automatismo. Também são válvulas de comando as que 
permitem controlar o fluxo do ar para diversos elementos do sistema, mediante ajuste mecânico 
ou elétrico, as que permitem o fluxo em apenas um sentido, os elementos lógicos, as 
controladoras de pressão e as temporizadas.[ ] 
 
 As válvulas de comando são divididas, de acordo com a sua função, nos seguintes 
grupos: 
 I – Vávulas de Controle Direcional; 
 II – Válvulas Controladoras de Fluxo; 
 III – Válvulas de Bloqueio; 
 IV – Válvulas Controladoras de Pressão; e 
 V – Válvulas de Retardo. 
 
2.2 Válvulas de Controle Direcional 
 
 São responsáveis por direcionar o fluxo de ar entre os elementos do circuito pneumático. 
É também conhecida como distribuidores de ar. 
 Para representar as válvulas em um projeto pneumático alguns critérios são adotados, 
segundo as normas internacionais. Dentre as normas mais usuais, destacam-se a DIN 24300 e a 
ISO 1219.Para um conhecimento perfeito de uma válvula direcional, deve-se levar em conta os 
seguintes dados: 
 Posição Inicial; 
 Número de Posições; 
 Número de Vias; 
 Tipo de Acionamento (Comando); 
 Tipo de Retorno; 
 Vazão. 
 
2.2.1 Convenção da representação 
 
Alguns critérios de representação de válvulas são apresentados a seguir. 
 
1) Toda válvula deve ser representada por um retângulo. 
 
 
 
Fig. 2.1 – Representação inicial de uma válvula. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 17 
2) O número de retângulos justapostos indica o número de posições que a válvula possui. 
 
 
 a) b) 
 
Fig. 2.2 – a) 2 posições; b) 3 posições. 
 
3) Os orifícios de entrada e saída de ar são indicados por pequenos traços externos ao 
retângulo da posição de repouso (normal) da válvula. 
 
 
Fig. 2.3 – Representação dos orifícios da válvula. 
 
4) Os símbolos “” e “T” indicam as vias onde o ar comprimido vai circular dentro da 
válvula. As “” ´representam as ligações ou passagens, enquanto os “T” representam os 
fechamentos ou bloqueios. O número de vias da válvula é o número de vezes que os 
símbolos tocam os lados do quadrado. Qualquer dos quadrados deve ter o mesmo 
número de vias. Cada “” constitui duas vias e cada “T” constitui uma via. 
 
 a) b) 
 
Fig. 2.4 – a) Válvula de 2 vias; b) Válvula de 3 vias. 
 
5) O conduto de ar comprimido (ou fonte de ar comprimido) é representado por um 
pequeno círculo marcado internamente por outro menor e cheio. Já o conduto para a 
atmosfera (ou escape) tem um pequeno triângulo, representando a via de exaustão. 
Esses símbolos são representados na posição de repouso (normal) da válvula. 
 
 
Fig. 2.5 – Indicação da fonte de ar comprimido e o escape. 
 
 Também é comum representar a fonte de ar comprimido com o símbolo “”. 
 
6) As normas internacionais atribuem letras ou números para as entradas de ar, saídas e 
pressões de comando. Na Tabela 2.1, estão as orientações previstas nas normas DIN 
24300 e na ISO 1219. 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 18 
Tabela 2.1 – Identificação dos orifícios das válvulas. 
ORIFÍCIO DIN 24300 ISO 1219 
PRESSÃO P 1 
UTILIZAÇÃO A B C 2 4 6 
ESCAPE R S T 3 5 7 
PILOTAGEM X Y Z 10 12 14 
 
 
Exemplos: 
2(A)
1(P) 3(R) 
2(A)
1(P) 3(R)
4(B)
 
 
Fig. 2.6 – Identificação dos orifícios. 
 
 
Os orifícios são identificados, pelo método numérico – Norma ISO, como segue [ ]: 
 Nº 1 - alimentação: orifício de suprimento principal. 
 Nº 2 - utilização, saída: orifício de aplicação em válvulas de 2/2, 3/2 e 3/3. 
 Nºs 2 e 4 - utilização, saída: orifícios de aplicação em válvulas 4/2, 4/3, 5/2 e 5/3. 
 Nº 3 - escape ou exaustão: orifícios de liberação do ar utilizado em válvulas 3/2, 3/3, 
4/2 e 4/3. 
 Nºs 3 e 5 - escape ou exaustão: orifício de liberação do ar utilizado em válvulas 5/2 e 
5/3. 
 Orifício número 1 corresponde ao suprimento principal; 2 e 4 são aplicações; 3 e 5 
escapes. 
 Orifícios de pilotagem são identificados da seguinte forma: 10, 12 e 14. Estas 
referências baseiam-se na identificação do orifício de alimentação 1. 
 Nº 10 - indica um orifício de pilotagem que, ao ser influenciado, isola, bloqueia, o 
orifício de alimentação. 
 Nº 12 - liga a alimentação 1 com o orifício de utilização 2, quando ocorrer o 
comando. 
 Nº 14 - comunica a alimentação 1 com o orifício de utilização 4, quando ocorrer a 
pilotagem. 
 Quando a válvula assume sua posição inicial automaticamente (retorno por mola, 
pressão interna) não há identificação no símbolo. 
 
Em muitas válvulas, a função dos orifícios é identificada literalmente (letras). Isso se deve 
principalmente às normas DIN (DEUTSCHE NORMEN), que desde março de 1996 vigoram 
na Bélgica, Alemanha, França, Suécia, Dinamarca, Noruega e outros países. 
 
Segundo a Norma DIN 24300, Blatt 3, Seite 2, Nr. 0.4. de março de 1966, a identificação dos 
orifícios é a seguinte [ ]: 
 Linha de trabalho (utilização): A, B, C 
 Conexão de pressão (alimentação): P 
 Escape ao exterior do ar comprimido utilizado pelos equipamentos pneumáticos 
(escape, exaustão): R,S,T 
 Drenagem de líquido: L 
 Linha para transmissão da energia de comando (linhas de pilotagem): X,Y, Z 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 19 
 
Os escapes são representados também pela letra E, seguida da respectiva letra que identifica 
a utilização (normas N.F.P.A.). Exemplo: 
 EA - significa que o orifício em questão é a exaustão do ponto de utilização A. 
 EB - escape do ar utilizado pelo orifício B. 
 A letra D, quando utilizada, representa orifício de escape do ar de comando interno. 
 
Numeração dos componentes pneumáticos, de acordo com a norma ISO 1219: 
- Designação numérica 
 0Z1, 0Z2 etc. Unidades de fornecimento de pressão; 
 1A, 2A etc. Componentes de potência (cilindros); 
 1V1, 1V2 etc. Elementos de controle; 
 1S1, 1S2 etc. Elementos de entrada (válvulas atuadas manualmente ou 
mecanicamente). 
 
- Designação alfabética 
 1A, 2A etc. Componentes de potência; 
 1S1, 2S1 etc. Fins-de-cursos ativados na posição de recuo dos cilindros 1A e 2A; 
 1S2, 2S2 etc. Fins-de-cursos ativados na posição de avanço dos cilindros 1A e 2A. 
 
7) As válvulas podem ser acionadas ou desacionadas por diversas formas, sejam elas 
mecânicas, elétricas ou por pressão. Algumas das representações mais comuns de 
acionamentos e desacionamento das válvulas são mostradas a seguir. Utiliza-se uma 
válvula de 3/2 vias (três vias e duas posições) para ilustrar. 
 
a) Acionamento geral e retorno por mola. 
 
b) Acionamento por botão e retorno por mola. 
 
c) Acionamento por botão com trava e retorno por mola. 
 
d) Acionamento por alavanca e retorno por mola. 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 20 
e) Acionamento por alavanca com trava. 
 
f) Acionamento por pedal e retorno por mola. 
 
g) Acionamento por apalpador mecânico e retorno por mola. 
 
h) Acionamento por rolete (fim de curso) e retorno por mola. 
 
i) Acionamento por rolete escamoteável e retorno por mola. 
 
j) Acionamento por solenóide e retorno por mola. 
Y1
 
k) Acionamento por solenóide e retorno por solenóide (conhecida como duplo 
solenóide). 
Y1 Y2
 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 21 
l) Acionamento por piloto positivo (acréscimo de pressão) e retorno por mola. 
 
m) Acionamento por piloto negativo (decréscimo de pressão) e retorno por mola. 
 
n) Acionamento por piloto positivo e retorno por piloto positivo (conhecida como 
duplo piloto). 
 
o) Acionamento por piloto positivo ou manual e retorno por piloto positivo ou 
manual. 
 
 
 
p) Acionamento por piloto positivo e centralizado por mola. (válvula 5/3 vias 
centro fechada). 
2(A)
1(P)
3(R)
4(B)
5(S)
 
 
Como visto, as válvulas exigem um agente externo ou interno que desloque suas partes 
internas de uma posiçãopara outra, ou seja, que altere as direções do fluxo, efetue os 
bloqueios e liberação de escapes. Dependendo de como isso é realizado, o comando é 
classificado em direto ou indireto. 
No comando direto, a força de acionamento atua diretamente sobre qualquer 
mecanismo que cause a inversão da válvula. 
 Já no comando indireto, a força de acionamento atua sobre qualquer dispositivo 
intermediário, o qual libera o comando principal que, por sua vez, é responsável pela 
inversão da válvula. 
 
Na Figura 2.7-a, pode-se observar uma válvula de comando direto por solenóide. Na 
Fig. 2.7-b, tem-se uma válvula de comando indireto, onde o solenóide atua como um 
pré comando para a válvula comandada por ar comprimido. Esta, por sua vez, libera a 
passagem de ar da via 1 para a via 2. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 22 
 
 a) b) 
 
Fig. 2.7 – a) Representação de uma válvula de comando direto. b) Representação de uma 
válvula de comando indireto. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
 
 
2.3 Válvulas Controladoras de Fluxo 
 
Em alguns casos, é necessária a diminuição da quantidade de ar que passa através de 
uma tubulação, o que é muito utilizado quando se necessita regular a velocidade de um cilindro 
ou formar condições de temporização pneumática.[ ] 
As válvulas controladoras de fluxo podem ser fixas ou variáveis, ou ainda, 
unidirecionais ou bidirecionais. 
 
 
2.3.1 Válvulas de Controle de Fluxo Fixa Bidirecional. 
 
Não permite ajuste e o fluxo é restringido igualmente em ambas as direções. Emprega-se 
a redução do diâmetro da tubulação nesse tipo de controle. 
A Figura 2.8 mostra a simbologia dessa válvula. 
 
 
 
 
 
Fig. 2.8 – Simbologia normalizada da válvula de controle de fluxo fixa bidirecional. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 23 
2.3.2 Válvulas de Controle de Fluxo Variável Bidirecional. 
 
Quando existe a necessidade de variar a intensidade do fluxo para promover um melhor 
controle da operação dos dispositivos do sistema pneumático, pode-se empregar essa válvula. 
O fluxo de ar é regulado por um parafuso cônico e a limitação da passagem do ar ocorre nas 
duas direções. 
Veja a Figura 2.9. A quantidade de ar que entra por 1 ou 2 é controlada através do 
parafuso cônico, em relação à sua proximidade ou afastamento do assento. Conseqüentemente, 
é permitido um maior ou menor fluxo de passagem.[ ] 
 
 
 
Fig. 2.9 – Esquema da válvula de controle de fluxo variável bidirecional e sua simbologia. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
 
2.3.3 Válvulas de Controle de Fluxo Variável Unidirecional. 
 
Neste caso, num único corpo une-se uma válvula de retenção com ou sem mola e em 
paralelo um dispositivo de controle de fluxo, compondo uma válvula de controle unidirecional. 
Na Figura 2.10, pode-se observar a simbologia dessa válvula. O funcionamento do 
dispositivo é melhor compreendido na Figura 2.11. Verificam-se duas situações distintas de 
trabalho, a de fluxo controlado e a de fluxo livre. 
 
 
 
 
Fig. 2.10 – Simbologia da válvula de controle de fluxo variável unidirecional. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 24 
 
 
 
 
 
Fig. 2.11 – Esquemas da válvula de controle de fluxo variável unidirecional, mostrando os dois 
regimes de trabalho. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 25 
 
2.4 Válvulas de Bloqueio 
 
São desenvolvidas para impedir o fluxo de ar em uma direção e permitir a livre 
passagem em sentido oposto. A seguir, alguns tipos de válvula de bloqueio são estudados. 
 
 
2.4.1 Válvulas de Retenção com Mola 
 
Um cone é mantido inicialmente contra seu assento pela força de uma mola. Orientando-
se o fluxo no sentido favorável de passagem, o cone é deslocado do assento, causando a 
compressão da mola e possibilitando a passagem do ar. Vide Figura 2.12.[ ] 
 
 
a) b) 
 
 
 
 
c) 
 
Fig. 2.12 – Esquemas da válvula de retenção com mola . 
 a) O fluxo é permitido no sentido 12. b) O fluxo é bloqueado no sentido 21. 
c) Simbologia normalizada. 
 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
 
 
2.4.2 Válvulas de Retenção sem Mola 
 
É outra versão da válvula de retenção citada anteriormente. O bloqueio, no sentido 
contrário ao favorável, não conta com o auxílio de mola. Ele é feito pela própria pressão de ar 
comprimido. [] 
A simbologia dessa válvula é mostrada na Figura 2.13. 
 
 
 
 
Fig. 2.13 – Simbologia normalizada da vávula de retenção sem mola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 26 
 
2.4.3 Válvulas Seletora (Função Lógica OU) 
 
Esta válvula desempenha, na pneumática, o papel da porta lógica “OU” ou “OR” 
estudada na eletrônica digital. É constituída de três orifícios no corpo: duas entradas de pressão 
e um ponto de utilização. 
Quando chega pressão em uma entrada, a outra entrada é bloqueada e o ar passa então 
para a utilização. O ar que foi utilizado retorna pelo mesmo caminho que chegou. Uma vez 
cortado o fornecimento, o elemento seletor interno permanece na posição, em função do último 
sinal emitido. Havendo simulteneidade de pressão em ambas as entradas, fornecerá ar para o 
ponto de utilização a entrada com a pressão mais forte ou, no caso de pressões iguais, o sinal 
que primeiro atingir válvula. 
Muito utilizada quando há necessidade de enviar sinais a um ponto comum, 
proveniente de locais diferentes no circuito. 
Na figura 2.14-a, o ar para a utilização (orifício 2) é proveniente da entrada da direita, já 
na Figura 2.14-b, o fornecimento de ar vem da entrada da esquerda. 
 
 
a) b) 
 
Fig. 2.14 – Esquema da válvula seletora – Função OU. 
a) O fluxo de ar é proveniente da entrada da direita. b) O fluxo de ar é proveniente da entrada 
da esquerda. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
A simbologia da válvula seletora é indicada na Figura 2.15. 
 
1(P) 1(P)
2(A)
 
Fig. 2.15 – Simbologia da válvula seletora – Função OU. 
 
 
2.4.4 Válvulas de Simultaneidade (Função Lógica E) 
 
Esta válvula desempenha, na pneumática, o papel da porta lógica “E” ou “AND” 
estudada na eletrônica digital. Assim com a válvula “OU”, a válvula de simultaneidade, é 
constituída de três orifícios no corpo: duas entradas de pressão e um ponto de utilização. 
Existindo coincidência de sinais de mesma pressão, nas duas entradas, fornecerá ar para 
a utilização o último sinal a atingir a válvula. Já no caso sinais de pressões diferentes, o sinal de 
pressão menos intensa passa para o ponto de utilização. 
Na Figura 2.16, pode-se entender melhor o funcionamento da válvula de 
simultaneidade. O primeiro sinal a chegar se auto bloqueia (Fig. 2.16-a). Somente quando há o 
segundo sinal a saída é alimentada (Fig. 2.16-b). 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 27 
 
a) b) 
Fig. 2.16 – Esquema da válvula simultaneidade – Função E. 
a) Ofluxo de ar proveniente da entrada da direita é bloqueado. b) Com o fluxo de ar também 
aplicado na entrada da esquerda, a saída é ativada. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
A simbologia da válvula de simultaneidade é indicada na Figura 2.17. 
 
1(P) 1(P)
2(A)
 
 
Fig. 2.17 – Simbologia da válvula de simultaneidade – Função E. 
 
 
2.4.5 Válvulas de Escape Rápido 
 
Quando se necessita obter velocidade superior àquela normalmente desenvolvida por 
um pistão de cilindro, é utilizada a válvula de escape rápido. 
Utilizando-se a válvula de escape rápido, a pressão no interior da câmara cai 
bruscamente; a resistência oferecida pelo ar residual (que é empurrado) é reduzidíssima e o ar 
flui diretamente para a atmosfera, percorrendo somente um niple que liga a válvula ao cilindro. 
Ele não percorre a tubulação que faz a sua alimentação. 
Os jatos de exaustão são desagradavelmente ruidosos. Para se evitar a poluição sonora 
devem ser utilizados silenciadores. 
Na Figura 2.18, é mostrado o funcionamento da válvula de escape rápido. Em a), o fluxo 
de ar proveniente da alimentação (1) segue para o consumo (2). E em b), o fluxo de ar retorna 
do consumo (2) para o escape rápido (3), indo para a atmosfera. 
 
 
a) b) 
 
Fig. 2.18 – Esquema da válvula de escape rápido. a) Consumo ; b) Escape rápido. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 28 
A simbologia da válvula de escape rápido é indicada na Figura 2.19. 
 
3(R)
1(P)
2(A)
 
 
Fig. 2.19 – Simbologia da válvula de escape rápido. 
 
 
2.5 Válvulas Controladoras de Pressão 
 
Têm por função influenciar ou serem influenciadas pela intensidade de pressão de um 
sistema. 
 
2.5.1 Válvulas de Alívio 
 
Limita a pressão de um reservatório, compressor, linha de pressão, etc., evitando a sua 
elevação, além de um ponto ideal admissível. O ajuste se dá através de uma mola. 
Ocorrendo um aumento de pressão no sistema, o êmbolo é deslocado de sua sede, 
comprimindo a mola e permitindo contato da parte pressurizada com a atmosfera através de 
uma série de orifícios por onde é expulsa a pressão excedente. Quando o equilíbrio de pressão é 
atingido, a mola retorna a sua posição de ajuste. 
A Figura 2.20 mostra um esquema interno da válvula de alívio. A entrada de pressão se 
dá em 1 e as saídas (alívios) ocorrem em 3. Já na Figura 2.21, pode-se observar a simbologia 
dessa válvula. 
 
Fig. 2.20 – Esquemático de uma válvula de alívio. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
 
 
 
1(P)
3(R) 
Fig. 2.21 – Simbologia da válvula de alívio. 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 29 
2.5.2 Regulador de Pressão 
 
Após passar por todo o processo de produção, tratamento e distribuição, o ar 
comprimido deve sofrer um último condicionamento, antes de ser colocado para trabalhar, a 
fim de produzir melhores desempenhos. O regulador de pressão faz parte desse sistema de 
condicionamento e tem como funções: 
 Compensar automaticamente o volume de ar requerido pelos equipamentos 
pneumáticos. 
 Manter constante a pressão de trabalho (pressão secundária), independente das 
flutuações da pressão na entrada (pressão primária) quando acima do valor 
regulado. A pressão primária deve ser sempre superior à pressão secundária, 
independente dos picos. 
 Funcionar como válvula de segurança. 
 
 
 
 
Fig. 2.22 – Secção de um regulador de pressão com escape. 
Fonte: Parker Hannifin Ind. Com. Ltda. 
 
A simbologia do regulador de pressão é indicada na Figura 2.23. 
1(P)
3(R)
2(A) 
 
Fig. 2.23 – Simbologia do regulador de pressão. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 30 
2.6 Válvulas de Retardo 
 
Também conhecida como válvula temporizadora. Promove o disparo de um atuador 
após decorrido um intervalo de tempo predefinido. 
Na Figura 2.24, pode-se obsevar uma válvula de retardo comercial e a representação dos 
elementos internos que a constituem. Uma válvula controladora de fluxo, um reservatório de ar 
e uma válvula de 3/2 vias são usados nesse modelo. Pelo ajuste da válvula controladora de 
fluxo, controla-se o tempo para abastecimento do reservatório. Somente com o reservatório 
completamente abastecido é que ocorre o comando da válvual de 3/2 vias. 
 
 
 
Fig. 2.24 – Válvula temporizadora e sua simbologia. 
Fonte: Festo Pneumatic. 
 
A Figura 2.25 mostra a simbologia da válvula temporizadora de 3/2 vias do tipo 
normalmente aberta – NA. 
 
 
 
Fig. 2.25 – Simbologia da válvula temporizadora normalmente aberta - NA. 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 31 
CAPÍTULO 3 
 
 
Atuadores Pneumáticos 
 
 
3.1 Introdução 
 
 Assim como os motores elétricos transformam a energia elétrica em energia cinética 
(mecânica), com movimentos rotativos, angulares ou retilíneos, os atuadores pneumáticos são 
os elementos responsáveis, na pneumática ou hidráulica, pela transformação da energia 
acumulada no ar comprimido em trabalho, tais como, movimentos lineares, angulares ou 
rotativos. 
 São comumente chamados de cilindros, uma vez que a montagem mais difundida desses 
dispositivos é num formato cilíndrico. 
 A seguir, são estudados alguns tipos de atuadores de movimento retilíneo (atuadores 
lineares) e de movimento giratório. 
 
3.2 Atuadores Pneumáticos Lineares 
 
São constituídos de componentes que convertem a energia pneumática em movimento 
linear ou angular. São representados pelos cilindros pneumáticos e diferenciam entre si por 
detalhes construtivos, em função de suas características de funcionamento e utilização. 
Normalmente, são classiicados em dois grupos: 
 Cilindros de Simples Efeito ou Simples Ação; e 
 Cilindros de Duplo Efeito ou Dupla Ação, com e sem amortecimento. 
 
Algumas derivações desses grupos são encontradas, principalmente para os cilindros de 
duplo efeito. A norma DIN/ISO 1929, de agosto de 1978, é uma das mais comuns na 
regulamentação dos atuadores pneumáticos. 
 
 
3.2.1 Atuadores Pneumáticos Lineares de Simples Ação 
 
São assim chamados por utiliza ar comprimido para conduzir trabalho em um único 
sentido de movimento, seja para avanço ou retorno. 
Este tipo de cilindro possui somente um orifício por onde o ar entra e sai do seu interior, 
comandado por uma válvula. Na extremidade oposta à de entrada, é dotado de um pequeno 
orifício que serve de respiro, visando impedir a formação de contra-pressão internamente, 
causada pelo ar residual de montagem. O retorno, em geral, é efetuado por ação de mola e força 
externa. 
Na figura 3.1, são mostradas as simbologias de alguns cilindros de simples ação. 
 
 
 
 
Cilindro de simples ação com 
avanço por mola interna. 
Cilindro de simples ação com 
retorno por mola interna. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 32 
 
 
Fig. 3.1 – Simbologias de cilindros de simples ação. 
 
A Figura 3.2 mostra um cilindro comercial de simples ação com retorno por mola 
interna. 
 
Fig. 3.2 – Cilindro comercial de simples ação (retorno por mola) e sua simbologia. 
Fonte: Festo Pneumatic. 
 
 
3.2.2Atuadores Pneumáticos Lineares de Dupla Ação 
 
Quando um cilindro pneumático utiliza ar comprimido para produzir trabalho em 
ambos os sentidos de movimento (avanço e retorno), diz-se que é um cilindro de dupla ação. 
O ar comprimido é admitido e liberado alternadamente por dois orifícios existentes nos 
cabeçotes, um no traseiro e outro no dianteiro que, agindo sobre o êmbolo, provoca os 
movimentos de avanço e retorno. Quando uma câmara está admitindo ar a outra está em 
comunicação com a atmosfera. 
Na figura 3.3, são mostradas as simbologias de alguns cilindros de dupla ação. 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 3.3 – Simbologias de cilindros de dupla ação. 
Cilindro de simples ação com 
retorno por força externa. 
Cilindro de dupla ação. 
Cilindro de dupla ação do tipo 
Tandem. 
Cilindro de dupla ação sem 
haste, com amortecimento 
regulável no avanço e no recuo 
e com acoplamento magnético. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 33 
A Figura 3.4 mostra um cilindro comercial de dupla ação com êmbolo magnético para 
detecção por sensores sem contato físico, came de acionamento em alumínio, montada na ponta 
da haste, e amortecimento regulável nas posições finais de curso. 
 
Fig. 3.4 – Cilindro comercial de dupla ação e sua simbologia. 
Fonte: Festo Pneumatic. 
 
 
3.3 Atuadores Pneumáticos de Movimento Angular 
 
São empregados para suprir a incapacidade dos atuadores lineares em realizar grandes 
movimentos agulares (superiores a 120). 
No atuador angular, a haste do êmbolo tem um perfil dentado e é acoplado a uma 
engrenagem. Quando a haste do êmbolo se desloca por ação do ar comprimido, a engrenagem 
gira produzindo movimento angular, no sentido horário ou antihorário, conforme o sentido do 
deslocamento do êmbolo (avanço ou recuo). 
A Figura 3.5 mostra um cilindro comercial de movimento angular. Observe também que 
acoplado ao eixo oscilante, tem-se uma ventosa para produção de vácuo (usado no transporte 
de peças). 
 
Fig. 3.5 – Cilindro comercial de movimento angular e sua simbologia. 
Fonte: Festo Pneumatic. 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 34 
3.4 Atuadores Pneumáticos de Movimento Rotativo 
 
Tratam-se dos motores a ar comprimido. São usados para transformar a energia 
pneumática em energia mecânica de rotação. Existem diversos tipos de motores pneumáticos, 
dentre eles, motores de pistão, motores de engrenagem e motores de palhetas. Esse último é o 
mais difundido. 
Na Figura 3.6, observa-se a representação de um motor a palhetas. O ar entra por um 
orifíco, impulsiona as palhetas e, consequentemente, o rotor do motor, fazendo-o girar. O 
escape ocorre via o outro orifício. Invertendo-se entrada e saída de ar, pode-se inverter o 
sentido de giro do motor. 
 
Fig. 3.6 – Representação de um motor de palhetas. 
Fonte: Kazi Pneumáticos. 
 
 
Na Figura 3.7, é mostrada as simbologias de motores pneumáticos. 
 
 
 
 
Fig. 3.7 – Simbologias de um motor pneumáticos. 
 
 
 
 
Motor pneumático com 
velocidade constante e um 
sentido de rotação. 
Motor pneumático com 
velocidade constante e duplo 
sentido de rotação. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 35 
CAPÍTULO 4 
 
 
Projetos de Circuitos Pneumáticos pelo Método Intuitivo 
 
 
4.1 Introdução 
 
Esse método de projeto de circuitos pneumáticos está limitado a circuitos de pequema 
complexidade. É a experiência do projetista que permite, de forma intuitiva, a interligação de 
válvulas e atuadores. Para circuitos mais complexos, essa metodologia costuma não gerar 
circuitos otimizados. 
Neste Capítulo, serão mostrados alguns exemplos básicos de acionamentos pneumáticos 
e, acumulativamente, os exemplos vão evoluindo em complexidade e formando os 
conhecimentos indispensáveis nesse método de projeto. 
Nos circuitos estudados neste material, adotam-se as seguintes representações para as 
linhas de pressão: 
 
 
 
 
 
 
 
4.2 Circuitos Pneumáticos Elementares – Comando Direto 
 
Nos circuitos com comando direto, o atuador é acionado diretamente por uma única 
válvula. Vários mecanismos de acionamento de válvulas já foram apresentados no Capítulo 2. 
Assim, será omitido o tipo de acionamento nos exemplos a seguir. 
 
4.2.1 Acionamento de um Cilindro de Simples Ação 
 
Como o cilindro de simples ação possui somente uma entrada de ar, pode-se usar 
válvulas com uma única saída de consumo para fazer o acionamento desse atuador. Também é 
preciso garantir a saída de ar da câmara do cilindro. 
Observe a Figura 4.1. Uma válula 3/2 vias é usada para comandar o avanço do cilindro. 
Quando a válvula está na sua posição de repouso, o cilindro está recuado (ação da mola). 
Quando a válvula é ativada, o cilindro avança. Observe que existe um caminho para o ar 
escapar da câmara do cilindro quando a válvula é desacionada. 
Uma válvula 2/2 vias não seria adequada para tal propósito, pois o cilindro, uma vez 
avançado, não retornaria, já que o ar não teria caminho para escapar para a atmosfera. Essa 
válvula não possui caminho para escape. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LINHA PRESSURIZADA 
 
 LINHA NÃO PRESSURIZADA 
 
 LINHA DE PILOTAGEM 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 36 
 
 (a) (b) 
 
Fig. 4.1 – Circuito para aciomanento de um cilindro de simples ação. 
 (a) Válvula não acionada; (b) Válvula acionada. 
 
 
4.2.2 Acionamento de um Cilindro de Dupla Ação 
 
O cilindro de dupla ação possui duas entradas de ar, uma para executar o comando 
avançar e outra para recuar, sendo necessário a utilização de válvulas com duas saídas 
alimentadoras. Válvulas 4/2 vias ou 5/2 vias podem ser utilizadas para comandar esse tipo de 
cilindro. 
Na Figura 4.2, observa-se como uma válvula 4/2 vias comanda um cilindro de dupla 
ação. 
Já a Figura 4.3 mostra o circuito para o uso de uma válvula 5/2 vias. 
 
 
 
 (a) (b) 
 
Fig. 4.2 – Circuito para aciomanento de um cilindro de dupla ação com válvula 4/2 vias. 
 (a) Válvula não acionada; (b) Válvula acionada. 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 37 
 
 
 (a) (b) 
 
Fig. 4.3 – Circuito para aciomanento de um cilindro de dupla ação com válvula 5/2 vias. 
 (a) Válvula não acionada; (b) Válvula acionada. 
 
 
4.3 Circuitos Pneumáticos Elementares – Comando Indireto 
 
No comando indireto, usa-se uma sequência de válvulas para comandar o cilindro. A 
válvula que aciona o cilindro é comandada por pressão proveniente de outra válvula. 
 
 
4.3.1 Acionamento de um Cilindro de Dupla Ação por Comando Indireto. 
 
Os exemplos a seguir, ilustram o acionamento de um cilindro de dupla ação via 
comando indireto. A válvula de controle do cilindro é do tipo 5/2 vias com duplo piloto 
positivo. 
 
Exemplo 4.1) Duas vávulas de 3/2 vias comandam, indiretemente,o avanço e o retorno de um 
cilindro de dupla ação. 
 
Circuito pneumático: 
 
As vávulas de 3/2 vias comandam, alternadamente, o avanço e o recuo do cilindro de dupla 
ação, via a válvula de 5/2 vias. Observe a Figura 4.4. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 38 
 
 
Fig. 4.4 – Circuito para aciomanento de um cilindro de dupla ação com comando indireto. 
 
 
Funcionamento: 
 
a) Circuito pressurizado e em repouso. Situação inicial. 
 
 
 
 
Fig. 4.5 – Circuito pressurizado e em repouso. Cilindro recuado. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 39 
b) Válvula que comanda o avanço do cilindro é acionada. 
 
 
 
 
Fig. 4.6 – Válvula que comanda o avanço é acionada. O cilindro avança. 
 
 
c) Válvula que comanda o avanço do cilindro é liberada. 
 
 
 
Fig. 4.7 – A válvula do comando de avanço é liberada. Cilindro continua avançado. 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 40 
d) Válvula que comanda o recuo é acionada, fazendo o cilindro recuar. 
 
 
 
Fig. 4.8 – Válvula que comanda o recuo é acionada. O cilindro retorna a posição incial. 
 
Ao final desta etapa, quando o válvula de recuo é liberada, o circuito retorna a situação 
inicial. 
 
Exemplo 4.2) Duas vávulas de 3/2 vias comandam, indiretemente, o avanço e o retorno de um 
cilindro de dupla ação. A válvula 3/2 vias acionada por rolete (fim de curso) faz o retorno 
automático do cilindro. 
 
Circuito pneumático: 
 
Fig. 4.9 – Circuito para aciomanento de um cilindro de dupla ação com comando indireto. Retorno 
automático. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 41 
a) Válvula que comanda o avanço é acionada. O cilindro inicia seu avanço. 
 
Fig. 4.10 – Válvula que comanda o avanço é acionada. O cilindro avança. 
 
 
b) Quando o cilindro chega ao seu fim de curso, a válvula roletada é acionada. Então, o cilindro 
inicia o seu recuo. 
 
 
Fig. 4.11 – Comando de recuo do cilindro via válvula roletada. 
 
Neste último caso, quando o cilindro (atuador) chegar ao final de seu curso, irá acionar 
mecanicamente o rolete S1, da válvula 3/2 vias rolete/mola, não havendo necessidade da 
intervenção do operador para o retorno do cilindro. Essa válvula pilotará o lado direito da 
válvula 5/2 vias, de modo que cesse a alimentação de ar para o cilindro. 
Esse circuito é bem comum, já que faz um ciclo inteiro sem a necessidade de intervenção 
do operador, ou seja, o retorno do cilindro após atingir o final de seu curso é realizado 
automaticamente por algum componente no próprio circuito. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 42 
4.4 Circuitos Pneumáticos Elementares - Miscelânea 
 
Os exemplos seguintes são um apanhado de vários circuitos pneumáticos. Contribuem 
para o aperfeiçoamento da prática de projetos pelo Método Intuitivo. 
 
Exemplo 4.3) Comando de um cilindro de dupla ação de dois locais distintos. 
 
O avanço de um cilindro de dupla ação pode ser comandado de dois lugares diferentes, 
ou seja, dois botões-pulso podem ser posicionados em câmaras distintas e efetuarem a mesma 
operação, conforme ilustra a Figura 4.12. Para tanto se utiliza uma válvula “OU”. O retorno 
deverá ser feito por meio de uma válvula 3/2 vias botão/mola. 
O comando do atuador da Figura 4.12 é do tipo direto, porque o ar é enviado do botão 
pulso diretamente para as câmaras do cilindro, sem a necessidade das válvulas direcionais. 
 
 
Fig. 4.12 – Comando de um cilindro de dupla ação de dois locais distintos. Comando Direto. 
 
a) A válvula de um dos dois locais de comando é acionada. O cilindro faz o avanço. 
 
 
 
Fig. 4.13 – Comando de um cilindro de dupla ação de dois locais direntes. Avanço via primeiro local. 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 43 
b) A válvula de comando de recuo é acionada. O cilindro recua. 
 
 
Fig. 4.14 – Comando de um cilindro de dupla ação de dois locais direntes. Comando para recuo do 
cilindro. 
 
 
 
c) A outra válvula de comando de avanço é acionada, fazendo o cilindro avançar novamente. 
 
 
Fig. 4.15 – Comando de um cilindro de dupla ação de dois locais direntes. Avanço via segundo local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 44 
Exemplo 4.4) O problema da contrapressão. 
 
No circuito da Figura 4.16, o cilindro não realizará um ciclo contínuo ilimitado. Ao 
pressionarmos o botão trava da válvula 1S1, ela pilotará a válvula direcional 5/2 vias, que fará 
com que o atuador avance. Ao chegar ao final de seu ciclo, pressionará a válvula 1S2, que 
enviará ar para o retorno da válvula direcional (5/2 vias) . Entretanto, a válvula 1S1 ainda está 
acionada, enviando ar no sentido contrário, o que faz com que a válvula 5/2 vias permaneça 
parada e conseqüentemente com que o cilindro não retorne. É necessário, portanto, que seja 
adicionado um componente, que retire o ar que pilote a válvula direcional 5/2 vias pela 
esquerda quando o cilindro chegar ao fim de seu curso e acionar a 5/2 vias, para evitar o que 
chamamos de contrapressão. 
 
 
Fig. 4.16 – Diagrama incorreto de um atuador de dupla ação realizando ciclo contínuo. 
 
 
Verifique isso na simulação mostrada na Figuras 4.17. 
 
Fig. 4.17 – Contrapressão observada na simulação do circuito. 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 45 
Exemplo 4.5) Uma solução para o problema da contrapressão do Exemplo 4.4. 
 
No circuito da Figura 4.18, a válvula 3/2 vias rolete/mola 1S3, responsável pelo avanço 
do cilindro está em contato com o atuador, como pode ser visto pela área hachurada do lado do 
rolete, o que permite a passagem de ar quando for pressionado o botão trava da válvula 3/2 
vias 1S1, pilotando desta forma a válvula direcional e permitindo o avanço do atuador. Assim 
que o cilindro partir, a válvula 1S3 não estará mais em contato com o cabeçote do cilindro, 
retornando, portanto, à sua posição original (que é Normalmente Fechada – NF). 
 
 
Fig. 4.18 – Ciclo contínuo ilimitado de um cilindro de dupla ação. 
 
De acordo com a Figura 4.18, quando o cilindro atingir a válvula 1S2, liberando o ar para 
a pilotagem direita da válvula direcional 5/2 vias, não haverá mais ar pilotando o lado 
esquerdo da válvula, permitindo que a válvula direcional retorne à sua posição original e que o 
cilindro recue, completando o ciclo. O ciclo será reiniciado automaticamente quando o atuador 
recuar completamente, pressionado o rolete da válvula 1S3, permitindo novamente a pilotagem 
esquerda da válvula direcional, formando o ciclo contínuo. 
 
 
 
Exemplo 4.6) O acionamento de um cilindro de simples ação por meio de dois botões, 
simultaneamente. Comando direto. 
 
Para acionar um atuador de dois locais distintos, simultaneamente, deve-se utilizar uma 
válvula de simultaneneidade. 
A Figura 4.19 mostra o circuito pneumático utilizado. Veja na Figura 4.20, que o ar flui 
para o cilindrosomente quando as duas válvulas de 3/2 vias forem acionadas juntas. 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 46 
 
Fig. 4.19 – Circuito de acionamento de um cilindro de simples ação com válvula de 
simultaneidade. 
 
 
 
 
Fig. 4.20 – Avanço do cilindro de simples ação quando ambas as válvulas de 3/2 vias são 
acionadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 47 
Exemplo 4.7) Acionamento de um cilindro de dupla ação com avanço rápido e retorno lento. 
Comando indireto. 
 
Uma boa prática é não interferir no ar que entra no cilindro e sim naquele que está 
escapando do atuador. Pode-se utilizar uma válvula reguladora de fluxo unidirecional em 
conjunto com uma válvula de escape rápido para construir o circuito. Como o comando é 
indireto, usa-se uma válula de 5/2 vias, com duplo piloto positivo, para rereber os sinais de 
avanço e retorno proveniente de válvulas de 3/2 vias, do tipo botão com retorno por mola. A 
Figura 4.21 ilustra o circuito pneumático em questão. 
 
 
 
Fig. 4.21 – Acionamento de um cilindro de dupla ação com avanço rápido e retorno lento. 
 
 
Quando o comando de avanço é dado, através da válvula 3/2 vias, a válvula de 5/2 vias 
comuta e o ar é enviado para a câmara traseira do cilindro passando sem restrição pela válvula 
reguladora de fluxo. O ar contido na câmara dianteira do cilindro escapa, para a atmosfera, pela 
válvula de escape rápido. Assim, ocorre o avanço rápido do atuador. Observe a Figura 4.22. 
Já quando o camando de recuo é efetuado, o ar segue para a câmara dianteira passando 
pela válvula de escape rápido, cujo escape está fechado nesse momento. O ar armazenado na 
câmara traseira do cilindro sofre restrição para escapar, pois a válvula controladora de fluxo 
limita a velocidade de passagem nessa fase. Dessa forma, o retorno do atuador a sua posição 
recuada ocorre de maneira lenta, regulado pela posição de limite da válvula controladora de 
fluxo (ajustada em 40%, no exemplo). Isso pode se verificado na simulção mostrada na Figura 
4.23. 
Um sistema com avanço lento e retorno rápido pode ser também implementado com um 
rearanjo das válvulas de controle de fluxo e de escape rápido. 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 48 
 
 
 
Fig. 4.22 – Simulação do avanço rápido do cilindro de dupla ação. 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4.23 – Simulação do recuo lento do cilindro de dupla ação. 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 49 
Exemplo 4.8) Acionamento de um cilindro de dupla ação com avanço via pulso pneumático e 
retorno automático via válvula de retardo. Comando indireto. 
 
A Figura 4.24 mostra o circuito do Exemplo. O acionamento da válvula 3/2 vias, 
comandada por botão, gera um pulso pneumático que comutará a válvula 5/2 vias. Esta 
quando comutada, possibilita o avanço do cilindro, além de simultaneamente alimentar a 
válvula de retardo. Decorrido um certo tempo, com o reservatório completamente cheio, a 
válvula de retardo comutará. Neste momento, a válvula 5/2 vias recebe um pulso pneumático 
proveniente da válvula de retardo e comuta. Assim, o cilindro recebe ar na sua câmara 
dianteira, retorna a sua posição recuada e um novo ciclo pode ser iniciado. 
 
 
Fig. 4.24 – Circuito pneumático usando válvula de retardo. 
 
 
As Figuras 4.25 e 4.26 mostram as etapas de funcionamento do circuito. A válvula 
controladora de fluxo, interna à válvula de retardo, está regulada em 50% do seu fluxo máximo. 
Isso permite ajustar o tempo que o reservatório leva para ficar cheio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 50 
 
 
Fig. 4.25 – Comando para o avanço do cilindro. 
 
 
 
 
Fig. 4.26 – Comando automático, via válvula de retardo, para o recuo do cilindro. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 51 
Exemplo 4.9) Acionamento de um cilindro de dupla ação com avanço e retorno automático e 
botão de parada de EMERGÊNCIA. Comando indireto. 
 
 
Este exemplo, mostrado na Figura 4.27, é um complemento do Exemplo 4.5. Foi inserido 
no ciclo contínuo um botão de emergência, que faz com que o cilindro retorne imediatamente, 
não importa qual sua posição. E após este retorno, não é possível que se reinicie o ciclo, a menos 
que o botão de emergência seja pressionado novamente, liberando a válvula direcional para ser 
pilotada na via esquerda. 
 
 
 
Fig. 4.27 – Comando automático para avanço e recuo do cilindro e uso da válvula de emergência. 
 
 
Tanto a válvula 1S2 quanto a válvula de emergência podem comandar a válvula de 5/2 
vias através da válvula “OU” e promover o retorno do cilindro. 
Na Figura 4.28, observa-se na simulação o avanço do cilindro quando 1S1 é ativada. Na 
sequência do ciclo, o cilindro recua por ação da válvula 1S2. 
Já a Figura 4.29 mostra o bloqueio total do circuito quando a válvula de emergência é 
acionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 52 
 
 
Fig. 4.28 – Válvula 1S1 é acionada e o cilindro inicia o avanço. 
 
 
 
 
 
Fig. 4.29 – Válvula de emergência é acionada fazendo o cilindro recuar e também gerando o bloqueio 
total do circuito. 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 53 
CAPÍTULO 5 
 
 
Diagrama Trajeto-Passo 
 
 
5.1 Introdução 
 
Nos circuitos pneumáticos estudados no Capítulo anterior, os circuitos envolviam um 
único atuador e a complexidade não era elevada. Quando o números de atuadores aumenta e, 
consequentemente, o total de sequências realizadas pelo circuito, o Método Intuitivo torna-se 
muito limitado, embora ainda podendo ser empregado. Para facilitar os projetos de circuitos 
pneumáticos de maiores complexidades, foram desenvolvidas representações gráficas das 
sequências realizadas pelos atuadores, também conhecidas como Represntações Gráficas de 
Comandos Sequenciais. Existem cinco representações gráficas possíveis, porém, das cincos, 
duas são mais exploradas, e dessas duas, uma grande maioria dos projetistas e técnicos acaba 
por utilizar somente a que mais se popularizou (o Diagrama Trajeto-Passo). 
As representações gráficas são as seguintes: 
1. Diagrama Trajeto-Passo; 
2. Diagrama de posicionamento dos atuadores; 
3. Diagrama de atuação dos sensores; 
4. Diagrama de comando dos atuadores; 
5. Diagrama Funcional. 
Neste Capítulo, será estudado o Diagrama Trajeto-Passo e algumas aplicações. 
 
5.2 O Diagrama Trajeto-Passo 
 
No Diagrama Trajeto-Passo, os passos, que são mudanças de estado dos elementos de 
trabalho, são representados por linhas horizontais e equidistantes. O trajeto é desenhado, sem 
escala, na vertical e igual para todos os atuadores. Cada elemento de trabalho pode assumir 
apenas duas posiçoes: 
 Posição 0  atuador recuado ou desacionado 
 Posição 1  atuador avançado ou acionadoA Figura 5.1 mostra um exemplo de Diagrama Trajeto-Passo com dois atuadores, 
denominados A e B. 
 
1 2 3 4 5=1
1
0
1
0
Cil. A
Cil. B
A+ B+ A- B- 
Fig. 5.1 – Exemplo de Diagrama Trajeto-Passo com dois atuadores. 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 54 
No exemplo, os cilindros se movimentarão da seguinte maneira: A avança, em seguida, 
ao chegar ao fim de seu curso, provoca o avanço de B. Ao chegar ao fim de seu curso, B 
comanda o retorno de A. Assim que A estiver totalmente retornado, inicia-se o retorno de B, 
fechando-se assim o ciclo de movimentos dos cilindros. 
Por fim, a maneira mais simplificada e utilizada de representar movimentos de cilindros 
pneumáticos é a abreviada. Nesta forma, o sinal “+” significa avanço e o sinal “-“ retorno. Desta 
maneira, a mesma sequência apresentada na Figura 5.1 pode ser representada assim: 
A+B+A-B- 
Chamamos sesta sequência de direta, pois se a dividirmos ao meio e compararmos os 
lados direito e esquerdo, desconsiderando-se os sinais, eles são exatamente iguais: 
A+B+ | A-B- 
AB = AB 
Caso isso não aconteça, chamamos a sequência de indireta. 
As sequências diretas têm resolução mais simples pelo Método Intuitivo (aquele que não 
obedece a uma regra específica, dependendo somente do raciocínio de quem confecciona o 
circuito), pois nelas não ocorre o problema da contrapressão (sobreposição de sinais). 
A Figura 5.2 traz a solução da sequência A+B+A-B- por meio do Método Intuitivo. 
 
 
Fig. 5.2 – Diagrama pneumático da sequência A+B+A-B-. 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 55 
Se tentarmos utilizar o mesmo raciocínio para resolver uma sequência indireta, 
1A+2A+2A-1A-, mostrada no Diagrama Trajeto-Passo da Figura 5.3, vai ocorrer, em um ou 
vários pontos do diagrama, uma sobreposição de sinais. 
1 2 3 4 5=1
1
0
1
0
1A
2A
1A+ 2A+ 2A- 1A- 
Fig. 5.3 – Exemplo de Diagrama Trajeto-Passo com dois atuadores. 
 
1A+2A+|2A-1A- 
1A2A ≠ 2A1A 
 
A sequência 1A+2A+2A-1A- é indireta, pois o lado direito é diferente do lado esquerdo. 
A Figura 5.4 traz a solução errada deste problema, resolvida pelo Método Intuitivo. 
Como pode ser observado, há sobreposição de sinais. 
 
 
Fig. 5.4 – Diagrama pneumático da sequência 1A+2A+2A-1A- (solução incorreta). 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 56 
Na Figura 5.4, podemos perceber que, ao ligarmos o compressor, haverá ar sendo 
enviado para o lado direito da primeira válvula direcional 5/2 vias 1V1, responsável pelo 
avanço do cilindro 1A. Então, ao pressionarmos o botão pulso 1S1, enviando ar para o lado 
esquerdo da válvula 1V1, a mesma não será pilotada, pois acontecerá o que chamamos de 
contrapressão. Há uma pressão de igual valor em ambos os lados da válvula, o que faz com que 
a mesma não se mova. Portanto, o cilindro 1A nem chega a avançar, impossibilitando o início 
do ciclo. 
Para que o ciclo se inicie, ao ligarmos o compressor, a válvula 3/2 vias 2S1 não poderá 
estar enviando ar para a válvula direcional 1V1. 
Podemos começar resolvendo o problema inserindo uma outra válvula 5/2 vias. Sua 
primeira função é retirar a pressão da válvula 2S1 quando o compressor for ligado. 
A Figura 5.5 ilustra o primeiro passo desta solução. 
 
 
Fig. 5.5 – Início da solução da sequência 1A+2A+2A-1A- pelo Método Intuitivo. 
 
Na Figura 5.5, a válvula 5/2 vias inserida não libera inicialmente o ar para a 3/2 vias 
2S1, a não ser quando o seu lado esquerdo for pilotado. Quando será necessário que seja 
liberado o ar para a válvula 2S1? Quando for preciso fazer o retorno do cilindro A. Este retorno 
é realizado após o avanço de B, segundo a sequência 1A+2A+2A-1A-. Utilizaremos então o fim-
de-curso do cilindro B, 1S3 para a pilotagem direita desta válvula 5/2 vias. 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 57 
Assim, o ciclo já funcionaria e efetuaria a sequência, mas a válvula 5/2 vias inserida é 
uma válvula memória, de modo que, para reiniciar o ciclo, quando for pressionado o botão 
pulso que dá início à sequência, é necessária a pilotagem esquerda desta válvula. Assim, a 
solução correta e completa pode ser vista na Figura 5.6. 
 
 
Fig. 5.6 – Diagrama pneumático da sequência 1A+2A+2A-1A- pelo Método Intuitivo. 
 
Desta maneira, praticamente todas as sequências podem ser confeccionadas utilizando-
se o Método Intuitivo. Evidentemente, o grau de dificuldade vai aumentando à medida que as 
sequências sejam mais compridas. 
Para simplificar a resolução de sequências indiretas, foram criados dois métodos, que 
obedecem a regras rígidas de construção de circuitos: o Método Cascata e o Método Passo a 
Passo. 
Como último circuito feito pelo Método Intuitivo, daremos o exemplo de um circuito 
com movimento simultâneo, isto é, dois cilindros realizam movimentos ao mesmo tempo. Seja a 
sequência 1A+(2A+3A+)2A-(1A-3A-), apresentada também no Diagrama Trajeto-Passo da 
Figura 5.7. Como solução, temos o circuito pneumático da Figura 5.8. 
 
 
 
 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 58 
 
1 2 3 4 5=1
1
0
1
0
1A
2A
1A+ 2A+ 2A- 1A-
1
0
3A
3A+ 3A- 
Fig. 5.7 – Exemplo de Diagrama Trajeto-Passo com três atuadores. 
Sequência 1A+(2A+3A+)2A-(1A-3A-). 
 
 Fig. 5.8 – Diagrama da sequência 1A+(2A+3A+)2A-(1A-3A-) pelo Método Intuitivo. 
 
No circuito da Figura 5.8, os cilindros 2A e 3A possuem somente um fim-de-curso, o que 
se deve pelo fato de que há nesta sequência movimentos simultâneos. 
 
 Apostila de Pneumática e Eletropneumática 
 
 59 
CAPÍTULO 6 
 
 
Projetos de Circuitos Pneumáticos pelo Método Cascata 
 
 
6.1 Introdução 
Neste Capítulo, o método Cascata é apresentado como uma solução segura para projetos 
de circuitos pneumáticos. Os problemas característicos do Método Intuitivo são evitados com 
esse método, poupando esforços e dispositivos. Partindo do Diagrama Trajeto-Passo, são 
apresentadas algumas regra para utilização do Método Cascata e exemplos são resolvidos. 
 
6.2 Método Cascata 
 
O Método Cascata foi criado para evitar o problema da sobreposição de sinais e pode 
resolver tanto sequências diretas como indiretas. A contrapressão é evitada porque dividimos a 
sequência em setores (ou grupos) e cada setor pode conter somente um movimento de cada 
cilindro pneumático. 
O primeiro passo para a construção de um circuito pneumático é a divisão da sequência 
em setores: 
Resolvendo o diagrama 1A+2A+2A-1A- pelo Método Cascata, temos: 
1A+2A+|2A-1A- 
 Setor I | Setor II 
A divisão de setores obedece a seguinte regra: 
i) Quando uma letra se repetir, inicia-se um novo setor. Os setores são identificados por 
algarismos romanos. Não podem permanecer no mesmo grupo os movimentos de avanço e 
recuo do mesmo cilindro. 
A partir daí determina-se o número de linhas pneumáticas que controlam a mudança 
destes setores: 
ii) Cada setor tem que possuir uma linha pneumática. 
O número de vávulas cascata que irão fornecer ar comprimido para as linhas 
pneumáticas segue a segiunte regra: 
iii) O número de válvulas 5/2 vias

Continue navegando