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Fundações – ENG01142 - 1 - MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE CAPACIDADE DE CARGA A TRAÇÃO Esta revisão dos métodos de estimativa de capacidade de carga concentra-se em fundações superficiais submetidas a esforços de tração, normalmente associados a problemas de linhas de transmissão. Segundo Ashcar e Laureano (1983), as sapatas são empregadas como fundação para as torres de transmissão em locais que não apresentam lençol freático superficial (>3,00m), e não sujeitos a erosão. Método de tronco de cone Este método é aplicado comumente no Brasil (Asher e Laureano (1983)) para dimensionamento de sapatas sujeitas a tração. O Método de Tronco de Cone considera uma superfície de ruptura em forma de cone truncado, e a resistência ao arrancamento (Qr) está composta pelos pesos do solo contido e da fundação. Qr = Ps + W Onde: W = Peso próprio da fundação Ps = Peso do solo contido no tronco de cone O ângulo compreendido entre a geratriz da superfície cônica e a vertical é adotado como variável entre 15 e 30 graus (não confundir com o ângulo de atrito interno do solo ϕ, ver Figura 2.17). Este ângulo é um valor empírico que varia com as características do solo e com a profundidade de fundação. Seu valor pode ser determinado através de ensaios de arrancamento. Figura 2.17 – Superfície de ruptura do Método de Tronco de Cone UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 2 - Método de Meyerhof e Adams (1968) Os autores adotaram uma solução aproximada para o cálculo de carga de ruptura por arrancamento, baseada em resultados sobre modelos de laboratório. Devido à complexidade da forma da superfície de ruptura observada, foram adotadas simplificações nas hipóteses empregadas para o cálculo da carga de ruptura Qr (ilustrado na Figura 2.18). Para sapatas retangulares a carga Qr vale: Qr = 2. c . D. (B + L) + γ. D2. (2. s. B + L – B). tan (ϕ) . Ks + Ps + W Onde: , ϕ = parâmetros de resistência c γ = peso específico do solo Ps = peso do solo dentro da superfície de ruptura W = peso próprio da fundação s = fator de forma (Quadrado 2.5.1.) B, L = dimensões da sapata D = profundidade da fundação Ks = coef. de pressão horizontal do solo para esforços de arrancamento Quadro 2.5.1. Fator de forma s Ângulo de atrito ϕ 20 25 30 35 40 45 Fator de forma s 1,12 1,30 1,60 2,25 3,45 5,50 Figura 2.18 – Superfície de ruptura do Método de Meyerhof e Adams (1968) UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 3 - EXERCÍCIO Calcular a capacidade de carga de uma sapata quadrada, com dimensões conforme a figura abaixo, submetida a esforços de tração e comparar com os resultados de provas de carga realizadas no solo de Cachoeirinha-RS. Utilizar o Método de tronco de cone (1983) e o Método de Meyerhof e Adams (1968). Considerações: c' = 17 kPa γsolo = 18 kN/m3 φ’ = 26º γconcreto = 24 kN/m3 K0 = 0,5 α = 15º Geometria do Problema: Figura 2.19 – Dimensões das sapatas ensaiadas Figura 2.20 – Curvas carga x deslocamento obtidas dos ensaios de arrancamento UFRGS – Escola de Engenharia Fundações – ENG01142 - 4 - Método do Tronco de Cone (Ashear e Laureano (1983)) Qr = peso de solo + peso próprio da fundação Qr = ((Volume tronco de pirâmide – Volume fuste) x γsolo) + (Volume fundação x γconcreto) ( bBxbBxHoneVtroncodec ++= 3 H = altura tronco de cone B = área base maior b = área base menor Qr = [ 0,65 x (4,1820 + 2,05 +1) – (0,35 x 0,35 x 1,95) x 18 ] + (0,35 x 0,35 x 1,95 + 0,35 x 1,00 x 1,00) x 24 Qr = 80,25 + 4,46 = 94,4 kN Método de Meyerhof e Adams (1968) Qr = 2.c.D.(B+L) + γ.D2.(2.s.B+L-B).tan(φ).Ko + Ps + W Qr = 2 x 17 x 2,3 x 2 + 18 x 2,32 x (2 x 1,30 x 1,00 + 1,00 – 1,00) x tan (26º) x 0,5 + 30,79 + 5,733 Qr = 156,4 + (95,22 x 2,6 x 0,49 x 0,5) + 30,80 + 14,133 Qr = 156,4 + 60,41 + 44,93 = 261,74 kN UFRGS – Escola de Engenharia
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