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1 Victória Kreling Lau – AD2020 Fisiologia Prova I - Sistema Nervoso Autônomo: Essa porção do sistema nervoso central controla a maioria das funções viscerais do organismo. Uma de suas principais características é a rapidez e a intensidade com que ele pode alterar as funções viscerais. Esse sistema é ativado principalmente por centros localizados na medula, no tronco e no hipotálamo. Ele também opera por meio de reflexos viscerais (sinais sensoriais subconscientes de órgão visceral podem chegar aos gânglios autônomos e então retornar como respostas reflexas subconscientes diretamente para o órgão). Importante salientar que sinais do hipotálamo e do telencéfalo podem afetar as atividades de quase todos os centros de controle autônomos do tronco. Esse sistema é subdividido em dois grandes sistemas: Simpático e Parassimpático. São sistemas antagônicos. O sistema nervoso simpático estimula a liberação de norepinefrina e epinefrina pela medula da adrenal; essa liberação acaba auxiliando o estímulo simpático, sendo que o estímulo da medula dura 5-10 vezes mais tempo, porque as substâncias demoram mais para serem removidas da circulação. É importante salientar que os dois sistemas estão continuamente ativos, e a intensidade da atividade basal é conhecida como o tônus do sistema. O tônus permite que possa haver tanto uma estimulação positiva quanto negativa, ou seja, ele permite que, por exemplo, o sistema simpático possa tanto vasocontringir quanto vasodilatar. A desnervação simpática ou parassimpática elimina o tônus do sistema, que passa a ser substituído por um tônus intrínseco, que tenta devolver o órgão ao estado de equilíbrio. Inclusive a desnervação estimula uma fenômeno chamado supersensibilidade à norepinefrina ou acetilcolina para permitir que doses menores (ocasionadas pela perda da inervação simpática ou parassimpática) possam dar o efeito necessário ao órgão, isso porque há um aumento no número de receptores. Barorreceptores: quando estirados pela alta pressão nas artérias, enviam sinais para o tronco cerebral, onde inibem os impulsos simpáticos e excitam os parassimpáticos. 2 Victória Kreling Lau – AD2020 O estiramento da bexiga e do reto transmitem impulsos à medula sacra, que leva à contração da bexiga e do reto para promover a micção e a defecação. Cada via Simpática é composta por dois neurônios: um pré e um pós-ganglionar. A segmentação das fibras simpáticas pode sofrer superposição. A distribuição dos nervos para cada órgão é determinada pela localização original do órgão no embrião. O neurônio pré-ganglionar localiza-se no corno intermediolateral da medula e sua fibra passa pela raiz anterior da medula para o nervo espinal correspondente; após o nervo deixar o canal espinal, as fibras simpáticas pré-ganglionares passam para um dos gânglios da cadeia simpática para finalmente seguir um dos seguintes cursos: 1. Sinapse com neurônios simpáticos pós-ganglionares no gânglio; 2. Sinapse com outro gânglio da cadeia; 3. Deixar a cadeia por um nervo simpático para fazer sinapse em um gânglio simpático periférico. O neurônio pós-ganglionar origina-se nos gânglios da cadeia simpática ou nos gânglios simpáticos periféricos e dirigem-se para diversos órgãos. O sistema nervoso Parassimpático possui suas fibras deixando o SNC através dos nervos cranianos III, VII, IX e X. Quase todas as fibras desse sistema cursam pelo nervo vago ou X par. As fibras do III par vão para o esfíncter pupilar e o músculo ciliar do olho; as do VII par para as glândulas lacrimais, nasais e subandibulares. As fibras sacrais cursam pelos nervos pélvicos e suprem cólon descendente, bexiga, reto, porções inferiores dos ureteres e genitália externa. Assim como o sistema Simpático, o Parassimpático apresenta neurônios pré e pós-ganglionares; a grande diferença é que, nesse sistema, os neurônios pré-ganglionares passam diretamente até o órgão a ser controlado, onde fazem sinapse com os neurônios pós-ganglionares; as fibras pós-ganglionares são extremamente curtas e inervam diferentemente órgãos e tecidos. As fibras nervosas secretam principalmente acetilcolina (fibras colinérgicas) ou norepinefrina (fibras adrenérgicas). Todos os neurônios pré-ganglionares são colinérgicos. A maioria dos neurônios pós-ganglionares simpáticos são adrenérgicos, enquanto os parassimpáticos são colinérgicos. Logo, a acetilcolina é chamada de neurotransmissor parassimpático, enquanto a norepinefrina, neurotransmissor simpático. No local de conexão entre as fibras pós-ganglionares e o órgão propriamente dito, as fibras apresentam dilatações bulbosas, as varicosidades, onde as vesículas transmissoras de acetilcolina ou norepinefrina são sintetizadas e armazenadas. Quando o potencial de ação se propaga, a despolarização aumenta a permeabilidade da fibra aos íons cálcio, permitindo que esses íons se difundam para as varicosidades, estimulando a liberação do conteúdo para o exterior. Acetilcolina: após ser secretada permanece apenas pelo tempo necessário no tecido (transmitir o sinal); logo após ela é decomposta pela enzima acetilcolinesterase em acetato e colina; a colina é retransportada para a terminação nervosa, onde formará uma nova molécula de acetilcolina pela ação da enzima colina acetil- transferase. Ativa principalmente dois tipos de receptores: muscarínicos (encontrados em todas as células efetoras estimuladas pelos neurônios colinérgicos pós-ganglionares) e nicotínicos (encontrados nos gânglios autônomos nas sinapses entre os neurônios pré e pós-ganglionares). 3 Victória Kreling Lau – AD2020 Norepinefrina: sua síntese começa no axoplasma da terminação nervosa e é completada nas vesículas secretórias; sua síntese possui três reações, sendo que a última ocorre nas vesículas (conversão de dopamina em norepinefrina por uma hiroxilação); a remoção da norepinefrina pode ser feita de três maneiras: 1. Recaptação para a terminação por transporte ativo (50-80%); 2. Difusão para fora das terminações nervosas para os fluidos corpotais adjacentes; 3. Destruição por enzimas teciduais. Os receptores adrenérgios principais são: alfa (subdividido em dois; tanto excitatório quanto inibitório) e beta (subdividido em três; pouco excitados pela norepinefrina; tanto excitatório quanto inibitório). Para que a acetilcolina, norepinefrina ou epinefrina possam estimular o órgão efetor, elas devem primeiro se ligar a receptores específicos. Esses receptores ficam na parte exterior da membrana, ligados como grupamento prostético a uma molécula proteica que atravessa toda a membrana celular. A ligação das substâncias com o receptor leva a uma mudança conformacional na estrutura proteica, que excita ou inibe a célula geralmente por causar alterações da permeabilidade da membrana (abrindo ou fechando canais iônicos) ou por ativar ou inativar enzimas, ligada do outro lado (no interior da célula) do receptor proteico. Em algumas circunstâncias, o sistema nervoso simpático pode efetivar uma descarga em massa, resultando em uma reposta de alarme ou de estresse; mas, normalmente, a descarga é feita por partes. Pressão arterial aumentada; Fluxo sanguíneo para os músculos ativados aumentado e diminuído para os ógãos não necessários; Metabolismo celular aumentado; Concentração de glicose no sangue aumentada; Glicólise aumentada no fígado e no músculo; Força muscular aumentada; Atividade mental aumentada; Velocidade e intensidade da coagulação sanguínea aumentada. A soma desses efeitos permite à pessoa exercer atividade física com muito mais energia do que seria possível de outra maneira, por isso também é chamado de reação de luta ou fuga. Resposta de Alarme
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