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UFPR – Departamento de F´ısica Primeira Prova – 15/09/2010 CF-060 (Diurno) – F´ısica II Prof. Alexandre D. Ribeiro Observac¸o˜es: i) Sempre que necessa´rio utilize g = 10 m/s2. ii) Indique de forma organizada o racioc´ınio e todos os ca´lculos usados na soluc¸a˜o. iii) Ao resolver o problema literalmente, deixando para substituir os valores somente no final, existe uma chance maior dos passos intermedia´rios serem pontuados. iv) Fo´rmulas na˜o pertencentes ao formula´rio da prova, quando utilizadas, devem ser deduzidas. v) Quantidades vetoriais possuem informac¸a˜o sobre mo´dulo, direc¸a˜o e sentido. Problema 1 Um sistema planeta´rio consiste de 4 planetas esfe´ricos e ideˆnticos de massa M . Em um sistema de coordenadas cartesianas conveniente (x, y, z), as posic¸o˜es destes planetas sa˜o dadas por: (L, 0, 0), (−L, 0, 0), (0, L, 0) e (0,−L, 0). (a) Qual e´ a forc¸a gravitacional ~Fsis→m que este sistema exerce em uma part´ıcula de massa m, lo- calizada sobre o eixo z (lado positivo), a uma distaˆncia zm da origem? (1,25) (b) Suponha que m “caia”, a partir do repouso, devido a` atrac¸a˜o gravitacional. Com que veloci- dade ela passa pela origem? (1,25) Resoluc¸a˜o do Problema 1 (a) O corpo m interage com os quatro planetas. Quatro forc¸as, portanto, sa˜o sentidas: ~F (m)res = ~Fsis→m = ~FM1→m + ~FM2→m + ~FM3→m + ~FM4→m. Analisando a simetria do problema, nota-se que ~F (m)res = −4|~FMj→m| cos θkˆ, sendo Mj = M e θ o aˆngulo entre ~FMj→m e a direc¸a˜o z, ou seja, cos θ = zm/ √ L2 + z2m. Por- tanto, ~F (m)res = −4 GMm L2 + z2m zm√ L2 + z2m kˆ = = −4GMm zm (L2 + z2m) 3/2 kˆ. (b) Sendo que m parte do repouso e que ∆K = W~Fres , escrevemos 1 2 mv2f = ∫ 0 zm F resz dz = −4GMm ∫ 0 zm z (L2 + z2)3/2 dz = −4GMm ( − 1 (L2 + z2)1/2 )∣∣∣∣∣ 0 zm = 4GMm L − 4GMm( L2 + z2M )1/2 . Enta˜o, vf = √√√√8GM L − 8GM( L2 + z2M )1/2 . Problema 2 Um astronauta brincalha˜o solta uma bola de boliche, de massa m = 7, 2 kg em o´rbita circular em torno da Terra a uma altura h = 350 km. (a) Qual e´ a energia mecaˆnica E da bola em sua o´rbita? (1,25) (b) Qual e´ a energia mecaˆnica E0 da bola na plataforma na espera do lanc¸amento? De la´ ate´ entrar em o´rbita, qual e´ a variac¸a˜o da energia mecaˆnica da bola? (1,25) Resoluc¸a˜o do Problema 2 (a) A energia mecaˆnica da bola de boliche em o´rbita vale Emec = 1 2 mv2 + ( −GMm r ) . 1 Como a o´rbita e´ circular de raio r, |~Fres| = GMm r2 = m v2 r =⇒ v2 = GM r . Portanto, considerando que r = RT + h = 6, 72 × 106 m, Emec = GMm 2r − GMm r = −GMm 2r ≈ −214 MJ. (b) Na plataforma, a energia cine´tica da bola e´ devida somente ao movimento de rotac¸a˜o e translac¸a˜o da Terra, que pode ser desprezada neste problema. Enta˜o, como aqui r = RT , Emec = −GMm RT ≈ −451 MJ. A variac¸a˜o da energia mecaˆnica foi, portanto, de ∆Emec = − GMm 2(RT + h) − ( −GMm RT ) ≈ 237 MJ. Problema 3 Suponha que a pressa˜o atmosfe´rica no n´ıvel do mar seja de p0 = 1, 0 atm e que a densidade do ar, neste n´ıvel, seja de ρ = 1, 3 kg/m3. (a) Qual seria a altura da atmosfera se a densidade do ar fosse uniforme? (1,50) (b) E se a densidade do ar decrescesse linear- mente ate´ zero com a altura, qual seria a altura da atmosfera? (1,00) Resoluc¸a˜o do Problema 3 (a) Podemos pensar neste problema como se es- tive´ssemos submersos em um mar de ar a uma profundidade h, sendo esta quantidade, portanto, a altura da atmosfera. Considerando a atmosfera homogeˆnea, podemos utilizar a expressa˜o p2 = p1 + ρg(y1 − y2). Adotando a origem do eixo y (apontando pra cima) como sendo o n´ıvel do mar, podemos es- colher p1 = 0, y1 = h, p2 = p0 e y2 = 0. Assim, substituindo na equac¸a˜o acima, p0 = ρgh =⇒ h = p0 ρg ≈ 8 km. (b) Devemos agora considerar que a densidade de- cresce linearmente com a altura. Essa ide´ia esta´ comtemplada na expressa˜o ρ(y) = ρ0 − ρ0 h y. Note que a densidade e´ uma func¸a˜o linear da al- tura y e satisfaz duas condic¸o˜es importante: vale ρ0 no n´ıvel do mar e zero “no final” da atmosfera y = h. O problema e´ que agora a expressa˜o p2 = p1 + ρg(y1 − y2). na˜o vale mais porque ρ na˜o e´ constante. Entre- tanto, ela e´ uma boa aproximac¸a˜o quando y1 for pro´ximo de y2 (a densidade ρ pode ser tratada como constante). Assim, p2 − p1︸ ︷︷ ︸ ∆p ≈ −ρg (y2 − y1)︸ ︷︷ ︸ ∆y . Podemos reescreer essa u´ltima expressa˜o como ∆pj ≈ −ρjg∆yj, para indicar que ela e´ va´lida somente nas proximidades de y = yj. Dividindo a altura da atmosfera em N pequenos pedac¸os e somando as expresso˜es acima desde y1 = 0 ate´ yN = h, obtemos N∑ j=1 ∆pj ≈ N∑ j=1 −ρjg∆yj. No limite N →∞,∫ h 0 dp = −g ∫ h 0 ρ(y)dy. Resolvendo, p(h)− p0 = −g ( ρ0y − ρ0 2h y2 )∣∣∣∣h 0 = −ρ0gh 2 . Como p(h) = 0, h = 2p0ρ0g ≈ 16 km. Problema 4 Considere um recipiente cil´ındrico de altura H cheio de a´gua (densidade ρA). Faz-se um pequeno 2 furo na lateral do recipiente a uma profundidade h, pelo qual a a´gua sai na direc¸a˜o horizontal. (a) Assim que o furo e´ feito, com que velocidade a a´gua escapa pelo furo? Expresse-a em termos de H, h, g e ρa. (1,25) (b) Se a a´rea do furo for um cente´simo da a´rea da base do recipiente, qual sera´ a velocidade inicial com que um gra˜o de poeira, que bo´ia sobre a a´gua, ira´ se mover? (1,25) Resoluc¸a˜o do Problema 4 (a) Utilizaremos a Equac¸a˜o de Bernoulli, p1 + 1 2 ρv21 + ρgy1 = p2 + 1 2 ρv22 + ρgy2. Escolhendo a origem do eixo y (apontando pra cima) como sendo o n´ıvel inicial da superf´ıcie da a´gua, podemos fazer: p1 = p0, y1 = 0, p2 = p0 e y2 = −h. Assim, 1 2 ρ(v21 − v22) = −ρgh. Da equac¸a˜o de continuidade, A1v1 = A2v2 =⇒ v1 = A2 A1 v2, sendo A1 a a´rea da base do recipiente e A2 a a´rea do furo. Como A1 � A2, podemos desprezar v1 na u´ltima equac¸a˜o. Enta˜o, v1 = √ 2gh. (b) Da equac¸a˜o de continuidade, v1 = A2 A1 v2 = A1/100 A1 √ 2gh = √ 2gh 100 . Formula´rio F = Gm1m2r2 , ~Fres = ∑N i=1 ~Fi, Vesfera = 4 3piR 3, U = −Gm1m2r , T 2 = ( 4pi2 GM ) r3, ac = v2 R ρ = ∆m∆V , p = ∆F ∆A , p2 = p1 + ρg(y1 − y2), FE =Mfg, Pap = P − FE , R = Av = cte, p+ 12ρv 2 + ρgy = cte, RT = 6370 km, MT = 5, 98 × 1024 kg, G = 6, 67 × 10−11 N m2/kg2. 3
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