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RESUMO AULA 1 ATÉ 5

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rezados alunos e Prezadas alunas,
Como podem verificar no fórum, são muitos os comentários sobre pontos das aulas. Muitos são bem fundamentados e articulados e ajudarão, sem dúvida, no aprofundamento do conteúdo. Optei em avaliar cada um com as estrelas, mas responder, em postagem única a todos. Deixo vários tópicos das aulas 06, 07, 08 para que assim façamos uma síntese das mesmas e aprofundemos ainda mais acerca das questões que envolvem a orientação educacional/vocacional.
Aula de 06
 
O ato de planejar é uma ação constante em qualquer atividade no meio escolar, inclusive na Orientação Educacional. Muitas vezes, o planejamento está associado a um processo burocrático e sem compromisso com a realidade para qual é destinado, tornando-se apenas um instrumento formal para controle pedagógico.
O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social
O planejamento é um processo contínuo que auxilia e orienta a tomada de decisão sobre determinada situação ou realidade, visando à eficiência e à eficácia da prática pedagógica.
O planejamento é um instrumento fundamental para a sistematização de ações significativas sobre uma determinada realidade, pois possibilita uma visão mais objetiva e integral quanto à real necessidade da execução da ação e a sua finalidade. O planejamento constitui-se numa estratégia para a superação do improviso.
Aspectos importantes na concepção do planejamento:
racionalidade: emprego do raciocínio para solução de problemas, a partir do estabelecimento de relações entre dados elementos;
tomada de decisão: estabelecimento de um compromisso de ação efetiva e transformadora embasada numa visão crítica da realidade;
futurismo: orientador para o futuro, considerando dados do passado e do presente.
 
O planejamento em Orientação Educacional possibilita uma significação de sua prática dentro do contexto escolar. É a partir dele que verificamos o seu sentido e perspectiva frente às necessidades de dada instituição. Logo, percebemos que a sua organização está vinculada à concepção de educação da própria unidade escolar.
Hoje, vivenciamos um período de reconstrução da Orientação Educacional que visa à reflexão do seu papel na escola mediante a fixação de sua identidade, da afirmação da importância de sua prática no contexto educacional, sendo extremamente importante a prática de um planejamento integrado ao fazer pedagógico da escola.
A Orientação Educacional deve contemplar uma prática dinâmica e interativa no ato educativo, já que se transforma devido à interação de variados aspectos que surgem na prática pedagógica. Assim, classifica as funções da Orientação em dois grupos que interagem entre si: funções de organização e funções de implementação. As funções de organização são definidas como todas as atividades desenvolvidas que visam à preparação, ordenação e sistematização quanto às ações de auxílio e de transformação desejada, nas quais estão incluídas a pesquisa de dados, o planejamento e avaliação.
O planejamento em Orientação Educacional não pode ser organizado de forma isolada, sendo necessária sua integração à concepção de educação proposta pela unidade escolar, ou seja, sua dimensão filosófica, política, social e pedagógica. Tais dimensões, apesar de serem enumeradas isoladamente, no contexto manifestam-se de forma articulada.
Quanto à dimensão política, compreende-se a formação política do aluno, a partir da promoção de vivências que fomentam a prática da cidadania, como também na própria construção da proposta político-pedagógica visando a uma educação de qualidade com princípios democráticos.
Em relação à dimensão pedagógica, compreende-se o próprio ato de ensinar, sendo o currículo o mecanismo principal dessa ação.
o currículo escolar é um instrumento de suma importância no processo de ensino--aprendizagem. É a partir do mesmo que se tem a organização do conhecimento escolar e consecutivamente as atividades desenvolvidas pelo professor.
Compete ao Orientador Educacional o planejamento de ações que tenham a finalidade de discussão e reflexão sobre as dimensões da escola para a construção de um projeto político-pedagógico que valorize o aluno como ser ativo e sujeito do seu processo de ensino-aprendizagem.
O projeto político-pedagógico da escola trata-se de um planejamento que orienta as ações da escola em sua totalidade, ou seja, é a própria identidade da escola. É a partir da construção do projeto político-pedagógico que a escola constrói a sua autonomia, sendo um espaço onde todos se tornam responsáveis pelo processo de ensino-aprendizagem, canalizando atitudes para uma educação plena e de qualidade.
Como membro participante da comunidade escolar, é fundamental a participação do Orientador Educacional na construção do projeto político-pedagógico, pois possibilita a reflexão sobre a realidade existente, como também o auxílio e mediação do grupo na busca de solução para as problemáticas verificadas na mesma.
É pautado no projeto político-pedagógico da escola que o orientador também deve problematizar os mecanismos utilizados no ato educativo como o currículo e a avaliação. Quanto ao currículo, é necessário o estímulo de uma visão crítica do educador em sua prática educativa, fornecendo dados sobre a comunidade escolar para a contextualização desse currículo. Essa ação possibilitará que educadores percebam que a elaboração do currículo escolar está condicionada a vários fatores, inclusive a sua percepção de mundo e de educação.
 
Aula 7
 
A escola é um sistema formado por um grupo de pessoas, no qual as funções se inter-relacionam e formam uma rede de relações inseridas no contexto social. Possui o objetivo de desenvolver o aluno plenamente de forma que ele possa agir e pensar de maneira crítica. Ela se apresenta como uma organização complexa dentro da sociedade, apresentando variação em sua dinâmica e funcionamento, conforme as transformações históricas da própria sociedade e concepção de educação. Logo, seus objetivos variam conforme esta nuance: ora apresentando-se com caráter tradicional, ora com caráter progressista.
Segundo Grinspun (2006), para uma análise profunda da organização escolar, é necessária a consideração de três eixos: a escola como instituição social, a escola como agência pedagógica e a escola como relação educacional. Logo, refletir sobre a organização da escola significa analisar a complexidade dos seus elementos constituintes, sua estruturação e mecanismo, envolvendo questões como instituição, organização e mediação.
Todos os atores são de fundamental importância para que a escola caminhe em prol da democracia e de uma educação de qualidade. A equipe ensino-aprendizagem, a coordenação e orientação, agindo de forma integrada, auxiliam a escola e o desenvolvimento do aluno, atendendo às necessidades dos mesmos e, também, o fornecimento de assistência ao professor no tocante ao desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes para a garantia da eficácia do processo educativo.
O administrador, o supervisor escolar e o orientador compõem a equipe técnico-administrativa, tendo importantes funções no processo de ensino e aprendizagem, pois influenciam as atividades desenvolvidas no ambiente escolar. Essas funções estão interligadas, já que a atividade de uma determinada área afeta a outra.
É preciso analisar a divisão de trabalho e a distribuição dos papéis na escola (sejam elas grandes ou pequenas), para que não se olvide a relevância dos princípios de funcionamento do sistema e a aplicação de medidas integradoras que sejam necessárias para evitar paralelismos e conflitos gerados pela divisão de trabalho. Desta forma, desenvolve-se a consciência de uma atuação em conjunto onde suas ações e relações se interfluenciam e se interdependem.
Para favorecer o trabalho integrado e integrador, não se pode ignorar que o clima de confiança deve ser pautado na ética libertadora e no autêntico diálogo. Cabe então a toda equipesuperar a tendência à fragmentação do trabalho, estar atenta e reagir às relações autoritárias, saindo, assim, da inércia e do comodismo, visando a uma educação libertadora, através da interação e participação.
Não se pode perder o foco da análise do que se passa dentro da escola. É preciso direcionar as inovações necessárias ao bom desempenho e de suas funções sem correr o risco de tomar posições e medidas unilaterais e exclusivas de alguns setores por desconsideração ou até em detrimento de outros setores e/ou do conjunto.
Quando se respeita a cultura da escola, os fundamentos, ideais e princípios comuns, sonhos, estabelece-se, dessa forma, o fio integrador de ações específicas e garante-se a sua articulação e interligação.
Orientador Educacional não se restringe à ação burocrática dentro da escola, sua função é de suma importância na promoção de uma educação crítica e transformadora.
A ação do Orientador Educacional deve estar em conformidade com o Projeto Político-Pedagógico da escola, sendo também um sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem, facilitando e promovendo, junto com os demais educadores, a construção ou ampliação de conceitos dos alunos através da reflexão e da interação com os seus pares e sua realidade.
AULA 08
Teorias não-psicológicas: Entendem que a escolha profissional do indivíduo é causada por elementos externos a ele. Descartam a possibilidade de orientabilidade (possibilidade de o individuo planejar seu roteiro profissional ou de algum auxilio profissional para ajudar no processo). O sujeito não escolhe, pois é direcionado pelas contingências do ambiente, determinantes externos. 
Teorias Psicológicas: Analisam os determinantes internos do indivíduo que explicariam seus movimentos de escolha. São Elas
- Teoria Traço e Fator: Inicia a área da orientação profissional, fundamentando sua prática em testes vocacionais, pois acredita que as aptidões, interesses e características da personalidade do indivíduo são inatos. Usa instrumentos para medir as aptidões, inventariar ou testar os interesses e descrever a personalidade do indivíduo.
- Têm o objetivo de explicar a formação da personalidade e a escolha profissional do indivíduo.
- Teorias Psicodinâmicas: São fundamentadas na psicanálise, ou seja, no desenvolvimento afetivo sexual do indivíduo, pois acreditam que a constituição da personalidade ocorre a partir das relações dos impulsos da mesma com o meio.
- Surgem em 1950 como crítica à teoria traço e fator.
- Teorias Desenvolvimentistas: Acreditam na concepção de desenvolvimento vocacional, o qual se processa durante toda a vida do indivíduo por meio de etapas evolutivas.
- Teorias Decisionais: São fundamentadas nos pressupostos da administração de empresas e da economia.
- Têm o objetivo de dar racionalidade à escolha profissional, que se dá a partir de análise (preditiva, avaliativa e decisória) dos elementos que intervêm na mesma.
- Definem que o orientador profissional deve colaborar com o indivíduo durante a análise dos elementos que intervêm na escolha profissional.
Teorias Gerais
Nas teorias gerais, de acordo com Bock (2001), tenta-se entender a escolha profissional determinada ora por aspectos psicológicos, ora por aspectos sócio-econômicos, mas elas não formulam novas abordagens, apenas justapõem as anteriores.
Segundo Crites (apud Bock, 2001), são aquelas que não enfatizam somente aspectos psicológicos da escolha, nem somente aspectos estruturais sócio-econômicos, como explicação da inserção do indivíduo em uma dada profissão ou ocupação.
Blau (apud Bock 2001), representante desta linha, elaborou um esquema conceitual com aportes da psicologia, economia e da sociologia. O autor tenta entender o porquê das pessoas escolherem esta ou aquela profissão. Adverte que não propôs uma nova teoria sobre a escolha e seleção profissional, pois a sua visão é a de que na ciência, a teoria deve ser o resultado de pesquisas empíricas sistemáticas, as quais ele não realizou. Blau não trouxe inovações importantes, mas buscou aliar os determinantes psicológicos com os determinantes externos para a sua compreensão.
Nas teorias gerais tenta-se entender a escolha profissional determinada ora por aspectos psicológicos, ora por aspectos sócio-econômicos, mas elas não formulam novas abordagens, apenas justapõem as anteriores.
São aquelas que não enfatizam somente aspectos psicológicos da escolha, nem somente aspectos estruturais sócio-econômicos, como explicação da inserção do indivíduo em uma dada profissão ou ocupação.
Blau (apud Bock 2001), representante desta linha, elaborou um esquema conceitual com aportes da psicologia, economia e da sociologia. O autor tenta entender o porquê das pessoas escolherem esta ou aquela profissão. Adverte que não propôs uma nova teoria sobre a escolha e seleção
As teorias críticas
Da mesma forma que as teorias psicológicas foram agrupadas sob nova classificação, assim também o foram as teorias não-psicológicas, que passaram a ser classificadas por Bock (2001) como teorias críticas. Estas teorias fazem a crítica das teorias de concepção liberal, que se apóiam no inatismo vocacional e no determinismo individual, para centrar-se numa concepção reprodutivista cujos determinantes são econômicos, políticos, sociais, culturais e tecnológicos.
Surgem, no Brasil, no final da década de 70 e início da década de 80, momento em que o país vivia o regime da ditadura militar. São fortemente influenciadas por teóricos como Althusser, Bourdieu e Passeron que direcionam os olhares principalmente para a escola, vendo-a como um Aparelho Ideológico do Estado (Athusser) com a função de manter o status quo da classe dominante, transmitindo e reproduzindo os seus valores e crenças (reprodutivismo). Aponta para o caráter ideológico das teorias tradicionais, centradas nos princípios liberais de igualdade, liberdade e individualidade, que vê a escola como fator de equalização social, visando dissimular as relações de poder implícitas na escola e na realidade social e econômica vigente. Propõe uma análise crítica da sociedade para que se possa superar a visão ingênua que dela se tem e chegar à conscientização que leve à transformação social.
 
As teorias para além da crítica
Como foi dito, nenhuma das teorias anteriores superam a dicotomia indivíduo-sociedade. Superar esta dicotomia, em Orientação Profissional, significa superar as teorias tradicionais e críticas em direção a uma nova teoria que conjugue ambas as visões. Esta tarefa está, aqui, reservada à teoria sócio-histórica que compreende a relação indivíduo-sociedade de forma dinâmica e dialética. Portanto, não polariza nem indivíduo (determinismo individual), nem sociedade (determinismo econômico e sociológico) ideologicamente na questão da escolha profissional
Tendo, como já foi dito, por pressupostos teóricos o materialismo histórico e dialético, a teoria sócio-histórica não acredita na natureza humana inata: o homem não é pré-concebido (portanto não existe vocação inata) , mas na condição humana: o homem se constitui nas relações sociais, nas relações com o outro. Nesta concepção, o homem é um ser ativo, na medida que age na natureza e produz cultura; é um ser social, na medida que se relaciona com o outro, pelo trabalho, e é um ser histórico na medida que relação e produção se constituem de formas diferentes em cada período histórico.
Neste sentido, a Orientação Profissional, dentro desta visão, deve dar condições para que a própria pessoa faça sua reflexão e possa decidir, entendendo as determinações de sua escolha, tendo em vista que o indivíduo constrói sua identidade a partir do que vive (internalização do vivido), nas relações sociais históricas. A escolha profissional, portanto, cristaliza relações interpessoais passadas, presentes e futuras, pelas quais a imagem de uma profissão é construída e pelas quais o indivíduo se identifica com ela. Este é, segundo Bock, o ponto de partida da escolha profissional.
Vamos também relembrar como se consolidou a Orientação Educacional?Período Implementar: compreende o período de 1920 a 1941 e está associada à orientação profissional, preponderando a seleção e escolha profissional.
 
Período Institucional: de 1942 a 1961: caracterizado pela exigência legal da Orientação Educacional nos estabelecimentos de ensino e nos cursos de formação dos orientadores educacionais. Nesse período, há a divisão funcional e institucional. Surge a escola pública;
 
 
Período Transformador: de 1961 a 1970: pela Lei 4.024/61, a Orientação Educacional é caracterizada como educativa, ressaltando a formação do orientador e fixando as Diretrizes e Bases da educação nacional.
 
Período Disciplinador: de 1971 a 1980: conforme a Lei 5.692/71, a Orientação Educacional é obrigatória nas escolas, incluindo o aconselhamento educacional. O Decreto 72.846/73, regulamentando a Lei 5.564/68, sobre o exercício da profissão de orientador educacional, disciplina os passos a serem seguidos.
 
 
Período Questionador: de 1980 a 1990: o orientador discute suas práticas, seus valores, a questão do aluno trabalhador, enfim a sua realidade no meio social. A prática da orientação volta-se para a concepção de educação como ato político.
 
Período Orientador: a partir de 1990: a orientação volta-se para a "construção" do cidadão comprometido com seu tempo e sua gente, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo.

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