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Codigo civil comentado

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I 
 NOVO CÓDIGO CIVIL COMENTADO 
 
 (Lei n. 10.406, de 10-1-2002) 
 
 
 PARTE GERAL 
 
 
 LIVRO I 
 DAS PESSOAS 
 
 
 TÍTULO I 
 
 DAS PESSOAS NATURAIS 
 
CAPÍTULO I - Da personalidade e da capacidade — arts. 1o a 10 
CAPÍTULO II — Dos direitos da personalidade — arts. 11 a 21 
CAPÍTULO III — Da ausência — arts.. 22 a 39 
Seção 1— Da curadoria dos bens do ausente — arts. 22 a 25 
Seção II— Da sucessão provisória — arts.. 26 a 36 
Seção III — Da sucessão definitiva arts.. 37 a 39 
 
 
TÍTULO II 
DAS PESSOAS JURÍDICAS 
 
CAPÍTULO 1 — Disposições gerais. — arts. 40 a 52 
CAPÍTULO II — Das associações — arts. 53 a 61 
CAPÍTULO III — Das fundações — arts. 62 a 69 
 
 
 
TÍTULO III 
 
DO DOMICÍLIO 
 
LIVRO II 
DOS BENS 
 
TITULO ÚNICO 
DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS 
 
 
 CAPITULO 1— Dos bens considerados em si mesmos — arts. 79 a 91.. 
 Seção 1— Dos bens imóveis — arts. 79 a 81 
Seção II— Dos bens móveis — arts. 82 a 84 
Seção III — Dos bens fungíveis e consumíveis — arts. 85 e 86 
Seção 1V—Dos bens divisíveis — arts. 87 e 88 
Seção V— Dos bens singulares e coletivos — arts. 89 a 91 
CAPÍTULO II — Dos bens reciprocamente considerados — arts. 92 a 97 
CAPITULO III — Dos bens públicos — arts. 98 a 103 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO III 
DOS FATOS JURÍDICOS 
 
TÍTULO 1 
DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 
CAPÍTULO 1— Disposições gerais. — arts. 104 a 114 
CAPÍTULO II — Da representação — arts. 115 a 120 
CAPÍTULO III— Da condição, do termo e do encargo — arts.. 121 a 137. 
CAPÍTULO IV — Dos defeitos do negócio jurídico — arts.. 138 a 165 
Seção 1— Do erro ou ignorância — arts.. 138 a 144 
Seção II—Do dolo—arts. 145a 150 
Seção 111—Da coação—arts. 151 a 155 
Seção 1V — Do estado de perigo — arts. 156 
Seção V— Da lesão — arts 157 
Seção VI — Da fraude contra credores — arts.. 158 a 165 
CAPÍTULO V — Da invalidade do negócio jurídico — arts.. 166 a 184 
 
TITULO II 
DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS 
Art. 185 
 
TÍTULO III 
 
DOS ATOS ILÍCITOS 
Arts. 186 a 188 
 
 
TITULO IV 
 
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA 
 
 CAPITULO I —Da prescrição— arts. 189 a 206 
 Seção 1— Disposições gerais. — arts 189 a 196 
 Seção 11— Das causas que impedem ou suspendem a prescrição—arts. 197 a201 
Seção III — Das causas que interrompem a prescrição — arts. 202 a 204 
Seção IV — Dos prazos da prescrição — arts. 205 e 206 
CAPITULO II — Da decadência — arts. 207 a 211 
 
TITULO V 
DA PROVA 
Arts. 212 a 232 
 
PARTE ESPECIAL 
LIVRO I 
 
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 
TITULO I 
DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES 
 
CAPÍTULO 1— Das obrigações de dar — arts. 233 a 246 
Seção 1— Das obrigações de dar coisa certa — arts. 233 a 242 
Seção 11 — Das obrigações de dar coisa incerta — arts. 243 a 246 
CAPÍTULO II — Das obrigações de fazer — arts.. 247 a 249 
CAPÍTULO III — Das obrigações de não fazer~— arts. 250 e 251 
CAPITULO IV — Das obrigações alternativas arts. 252 a 256 
CAPITULO V —Das obrigações divisíveis e indivisíveis — arts. 257 á 263 
CAPÍTULO VI — Das obrigações solidárias — arts. 264 a 285 
 Seção 1— Disposições gerais. — arts. 264 a 266 
 Seção 11— Da solidariedade ativa — arts. 267 a 274 
 Seção III — Da solidariedade passiva — arts. 275 a 285 
 
 
 
TITULO II 
DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
CAPÍTULO 1 — Da cessão de crédito — arts. 286 a 298 
CAPITULO II — Da assunção de dívida — arts. 299 a 303 
 
TITULO III 
 
DO ADIMPLEMENT0 E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
 
CAPÍTULO 1 — Do pagamento arts.. 304 a 333 
Seção 1— De quem deve pagar — arts.. 304 a 307 
Seção II— Daqueles a quem se deve pagar — arts.. 308 a 312. 
Seção III — Do objeto do pagamento e sua prova — arts.. 313 a 326 
Seção IV — Do lugar do pagamento — arts. 327 a 330 
Seção V— Do tempo do pagamento — arts. 331 a 333 
 CAPÍTULO II— Do pagamento em consignação — arts.. 334 a 345 
 CAPÍTULO III—Do pagamento com sub-rogação — arts. 346 a 351 
 CAPÍTULO IV — Da imputação do pagamento — arts.. 352 a 355 
CAPÍTULO V —Da dação em pagamento — arts.. 356 a 359 
 CAPÍTULO VI — Da novação — arts.. 360 a 367 
 CAPÍTULO VII — Da compensação — arts. 368 a 380 
 CAPÍTULO VIII — Da confusão — arts.. 381 a 384 
 CAPÍTULO IX — Da remissão das dívidas — arts.. 385 a 388 
 
TITULO IV 
DO INADIMPLEMENT0 DAS OBRIGAÇÕES 
 
 CAPITULO I - Disposições gerais— arts.. 389 a 393 
 CAPITULO II — Da mora — arts.. 394 a 401 
 CAPITULO III — Das perdas e danos — arts.. 402 a 405 
 CAPITULO IV— Dos juros legais. — arts.. 406 e 407 
CAPITULO V — Da cláusula penal — arts.. 408 a 416 
CAPÍTULO VI—Das arras ou sinal —arts 417 á 420 
 
 
TITULO V 
DOS CONTRATOS EM GERAL 
 
CAPÍTULO 1— Disposições gerais — arts. 421 a 471 
Seção 1— Preliminares — arts.. 421 a 426 
 Seção II — Da formação dos contratos — arts.. 427 a 435 
Seção III — Da estipulação em favor de terceiro — arts.. 436 a 438 
 Seção IV — Da promessa de fato de terceiro — arts.. 439 e 440 
 Seção V— Dos vícios redibitórios — arts.. 441 a 446 
 Seção VI — Da evicção — arts.. 447 a 457 
 Seção VII — Dos contratos aleatórios — arts.. 458 a 461 
 Seção VIII — Do contrato preliminar arts.. 462 a 466 
 Seção IX— Do contrato com pessoa a declarar — arts.. 467 a 471.. 
 CAPÍTULO II — Da extinção do contrato — arts.. 472 a 480 
Seção 1— Do distrato — arts.. 472 e 473 
 Seção II — Da cláusula resolutiva — arts.. 474 e 475 
 Seção III — Da exceção de contrato não cumprido — arts.. 476 e 477 
 Seção 1V — Da resolução por onerosidade excessiva — arts..478 a480 
 
 
TITULO VI 
DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATO 
 
 CAPÍTULO 1— Da compra e venda — arts.. 481 a 532 
Seção 1— Disposições gerais. — arts.. 481 a 504 
Seção II — Das cláusulas especiais. à compra e venda — arts..505 a 532 
 Subseção 1 — Da retrovenda — arts.. 505 a 508 
 Subseção II — Da venda a contento e da sujeita a prova —arts. 509 a 512 
 Subseção III — Da preempção ou preferência — arts.. 513 a 520 
 Subseção IV — Da venda com reserva de domínio — arts.. 521 a 528 
 Subseção V — Da venda sobre documentos — arts.. 529 a 532. 
CAPÍTULO II — Da troca ou permuta — art. 533 
CAPÍTULO 111 — Do contrato estimatório — arts.. 534 a 537 
CAPÍTULO IV — Da doação — arts.. 538 a 564 
Seção 1— Disposições gerais. — arts.. 538 a 554 
Seção II — Da revogação da doação — arts.. 555 a 564 
 CAPÍTULO V — Da locação de coisas — arts.. 565 a 578 
CAPÍTULO VI — Do empréstimo — arts.. 579 a 592 
Seção 1— Do comodato — arts.. 579 a 585 
Seção 11—Do mútuo— arts.. 586 a 592 
 CAPÍTULO VII — Da prestação de serviço — arts.. 593 a 609 
 CAPÍTULO VIII — Da empreitada — arts.. 610 a 626CAPÍTULO IX — Do depósito — arts.. 627 a 652 
Seção 1— Do depósito voluntário — arts.. 627 a 646 
Seção II — Do depósito necessário — arts.. 647 a 652 
 CAPÍTULO X — Do mandato — arts.. 653 a 692 
Seção 1— Disposições gerais. — arts.. 653 a 666 
Seção II— Das obrigações do mandatário — arts.. 667 a 674.. 
Seção III — Das obrigações do mandante — arts.. 675 a 681 
Seção IV — Da extinção do mandato — arts.. 682 a 691 
Seção V — Do mandato judicial — art. 692 
CAPÍTULO XI — Da comissão — arts.. 693 a 709 
 CAPÍTULO XII — Da agência e distribuição — arts.. 710 a 721 
 CAPÍTULO XIII — Da corretagem — arts.. 722 a 729 
 CAPÍTULo XIV — Do transporte — arts.. 730 a 756 
Seção 1— Disposições gerais. — arts.. 730 a 733 
Seção II — Do transporte de pessoas — arts.. 734 a 742 
Seção III — Do transporte de coisas — arts.. 743 a 756 
 CAPÍTULO XV — Do seguro — arts.. 757 a 802 
Seção 1— Disposições gerais. — arts.. 757 a 777 
Seção II — Do seguro de dano — arts.. 778 a 788 
Seção III — Do seguro de pessoa — arts.. 789 a 802 
CAPÍTULO XVI — Da constituição de renda — arts.. 803 a 813 
 CAPÍTULO XVII — Do jogo e da aposta — arts.. 814 a 817 
 CAPÍTULO XVIII — Da fiança — arts.. 818 a 839 
 Seção 1— Disposições gerais. — arts.. 818 a 826 
 Seção II — Dos efeitos da fiança — arts.. 827 a 836 
 Seção III — Da extinção da fiança — arts.. 837 a 839 
 CAPÍTULO XIX — Da transação — arts.. 840 a 850 
CAPITULO XX — Do compromisso—arts.. 851 a 853 
 
 
 
TITULOS VII 
 
DOS ATOS UNILATERAIS 
 
CAPÍTULO I— Da promessa de recompensa — arts. 854 a 860 
CAPÍTULO II — Da gestão de negócios — arts.. 861 a 875 
 CAPÍTULO III — Do pagamento indevido — arts.. 876 a 883 
CAPÍTULO IV — Do enriquecimento sem causa — arts. 884 a 886... 
 
TÍTULO VIII 
 
DOS TÍTULOS DE CREDITO 
 
 CAPÍTULO 1— Disposições gerais. — arts.. 887 a 903 
 CAPÍTULO II— Do título ao portador — arts.. 904 a 909 
 CAPÍTULO III — Do título à ordem — arts.. 910 a 920 
 CAPÍTULO IV — Do titulo nominativo — arts.. 921 a 926 
 
TÍTULO IX 
 
DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
CAPÍTULO 4 — Da obrigação de indenizar — arts.. 927 a 943 
CAPÍTULO LI — Da indenização — arts.. 944 a 954 
 
TÍTULO X 
 
DAS PREFERÊNCIAS E PRIVILÉGIOS CREDITÓRIOS 
 
 
 
LIVRO II 
DO DIREITO DE EMPRESA 
 
TÍTULO I 
DO EMPRESÁRIO 
 
CAPÍTULO 1 — Da caracterização e da inscrição — arts.. 966 a 971.. 
CAPÍTULO II — Da capacidade — arts.. 972 a 980 
 
TÍTULO II 
DA SOCIEDADE 
 
CAPITULO ÚNICO Disposições gerais — arts. 981 a 985 
 
 
SUBTÍTULO 1 
DA SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA 
CAPITULO I—Da sociedade em comum art.986 a art 990 
CAPITULO II — Da sociedade em conta de participação — arts.. 991 a 996 
 
SUBTÍTULO II 
DA SOCIEDADE PERSONIFICADA 
 
CAPÍTULO 1— Da sociedade simples — arts.. 997 a 1.038 
Seção 1—Do contrato social — arts.. 997 a 1.000 
Seção 11—Dos direitos e obrigações dos sócios —arts.. 1.001 a 1.009 
Seção 111 — Da administração — arts.. 1.010 a 1.021 
Seção 1V—Das relações com terceiros — arts.. 1.022 a 1.027. 
 Seção V— Da resolução da sociedade em relação a um sócio —arts.. 1.028 a 1.032 
 Seção VI—Da dissolução — arts.. 1.033 a 1.038 
 CAPÍTULO II — Da sociedade em nome coletivo — arts.. 1.039 a 1.044 
 CAPÍTULO III — Da sociedade em comandita simples — arts.. 1.045 a 1.051 
 CAPÍTULO IV — Da sociedade limitada — arts.. 1.052 a 1.087 
 Seção I— Disposições preliminares — arts.. 1.052 a 1.054 
 Seção II — Das quotas — arts.. 1.055 a 1.059 
 Seção 111— Da administração — arts.. 1.060 a 1.065 
 Seção 1V—Do conselho fiscal — arts.. 1.066 a 1.070 
Seção V— Das deliberações dos sócios — arts.. 1.071 a 1.080. 
Seção VI—Do aumento e da redução do capital — arts.. 1.081 a 1.084 
Seção VII — Da resolução da sociedade em relação a sócios minoritários — arts.. 1.085 e 1.086 
 Seção VIII — Da dissolução — art. 1.087 
CAPÍTULO V — Da sociedade anônima —arts.. 1.088 e 1.089 
 Seção Única — Da caracterização — arts.. 1.088 e 1.089 
 CAPÍTULO VI — Da sociedade em comandita por ações — arts.. 1.090 a 1.092 
 CAPÍTULO VII — Da sociedade cooperativa — arts.. 1.093 a 1.096 
 CAPITULO VIII — Das sociedades coligadas — arts.. 1.097 a 1.101.. 
CAPITULO IX—Da liquidação da sociedade......arts. 1.lO2 a 1.112. 
 CAPITULO X — Da transformação da incorporação, da fusão e da cisão das sociedades —arts. 
1.113 a 1.122.. 
 CAPITULO XI— Da sociedade dependente de autorização arts 1.123 a 1.141 
 Seção 1—Disposições gerais. — arts.. 1.123 a 1.125 
Seção 11—Da sociedade nacional — arts.. 1.126 a 1.133 
 Seção 111 — Da sociedade estrangeira — arts.. 1.134 a 1.141 
 
TÍTULO III 
DO ESTABELECIMENTO 
 
CAPÍTULO Único — Disposições gerais. — arts.. 1.142 a 1.149 
 
TÍTULO IV 
DOS INSTITUTOS COMPLEMENTARES 
 
 CAPÍTULO 1— Do registro — arts.. 1.150 a 1.154 
 CAPÍTULO II — Do nome empresarial — arts.. 1.155 a 1.168 
 CAPÍTULO III — Dos prepostos — arts.. 1.169 a 1.178 
 Seção 1—Disposições gerais. — arts.. 1.169 a 1.171 
 Seção 11—Do gerente — arts.. 1.172 a 1.176 
 Seção 111 — Do contabilista e outros auxiliares — arts.. 1.177 e 1.178 
 CAPÍTULO IV — Da escrituração — arts.. 1.179 a 1.195 
 
 
 LIVRO III 
 DO DIREITO DAS COISAS 
 
TÍTULO I 
 
DA POSSE 
 
 CAPÍTULO I— Da posse e sua classificação — arts.. 1.196 a 1.203... 
CAPÍTULO II — Da aquisição da posse — arts.. 1.204 a 1.209 
CAPÍTULO III — Dos efeitos da posse — arts.. 1.210 a 1.222 
CAPÍTULO IV — Da perda da posse — arts.. 1.223 e 1.224 
 
TÍTULO II 
DOS DIREITOS REAIS 
CAPITULO ÚNICO - Disposições gerais – arts. 1.225 a 1.227 
 arts.. 
TÍTULO III 
 
DA PROPRIEDADE 
 
CAPÍTULO 1— Da propriedade em geral — arts.. 1.228 a 1.237 
Seção 1— Disposições preliminares — arts.. 1.228 a 1.232 
Seção II — Da descoberta — arts.. 1.233 a 1.237 
 CAPÍTULO II — Da aquisição da propriedade imóvel — arts.. 1.238 a 1.259 
Seção I- Da usucapião — arts.. 1.238 a 1.244 
Seção II — Da aquisição pelo registro do título — arts.. 1.245 a 1.247 
Seção III — Da aquisição por acessão — arts.. 1.248 a 1.259 
Subseção 1 — Das ilhas — art. 1.249 
Subseção II — Da aluvião — art. 1.250 
Subseção III — Da avulsão — art. 1.251 
Subseção IV — Do álveo abandonado — art. 1.252 
Subseção V — Das construções e plantações — arts.. 1.253 a 1.259 
 CAPÍTULO III — Da aquisição da propriedade móvel — arts.. 1.260 a 1.274 
Seção 1—Da usucapião — arts.. 1.260 a 1.262 
 Seção 11—Da ocupação—art. 1.263 
Seção 111— Do achado do tesouro — arts.. 1.264 a 1.266 
Seção IV — Da tradição — arts.. 1.267 e 1.268 
Seção V— Da especificação — arts.. 1.269 a 1.271 
Seção VI — Da confusão, da comissão e da adjunção — arts.. 1.272 a 1.274 
 CAPÍTULO IV — Da perda da propriedade — arts.. 1.275 e 1.276 
 CAPÍTULO V — Dos direitos de vizinhança — arts.. 1.277 a 1.313 
Seção 1—Do uso anormal da propriedade — arts.. 1.277 a 1.281. 
Seção II — Das árvores limítrofes — arts..1.282 a 1.284 
 Seção III — Da passagem forçada — art. 1.285 
Seção !V — Da passagem de cabos e tubulações — arts.. 1.286 e 1.287 
Seção V — Das águas — arts.. 1.288 a 1.296 
Seção VI — Dos limites entre prédios e do direito de tapagem — arts.. 1.297 e 1.298 
Seção VII — Do direito de construir — arts.. 1.299 a 1.313 
 CAPÍTULO VI — Do condomínio geral — arts.. 1.314 a 1.330 
Seção 1—Do condomínio voluntário — arts.. 1.314 a 1.326 
Subseção 1—Dos direitos e deveres dos condôminos — arts.. 1.314 a 1322 
 Subseção 111 — Da administração do condomínio — arts.. 1.323 a 1.326 
Seção 11— Do condomínio necessário — arts.. 1.327 a 1.330.. 
CAPÍTULO VII—Do condomínio edilício — arts.. 1.331 a 1.358 
Seção I – Disposições Gerais – arts. 1.331 a 1.346 
 arts.. 1.331 a 1.3 Seção II — Da administração do condomínio — arts.. 1.347 a 1.356 
Seção III — Da extinção do condomínio — arts.. 1.357 e 1.358 
 CAPÍTULO VIII — Da propriedade resolúvel — arts.. 1.359 e 1.360.. 
 CAPÍTULO IX — Da propriedade fiduciária — arts.. 1.361 a 1.368 
 
 
TÍTULO IV 
DA SUPERFÍCIE 
Arts. 1.369 a 1.377 
 
TÍTULO V 
DAS SERVIDÕES 
 
 CAPÍTULO 1— Da constituição das servidões — arts.. 1.378 e 1.379 
 CAPÍTULO II — Do exercício das servidões — arts.. 1.380 a 1.386 
 CAPÍTULO III — Da extinção das servidões — arts.. 1.387 a 1.389 
 
 
 
 
TÍTULO VI 
DO USUFRUTO 
 
CAPÍTULO 1— Disposições gerais. — arts.. 1.390 a 1.393 
 CAPÍTULO II — Dos direitos do usufrutuário — arts.. 1.394 a 1.399 
 CAPÍTULO III — Dos deveres do usufrutuário — arts.. 1.400 a 1.409.. 
 CAPÍTULO IV — Da extinção do usufruto — arts.. 1.410 e 1.411 
 
TÍTULO VII 
 
DO USO 
Arts.. 1.412 e 1.413 
 
TÍTULO VIII 
DA HABITAÇÃO 
 
Arts. 1.414 a 1.416 
 
TÍTULO IX 
 
DO DIREITO DO PROMITENTE COMPRADOR 
Arts. 1.417e 1.418 
 
TÍTULO X 
 
DO PENHOR, DA HIPOTECA E DA ANTICRESE 
 
 arts.. 1.4 CAPITULO I – Disposições gerais – arts. 1419 a 1.430 
 CAPÍTULO II— Do penhor — arts.. 1.431 a 1.472 
Seção 1— Da constituição do penhor — arts.. 1.431 e 1.432 
Seção II— Dos direitos do credor pignoratício — arts.. 1.433 e 1.434 
Seção III — Das obrigações do credor pignoratício — art. 1.435.. 
Seção IV — Da extinção do penhor — arts.. 1.436 e 1.437 
Seção V — Do penhor rural — arts.. 1.438 a 1.446 
Subseção I—Disposições gerais. — arts.. 1.438 a 1.441 
Subseção II — Do penhor agrícola — arts.. 1.442 e 1.443 
Subseção III — Do penhor pecuário — arts.. 1.444 a 1.446 
 Seção VI — Do penhor industrial e mercantil — arts.. 1.447 a 1.450 
Seção VII — Do penhor de direitos e títulos de crédito — arts. 1.451 a 1.460 
Seção VIII — Do penhor de veículos — arts.. 1.461 a 1.466 
Seção IX— Do penhor legal — arts.. 1.467 a 1.472 
 CAPÍTULO III — Da hipoteca — arts.. 1.473 a 1.505 
Seção 1— Disposições gerais. — arts.. 1.473 a 1.488 
Seção II — Da hipoteca legal — arts.. 1.489 a 1.491 
Seção 111— Do registro da hipoteca — arts.. 1.492 a 1.498 
Seção 1V—Da extinção da hipoteca — arts.. 1.499 a 1.501 
 Seção V — Da hipoteca de vias férreas — arts.. 1.502 a 1.505.. 
 CAPÍTULO IV — Da anticrese arts. 1.506 a 1.510 
 
LIVRO IV 
DO DIREITO DE FAMÍLIA 
 
TITULO I 
DO DIREITO PESSOAL 
 
SUBTÍTULO 1 
DO CASAMENTO 
 CAPÍTULO 1— Disposições gerais. — arts.. 1.511 a 1.516 
 CAPÍTULO II—Da capacidade para o casamento— arts.. 1.517 a 1.520 
 CAPÍTULO III — Dos impedimentos — arts.. 1.521 e 1.522 
 CAPÍTULO IV — Das causas suspensivas — arts.. 1.523 e 1.524 
 CAPÍTULO V — Do processo de habilitação para o casamento — arts. 1.525 a 1.532 
 CAPÍTULO VI — Da celebração do casamento — arts.. 1.533 a 1.542.. 
 CAPÍTULO VII — Das provas do casamento — arts.. 1.543 a 1.547 
 CAPÍTULO VIII — Da invalidade do casamento — arts.. 1.548 a 1.564.. 
 CAPÍTULO IX — Da eficácia do casamento — arts.. 1.565 a 1.570 
 CAPÍTULO X — Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal —arts.. 1.571 a 1.582 
 CAPÍTULO XI — Da proteção da pessoa dos filhos — arts.. 1.583 a 1.590 
 
SUBTÍTULO II 
 
DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO 
 
 CAPÍTULO I— Disposições gerais. — arts.. 1.591 a 1.595 
 CAPÍTULO II—Da filiação — arts.. 1.596 a 1.606 
 CAPÍTULO III— Do reconhecimento dos filhos — arts.. 1.607 a 1.617.. 
 CAPÍTULO IV — Da adoção — arts.. 1.618 a 1.629 
 CAPÍTULO V — Do poder familiar — arts.. 1.630 a 1.638 
Seção 1— Disposições gerais. — arts.. 1.630 a 1.633 
 Seção II — Do exercício do poder familiar — art. 1.634 
 Seção III — Da suspensão e extinção do poder familiar — arts.. 1.635 a 1.638 
 
TITULO II 
DO DIREITO PATRIMONIAL 
 
SUBTÍTULO 1 
DO REGIME DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES 
 
 CAPITULO 1— Disposições gerais. — arts.. 1.639 a 1.652 
 CAPÍTULO II—Do pacto antenupcial — arts.. 1.653 a 1.657 
 CAPÍTULO III—Do regime de comunhão parcial — arts.. 1.658 a 1.666 
 CAPÍTULO IV — Do regime de comunhão universal — arts.. 1.667 a 1.671 
 CAPÍTULO V — Do regime de participação final nos aqüestos — arts.. 1.672 a 1.686 
 CAPITULO VI — Do regime de separação de bens — arts.. 1.687 e 1.688 
 
SUBTITULO II 
 
DO USUFRUTO E DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DE FILHOS MENORES 
Arts.. 1.689 a 1.693 
 
SUBTÍTULO III 
 
DOS ALIMENTOS 
Arts.. 1.694 a 1.710 
 
SUBTÍTULO IV 
 
DO BEM DE FAMÍLIA 
Arts.. 1.711 a 1.722 
 
TÍTULO III 
 
DA UNIÃO ESTÁVEL 
Arts.. l.723 a 1.727 
 
 
 
 
 
 
TITULO IV 
DA TUTELA E DA CURATELA 
 
CAPÍTULO 1— Da tutela — arts.. 1.728 a 1.766 
Seção 1—Dos tutores — arts.. 1.728 a 1.734 
Seção II — Dos incapazes de exercer a tutela — art. 1.735 
Seção III — Da escusa dos tutores — arts.. 1.736 a 1.739 
Seção 1V—Do exercício da tutela — arts.. 1.740 a 1.752 
Seção V— Dos bens do tutelado — arts.. 1.753 e 1.754 
 Seção VI — Da prestação de contas — arts.. 1.755 a 1.762 
Seção VII — Da cessação da tutela — arts.. 1.763 a 1.766 
CAPÍTULO II — Da curatela — arts.. 1.767 a 1.783 
 Seção 1— Dos interditos — arts.. 1.767 a 1.778 
Seção II — Da curatela do nascituro e do enfermo ou portador de deficiência física — arts.. 1.779 e 
1.780 
Seção III — Do exercício da curatela — arts.. 1.781 a 1.783 
 
LIVRO V 
DO DIREITO DAS SUCESSÕES 
 
TÍTULO 1 
DA SUCESSÃO EM GERAL 
 
 CAPÍTULO 1 — Disposições gerais. — arts.. 1.784 a 1.790 
CAPÍTULO II — Da herança e de sua administração — arts.. 1.791 a 1.797 
CAPÍTULO III — Da vocação hereditária— arts.. 1.798 a 1.803 
 CAPÍTULO IV — Da aceitação e renúncia da herança — arts.. 1.804 a 1.813 
 CAPÍTULO V — Dos excluídos da sucessão — arts.. 1.814 a 1.818.... 
 CAPÍTULO VI — Da herança jacente — arts.. 1.819 a 1.823 
 CAPÍTULO VII — Da petição de herança — arts.. 1.824 a 1.828 
 
TÍTULO II 
DA SUCESSÃO LEGÍTIMA 
 
 CAPÍTULO 1— Da ordem da vocação hereditária — arts.. 1.829 a 1.844 
 CAPÍTULO II — Dos herdeiros necessários — arts.. 1.845 a 1.850 
CAPÍTULO III — Do direito de representação — arts.. 1.851 a 1.856. 
 
TÍTULO III 
DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA 
 CAPÍTULO 1— Do testamento em geral — arts.. 1.857 a 1.859 
 CAPÍTULO II— Da capacidade detestar — arts.. 1.860 e 1.861 
 CAPÍTULO III — Das formas ordinárias do testamento — arts.. 1.862 a 1.880 
Seção 1— Disposições gerais. — arts.. 1.862 e 1.863 
Seção II — Do testamento público — arts.. 1.864 a 1.867 
 Seção III — Do testamento cerrado — arts.: 1.868 a 1.875 
Seção 1V — Do testamento particular — arts.. 1.876 a 1.880 
CAPÍTULO IV — Dos codicilos — arts.. 1.881 a 1.885 
CAPÍTULO V — Dos testamentos especiais. — arts.. 1.886 a 1.896 
Seção I— Disposições gerais. — arts.. 1.886 e 1.887 
 Seção 11— Do testamento marítimo e do testamento aeronáutico — arts.. 1.888 a 1.892 
 Seção 111— Do testamento militar — arts. 1.893 a 1.896 
 CAPÍTULO VI — Das disposições testamentárias — arts.. 1.897 a 1.911 
 CAPÍTULO VII — Dos legados — arts.. 1.912 a 1.940 
 Seção 1—Disposições gerais. — arts.. 1.912 a 1.922 
 Seção 11— Dos efeitos do legado e do seu pagamento — arts..1.923 a 1.938 
 Seção 111— Da caducidade dos legados — arts.. 1.939 e 1.940 
CAPÍTULO VIII — Do direito de acrescer entre herdeiros e legatários —arts.. 1.941 a 1.946 
CAPÍTULO IX — Das substituições — arts.. 1.947 a 1.960 
 Seção I— Da substituição vulgar e da recíproca — arts.. 1.947 a 1.950 
Seção 11— Da substituição fideicomissária — arts.. 1.951 a 1.960 
 CAPÍTULO X — Da deserdação — arts.. 1.961 a 1.965 
 CAPÍTULO XI — Da redução das disposições testamentárias — arts..1.966 a 1.968 
 CAPÍTULO XII — Da revogação do testamento — arts.. 1.969 a 1.972 
 CAPÍTULO XIII — Do rompimento do testamento — arts.. 1.973 a 1.975 
 CAPÍTULO XIV — Do testamenteiro — arts.. 1.976 a 1.990 
 
TÍTULO IV 
DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA 
CAPITULO I – Do Inventário – art. 1.991 
CAPÍTULO II — Dos sonegados — arts.. 1.992 a 1.996 
 CAPÍTULO III — Do pagamento das dívidas — arts.. 1.997 a 2.001 
 CAPÍTULO IV — Da colação — arts.. 2.002 a 2.012 
 CAPÍTULO V — Da partilha — arts.. 2.013 a 2.022 
 CAPÍTULO VI — Da garantia dos quinhões hereditários — arts.. 2.023 a 2.026 
 CAPÍTULO VII — Da anulação da partilha — art. 2.027 
LIVRO COMPLEMENTAR 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 
 
Arts. 2.028 a 2.046 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI N. 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002* 
 Institui o Código Civil 
 
 
PARTE GERAL 
 
 
LIVRO 1 
DAS PESSOAS 
 
TÍTULO 1 
DAS PESSOAS NATURAIS 
 
CAPÍTULO I 
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE 
 
 
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 
Histórico 
O texto original do projeto tal como aprovado em primeira votação pela Câmara dos Deputados 
repetia a redação do Código de 1916, dispondo que “todo homem é capaz de direitos e obrigações 
na ordem civil”. Submetido posteriormente ao Senado Federal, foi alterado pela Emenda n. 367 
(renumerada posteriormente para 01), da lavra do então Senador Josaphat Marinho, passando a 
adotar a seguinte redação: “Art. 1o Todo ser humano é capaz de direitos e obrigações na ordem 
civil”. Ao fundamentar a sua emenda, justificou o Senador Josaphat Marinho que “o vocábulo 
‘homem’, constante do projeto, já vão era claramente indicativo da espécie humana, vale dizer, 
também da mulher. Com a qualificação marcante dos dois seres, e dada a evolução, inclusive no 
direito, da situação da mulher, elevada a independente, evita-se o uso da palavra homem abrangente 
da pessoa de um e de outro sexo. Hoje, a referência comum é a direitos humanos, embora as 
Declarações de 1789 e de 1948 aludam a direitos do homem. De modo geral, os instrumentos 
internacionais posteriores a 1948 empregam a expressão direitos humanos, ou recomendam 
tratamento igual à mulher em relação ao homem, e por isso dão preferência ao substantivo pessoa, 
também de alcance superior. Assim a Convenção sobre a Proteção dos Direitos Humanos e das 
Liberdades Fundamentais, do Conselho da Europa, de 1950, e o Protocolo n. 4, de 1963, que a 
integra, bem como a Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, 
da Assembléia-Geral das Nações Unidas, de 1963, e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e 
Políticos, de 1966, de igual origem. A Declaração sobre a Eliminação da Discriminação contra a 
Mulher, da Assembléia-Geral das Nações Unidas, de 1967, proclama, em seu preâmbulo, que ‘é 
necessário garantir o reconhecimento universal, de fato e de direito, do princípio de igualdade do 
homem e da mulher’. E estipula, na letra b do art. 22, que ‘o princípio da igualdade de direitos 
figurará nas constituições ou será garantido de outro modo por lei’. Complementando essa 
Declaração, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher 
estabelece, entre outros preceitos, que seus signatários se comprometem a adotar, nesse sentido, 
‘todas as medidas adequadas, inclusive de caráter legislativo, e compreendendo a modificação de 
usos e costumes’ (art. 2~, J). Conquanto os pactos internacionais não sejam exemplos de rigor téc-
nico, exprimem diretrizes de política normativa, importantes para o legislador Não deve ele 
empregar linguagem contrastante com as tendências culturais do povo. No domínio científico, 
Enneccerus observa que o direito se baseia na ‘vontade coletiva’, e não em ‘simples convicção jurí-
dica’ (Trat. de Der Civ. de Enneccerus, Kipp e Wolff, T. jQ, Parte Gen., Trart. de Pérez González e 
José Alguer, Bosch, Barcelona, 1943, p. 121). Já em 1904, escrevendo sobre a técnica legislativa na 
Codificação civil moderna, Gény assinalava a necessidade de ‘linguagem conforme o espírito da 
época e do meio’ (La technique legislative dans la codification civile modcrne, in Le Cade Civil — 
1804-1904 — Livre du Centenaire, t. II, Paris, Rousseau Editeur, 1904, p. 1037). Com razão maior 
se há de proceder assim hoje por ser mais ampla e viva a participação da coletividade no trabalho 
legislativo. Logo, é de prudente e bom estilo legislativo substituir, no art. 1o , o vocábulo ‘homem’ 
pela forma ‘ser humano’. Evita-se confusão e segue-se tendência dominante na ordem jurídica e 
social. A opção é preferível, mesmo, à da palavra ‘pessoa’, por ser mais diretamente indicativa do 
gênero humano”. Retomando o projeto a nova apreciação da Câmara dos Deputados, tendo em vista 
as emendas apresentadas pelo Senado, recebeu o artigo parecer do Deputado Bonifácio de Andrada, 
designado relator parcial para a parte geral e que opinou pela rejeição da emenda por entender que a 
redação original da Câmara elegia expressão consagrada no ordenamento jurídico, ao referir-se ao 
gênero “homem”. Na elaboração de seu relatório geral o Deputado Ricardo Fiuza registrou, 
inicialmente, que os argumentos do relator parcial eram ponderáveis, ao procurar manter no texto 
forma aceita na grande maioria dos sistemas normativos e que, de nenhuma maneira, assumia 
qualquer tipo de conotação machista, nem se contrapunha à constitucionalmente assegurada 
paridade de direitos entre o homem e a mulher como sujeitos jurídicos. A matéria foi objeto de 
intenso debate na fase final de tramitação do projeto. Em audiência pública perante a Comissão 
Especial, o Prof. Miguel Reale sugeriu como melhor opção a referência à “pessoa”, em vez de ser 
humano”. Segundo o Deputado Fiuza, a substituição sugerida por Miguel Reale foi de boa técnica 
jurídica e social, diante da própria nominação dada ao Livro 1 — “Das Pessoas”, razão pela qual 
restou acolhida no seu relatório e posteriormente aprovada pela Câmara. Outra alteração redacional 
procedidapelo Deputado Fiuza e que também restou aprovada, a fim de dar maior clareza ao 
dispositivo, foi a substituição do vocábulo “obrigações” por “deveres”, uma vez que, segundo o 
relator, “existem outras modalidades de deveres jurídicos, diferentes da obrigação, a exemplo da 
sujeição, do dever genérico de abstenção, dos poderes-deveres, dos ônus, além dos deveres de 
família que não se enquadram em nenhuma das categorias jurídicas acima. O dever correlato ao 
direito de personalidade é o dever genérico de abstenção, o que Santoro Passarelli denomina de ‘de-
ver de respeitar’ ou ‘dever de não desrespeitar’. Por igual, os direitos absolutos, como o de 
propriedade, têm como deveres correlatos, ora a abstenção, ora a sujeição, nos casos de direitos de 
vizinhança, por exemplo (caso da passagem forçada). Por sua vez, os deveres de família não se 
constituem, no sentido técnico da palavra, em obrigação, e sim em deveres”. 
 
Doutrina 
 
Personalidade e capacidade jurídica: Liga-se à pessoa a idéia de personalidade, que exprime a 
aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. Sendo a pessoa natural o sujeito ‘das 
relações jurídicas e a personalidade, a possibilidade de ser sujeito, toda pessoa é dotada de 
personalidade. Esta tem sua medida na capacidade, que é reconhecida, num sentido de 
universalidade, no art. 12 do Código Civil, que, ao prescrever “toda pessoa é capaz de direitos e 
deveres”, emprega o termo “pessoa” na acepção de todo ser humano, sem qualquer distinção de 
sexo, idade, credo ou raça. 
• Capacidade de direito e capacidade de exercício: À aptidão oriunda da personalidade para adquirir 
direitos e contrair obrigações na vida civil dá-se o nome de capacidade de gozo ou de direito. 
• Quando o Código enuncia, no seu art. 1o, que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem 
civil, não dá a entender que possua concomitantemente o gozo e o exercício desses direitos, pois nas 
disposições subseqüentes faz referência àqueles que tendo o gozo dos direitos civis não podem 
exercê-los, por si, ante o fato de, em razão de menoridade ou de insuficiência somática, não terem a 
capacidade de fato ou de exercício. 
 
 
Bibliografia 
e Clóvis Beviláqua, Teoria geral do direito civil, 4. ed. (p. 67); Larenz, Derecho civil, parte general 
(p. 104); M. Helena Diniz, Curso de direito civil brasileiro, São Paulo, Saraiva, 19, v. 1 (p. 82); 
Haroldo Valladão, Capacidade de direito, in Enciclopédia Saraiva do Direito, v. 13 (p. 34); Virgilio 
de Sá Pereira, Direito de família, Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1959; Orlando Gomes, Introdução 
ao direito civil, cit. (p. 149); Espínola, Direito civil brasileiro, v. 1 (p. 239); Filomusi Guelfi, 
Enciclopedia juridica (p. 178); Caio M. S. Pereira, Instituições , cit., v. 1 (p. 198); Luiz Roldão de 
Freitas Gomes, Noção de pessoa no direito brasileiro, Revista de Direito Civil Imobiliário, Agrário 
e Empresarial, 61/15-34. 
 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei pôe a salvo, 
desde a concepção, os direitos do nascituro. 
 
Histórico 
• O texto original do Projeto n. 634, tal como redigido pelo Ministro Moreira Alves, consignava que 
“a personalidade civil do homem começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo os direitos 
do nascituro”. O texto proposto pelo Senado por meio da Emenda n. 368, também de autoria do 
Senador Josaphat Marinho, passou a adotar a seguinte redação: “A personalidade civil do ser 
humano começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do 
nascituro”. Ou seja, ressalvou os direitos do nascituro desde a concepção, além de substituir a 
expressão “ser humano” por “homem”. Afirmou na ocasião o nobre Senador Josaphat Marinho que 
“a emenda restaura, basicamente, o texto do art. 42 do atual Código Civil (leia-se Código anterior). 
Ressalvar os direi- 
tos do nascituro, ‘desde a concepção’, como hoje assegurando, é permuta ampla, que deve ser 
preservada acima de divergências doutrinArias . Num fim de século em que se realça a amplitude 
dos direitos humanos, bem como a necessidade de defendê-los com energia, suprimir a cláusula 
“desde a concepção” suscitaria estranheza. E o projeto, mesmo, confirmando essa tendência, alude a 
filho concebido, como nos arts. 1.602 e 1.606. Lembre-se, ainda, com a lição de Orlando Gomes, 
que ‘o direito de suceder do nascituro depende de já estar concebido no momento da abertura da 
sucessão’ (Sucessões, 6. ed., Forense, 1990, p. 30). Aquiesceu, de imediato, na alteração o eminente 
Professor e Ministro Moreira Alves, autor da Parte Geral do Anteprojeto, na Comissão designada 
pelo Poder Executivo. Retomando o texto do projeto a nova apreciação da Câmara dos Deputados, 
promoveu o Relator Fiuza apenas a substituição da expressão ‘ser humano’ pelo vocábulo ‘pessoa’, 
correntemente com o que havia feito no art. 1o . 
 
 
Doutrina 
Começo da personalidade natural: Pelo Código Civil, para que um ente seja pessoa e adquira 
personalidade jurídica, será suficiente que tenha vivido por um segundo. 
• Direitos do nascituro: Conquanto comece do nascimento com vida a personalidade civil do homem, 
a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (CC, ais. 22, 1.609, 1.779 e parágrafo 
único e 1.798), como o direito à vida (CF, art. 52, CP, ais. 124 a 128, 1 e II), à filiação (CC, ais. 
1.596 e 1.597), à integridade física, a alimentos (RT 650/220; RJTJSP 150/906), a uma adequada 
assistência pré-natal, a um curador que zele pelos seus interesses em caso de incapacidade de seus 
genitores, de receber herança (CC, ais. 1.798 e 1.800, § 3~), de ser contemplado por doação (CC, 
art. 542), de ser reconhecido como filho etc. Poder-se-ia até mesmo afirmar que, na vida intra-
uterina, tem o nascituro, e na vida extra-uterina, tem o embrião, personalidade jurídica formal, no 
que atina aos direitos personalissimos, ou melhor, aos da personalidade, visto ter a pessoa carga 
genética diferenciada desde a concepção, seja ela in vivo ou in vitro (Recomendação n. 1.046/89, n. 
7 do Conselho da Europa), passando a ter a personalidade jurídico material, alcançando os direitos 
patrimoniais, que permaneciam em estado potencial, somente com o nascimento com vida (CC, art. 
1.800, § 3o ). Se nascer com vida, adquire personalidade jurídica material, mas, se tal não ocorrer, 
nenhum direito patrimonial terá. 
Momento da consideração jurídica do nascituro: Ante as novas técnicas de fertilização in vitro e do 
congelamento de embriões humanos, houve quem levantasse o problema relativo ao momento em 
que se deve considerar juridicamente o nascitum, entendendo-se que a vida tem início, 
naturalmente, com a concepção no ventre materno. Assim sendo, na fecundação na proveta, embora 
seja a fecundação do óvulo, pelo espermatozóide, que inicia a vida, é a nidação do zigoto ou ovo 
que a garantirá; logo, para alguns autores, o nascituro só será “pessoa” quando o ovo fecundado for 
implantado no útero materno, sob a condição do nascimento com vida. O embrião humano 
congelado não poderia ser tido como nascituro, apesar de dever ter proteção jurídica como pessoa 
virtual, com uma carga genética própria. Embora a vida se inicie com a fecundação,-e a vida viável 
com a gravidez, que se dá com a nidação, entendemos que na verdade o início legal da consideração 
jurídica da personalidade é o momento da penetração do espermatozóide no óvulo, mesmo fora do 
corpo da mulher. Por isso, a Lei n. 8.974/95, nos arts. 8~, II, III e IV, e 13, veio a reforçar, em boa 
hora, essa idéia não só ao vedar: 
a) manipulação genética de células germinais humanas; b) intervenção em material genético 
humano in vivo, salvo para o tratamento de defeitos genéticos; c) produção, armazenamento ou 
manipulação de embriões humanos destinados a servir como material biológico disponível, como 
também ao considerar tais atos comocrimes, punindo-os severamente. Com isso, parece-nos que a 
razão está com a teoria concepcionista, uma vez que o Código Civil resguarda desde a concepção 
os direitos do nascituro e além disso, no art. 1.597,1V, presume concebido na constância do 
casamento o filho havido, a qualquer tempo, quando se tratar de embrião excedente, decorrente de 
concepção artificial heteróloga. 
 
 
Sugestão legislativa: Pelas razões antes expostas, oferecemos ao Deputado Fiuza a seguinte 
sugestão legislativa: 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, 
desde a concepção, os direitos do embrião e os do nascituro. 
 
 
Bibliografia 
 
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reprodução humana assistida e a questão da responsabilidade civil por dano ao embrião e ao 
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1990 (p. 40); Paula M. da Silva, A procriação artificial: aspectos jurídicos, Lisboa, 1986; Carlos 
Alberto Bittar, Teoria geral do direito civil, cit. (p. 117-8); Santosuosso. La fecondazione artiflciale 
untaria, Milano, Giuffrê, 1984; Zannoni, lnseminaciónartifl cial yfecundnción extrauterina. 
 
 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I— os menores de dezesseis anos; 
II — os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento 
para a prática desses atos; 
 III — os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
 
Histórico 
A redação atual do dispositivo é praticamente a mesma da concebida pela comissão que elaborou o 
anteprojeto, salvo em relação ao antigo inciso IV que elegia os índios como absolutamente 
incapazes e que foi suprimido pela Câmara dos Deputados ainda durante a primeira fase de 
tramitação do projeto. Durante a passagem do projeto pelo Senado houve apenas uma pequena 
modificação na redação do inciso 111. E que o texto original do projeto dispunha literalmente o 
seguinte: “III — os que, ainda por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade”. O Senado 
Federal preferiu emendar o dispositivo, dando-lhe a seguinte redação: “III — os que, ainda por 
motivo transitório, não puderem exprimir sua vontade”. O argumento era o de que a expressão “por 
motivo” teria o mesmo alcance da forma “por causa”, e evitaria a dissonância que nesta se apura. A 
redação atual tem origem em emenda de autoria do Deputado Fiuza para substituição do “ainda” por 
“mesmo”, em favor da redação vigente no Código anterior. Entendeu o Relator Ricardo Fiuza que o 
vocábulo “motivo” tinha características essencialmente subjetivas, enquanto a palavra “causa’ era 
integralmente objetiva. O conceito de causa é mais amplo do que a noção de motivo. Pode-se, 
exemplificativamente, falar de causas naturais, no sentido de causas da natureza, mas nunca de 
motivos da natureza ou motivos naturais. Propôs, então, o Relator Fiuza, nova redação ao inciso. 
Segundo consignou em seu relatório, o “ainda por causa transitória”, além de configurar certo 
arcaísmo de linguagem (modernamente, dir-se-ia “ainda que por causa transitória”), pertencia do 
vício da ambigüidade, podendo ser tomado também no sentido do advérbio temporal, de 
persistência da “causa transitória”, que ainda se fatia sentir. 
 
 
Doutrina 
• Menoridade de dezesseis anos: Os menores de dezesseis anos são tidas como absolutamente 
incapazes para exercer atos na vida civil, porque devido à idade não atingiram o discernimento para 
distinguir o que podem ou não .fazer que lhes, é conveniente ou prejudicial Por isso para a validade 
dos seus atos, será preciso que estejam representados por seu pai, por sua mãe, ou por tutor. 
• Impossibilidade transitória para exprimir a vontade: Aquele que por doença que acarrete 
deficiência física (surdo-mudez, p. ex.)’ ou perda de memória, não puderem, ainda que 
temporariamente. manisfestar seja vontade para praticar atos da vida civil deverão estar 
representado por um curador (CC. arts. 1.767,11, e 1.780). 
 
 
 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I— os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II— os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o 
discernimento reduzido; 
III — os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV — os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
 
 
Histórico 
• Este dispositivo sofreu duas alterações durante o período de tramitação entre Câmara e Senado. A 
primeira consistiu na redução da maioridade civil de 21 para 18 anos, de que trata o inciso 1, e cujos 
fundamentos encontram-se delineados no histórico do artigo seguinte. A segunda alteração teve 
origem em emenda de redação apresentada pelo Deputado Ricardo Fiuza, substituindo terminologia 
em desuso utilizada no texto do projeto (silvícolas) pela denominação usada na Constituição Federal 
(índios). 
 
 
Doutrina 
• Incapacidade relativa: A incapacidade relativa diz respeito àqueles que podem praticar por si os 
atos da vida civil desde que assistidos por quem o direito encarrega desse ofício, em razão de 
parentesco, de relação de ordem civil ou de designação judicial, sob pena de anulabilidade daquele 
ato (CC, art. 171, 1), dependente da iniciativa do lesado, havendo até hipóteses emque tal ato 
poderá ser confirmado ou ratificado. Há atos que o relativamente incapaz pode praticar, livremente, 
sem autorização. 
• Maiores de dezesseis e menores de dezoito anos: Os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos só poderão praticar atos válidos se assistidos pelo seu representante. Caso contrário serão 
anuláveis. 
• Ébrios habituais, viciados em tóxicos e deficientes mentais com discernimento reduzido: 
Alcoólatras, dipsômanos ,toxicômanos, portadores de deficiência mental, que sofram redução na sua 
capacidade de entendimento, não poderão praticar atos na vida civil sem assistência de curador (CC, 
art. 1.767, III). desde que interditos. 
• Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo: Abrangidos estão, aqui: os fracos de mente, 
surdos-mudos e e portadores de anomalia psíquica que apresentem sinais de desenvolvimento 
mental incompleto, comprovado e declarado em sentença de interdição, que os tornam incapazes de 
praticar atos na vida civil, sem a assistência de um curador (CC, art. 1.767. IV). 
• Pródigos: São considerados relativamente incapazes os pródigos, ou seja, aqueles que, comprovada, 
habitual e desordenadamente, dilapidam seu patrimônio, fazendo gastos excessivos. Com a 
interdição do pródigo, privado estará ele dos atos que possam comprometer seus bens, não podendo, 
sem a assistência de seu curador (CC, art. 1.767, V), alienar, emprestar, dar quitação, transigir, 
hipotecar, agir em juízo e praticar, em geral, atos que não sejam de mera administração (CC, art. 
1.782). 
• Indígenas e sua submissão a regime tutelar Os índios, devido a sua educação ser lenta e difícil, são 
colocados pelo novo Código Civil sob a proteção de lei especial, que regerá a questão de sua 
capacidade. O Código Civil sujeita-os ao regime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos 
especiais (Lei n. 6.001/73; CF/88, arts. 22, XIV, 49, XVI, 129, V, 210, § 22, 232. 109, XI, 231, 176. 
§ P, e art. 67 das Disposições Transitórias; Dec. n. 88.118/83; Constituição do Estado de São Paulo 
de 1989, arts. 282, §~ P a 39, e 283; Lei n. 6.0l5 ‘7l3, arts. 50, § 2o , e 246. com a redação da Lei n. 
10.267/2001; Dec. n. 1.775/96). 
Obs.: O art. 42 revoga a Lei n. 4.294/21 e o Decreto-lei n. 891/38; Lei n. 6.368/76. 
 
 
Bibliografia 
•Caio M. 5. Pereira, Instituições cit., v. 1 (p. 240-2); Antônio Chaves, Capacidade civil, cit., in 
Enciclopédia Saraiva do Direito, v. 13 (p. 9); M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 1 (p. 93-7); Silvio 
Rodrigues, Dos defeitos dos atos jurídicos. São Paulo, 1959 (n. 100 e s. e n. 131); e Direito civil, 
cit., v. 1 (p. 82); W. Barros Monteiro, Curso, cit., v. 1 (p. 66-7); José de Farias lavares, O Código 
Civil e a nova Constituição, Rio de Janeiro, Forenst, 1991 (p. 17-8); Hugo Nigro Mazzilli, Regime 
Jurídico do Ministério Público, São Paulo, Saraiva, 1995 (p. 226); Marcelo Dolzany da Costa, 
Anotações sobre direitos indígenas, in 1 Encontm de Juizes Federais da Região Amazônica, 1995 
(p. 133); A. Gursen de Miranda, O direito e o índio. Belém, Cejup, 1994. 
 
 
 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática 
de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
1 — pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor 
tiver dezesseis anos completos; 
II — pelo casamento; 
III — pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV — pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V — pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
 
 
Histórico 
• A principal alteração verificada neste dispositivo em relação ao texto original do Projeto n. 634, 
procedida ainda pelo Senado Federal, consistiu na redução da maioridade civil de 21 para 18 anos. 
A questão da redução da maioridade civil há muito já não suscitava mais qualquer controvérsia 
tanto no seio da comunidade jurídica como na sociedade de uma maneira geral. As justificativas 
apresentadas perante o Senado traduzem bem essa posição, in verbis: “Substancialmente, as 
modificações propostas pela emenda decorrem da fixação da maioridade civil em dezoito anos”. E 
no particular procede. A tendência prevalecente é no sentido de fixar a maioridade civil em dezoito 
anos. Assim a estabelecem o Código Civil italiano, de 1942 (art. 2~), o português (de 1966), com as 
alterações de 1977 (art. 130), o francês, com as inovações da Lei de 1974 (art. 488). Esta é a 
consagração, também, da Constituição espanhola de 1978 (art. 12). Acresce que nossa Constituição 
prestigia essa tendência. Restringe a inimputabilidade penal aos menores de dezoito anos, sujei-
tando-os a legislação especial (art. 228). Considera o alistamento eleitoral e o voto obrigatórios para 
os maiores dessa idade e facultativos para os maiores de dezesseis anos (art. 14, § l~, 1 e II, c). E 
estipula a idade de vinte e um anos como condição de elegibilidade “para deputado federal, 
deputado estadual ou distrital, vice-prefeito e juiz de paz”, bem assim a de 18 para vereador (art. 14, 
§ 32, VI, c e d), o que corrobora a fixação da maioridade aos dezoito anos. Essa inclinação 
legislativa repousa, também na certeza de que os meios de comunicação transmitem, permanente e 
crescentemente , conhecimentos e informações que ampliam o poder de observação das pessoas e 
de discernimento dos fatos. Há de presumir-se, mesmo, que assim se teria orientado o projeto, se sua 
elaboração houvesse sido posterior à Carta de 1988. Retomando o projeto à Camara dos Deputados, 
foi apresentada emenda de redação pelo Relator Ricardo Fiuza, substituindo a conjunção aditiva “e” 
pela conjunção alternativa “ou”, a fim de evitar a ambigüidade. O emprego da conjunção ~ segundo 
o relator, fazia “parecer que, além do instrumento público, estar-se-ia a exigir sentença judicial para 
validade da emancipação feita por concessão dos pais, quando o artigo versa sobre duas formas 
estanques de emancipação: uma por concessão dos pais e que independe de processo judicial; e a 
outra por decisão judicial, nos casos de menor sujeito à tutela”. 
 
 
Doutrina 
Maioridade: Em relação à menoridade, a incapacidade cessará quando o menor completar dezoito 
anos, segundo nossa legislação civil. Ao atingir dezoito anos a pessoa tornar-se-á maior, adquirindo 
a capacidade de fato , podendo, então, exercer pessoalmente os atos da vida civil. 
• Emancipação expressa ou voluntária: Antes da maioridade legal, tendo o menor atingido dezesseis 
anos, poderá haver a outorga de capacidade civil por concessão dos pais, no exercício do poder 
familiar, mediante escritura pública inscrita no Registro Civil competente (Lei n. 6.015/73, arts. 89 e 
90; CC, art. 92, II), independentemente de homologação judicial. Além dessa emancipação por 
concessão dos pais, ter-se-á a emancipação por sentença judicial, se o menor com dezesseis anos 
estiver sob tutela (CPC, arts. 1.103 a 1.112,1; Lei n. 8.069/90, arts. 148, VII, parágrafo único, e), 
ouvido o tutor 
• Emancipação tácita ou legal: A emancipação legal decorre dos seguintes casos: a) 
casamento, pois não é plausível que fique sob a autoridade de outrem quem tem condições de casar 
e constituir família; assim, mesmo que haja anulação do matrimônio, viuvez, separação judicial ou 
divórcio, o emancipado por esta forma não retoma à incapacidade; b) exercicio de emprego público 
efetivo, por funcionário nomeado em caráter efetivo (não abrangendo a função pública 
extranumeraria ou em comissão), com exceção de funcionário de autarquia ou entidade paraestatal, 
que não é alcançado pela emancipação. Diarista e contratado não serão emancipados por força de lei 
(RT 98/523; Súmula14 do STF Lei n. 1.711\52, art 22 II: Lei 8.112\90, art 5o , V. 
 
 
 
Bibliografia 
• Caio M. 5. Pereira, Instituições, cit., v. 1 (p. 250); Levenhagen, Código Civil, cit., v. 1 (p. 37 e 38); 
Darcy Arruda Miranda, Anotações. cit., v. 1 (p. 13); W. Barros Monteiro, Curso, cit., v. 1 (p. 71 
e 72); Silvio Rodrigues, Direito civil, cit., v. 1 (p. 89); M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 1 (p. 98-100); 
José de Farias Tavares, O Código Civil e a nova Constituição, cit.(p. 19e 20). 
 
 
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos 
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
 
 
Histórico 
• Este artigo não havia sido alterado durante a tramitação no Senado Federal e mantinha a 
mesma redação do anteprojeto, a saber: “Art. 62 A existência da pessoa física termina com a morte; 
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
definitiva”. Retomando o projeto à Câmara, o Relator Fiuza propôs a substituição da expressão 
“pessoa física” por “pessoa natural”, restabelecendo a redação vigente no Código de 1916. A 
proposta de restaurar a denominação “pessoa natural” já vinha desde o primeiro período de 
tramitação do projeto perante a Câmara dos Deputados. Emenda do Deputado Brigido Tinoco, 
posteriomente rejeitada pelo Relatório Emani Satyro. já consignava, citando Clóvis Beviláqua. “que 
o homem simboliza a pessoa natural juridicamente, porque não é visto, apenas, sob o aspecto da 
individualidade, mas também como agente primário e comum do direito. 
 
Doutrina 
• Morte real: Com a morte real, cessa a personalidade jurídica da pessoa natural, que deixa de ser 
sujeito de direitos e deveres, acarretando : a) dissolução do vínculo conjugal e do regime 
matrimonial l (Lei n.. 651 5177 e CC, art. 1.571, 1); b) extinção do poder familiar (CC, art. 
1.635,1); dos contratos personalíssimos, com prestação de serviço.(CÇ, art. 607). e mandato (CC. 
art. 682,11; STF, Súmula 25); c) cessação da obrigação , alimentos com o falecimento do credor 
(RJTJSP, 82138; RI’, 574/68; CC, art. 1.700); do pacto de preempção (CC, art. 520); da obrigação 
oriunda de ingratidão de donatário (CC, art. 560); á) extinção de usufrutos ’ (CC, art. 1.410. I CPC. 
art. 1.112, VI); da doação na forma de subvenção periódica (CC, art. 545); do encargo da 
testamentaria (CC, art 1.985). 
•Morte presumida : A morte presumida pela lei se dá ausência de uma pessoa nos casos dos arts 22 
a 39 do Código Civil e dos arts. 1.161 a 1.168 do Código de Processo Civil, Se uma pessoa 
desaparecer , sem deixar notícias, qualquer interessado na sua sucessão ou o Ministério Público 
(CPC. art. 1.163) poderá requerer ao juíza declaração de sua ausência e a nomeação de curador. Se 
após um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se deixou algum representante. em se 
passando três anos, sem que dê sinal de vida, poderá ser requerida sua sucessão provisória (CC, art.. 
26) e o início do processo de inventário e partilha de seus bens, ocasião em que a ausência do 
desaparecido passa a ser considerada presumida. Feita a partilha, seus herdeiros deverão administrar 
os bens, prestando caução real, garantindo a restituição no caso de o ausente aparecer. Após dez 
anos do trânsito em julgado da sentença da abertura da sucessão provisória (CC, art. 37; CPC, art. 
1.167,11), sem que o ausente apareça, ou cinco anos depois das últimas notícias do desaparecido 
que conta com oitenta anos de idade (CC, art. 38), será declarada a sua morte presumida a 
requerimento de qualquer interessado, convertendo-se a sucessão provisória em definitiva. Se o 
ausente retornar em até dez anos após a abertura da sucessão definitiva, terá os bens no estado em 
que se encontrarem e direito ao preço que os herdeiros houverem recebido com sua venda. Porém, 
se regressar após esses dez anos, não terá direito a nada (CPC, art. 1.168). 
 
 
Bibliografia 
• Caio M. 8. Pereira, Instituições, cit., v. 1 (p. 210); M. Helena Diniz, Curso, cit., v. 1 (p. 110-1); 
Iassil Dower, Curso moderno de direito civil, São Paulo, Ed. Nelpa, 1976, v. 1 (p. 65-6); W. Barros 
Monteiro, Curso, cit.. v. 1 (p. 74); Savigny, Traité de droit romain, v. 2 (p. 165); Bedaque, A 
curadoria de incapazes, Justitia, 148/17-24; Hugo Nigro Mazzilli, CurarLona de ausentes e 
incapazes, São Paulo, 1988. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art . 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
1 — se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II — se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois 
anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida 
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do 
falecimento. 
 
•O presente dispositivo não sofreu alteração quer por pede do Senado Federal quer por parte da 
Câmara dos Deputados. A redação atual é a mesma do projeto original, cuja parte geral, como se 
sabe, ficou a cargo do eminente Ministro José Carlos Moreira Alves. Não tem correspondente no 
Código Civil de 1916. 
 
 
Doutrina 
• Monte presumida sem decretação de ausência : Admite-se declaração judicial de morte 
presumida sem decretação de ausência em casos excepcionais, apenas depois de esgotadas todas as 
buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do óbito, e tais casos são: a) 
probabilidade da ocorrência da morte de quem se encontrava em perigo de vida e b) 
desaparecimento em campanha ou prisão de pessoa, não sendo ela encontrada até dois anos após o 
término da guerra. 
 
 
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem ria mesma ocasião, não se podendo averiguar se 
algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
 
 
Histórico 
O presente dispositivo não foi atingido por qualquer alteração quer por parte do Senado Federal 
quer por parte da Câmara dos Deputados. A redação atual é a mesma do projeto original, cuja parte 
geral, como se sabe, ficou a cargo do eminente Ministro José Carlos Moreira Alves. Corresponde ao 
art. 11 do Código Civil de 1916. 
 
 
Doutrina 
• Comoriência ou morte simultânea: A comoriência é a morte de duas ou mais pessoas na mesma 
ocasião e em razão do mesmo acontecimento. Embora o problema da comoriência, em regra, 
alcance casos de morte conjunta, ocorrida no mesmo acontecimento, ela coloca-se, com igual 
relevância, no que concerne a efeitos dependentes de sobrevivência, na hipótese de pessoas 
falecidas em locais e acontecimentos distintos, mas em datas e horas simultaneas ou muito 
próximas. 
• Efeito da morte simultânea no direito sucessóriO: A comoriência terá grande repercussão na 
transmissão de direitos sucessórios, pois, se os comorientes são herdeiros uns dos outros, não há 
transferência de direitos; um não sucederá ao outro, sendo chamados à sucessão os seus herdeiros 
ante a presunção juris tantum de que faleceram ao mesmo tempo. Se dúvida houver no sentido de se 
saber quem faleceu primeiro, o magistrado aplicará o art. 8o do Código Civil, caso em que, então, 
não haverá transmissão de direitos entre as pessoas que morreram na mesma ocasião. 
 
 
Bibliografia 
Caio M. 5. Pereira, Instituições, cit., v. 1 (p. 211 e 213); Bassil Dower, Curso, cit., v. 1 (p. 66-7); M. 
Helena Diniz, Curso, cit., v. 1 (p. 111-2); Lei de Introdução ao Código Civil brasileim interpretada, 
São Paulo, Saraiva, 2001 (p. 275-6); Rubens Limongi França, Fim da personalidade natural. 
Comoriência e vocação hereditária, Revista Brasileira de Direito Comparado, 13/96-107, 1992; 
Clóvis Beviláqua, Código Civil comentado, 1944, v. 1 (p. 217 e s.); Raoul de la Grasserie, Code 
Civil alemand, Paris, 1897 (p. 5); Diego Espín Cánovas, Derechocivil espanol, Madrid, 1951, v. 1 
(p. 125); Rotondi, Istituzioni di diritto pnivato, Milano, 1965 (p. 175-7). 
 
 
 
Art. 9o Serão registrados em registro público: 
1 — os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II— a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
III — a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV — a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. 
 
 
Histórico 
• O presente dispositivo não serviu de palco a qualquer alteração relevante seja por parte do Senado 
Federal seja por parte da Câmara dos Deputados, salvo no tocante à substituição da forma verbal 
“inscritos” por “registrados”, operada por emenda de redação apresentada no período final de 
tramitação do projeto. 
 
 
Doutrina 
 
• publicidade do estado das pessoas: Com o escopo de assegurar direitos de terceiros, o legislador, a 
fim de obter a publicidade do estado das pessoas, exige inscrição em registro público de 
determinados atos e a certidão extraída dos livros cartoríários fará prova plena e. segura do estado 
das pessoas físicas. 
Registro de nascimento: Todo nascimento deve ser registrado (Lei n. 6.015/ 73, arts. 50— alterado 
pela Lei n. 9.053/95 — e 53; CC, art. 9~, 1; CF/88, art. 9, LXXVI, a), mesmo que a criança tenha 
nascido morta ou morrido durante o parto. 
• Registro de casamento: Para completar as formalidades do casamento, que se iniciam com a 
habilitação e prosseguem com a cerimônia solene, dever-se-á lavrar no livro de registro para 
perpetuar o ato e servir de prova o assento do matrimônio, assinado pelo presidente do ato, cônju-
ges, testemunhas e oficial, contendo os requisitos exigidos pelo art. 70 da Lei n. 6.015\73 (CC, arts. 
1.512, parágrafo único, 1.516, §~ 10a 32, 1.545 e 1.546). 
• Registro de óbito: Será imprescindível o registro de óbito, pois se prova a morte pela certidão 
extraída do assento de óbito (Lei n. 6.015\73, arts. 77 a 88 e 107). 
• Registro de emancipação expressa ou voluntária: Imprescindível será o registro de emancipação de 
menor de dezoito anos completos que se dê em razão de outorga paterna ou materna ou por sentença 
judicial (Lei n. 6.015\73, arts. 89 a 91 e 107, § 19. 
• Registro de interdição por incapacidade absoluta ou relativa: O decreto judicial de interdição 
deverá ser inscrito (Lei n. 6.015/73. art. 92) no Registro das Pessoas Naturais e publicado pela 
imprensa local e pelo órgão oficial três vezes, com intervalo de dez dias, constando do edital os 
nomes do interdito e do curador que o representará nos atos da vida civil. a causa da interdição e os 
limites da curatela (CPC, art. 1.184). A inscrição no Registro de Pessoas Naturais e a publicação 
editalícia são indispensáveis para assegurar eficácia erga omnes à sentença. 
•Registro de sentença declaratória de ausência e de morte presumida:Será preciso que se faça o 
assento da sentença declaratória de ausência que nomear curador no cartório do domicílio anterior 
do ausente (Lei n. 6.015/73, art. 94). A sentença da abertura da sucessão provisória será averbada, 
no assento de ausência, após o trânsito em julgado (Lei n. 6.015/ 73, ais. 104, parágrafo único, e 
107, § 19. E a declaração judicial da morte presumida deverá, convertendo-se a sucessão provisória 
em definitiva, também ser levada a assento. 
 
 
Bibliografia 
•Orlando Gomes, Direito de família, Rio de Janeiro, Forense, 1978 (p.120); Cândido de Oliveira, 
Manual do Código Civil brasileiro, de Paulo Lacerda, Rio de Janeiro, 1918. v. 5, § 68 (p. 143); Caio 
M. 5. Pereira, Instituições, cit., v. 5 (p. 84); W. Barros Monteiro, Curso, cit., v. 2 (p. 57); M. Helena 
Diniz, Curso, cit., v. 5 (p. 80-1); Pontes de Miranda, Comentários ao Código de Processo Civil, v. 
16 (p. 391-3). 
 
 
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: 
1— das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a 
separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; 
II — dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; 
III — dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção. 
 
 
Histórico 
• A redação original dos incisos do art. 10 era a seguinte: “1 — das sentenças que decretarem a 
nulidade ou a anulação do casamento, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade 
conjugal; II — das sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos na constância do 
casamento, e as que declararem a filiação legítima; 111 — dos atos judiciais ou extrajudiciais que 
declararem ou reconhecerem a filiação ilegítima ; IV— dos atos judiciais ou extrajudiciais de 
adoção, e dos que a dissolverem’. Por meio de emenda apresentada perante o Senado Federal pelo 
então Senador Fernando Henrique Cardoso o dispositivo ganhou a redação atual, suprimindo-se o 
inciso que versava sobre filiação ilegítima e acrescentando-se no inciso 1 a sentença do divórcio 
entre os atos passíveis de averbação no registro público. Não tem correspondente no Código Civil 
de 1916. 
 
 
Doutrina 
• Importância da averbação: Surge, ao lado do registro, um ato específico — a averbação — ante a 
necessidade de fazer exarar todos os fatos que venham atingir o estado da pessoa e, 
conseqüentemente, o seu registro civil, alterando-o, por modificarem ou extinguirem os dados dele 
constantes. A averbação será feita pelo oficial do cartório em que constar o 
assento à vista da carta de sentença, de mandado ou de petição acompanhada de certidão ou 
documento legal e autêntico, com audiência do Ministério Público (Lei n. 6.015/73, art. 97). 
• Averbação da sentença de nulidade ou anulação do casamento, de separação judicial e do 
divórcio: Transitada em julgado a sentença declaratória de nulidade absoluta ou relativa do 
casamento, a decisão homologatória da separação judicial consensual ou a que conceder a separação 
judicial litigiosa deverá ser averbada no livro de casamento do Registro Civil competente (Lei n. 
6.015/73, art. 100), e se a partilha abranger bens imóveis deverá ser também transcrita no Registro 
Imobiliário (Lei n. 6.015/ 73, ais. 29, § 19, a, 100, §~ 19 a 52, e 167,11, 14; CPC, art. 1.124). Antes 
da averbação aquelas sentenças não produzirão efeitos contra terceiros (Lei n. 6.015/73, art. 100, § 
19. E a sentença de divórcio só produzirá seus efeitos depois de averbada no Registro Público 
competente, ou seja, onde foi lavrado o assento do casamento (art. 32 da Lei n. 6.515). 
• Averbação do restabelecimento da sociedade conjugal: Havendo ato de restabelecimento da 
sociedade conjugal mediante reconciliação, se separados, ou novo casamento, se divorciados (Lei n. 
6.515/77, art. 46), deverá ele ser averbado (Lei n. 6.015/73, art. 101) no livro de casamento e, 
havendo bens imóveis no patrimônio conjugal, a averbação do fato deverá ser feita em relação a 
cada um dos imóveis pertencentes ao casal, exista ou não pacto antenupcial (Lei n. 6.015/73, art. 
167, 11, n. 10), no Registro Imobiliário da situação dos imóveis. 
• Averbação de atos judiciais ou extrajudiciais que declarem ou reconheçam a filiação: No livro de 
nascimento deverão ser averbados tanto atos judiciais que declarem ou reconheçam a filiação (Lei n. 
6.015/73, art. 102), como os extrajudiciais, porque o reconhecimento de filho voluntário (CC, art. 
1.609, Ia LV; Lei n. 8.069/90, art. 26; Lei n. 8.560/92, art. 1~, 1 a IV) é ato solene. Deve, p. ex., a 
escritura pública ou particular ser arquivada em cartório, onde se reconheça filiação, e ser averbada 
no livro de nascimento. 
• Averbação dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção: A sentença constitutiva de adoção, 
que confere à pessoa a qualidade de filho adotivo, desligando-o do vínculo com os parentes 
consangüíneos, estabelecendo a relação de parentesco civil, após o trânsito em julgado deverá ser 
averbada no livro de nascimento. Deveras, a adoção só se consuma com o assento daquela decisão, 
quese perfaz com sua averbação à margem do registro de nascimento do adotado, efetuada à vista 
de petição acompanhada da decisão judicial. 
 
• Sugestão legislativa: Em face dos argumentos acima aludidos, encaminhamos ao Deputado Ricardo 
Fiuza proposta de alteração do dispositivo, que passaria a contar com a seguinte redação: 
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: 
1— das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a 
separação judicial e o restabelecimento da,sociedade conjugal; 
II— dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; 
III — dos atos judiciais de adoção. 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
 
 
• Sugestão legislativa: Pelos fundamentos expostos, oferecemos ao Deputado Ricardo Fiuza a 
seguinte sugestão de redação: 
Art. 11. O direito à vida, à integridade fisico-psíquica, à identidade, à honra, à imagem, à 
liberdade, à privacidade e outros reconhecidos à pessoa são inatos, absolutos, intransmissíveis, 
indisponíveis, irrenunciáveis, ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveis. 
Parágrafo único. Com exceção dos casos previstos em lei, não pode o exercício dos direitos da 
personalidade sofrer limitação. voluntária. 
 
 
 
 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar 
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista 
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto 
grau. 
 
 
 
Histórico 
• O presente dispositivo não sofreu alteração quer por pane do Senado Federal quer por parte da 
Câmara dos Deputados no período final de tramitação do projeto. A redação atual é a mesma do 
anteprojeto, cuja parte geral, como se sabe, ficou a cargo do eminente Ministro José Carlos Moreira 
Alves. 
 
Doutrina 
• Sanções suscitadas pelo ofendido em razão de ameaça ou lesão a direito da personalidade: Os 
direitos da personalidade destinam-se a resguardar a dignidade humana, mediante sanções, que 
devem ser suscitadas pelo ofendido (lesado direto). Essa sanção deve ser feita por meio de medidas 
cautelares que suspendam os atos que ameacem ou desrespeitem a integridade físico-psíquica, 
intelectual e moral, movendo-se, em seguida, uma ação que irá declarar ou negar a existência da 
lesão, que poderá ser cumulada com ação ordinária de perdas e danos a fim de ressarcir danos 
morais e patrimoniais. 
• Lesado indireto: Se se tratar de lesão a interesses econômicos, o lesado indireto será aquele que sofre 
um prejuízo em interesse patrimonial próprio, resultante de dano causado a um bem jurídico alheio, 
podendo a vítima estar falecida ou declarada ausente. A indenização por morte de outrem é 
reclamada jure proprio. pois ainda que o dano, que recai sobre a mulher e os filhos menores do 
finado, seja resultante de homicídio ou acidente, quando eles agem contra o responsável, procedem 
em nome próprio, reclamando contra prejuízo que sofreram e não contra o -que foi irrogado ao 
marido e pai. 
P. ex.: a viúva e os filhos menores da pessoa assassinada são lesados indiretos, pois obtinham da 
vítima do homicídio o necessário para sua subsistência. A privação de alimentos é uma conse-
qüência do dano. No caso do dano moral, pontifica Zannoni, os lesados indiretos seriam aquelas 
pessoas que poderiam alegar um interesse vinculado a bens jurídicos extrapatrimoniais próprios, que 
se satisfaziam mediante a incolumidade do bem jurídico moral da vítima direta do fato lesivo. 1’. 
ex.: o marido ou os pais poderiam pleitear indenização por injúrias feitas à mulher ou aos filhos, 
visto que estas afetariam também pessoalmente o esposo ou os pais, em razão da posição que eles 
ocupam dentro da unidade familiar. Haveria um dano próprio pela violação da honra da esposa ou 
dos filhos. Ter-se-á sempre uma presunção juris tantum de dano moral, em favor dos ascendentes, 
descendentes, cônjuges, irmãos, tios, sobrinhos e primos, em caso de ofensa a pessoas da família 
mortas ou ausentes. Essas pessoas não precisariam provar o dano extrapatrimonial, ressalvando-se a 
terceiros o direito de elidir aquela presunção. O convivente, ou concubino, noivo, amigos, poderiam 
pleitear indenização por dano moral, mas terão maior ônus de prova, uma vez que deverão provar, 
convincentemente. o prejuízo e demonstrar que se ligavam à vítima por vínculos estreitos de 
amizade ou de insuspeita afeição. 
 
 
• Sugestão legislativa: Em face dos argumentos acima aludidos, encaminhamos ao Deputado Ricardo 
Fiuza a seguinte sugestão legislativa: 
Art. 12. O ofendido pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e 
reclamar indenização em ressarcimento de dano patrimonial e moral sem prejuízo & outras 
sanções previstas em lei. 
Parágrafo único . Em se tratando de morto ou ausente, terá legitimação para requerer as 
medidas previstas neste artigo o cônjuge ou companheiro sobrevivente, ou, ainda, qualquer parente 
em linha reta ou colateral até o quarto grau. 
 
 
Bibliografia 
• Zannoni, El daiio en la responsabilidad civil, Buenos Aires, Astrea, 1982 (p. 360-73); Wilson Meio 
da Silva, O dano moral e sua reparação, Rio de Janeiro, Forense, 1966; M. Helena Diniz, Curso, 
cit., v. 7 (p. 142-4). 
 
 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade fisica, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
 
 
Histórico 
• A redação primitiva do artigo, nos termos em que fora originariamente aprovada pela Câmara dos 
Deputados, era a seguinte: “Salvo exigência médica, os atos de disposição do próprio corpo são 
defesos quando importarem diminuição permanente da integridade física, ou contrariarem os bons 
costumes. Parágrafo único. Admitir-se-ão, porém, tais atos para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial”. Posteriormente, por meio de emenda da lavra do Senador Josaphat 
Marinho, o dispositivo ganhou a redação atual. A finalidade da alteração promovida pelo Senado 
Federal foi imprimir redação mais clara e de melhor técnica legislativa. Tratou-se de mero 
aperfeiçoamento redacional. 
 
 
Doutrina 
• Disposição de partes separadas do próprio como, em vida, para fins terapêuticos: E possível 
doação voluntária, feita por escrito e na presença de testemunhas, por pessoa capaz, de tecidos, 
órgãos e partes do próprio corpo vivo para efetivação de transplante ou tratamento , comprovada a 
necessidade terapêutica do receptor, desde que uSo contrarie os bons costumes, nem traga risco para 
a integridade física do doador, nem comprometa suas aptidões vitais, nem lhe provoque deformação 
ou mutilação, pois não se pode exigir que alguém se sacrifique em benefício de terceiro (Lei n. 
9.434/97, art. 9o , § 3o a 7o ). 
 
 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição o gratuita do próprio 
corpo, no todo ou da parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
 
 
Histórico 
• O presente dispositivo não serviu de palco a qualquer alteração seja por parte do Senado Federal seja 
por parte da Câmara dos Deputados no período final de tramitação do projeto. 
 
 
Doutrina 
• Disposição gratuita do próprio como, no todo ou em parte, para depois da morte: Admitido está o 
ato de disposição gratuita

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