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Resumo Sistema Imunitário e Células

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SISTEMA IMUNITÁRIO 
- Primeira linha de defesa 
A primeira linha de defesa é responsável por bloquear mais de 85% dos patógenos, sua ação é primordial para que 
os patógenos não atinjam a corrente sanguínea. Nesta linha estão inclusos: 
Fatores mecânicos: O epitélio serve como uma barreira física que dificulta a penetração da maioria dos micro-
organismos infecciosos. O processo de descamação do epitélio da pele é importante para ajudar a remover bactérias 
e outros agentes infecciosos que ficam aderidos ao epitélio. A movimentação conferida aos cílios e ao intestino 
(peristaltismo) ajuda a manter os micro-organismos longe das vias aéreas e do trato gastrointestinal. A produção das 
lágrimas e da saliva cooperam para prevenir as infecções nos olhos e na boca. Assim como o muco presente no trato 
respiratório e gastrointestinal também ajuda a prevenir infecções nos pulmões e no sistema digestivo. 
Fatores químicos: Os ácidos graxos são exemplos de primeira linha de defesa através de fatores químicos, eles 
estão presentes no suor. Do mesmo modo, a lisozima e fosfolipase encontrados na lágrima, saliva e secreção nasal 
tem a propriedade de destruir as bactérias através da dissolução das paredes bacterianas e da desestabilização de 
suas membranas. O pH também é uma importante ferramenta para o combate a invasão de patógenos, o pH baixo, 
comum no suor e na secreção gástrica ajuda a prevenir o crescimento bacteriano. 
- Segunda linha de defesa - O Sistema Imune Inato 
Caso a primeira linha de defesa não tenha sido suficiente para conter a entrada do patógeno, a segunda linha de 
defesa entra em ação. Esta linha de defesa consiste em combater os micro-organismos que entram nas células, 
incidindo em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que já existiam antes do estabelecimento de uma 
infecção. Trata-se de um mecanismo inato, que não mudarão durante toda a vida. Deste modo, esta linha de defesa 
possui baixa especificidade, sendo capaz de reconhecer micro-organismos que expressam determinado padrão 
molecular, mas não diferenciando os entre si. 
- Terceira Linha de Defesa - O Sistema Imune Adaptativo 
O sistema imune adaptativo ou adquirido, como próprio nome já diz é decorrente do contato com uma substância 
estranha. Ela é estimulada e desenvolvida somente após a exposição a patógenos. O primeiro contato com uma 
substância estranha ocasiona uma série de eventos que induzem uma resposta específica para aquela determinada 
substância. É uma imunidade mais especializada. 
Componentes Celulares: Linfócitos B e T 
Componentes Solúveis: Anticorpos 
Características resumidas: 
-Especificidade elevada: Os linfócitos expressam receptores que são apropriados para detectar diferenças discretas 
entre antígenos distintos. 
-Diversidade muito grande. 
-Tempo de resposta: dias -Presença de memória 
 
Resumindo 
Imunidade Inata = É aquela que já existe prontinha para realizar a defesa antes mesmo de o sistema ter sido 
exposto ao agente agressor. 
Age de modo inespecífico independente do organismo agressor. 
Fazem parte: 
neutrófilo, macrófago, eosinófilo, basófilo. 
Imunidade adquirida = Contato prévio sensibiliza os linfócitos, que produzem uma resposta para contatos futuros. 
A imunidade adquirida possui especificidade e memória. 
Linfócitos formam esse tipo de imunidade. 
IMUNIDADE INATA 
CÉLULAS MONONUCLEARES: Monócitos, células dentríticas, Células NK, Mastócitos. 
CÉLULAS POLIMORFONUCLEARES: Neutrófilos, eosinófilos e basófilos. 
IMUNIDADE ADQUIRIDA 
CÉLULAS MONONUCLEARES: Lonfócitos T e B 
NEUTRÓFILO 
Do ponto de vista do núcleo (morfológico), o neutrófilo possui um núcleo polimorfonucleado, com várias lobulações. O 
citoplasma possui uma granulação discreta, ligeiramente róseo. 
O neutrófilo nasce na medula óssea e é jogado no sangue circulante. Desse modo, ele fica procurando por 
organismos agressores e, quando os encontra, realiza fagocitose. Se não encontrar nenhum agente agressor, vive no 
máximo por 6 a 8 horas. Morre por apoptose após esse período. 
Utiliza a fagocitose como mecanismo de defesa. 
A atração dos neutrófilos para o local invadido se dá pela expressão de receptores (nos tecidos) e moléculas (pelo 
próprio agente agressor e pelas células de defesa). São substâncias quimiotáticas (que realizam a quimiotaxia 
dirigida - em direção ao micro-organismo). As próprias substâncias da bactéria já são quimiotáticas. Os macrófagos 
teciduais, ativados pelas bactérias, também produzem substâncias quimiotáticas. Além disso, o sistema 
complemento também atua como atrativo. 
Normalmente, há um fluxo mais intenso de sangue no centro do vaso. Na periferia, os neutrófilos fazem um 
rolamento sobre a parede do vaso. Isso acontece até mesmo de maneira fisiológica. Quando há uma agressão, o 
endotélio expressa moléculas de adesão (ligantes das integrinas, presentes na superfície dos neutrófilos), que fazem 
com que os neutrófilos fiquem aderidos à parede do vaso. Ali, ele se espraia e passa a procurar uma fenda entre 
duas células endoteliais, realizando a migração para o tecido subcutâneo (diapedese). 
- Margeamento 
- Rolamento 
- Adesão 
- Diapedese 
Como o neutrófilo saberia o que fagocitar, uma vez presente no local danificado? Isso se dá também através de 
receptores. Há receptores padrões (receptor Toll Like, por exemplo) nos neutrófilos que reconhecem moléculas 
comuns a patógenos. 
Adendo: Porque, após cerca de 120 dias na circulação sanguínea, as hemácias são degradadas? "A hemácia é 
fagocitada porque passa a expressar na sua superfície uma série de proteínas que, antes, estavam retidas em seu 
interior. Assim, os macrófagos as reconhecem como coisas estranhas e realizam fagocitose". 
Como que o neutrófilo consegue englobar o microorganismo?! Ele precisa abraçar a bactéria e fundir a sua 
membrana à dela. Depois, forma-se uma bolsa (que contém o micro-organismo) no interior do citoplasma do 
neutrófilo. Essa bolsa é o fagossoma. 
No citoplasma da célula, vesículas contendo substâncias se fundem aos fagossomas, a fim de matarem os micro-
organismos e realizarem a sua digestão. 
Após fagocitar a bactéria, o neutrófilo morre. No local, ficam restos da bactéria e do neutrófilo, que, clinicamente, se 
apresenta como pus. 
Então, quando se vê pus, é sinal de que ali ocorreram ataques de neutrófilos a micro-organismos, com morte de 
ambos e permanência de seus restos. Fica uma lesão no local, com sintomatologia inflamatória (dor, rubor, calor, 
edema e relativa perda de função do local). 
O neutrófilo pode morrer por apoptose ou por necrose. A apoptose acontece quando ele já está velho (com 6 a 8 
horas de vida) e é programado para morrer. Na apoptose, a membrana da célula é preservada, sendo que o 
conteúdo do neutrófilo é repartido em pequenas vesículas, que são fagocitadas e eliminadas por outras células. Essa 
é a morte fisiológica. Não há lesão tecidual. 
Quando a morte do neutrófilo é por necrose, todo o seu conteúdo é jogado no tecido, o que estimula a resposta 
inflamatória, com lesão tecidual. É o que acontece quando ele encontra e fagocita uma bactéria, por exemplo. 
Algumas vezes, o neutrófilo pode ser atraído para locais em que há inflamação causada pela deposição de 
imunocomplexos. Lá, ele pode morrer e formar pus, mesmo sem haver fagocitado micro-organismos. Ex: artrite 
reumatóide (doença reumática, em que há produção de anticorpos contra estruturas presentes em articulações, 
formação de imunocomplexos - antígeno/anticorpo, inflamação e ataque por células de defesa, como os neutrófilos). 
EOSINÓFILO 
Possui um núcleo com 2 lóbulos e citoplasma muito eosinofílico. A característica marcante do eosinófilo é a presença 
de granulações grandes no citoplasma. 
Possui papelimportante na regulação da resposta inflamatória e na defesa contra helmintos. Apesar de não 
conseguir matar o verme adulto no intestino, os eosinófilos tentam matar a larva do helminto ao fazer o ciclo 
pulmonar. 
Têm pequena atividade fagocitária, endocitam imunocomplexos, bactérias, fungos. 
Entre a larva e o eosinófilo, estão presentes anticorpos (cuja porção variável reconheceu os antígenos da larva e a 
porção constante está ligada à membrana do eosinófilo). E, assim, através desses estímulos, são liberadas 
substâncias do eosinófilo para matar a larva. 
O eosinófilo tem papel muito importante na coordenação da resposta inflamatória. Por exemplo: faz vasodilatação no 
local de inflamação, coagulação na via de saída do sangue, etc. 
MASTÓCITO 
Possui papel de inflamação, de controle, de regulação da resposta do sistema imunitário. 
Os mastócitos têm grânulos pré-formados em seu citoplasma. E, além disso, possuem receptores para o IgE. 
Quando há um contato secundário com o agente agressor, os IgE ligados à superfície do mastócito se ligam ao 
antígeno e promovem a degranulação imediata do mastócito. Essas IgE atuam como receptores de alta afinidade. 
O mastócito acaba liberando uma grande quantidade de seu conteúdo, podendo levar, em poucos minutos, a reações 
alérgicas intensas, como no choque anafilático. 
Um dos constituintes de seus grânulos é a histamina (vasodilatadora). 
MONÓCITO (sangue) / MACRÓFAGO (tecido) 
Núcleo único, com cromatina frouxa e citoplasma maior e azulado. 
Possui papel de fagocitose. Captura micro-organismos e, assim, forma fagossomas no seu interior. 
Tem as mesmas funções que o neutrófilo. Contudo, o seu diferencial é a apresentação de antígeno. Ou seja, após 
digestão da bactéria, ele é capaz de apresentar os antígenos aos linfócitos. 
Assim, o monócito atua como um indutor da imunidade adquirida. 
São células apresentadoras de antígenos: célula dendrítica e macrófagos. Essas outras células também terão um 
papel de induzir a imunidade adquirida. 
Para o monócito, o sangue é somente um local de passagem. Ou seja, uma vez levado pelo sangue para os mais 
diversos locais do corpo, o monócito pode entrar em outros tecidos e tornar a circular, se quiser. Ele possui 
mobilidade. (Já os polimorfonucleados não são assim: quando penetram em um tecido, não retornam para o sangue; 
morrem no local). 
CÉLULAS NK 
As células natural killer, também conhecidas como células exterminadoras naturais ou células NK são definidas como 
células citotóxicas não específicas que são importantes na resposta precoce às células tumorais e infecções virais. 
As células NK são oriundas da medula óssea, linfócitos granulares grandes que correspondem a 5-15% das células 
mononucleares do sangue periférico. Possui tamanho ligeiramente maior que o do linfócito pequeno, e a presença do 
citoplasma granular abundante, permitem diferenciá-las do linfócito T. Comumente elas são referidas como linfócitos 
granulares grandes. Seu citoplasma, bem como o dos linfócitos T, é caracterizado por grânulos citotóxicos que 
contêm dois potentes mecanismos que medeiam a lise da célula-alvo. 
Por as células NK serem ativadas precocemente em uma resposta imune e não requererem sensibilização prévia 
para o desenvolvimento de células de memória após a sua ativação, elas são as células citotóxicas da imunidade 
inata, em contrapartida ao linfócito T citotóxico da resposta imune adaptativa. 
Apesar de as células NK não expressarem nenhuma molécula específica para antígenos, elas são altamente 
eficientes em reconhecer e exterminar as células que apresentam alterações ou que estão infectadas por vírus. 
As atividades das células NK são reguladas por meio da ativação e inibição das moléculas receptoras expressas em 
sua superfície celular. Os ligantes para esses receptores são as moléculas encontradas na superfície celular cuja 
expressão sofreu alteração resultante da infecção ou da lesão. 
Os ligantes para ativar os receptores que estimulam a atividade das células NK habitualmente incluem as proteínas 
virais e as induzidas por estresse. 
As células NK também facilitam a resposta precoce às infecções virais, não apenas respondendo às citocinas 
produzidas precocemente durante uma infecção viral, mas também pela produção de citocinas que auxiliam 
diretamente a reposta imune. 
As células citotóxicas naturais possuem a função de discriminar o próprio, através da falta do CPH na superfície das 
células ou o aumento de substâncias ativadoras de seus receptores. 
No sangue: 
- aquelas que produzem muitas perforinas, capazes de muita citotoxicidade e baixa produção de citocinas. Essas 
células matam por necrose; 
- aquelas que produzem pouca perforina e, assim, são pouco citotóxicas, mas muito capazes de 
produzir citocinas. Essas células matam por apoptose; 
 
 
LINFÓCITO 
Célula mononuclear, com cromatina bem densa e citoplasma praticamente inexistente. 
Linfócito B 
As imunoglobulinas são os receptores de sua superfície. Ou melhor, as imunoglobulinas estão ligadas a receptores 
na superfície do linfócito. E, assim, elas que atuam no reconhecimento de patógenos por essa célula. 
O anticorpo possui, em sua estrutura, uma parte constante e outra variável. A porção constante se liga ao linfócito e a 
variável, ao antígeno. 
Cada linfócito produzido é diferente porque é específico para um tipo de antígeno. 
Uma vez em contato com o antígeno, o linfócito se multiplica e forma clones. Esses clones são cópias resultantes de 
multiplicação. 
A memória imunológica se dá devido à parada de um linfócito em S1, uma vez que ela tenha sido exposta ao 
antígeno. 
O plasmócito é um linfócito B que entrou em contato com um antígeno e se tornou especializado na produção de 
anticorpos. 
Linfócito T 
O linfócito T possui o Receptor do Antígeno do Linfócito T. Da mesma forma que as imunoglobulinas, esse receptor 
conta com uma parte variável (que confere especificidade) e outra constante. A molécula de CD tem função de fixar o 
linfócito à célula apresentadora de antígeno. Ela estabiliza essa ligação, forma uma ponte. Além disso, possui função 
de levar pra dentro do linfócito T as informações de ligação do antígeno à sua superfície, mandando a célula entrar 
em processo de multiplicação e de diferenciação, de modo que os seus receptores fiquem cada vez mais específicos. 
Os clones de linfócitos T CD4 ativados passam a produzir citocinas (como interferon gama, fator de necrose tumoral 
e interleucina 2). Essas citocinas atuam sobre o macrófago que apresentou o antígeno ao linfócito T CD4, tornando-o 
um super macrófago: ele produzirá mais enzimas, será maior e acabará com o agente agressor mais facilmente. 
Então: Macrófago fagocita o agente agressor --> apresenta para o linfócito T -- > o linfócito se multiplica, se diferencia 
e passa a produzir citocinas --> elas atuam sobre o macrófago inicial --> macrófago se torna mais ativo, mais "forte" 
Costuma-se dizer que o agente celular EFETOR da resposta celular é o macrófago (já que ele combate o agente 
invasor diretamente). O controlador (regulador) dessa resposta seria o linfócito T CD4. 
A vantagem de sua ação é que o linfócito T CD8 mata especificamente uma determinada célula. Não é algo que é 
jogado no sangue e pode agir sobre todas as células (como os anticorpos). 
- O linfócito T CD4 A1 tem papel de ativação de destruição de patógenos intracelulares. 
- O linfócito T CD4 A2 auxilia o linfócito B a produzir anticorpos. 
- O linfócito T CD4 A17 tem o papel de combate de bactérias extracelulares. - O linfócito T CD4 reg tem o papel de 
diminuir a resposta imune. Caso contrário, não haveria freio. 
Formação dos Linfócitos T 
Os linfócitos T começam o seu desenvolvimento na medula. Contudo,a maior parte da sua formação se dá no timo. 
Células tronco pluripotentes hematogênicas, que se localizam na medula, dão origem a todas as células sanguíneas 
(incluindo os linfócitos T). 
Esse processo de formação de linfócitos é lento e com vários pontos de checagem. A primeira etapa inclui a 
transformação da célula tronco hematopoiética em uma célula comprometida com a formação de linfócitos. Esse 
processo ocorre na medula óssea. 
Essa célula, então, cai na circulação sanguínea e vai para o timo. Lá, essa célula, que inicialmente estava 
comprometida com a formação de qualquer tipo de linfócito, encontra um ambiente adequado para a formação de 
linfócitos T. Assim, ela se converte em uma célula pro-T. 
DÚVIDAS 
- O linfócito NK é considerado do sistema imune inato ou adquirido?! 
Isso porque os linfócitos (como um todo) são, geralmente, enquadrados como células do sistema imune adquirido. O 
linfócito NK fica na interface entre os dois grupos. Isso porque ele é um linfócito mas não possui o receptores 
característicos dos outros. 
- E o sistema complemento? 
O complemento pertence ao sistema imune inato. 
- O sistema imune adquirido seria constituído por linfócitos, plasmócitos e anticorpos? 
Sim. O sistema adquirido é caracterizado pelos linfócitos B, T e todos os seus "subprodutos" (seja celular ou humoral, 
como plasmócitos, citocinas e anticorpos, por exemplo). 
- Posso considerar basófilos e mastócitos como a mesma célula? Qual a diferença? Têm mesma origem? 
De maneira geral, pode-se considerar que os mastócitos são resultantes de migração de basófilos circulantes para os 
tecidos. Mas há estudos que indicam que os mastócitos podem ter outras origens (inclusive serem derivados de 
linfócitos B). 
- Os clones de um linfócito inicial expressam em sua superfície exatamente o mesmo anticorpo? 
Sim! São clones com receptores exatamente iguais aos da célula inicial. Contudo, entre os linfócitos B, há uma 
pequena variação para aumento da especificidade pelo antígeno. Mas costuma-se dizer que os clones são idênticos. 
- Isso também acontece com linfócitos T? 
Nesse caso, não há variação alguma. Os receptores dos clones são exatamente os mesmos. 
- Os anticorpos presentes na superfície do linfócito B (que ainda não tenha sido exposto ao seu ligante; ou seja, 
linfócito virgem) foram produzidos por ele mesmo ou por outro linfócito B? 
É ele mesmo quem produz. 
- É o linfócito B ou o T responsável pela memória imunológica? 
Ambos. 
 
ÓRGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS 
Além de órgãos, o sistema imune conta com o transporte das células e proteínas pelos vasos linfáticos e sanguíneos. 
 Órgão linfóide primário: local de formação e maturação dos linfócitos. Eles determinam os receptores do 
linfócito B e T. São o timo e a medula óssea. 
 Órgão linfóide secundário: linfócitos maduros e virgens vão para os órgãos linfóides secundários. São os 
gânglios linfáticos (linfonodos), baço, tecido linfóide associado à mucosa (respiratória, digestiva e 
genitourinária, que têm contato com o meio exterior) e pele. 
ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS 
Todas as células nascem da célula primordial, localizada na medula óssea. Essas células primordiais sofrem 
amadurecimento para formar os tipos de linfócitos. 
O que determina se vai ser linfócito T, linfócito B, um polimorfonucleado, etc., são os estímulos que ela vai receber, o 
que dirige a expressão gênica. São fatores de crescimento, citocinas, contatos célula-célula. 
Existe uma produção contínua para manutenção das células do sangue. 
Quando há infecção, a própria bactéria (com as citocinas que induz) leva ao aumento da produção de determinadas 
células do sistema imune. 
No caso dos linfócitos B, já ocorre amadurecimento na medula. Então, eles caem na circulação e vão para um órgão 
linfoide secundário. 
No caso dos linfócitos T, as células comprometidas com a formação de um linfócito T saem imaturas da medula. Não 
são linfócitos T ainda, mas precursores. São células primordiais comprometidas a serem linfócitos T. Acabam indo 
para o timo (por acaso ou por estímulo quimiotático). Quando saem do timo, caem no sangue circulante e vão ocupar 
um órgão linfoide periférico. 
O linfócito maduro (linfócito B que sai da medula ou linfócito T que sai do timo) está pronto, mas não tem indução 
imune ou algo do tipo. 
Medula óssea 
As células primordiais se localizam na periferia da medula, próximos à tábua óssea. Contudo, os vasos sanguíneos 
que levam o sangue circulante para fora da medula ficam no seu centro. Com isso, as células que derivam das 
células progenitoras têm de sair da periferia e ir para o centro da medula para conseguir alcançar a circulação. Nesse 
caminho, elas vão se diferenciando segundo os estímulos que recebem. (Lembre-se: citocinas, contatos célula-
célula, fatores de crescimento) 
O linfócito B maduro contém imunoglobulinas (Ig) como receptores em sua superfície. 
Timo 
O timo se localiza no mediastino, possuindo dois lobos. Dentro de cada lobo tem vários lóbulos, que contam com o 
córtex e a medula. 
As células que vem da circulação sanguínea entram nos lóbulos através de seios venosos que circundam o córtex. 
As células caminham da periferia do lóbulo para o seu centro, a fim de cair em vasos de saída. 
Resumindo: 
1) Timócito chega pela circulação sanguínea aos seios venosos na periferia dos lóbulos do timo; 
2) Esse timócito tem de atravessar todo o lóbulo (córtex e medula) para conseguir alcançar o vaso de saída que está 
no centro da medula do lóbulo; 
3) As primeiras células que eles encontram são as células nurse (no córtex do lóbulo), que possuem a função de 
abrigá-los e facilitar a sua multiplicação. Nesse processo, os timócitos entram em contato entre si e são alvos de 
citocinas. Com isso, eles vão se tornando adultos; 
4) esses timócitos continuam caminhando em direção ao centro do lóbulo, passando pelas demais células (como os 
macrófagos e células dendríticas, que vão apresentando antígenos através de CPH de classe I e II). 
5) A partir da apresentação de antígenos, ocorre o processo de seleção negativa: se o receptor do linfócito tiver uma 
alta afinidade pelo antígeno apresentado (que geralmente é próprio), ele morre. Para sobreviver, o receptor tem de 
reconhecer o CPH, mas fazer uma ligação frouxa, de afinidade baixa. 
6) Além disso, também ocorre o processo de seleção positiva: se o linfócito for apresentado ao CPH de classe II, ele 
perderá o CD8 e ficará somente com o CD4; logo, se tornará um linfócito T CD4. Se ele for apresentado ao CPH de 
classe I, ele perderá o CD4 e ficará somente com o CD8; logo, se tornará um linfócito T CD8. 
7) Então, o linfócito que conseguiu sobreviver cai na circulação sanguínea e vai ocupar um órgão linfóide secundário. 
ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS 
Linfonodo 
O primeiro mecanismo de captura do antígeno é através do sistema linfático. 
Esse sistema se organiza em dedo de luva em quase todos os órgãos (ele não está presente nos tecidos nervosos, 
por exemplo). 
As células dendríticas do subcutâneo capturam (fagocitam) os antígenos que entraram pela pele. Em seguida, elas 
clivam os seus próprios desmossomos (que as conectavam às células vizinhas) e conseguem migrar através dos 
vasos linfáticos. Assim, elas caminham para um órgão linfático, como os linfonodos. 
Existem linfonodos espalhados pelos diversos segmentos de nosso corpo. Às vezes, formam verdadeiras cadeias 
linfonodais. 
Ao chegar no linfonodo, a célula dendrítica é carregada para seios subcapsulares que ficam na periferia do órgão. 
Contudo, as células dendríticas têm de atravessar diversas regiões do linfonodo. Assim, elas encontram linfócitos B e 
T. A região periférica do folículo possui linfócitos B inativos ainda.Há uma particularidade nos linfonodos: existem vênulas de endotélio alto. São formadas por endotélio de células 
cuboides. Essas células têm receptores para linfócitos, de modo que esse endotélio consegue a capturá-los e jogá-
los para dentro do estroma do órgão. Isso está de acordo com a necessidade que há de ampliar as chances de 
encontro do antígeno com o linfócito que possua o receptor específico. 
Baço 
Baço não possui vaso linfático aferente. Somente há vasos linfáticos que saem desse órgão. Portanto, é a circulação 
sanguínea a responsável por levar os antígenos para o seu interior. 
Na maioria dos casos, o aumento do tamanho do baço é um processo infeccioso. Isso porque o baço é repleto de 
células de defesa (como os linfócitos). Uma vez que o antígeno tenha sido levado por via hematogênica para o baço, 
ele pode se encontrar com o linfócito que possui receptor específico e, assim, promover a sua multiplicação intensa. 
Quando entra um microorganismo no baço, através da circulação, há fagocitose por macrófago e apresentação para 
linfócito T. Então, esse linfócito T ativa linfócitos B. Esses linfócitos (tanto B quanto T) que se multiplicam 
intensamente. 
Outros órgãos linfóides secundários 
O epitélio que recobre mucosas é dito "linfo-epitélio" devido à presença de muitos linfócitos. São linfócitos T CD8 com 
característica de impedir a resposta imunitária. 
As Placas de Peyer, presentes na região ileal do intestino delgado, são áreas de folículo linfóide. 
No epitélio que recobre as regiões do tubo digestório em que estão presentes as Placas de Peyer, 
Há células M, que possuem receptores para microorganismos patogênicos, fagocitando-os e levando-os para dentro 
da Placa de Peyer (que está logo abaixo). 
A Placa de Peyer é uma área de linfócitos B. Ao redor, há linfócitos T e macrófagos.

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