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Centro Universitário de João Pessoa UNIPÊ Aula 2 - 1o Estágio Cálculo Numérico Erros em procedimentos numéricos Aula 2 1 Erros em procedimentos Numéricos 1.1 Introdução Em geral, a resolução de um problema em tecnologia, passa inicialmente por uma fase de observação e entendimento do fenômeno físico envolvido na qual, usando conhecimento já es- tabelecidos buscamos através de simplificações, quando necessárias,a construção de um modelo matemático que represente, com a maior fidelidade possível, o problema que desejamos tratar. Esta etapa é conhecida como fase “ fase da modelagem ” do modelo matemático. Com problemas descrito na forma matemática, buscamos soluções através de um método exato se possível, ou quando não, um método aproximado. Mesmo quando utilizamos um método exato, isto é, um método que apresenta a solução exata para o modelo, pelo fato de este envolver um número muito grande de operações elementa- res (adição, subtração, multiplicação e divisão) e, sendo estas processadas em equipamento com capacidade limitada para armazenar dados, podemos cometer erros. Por outro lado, quando optamos por um método numérico além dos erros no processa- mento anteriormente mencionados, podemos também cometer erros provenientes do fato de utilizarmos, para a resolução do modelo matemático, um algoritmo aproximado. Esta etapa é co- nhecida como "‘fase da resolução” do modelo matemático. Os principais erros que podem ocorrer na solução de um problema, são : i) erros devido à mudança de base do processamento; ii) erros de representação, devido ao sistema utilizados pelos computadores para armazenar da- dos numéricos; iii) erros de arredondamento e truncamento; e iv) erros absolutos e relativos. Curso de Engenharia ©2014 1 Prof. Roberto Capistrano Prof José Vicente Centro Universitário de João Pessoa UNIPÊ Aula 2 - 1o Estágio Cálculo Numérico Erros em procedimentos numéricos ERROS (( ERROS )) PROBLEMA REAL // �� MODELO MATEMÁTICO �� // SOLUÇÃO PARA O MODELO MATEMÁTICO FASE DA MODELAGEM 77 FASE DA RESOLUÇÃO 66 1.2 Definições e Exemplos Definição 1.1 Erros na fase da modelagem : são os provenientes de simplificações. muitas vezes necessárias apra que o fenômeno que estivermos observando, possa ser representado por um modelo matemático, e que tenha condições de ser tratado com as ferramentas matemáticas disponíveis. Definição 1.2 Erros na fase de resolução : são os erros advindos da utilização de algum equipa- mento, com por exemplo, um computador, para processarmos os cálculos necessários à obtenção de uma solução para o modelo matemático. Estes erros ocorrem devido ao fato de os equipamentos terem capacidade limitada para armazenar os dígitos significativos de valores numéricos usados na utilização nas operações elementares. Estes erros nesta fase podem ser classificados como erros computacionais. Uma grande parte dos computadores representa os valores numéricos no sistema binário. Os dados de entrada são e são transformados em uma outra base de representação e muitas vezes esta transformação pode ser cometida de erros devido a limitação do computador que você esta usando. A sustentação matemática deste procedimento é dado por um número real, N , e sempre possível representá-lo em qualquer base b , da seguinte forma : Nb = m∑ i=n ai ·bi , onde ai ∈ {0,1,2,3, , (b−1)} , com m e m ∈Z Por exemplo : BINÁRIA;N2 = m∑ i=n ai ·2i , onde i ∈ {0,1} Curso de Engenharia ©2014 2 Prof. Roberto Capistrano Prof José Vicente Centro Universitário de João Pessoa UNIPÊ Aula 2 - 1o Estágio Cálculo Numérico Erros em procedimentos numéricos DECIMAL;N10 = m∑ i=n ai ·10i , onde i ∈ {0,2,3, · · · ,9} Definição 1.3 Erro de arredondamento : São os provenientes de arredondamentos computacionais ao executar as operações entre números e aqueles nos quais nós aproximamos os valores numéricos a ser usados Definição 1.4 Erro absoluto : é definido por Eabs = ∣∣∣aex −aapr ox∣∣∣≤ ε, onde aex é o valor exato da grandeza a ser considerada e aapr ox é o valor aproximado da mesma grandeza. Em geral o valor exato não é disponível e aí trabalhamos com uma margem ² > 0, esti- mado. Assim , ∣∣∣aex −aapr ox∣∣∣≤ ε, onde −ε≤ aex −aapr ox ≤ ε Definição 1.5 Erro relativo : é definido por Er el = ∣∣∣aex −aapr ox∣∣∣∣∣∣aex∣∣∣ Este erro fornece informações sobre a qualidade do erro que estamos comentendo em determinado cálculo, uma vez que no erro absoluto não é levado em consideração a ordem de grandeza do valor calculado, enquanto no erro relativo esta ordem é contemplada. Por exemplo: a) Considere os valores: aex = 2345,713 e aapr ox = 2345 Logo, Eabs = 0,713 e Er el = 0,00030396 b) Considere aex = 1,713 e aapr ox = 1 Logo, Eabs = 0,713 e Er el = 0,416229 Nota: Nos dois exemplos o erro absoluto é o mesmo, mas no exemplo b este erro é mais significa- tivo. Em a o erro relativo é da ordem de 0,03% e no b é de 41,6% Curso de Engenharia ©2014 3 Prof. Roberto Capistrano Prof José Vicente Centro Universitário de João Pessoa UNIPÊ Aula 2 - 1o Estágio Cálculo Numérico Erros em procedimentos numéricos Atenção: De forma geral, nos procedimentos numéricos, geramos uma sequência de soluções apro- ximadas que convergem ou não para a solução procurada do problema. Os erros absolutos e relati- vos são usados como critério de parada destas sequências de aproximações, com preferência ao “erro relativo” No processo, xn+1 = f (xn), escolhemos uma tolerância ε> 0 e fazemos o teste∣∣∣xn+1−xn∣∣∣∣∣∣xn+1∣∣∣ ≤ ε, se OK, xn+1 é a solução que queremos. Caso contrário, continuamos com a iteração. Definição 1.6 Erro de Truncamento : cometemos este tipo de erro quando representamos funções através de uma série infinita, e por limitações computacionais( do computador em uso). Considere- mos um número finito de termos. Por exemplo ex = ∞∑ n=0 xn n! = 1+x+ x 2 2! + x 3 3! + x 4 4! +·· · Se a limitação é para 5 termos, colocamos ex ∼= 5∑ n=0 xn n! = 1+x+ x 2 2 + x 3 6 + x 4 24 e o erro absoluto é : ex = ∞∑ n=0 xn n! . 1.3 Propagação dos Erros Em procedimentos numéricos normalmente tem presente um número muito grande de operações elementares. Na maioria das vezes, o erro cometido em uma operação isolada pode não ser muito significativo para o resultado obtido. mas é necessário analisar como os “erros se propagam” quando um número grande de operações fazem parte do processamento. Nesta situação, precisamos saber como os erros se propagam, isto é, caso estejam se acu- mulando a uma taxa crescente, dizemos que o erro é “ilimitado”, e a sequência de operações é Curso de Engenharia ©2014 4 Prof. Roberto Capistrano Prof José Vicente Centro Universitário de João Pessoa UNIPÊ Aula 2 - 1o Estágio Cálculo Numérico Erros em procedimentos numéricos “instável”. Se os erros se acumulam a uma taxa decrescente, dizemos que o erro é “limitado” e a sequência de operações é “estável”. Exemplo 1 O dono de um posto deveria vender a gasolina a R$ 2,73687, mas arredonda para R$ 2,74 o litro. A sua empresa vende 1.000.000 litros por ano. Temos então : No 1o litro: Eabs = ∣∣∣2,73687−2,74∣∣∣ = 0,00313 No 2ol i tr o : Eabs = 2×0,00313 = 0,00626 No 3ol i tr o : Eabs = 3×0,00313 = 0,00939 ... ... ... ... No 1.000.000ol i tr o Eabs = 10 6×0,00313 = 3.130,00 Assim, ele fatura a mais por ano R$ 3.130,00. Curso de Engenharia ©2014 5 Prof. Roberto Capistrano Prof José Vicente
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