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Fundações – ENG01142 - 1 - TEORIA CLÁSSICA DA CAPACIDADE DE SUPORTE DE TERZAGHI (1943) Através da adaptação das principais idéias das Teorias de Plasticidade Clássica (Critérios de Ruptura) desenvolvidas para solos por Coulomb (1773) e Rankine (1853) e para metais por Prandtl (1920), Terzaghi (1943) desenvolveu uma teoria que considera o solo com um material rígido-perfeitamente plástico. As hipóteses adotadas nestas soluções referem-se ao caso de uma fundação flexível contínua, de base horizontal, submetida a carga vertical centrada, apoiada em um meio semi-infinito homogêneo e sem qualquer inclinação do terreno superficial. Para que se possa compreender a teoria que embasa as equações da capacidade de suporte aplicamos as leis de equilíbrio limite propostas por Rankine: Q D B Qult B/2 I II 45+φ/245-φ/2 Qult B/2 Qult B/2 q= γ.D II 45+φ/2 I 45-φ/2 Qult B/2 Qult B/2 I II 45+φ/245-φ/2 Qult B/2 Qult B/2 Qult B/2 Qult B/2 q= γ.D II 45+φ/2 I 45-φ/2 Qult B/2 I 45-φ/2 Qult B/2 Qult B/2 UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 2 - P I II Qult/B q H N N T T P I II Qult/B q H N N T T ppII aultaI KHqKHP KHqKHP 2 1 2 1 2 2 += += γ γ Defini-se Ka e Kp como: σ’h=σ’3 σ’v=σ’1 σ’h=σ’3 σ’v=σ’1 σ’h=σ’3 σ’v=σ’1 σ’h=σ’3 σ’v=σ’1 σ τ φ σ’3 σ’1 (σ’1-σ’3)/2 (σ’1+σ’3)/2 UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 3 - ) 2 45(tan1 ) 2 45(tan )(1 )(1 2 2)( 2 2 φ φ φ φ σσ σσ φ σ σ +== −=+ −= + − = = a p a hv hv v h a K K sen senK sen K Fazendo: ⎟⎟ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎜⎜ ⎝ ⎛ +− =−= +=== += ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ −+= +=+ 2 ) 2 45tan()1( 1 ) 2 45(tan ) 2 45tan( 2 1 2 1 2 1 2 1 22 22 φ φ φ γ γγ γ q a p p a p q a p a p ult ppaault N K K N K K K N BH K K H K K qq KHKqHKHKHq Tem-se (sem considerar coesão – solos não coesivos): Parcela da Sobrecarga Parcela da Fundação γγ NBNqq qult 2 1 += UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 4 - Porém a superfície de ruptura de uma fundação não é aquela definida por cunhas triangulares do método de Rankine e sim a sugerida por Terzaghi na figura abaixo. (a) (b) (c) UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 5 - (d) Figura 1 – fundação contínua idealizada (condição de deformação plana) Terzaghi (1943) propôs também como simplificação a desconside o cisalhamento do solo superficial (localizado acima da cota de assenta ), substituindo-o por uma sobrecarga uniformemente distribuída ( q ×= γ Uma massa semi-infinita submetida a carregamento genérico foi s, conforme ilustrado na Figura 1c, onde três regiões distintas da massa a três estados cinemáticos diferentes (estado ativo, de cisalhamento radi Finalmente, através de resultados analíticos, Terzaghi (1943) verifico para um solo pode ser aproximada por γγσ NBNqNc qcr ⋅⋅⋅+⋅+⋅= 2 1 →⋅ cNc parcela coesão →⋅ qNq parcela sobrecarga →⋅⋅⋅ γγ NB2 1 parcela atrito onde: =c coesão do solo =φ ângulo de atrito interno do solo =q sobrecarga ( Dq ⋅= γ ) =γ peso específico do solo =B menor dimensão em planta da fundação UFRGS – Escola de Engenharia ração da resistência a mento da fundação (D) D ). dividida em três zona de solo são submetidas al e passivo). u que a carga de ruptura ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ = ⋅⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ − 2 º45cos2 2 2 24 3 φ φφπ tg q e N ( ) φγ tgNN q ⋅+⋅= 12 ( )1cotg −⋅= qc NN φ Fundações – ENG01142 - 6 - =γNNN qc ,, fatores de capacidade de suporte É importante ressaltar que a teoria apresentada acima foi desenvolvida para solos que sejam muito compactos ou rijos. Portanto a Equação é aplicável apenas a estes solos, nos quais a forma de ruptura típica é a generalizada. Embasado em sua experiência prática, bem como em ensaios de placa em campo, para solos passíveis de apresentarem ruptura localizada ou por puncionamento, Terzaghi (1943) propôs o uso da mesma equação, porém adotando-se valores reduzidos ( e ) respectivamente para o ângulo de atrito ( *φ *c φ ) e a coesão ( ) real desses solos, com base nas expressões: c cc ⋅= 3 2* ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ⋅= φφ tgarctg 3 2* • sapatas circulares γγσ NBNqNc qcr ⋅⋅⋅⋅+⋅+⋅⋅= 2 16,03,1 • sapatas quadradas γγσ NBNqNc qcr ⋅⋅⋅⋅+⋅+⋅⋅= 2 18,03,1 Exemplo Calcular a tensão de ruptura de uma sapata contínua de largura mB 8,0= , assente a de profundidade, utilizando a Teoria de Capacidade de Suporte de Terzaghi (considerando a ruptura generalizada), sabendo que o solo abaixo da fundação é uma areia cujos parâmetros do solo são: m0,1 0=c º34=φ 318 m kN=γ Nível d’água a grande profundidade UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 7 - γγσ NBNqNc qcr ⋅⋅⋅+⋅+⋅= 2 1 ( ) γγγσ NBND qr ⋅⋅⋅+⋅⋅+= 2 10 para º34=φ 6,50 5,36 = =→ γN N q Parâmetros Normais ( ) 6,5080,018 2 15,361180 ⋅⋅⋅+⋅⋅+=rσ 23,1021 m kN r =σ Se fosse verificado que o solo ao invés de ter ruptura generalizada (típica de solo compacto), fosse caracterizado por ruptura localizada ou por puncionamento (característica de solo medianamente compacto ou fofo), qual seria a nova tensão de ruptura? Neste caso há a necessidade da redução dos parâmetros resistentes. º2,24º34 3 2 3 2* =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ⋅=⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ⋅= tgarctgtgarctg φφ γγσ NBNqNc qcr ⋅⋅⋅+⋅+⋅= 2 1 Parâmetros Reduzidos ( ) γγγσ NBND qr ⋅⋅⋅+⋅⋅+= 2 10 para º2,24* =φ 37,11 65,11 * * = =→ γN Nq ( ) 37,1180,018 2 165,111180 ⋅⋅⋅+⋅⋅+=rσ 26,291 m kN r =σ Observações: • Observa-se no exemplo anterior a crucial importância da definição do tipo de ruptura, uma vez que se o solo for compacto (ruptura generalizada) a tensão de ruptura será maior que a calculada considerando ruptura localizada ou por puncionamento (no exemplo verificou-se uma diferença em torno de três vezes). Portanto, há a necessidade da definição da compacidade/rigidez e da compressibilidade do material, a qual é essencial na definição do tipo de ru ente na determinação da tensão de ruptura do mesmo. UFRGS – Escola de Engenharia ptura e conseqüentem Fundações – ENG01142 - 8 - • No caso do nível d’água se encontrar na superfície usamos subγ (peso específico submerso) ao invés de natγ (peso específico natural). • No caso do nível d’água se encontrar no nível de assentamento da fundação usamos subγ (peso específico submerso) ao invés de natγ (peso específico natural) para o γ utilizado na parcela da influência do atrito e natγ (peso específico natural) no γ da parcela da sobrecarga. Efeito da profundidade de assentamento na tensão de ruptura: a variação da profundidade de assentamento de uma fundação superficial causará uma alteração no valor da ruptura essencialmente devido à parcela da sobrecarga (figura 2). Figura 2 – efeito da profundidade de assentamento da fundação Figura 3 – efeito da variação da dimensão da base dafundação UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 9 - Figura 4 – efeito da variação da coesão na tensão de ruptura Figura 5 – efeito da variação de φ na tensão de ruptura Efeito da estratificação do solo: um caso comum na prática é a existência de uma camada de material de baixa resistência sobre uma camada de alta resistência, onde vai ser assente a fundação (figura 6). Figura 6 – efeito da estratificação do solo UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 10 - Para estes casos a equação é utilizada com os parâmetros do solo determinados da seguinte forma: γγγσ NBNDNc qcr ⋅⋅⋅+⋅⋅+⋅= 212 2 1 onde: ( )2,, φγ fNNN qc = a em solo estratificado U U σ σ U Figura 7 – exemplo de sapata contínu tilizando as equações obtemos os fatores de capacidade de carga 52,28 2 º32º45cos2 2 º45cos2 2 2 º32 º1802 º32 4 3 2 2 24 3 = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ = ⋅⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ⋅ ⋅−⋅⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ − tgtg q ee N ππφφπ φ ( ) ( ) 89,36º32152,28212 =⋅+⋅=⋅+⋅= tgtgNN q φγ ( ) ( ) 04,44152,28º32cotg1cotg =−⋅=−⋅= qc NN φ tilizando-se da equação γγγ NBNDNc qcr ⋅⋅⋅+⋅⋅+⋅= 212 2 1 ( ) 23,216289,36210202 152,2821604,4420 m kN r =⋅⋅−⋅+⋅⋅+⋅= FRGS – Escola de Engenharia
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