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A4 21.03 O processo de tornar se pessoa

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Carl Rogers e Contardo Calligaris
Livro: Tornar-se Pessoa
O processo de tornar-se pessoa
Terceira Parte
“Dediquei-me a observar o processo pelo qual um indivíduo cresce e se modifica numa relação terapêutica.”
C. Rogers
Capítulo 5 
Algumas direções do processo terapêutico
O processo da psicoterapia, tal como o fomos aprendendo a partir da orientação centrada no cliente, é uma experiência única e dinâmica, diferente de indivíduo para indivíduo, mas patenteando uma lei e uma ordem espantosas na sua generalidade. Embora me sinta cada vez mais impressionado pelo caráter inevitável de muitos aspectos desse processo, exaspera-me de uma forma crescente o gênero de perguntas que se fazem a esse respeito: “Curará uma neurose obsessiva’?”, “Não pretende certamente que isso apague um estado psicótico de base’?”, “É adequado para resolver problemas conjugais?”, “Pode aplicar- se aos gagos ou aos homossexuais?”, “As curas são permanentes?”
Quer seja devido à sorte, a uma compreensão penetrante, ao conhecimento científico, a uma arte exímia nas relações humanas ou à combinação de todos esses elementos, aprendemos a iniciar um processo possível de ser descrito e que revela uma série de fases que se sucedem segundo uma determinada ordem, mais ou menos idêntica de um cliente para outro. Conhecemos pelo menos algumas atitudes necessárias para desencadear o processo. Sabemos que, se o terapeuta adotar interiormente em relação ao seu cliente uma atitude de profundo respeito, de aceitação total do cliente tal como ele é e de confiança nas suas potencialidades para resolver seus próprios problemas; se essas atitudes estiverem impregnadas de suficiente calor para se transformarem numa simpatia ou numa afeição profundas pela pessoa; se se atingir um nível de comunicação onde o cliente pode começar a perceber que o terapeuta compreende os sentimentos que está experienciando e que os aceita a um profundo nível de compreensão, nesse momento podemos estar certos de que iniciou o processo terapêutico.
“Alguns anos depois de ter começado minha prática de psicanalista, decidi trabalhar durante um tempo (foram dois anos) num IME (Instituto Médico Educativo) do norte da França, em Le Havre. Eu seria terapeuta de crianças que só tinham em comum o traço seguinte: todos - os pais, a assistência social, a escola - haviam desistido delas. Durante a visita preliminar para obtero emprego, sentei no páti o da instituição, contemplando a estranha agitação ao meu redor. De repente, um menino, bonito e inquietante pel o olhar esbugalhado, vei o até mim, subiu no meu colo (eu pensei: legal, ele me acha simpático, não é?) e começou a comer meu rosto. Não eram mordidas, eram chupadas largas, de boc a aberta, nos olhos, no nariz, nas bochechas; num instante, minha cara estava coberta de uma saliva espessa que tinha o cheiro e o gosto inconfundíveis de café com leite, ruim como só a instituição psiquiátrica consegue fazer. Durou uma eternidade, e eu deixei, até que ele mesmo, talvez estranhando que eu não o afastasse nauseado, parou e ficou me olhando. Passei a mão na cabeça dele, devagar, para não assustá-lo, num gesto que queri a dizer: está bem, entendi que este é seu jeito de falar, esta é (literalmente) sua “língua”, pode falar comigo. O diretor da instituição, que estava sentado ao meu lado, comentou: bom, acho que você foi aprovado. E pensei o seguinte: isso deveria ter acontecido comigo muito tempo atrás, antes de começar minha formação, quando ainda daria para desistir. Por sorte, passei nesse teste tardio.”
Trecho do livro: Cartas a um jovem terapeuta, do psicanalista Contardo Caligaris
Então, em vez de procurarmos insistir em que esse processo serve para objetivos que temos em mente (por mais louváveis que possam ser esses objetivos), coloquemos a única questão que pode fazer realmente progredir a ciência. E a questão é esta: “Qual é a natureza deste processo? Quais parecem ser suas características intrínsecas, que direção ou direções adota, e quais são, se é que existem, os pontos de chegada deste processo?”
No processo da psicoterapia: 
Que se procure com a mente aberta descrever, estudar e compreender o processo básico em que se fundamenta a terapia, ao invés de falseá- lo para que se adapte às nossas necessidades clínicas, aos nossos dogmas preconcebidos ou aos elementos evidentes em qualquer outro domínio. Examinemo-lo pacientemente para saber o que ele é em si mesmo.
Cartas a um Jovem Terapeuta
Contardo Caligaris 
Um gosto pronunciado pela palavra e um carinho espontâneo pelas pessoas, por diferentes que sejam de você;
Uma extrema curiosidade pela variedade da experiência humana com o mínimo possível de preconceito. Você pode ter crenças e convicções. Aliás, é ótimo que as tenha, mas, se essas convicções acarretam aprovação ou desaprovação morais preconcebidas das condutas humanas, sua chance de ser um bom psicoterapeuta é muito reduzida, para não dizer nula. 
Este ponto é controvertido: além de uma grande e indulgente curiosidade pela variedade da experiência humana, eu gostaria que o futuro terapeuta já tivesse, nessa variedade, uma certa quilometragem rodada.
Eu sou...
Exercício do EU...
Escreva livremente sobre as concepções que você faz de si.
A vivência do eu potencial
“Eu sou isso e aquilo, mas experimento esse sentimento que não tem qualquer relação com aquilo que sou”; 
“Gosto dos meus pais, mas sinto um surpreendente rancor em relação a eles, de tempos em tempos”, 
“Realmente não valho nada, mas às vezes tenho a impressão de ser melhor do que qualquer um’. Assim, de início, a expressão é: “Sou um eu que é diferente de uma parte da minha experiência.” 
Mais tarde , isso se transforma num esquema provisório: 
“Talvez eu seja alguns eus muito diferentes, ou talvez o meu eu encerre mais contradições do que aquelas que eu imaginava.”
Mais tarde ainda, o esquema é:
“Tinha certeza de que eu não podia ser a minha experiência — era demasiado contraditória — mas agora começo a acreditar que posso ser o todo da minha experiência:’
Reflexões em grupo
Qual a natureza do processo de psicoterapia?
Quais parecem ser as características intrínsecas da psicoterapia?
Que direção ou direções o processo de psicoterapia adota?
Quais são, se é que existem, os pontos de chegada deste processo?
O que Rogers quer dizer sobre “adaptação às nossas necessidades clínicas”?
Porque os dogmas preconcebidos atrapalham o processo de psicoterapia?

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