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Princípios biomecânicos de preparos protéticos A. Princípios mecânicos 1. Retenção O preparo deve apresentar certas características que impeçam o deslocamento axial da restauração quando submetidas às forças de tração. A retenção depende basicamente do contato existente entre as superfícies internas da restauração e as externas do dente preparado. Isto é denominado de retenção friccional. Quanto mais paralelas as paredes axiais do dente preparado, maior será a retenção friccional da restauração. Quanto maior for a coroa clínica de um dente preparado, maior será a superfície de contato e a retenção final. Por outro lado, coroas curtas devem apresentar paredes com inclinação próxima ao paralelismo e receberem meios adicionais de retenção para possibilitar um aumento nas superfícies de contato, como confecção de sulcos nas paredes axiais. A presença de sulcos também é importante em preparos excessivamente cônicos, sem um plano de inserção definido, para reduzir a possibilidade de deslocamento da coroa, e limitar sua inserção e remoção em uma única direção, assim, reduzir a possibilidade de deslocamento. Considerações da aula sobre retenção Grau de expulsividade entre paredes opostas Expulsividade ótima entre paredes = 6°; clinicamente aceitável = 15 a 20 ° Quanto menor a expulsividade, maior a retenção Altura e largura do preparo -> área de atrito Quanto maior a altura, maior a retenção 2. Resistência ou estabilidade A forma de resistência ou estabilidade conferida ao preparo previne o deslocamento da restauração quando submetida às forças oblíquas, que podem provocar a rotação da restauração. Quando a incidência de uma força lateral na restauração, como ocorre durante o ciclo mastigatório ou quando há parafunção, a restauração tende a girar em torno de um fulcro, cujo raio forma um arco tangente nas paredes opostas do preparo , deixando o cimento sujeito às forças de cisalhamento, que podem causar sua ruptura e, consequentemente, iniciar o processo de deslocamento da prótese. A área de preparo envolvida por essa linha tangente é denominada de área de resistência ao deslocamento. Considerações da aula sobre estabilidade Área de resistência ao deslocamento oblíquo Grau de expulsividade entre paredes opostas Quanto menor a expulsividade, maior a estabilidade Quanto maior a altura do preparo, maior a estabilidade Largura do preparo: raio do arco de rotação- quanto menor o raio maior a estabilidade Redução oclusal e axial. 3. Rigidez estrutural O preparo deve ser executado de tal forma que a restauração apresente espessura suficiente de metal (para as coroas totais metálicas), metal e porcelana (para as coroas metalocerâmicas) e de porcelana (para as coroas de porcelana), para resistir às forças mastigatórias e não comprometer a estética e o tecido periodontal. Para isso, o desgaste deverá ser feito seletivamente de acordo com as necessidades estéticas e funcional da restauração. 4. Integridade marginal O objetivo básico de toda restauração cimentada é estar bem adaptada e com uma linha mínima de cimento, para que a prótese possa permanecer em função o maior tempo possível, num ambiente biológico desfavorável que é a boca. Margens inadequadas favorecem o a instalação do processo patológico do tecido gengival que, por sua vez, irá impedir a obtenção de próteses bem adaptadas. Assim, o controle da linha de cimento exposta ao meio bucal e a higiene do paciente são fatores que aumentam a expectativa e longevidade da prótese. Eixos de inserção Próteses unitárias totais e parciais: paraleo ao longo eixo do dente Próteses fixas: deve ser única e, no geral, paralela à bissetriz do longo eixo dos dentes pilares. B. Princípios biológicos 1. Preservação do órgão pulpar O potencial de irritação pulpar com esse tipo de preparo depende de vários fatores: calor gerado durante a técnica de preparo, qualidade das brocas e turbina de alta rotação, quantidade de dentina remanescente, permeabilidade dentinária, procedimentos de moldagem, reação exotérmica dos materiais empregados, principalmente das resinas, quando da confecção das coroas provisórias e grau de infiltração marginal. Assim, o profissional deve ter sempre a preocupação de preservar a vitalidade do órgão pulpar e, nesse sentido, uma técnica de preparo que possibilite desgastes seletivos das faces dos dentes, em função das necessidades estéticas e funcional da prótese planejada. 2. Preservação da saúde periodontal Um dos objetivos principais de qualquer tratamento com prótese fixa é a preservação da saúde periodontal. Vários são os fatores diretamente relacionados a esse objetivo: higiene oral, forma, contorno e localização da margem cervical do preparo. A melhor localização do término cervical é aquela em que o profissional pode controlar todos os procedimentos clínicos e o paciente tem condições efetivas para higienização. Assim é vital, para homeostasia da área, que o preparo estenda-se o mínimo dentro do sulco gengival, exclusivamente por razões estéticas e suficiente apenas para esconder a cinta metálica da coroa metalocerâmica ou metaloplástica, sem alterar significativamente a biologia do tecido gengival. Alternativas como coroas metalocerâmicas sem colar metálico ou de porcelana pura devem também ser consideradas. Considerações da aula sobre preservação da saúde periodontal Tratamento periodontal pré-protético Localização do término cervical (margens da restauração) (espaço biológico). Adaptação marginal supra-sulcular, ao nível da margem gengival e intra-sulcular. Perfil de emergência. (Anatomia emergente do limite cervical do preparo, em relação à área não preparada.) Adaptação marginal a. Intra-sulcular: (1) estética, (2) restaurações de amálgama ou resina composta cujas parede gengivais já se encontram nesse nível, (3) fraturas que terminam subgengivalmente, (4) razões mecânicas, aplicadas geralmente a dentes curtos , para obter-se maior área de dente preparado e, consequentemente, maior retenção e estabilidade, evitando a necessidade de procedimento cirúrgico periodontal de aumento de coroa clínica, (6) presença de cáries que se estendem para dentro do sulco . Assim, quando se indicar o término cervical no interior do sulco gengival, o profissional deve estar consciente que, quanto mais profunda for sua localização, mais difíceis serão os procedimentos de moldagem, adaptação, higienização, etc. , e, consequentemente, mais facilmente ocorrerá a instalação do processo inflamatório nesta área. Se a extensão for excessiva, provocará danos mais sérios em função do desrespeito às distâncias biológicas do periodonto.. b. Sub-sulcular: (1) invasão do espaço biológico (cáries, fraturas, iatrogenias). Tratamento: cirurgia de aumento de coroa clínica Princípios biomecânicos de preparos protéticos
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