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AD 1 de Desenvolvimento Gerencial 1

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Aluno(a): 
Pólo: 
Matrícula: 
Questão 1.
Quais as principais características da lógica da organização e administração do Trabalho no contexto capitalista de produção?
R: A economia capitalista está baseada na propriedade privada dos meios de produção e no estabelecimento de uma relação de subordinação entre o CAPITAL e o TRABALHO, meio sem o qual não haveria a possibilidade de sua reprodução. 
O Capital traduz-se na forma do dinheiro e a propriedade investidos no processo de produção ( lógica capitalista ). Sem esse investimento, ele é considerado apenas riqueza. Enquanto isso, o trabalho constitui-se na única força social capaz de gerar valor, através da transformação de elementos da natureza. Como o Capital detém a propriedade dos meios de produção necessários à realização deste transformação, fica, naturalmente, o trabalho submisso a este, como única forma de garantir sua reprodução.
O Capital é a Força Social de Organização do trabalho, traduzida pela subordinação plena, pois é este quem contrata a força de trabalho e a gerencia, com a finalidade de aumento dos meios produtivos afim de realizar a acumulação capitalista. Sem esse acúmulo e a ampliação da subordinação do trabalho, este deixa de ser Capital.
Através da divisão social e fragmentação do trabalho, busca-se extrair o conhecimento que o Trabalho tem do processo produtivo, com a intenção de diminuir o seu “Valor de Uso” e conseqüêntemente, o seu “Valor de troca”, o que de forma lógica favorece ao Capital. Não podemos esquecer da necessidade de sobreviver do trabalhador, não lhe restando outra alternativa senão submeter-se às condições impostas pelo Capital.
O instrumento central que permite ao Capital organizar e administrar o Trabalho, com o objetivo de gerar a sua própria reprodução, é a operacionalização de uma estrutura gerencial capaz de fazer o Trabalho realizar-se de modo a reproduzir a relação de subordinação. É através da ação gerencial que se viabiliza a transformação da Força de Trabalho Abstrata em Força de Trabalho Real. 
Essa força é dividida em Trabalho Direto e Indireto. Sobre o Trabalho Direto é exercido o mais rígido e eficiênte controle com o intuito de extrair deste o máximo de produtividade possível. Quanto ao Trabalho Indireto, que faz a intermediação entre o Capital perante o trabalho, é exigida a identificação com seus interesses ou o estabelecimento de laços de fidelidade ideológica.
Como forma de garantir a sua reprodução continua o Capital utiliza os Aparelhos Repressívos / Ideológicos do Estado como aliados em sua perpetuação. O papel dos Aparelhos Repressívos de Estado é garantir as condições políticas de reprodução das relações de produção (relações de exploração), enquanto o papel dos Aparelhos Ideológicos de Estado é garantir a reprodução das relações de produção sob o escudo dos Aparelhos Repressívos de Estado. É neles que se desenvolve o papel da ideologia dominante, que detém o poder do estado.
Aliada destes, existe um conceito de Ética totalmente manipulado por essas forças dominantes, sobrevalendo às vontades individuais. A conceituação é inserida intencionalmente pela estrutura econômica que caracteriza o modo de produção, contaminando de forma contundente as ações gerenciais, beneficiando por final o grande interessado nisto tudo, ou seja, o CAPITAL. 
Questão 2.
Quais as características centrais da proposta teórica tradicional no campo da administração e que alternativas se apresentam para a construção de uma teoria “não -engajada”?
R: A Teoria Geral da Administração, tal como se apresenta, é mais um instrumento de dominação ideológica, na medida em que, não apenas estabelece um verdadeiro "biombo" entre sua proposta teórica e seu cerne ideológico, de modo a impedir uma visão clara da existência de formas alternativas de organização do Trabalho, mas também, porque propicia, a partir de suas interpretações, o desenvolvimento de um diversificado aparato instrumental de intervenção nas práticas organizacionais, que sob uma aparência de neutralidade, ou melhor, de racionalidade técnica, constitui-se, na verdade, em um eficiente instrumento de manutenção da estrutura ideológica dominante na sociedade.
As alternativas para a construção de uma teoria não engajada passam pelos seguintes referenciais:
- a própria evolução da indústria capitalista moderna que, à medida em que precisa de dar conta dos problemas que vão surgindo, vai provocando a geração de novos estudos e pesquisas em busca de solução para os problemas administrativos e organizacionais que vão se colocando.
- A Teoria Social Crítica pode ser uma ferramenta poderosa para a compreensão das questões administrativas e organizacionais, por sua postura humanista, baseada na argumentação dialética, que significa atentar para o contraditório entre as partes envolvidas no processo.
- Visão na totalidade do cenário, levando em questão todos os agentes e especificidades do contexto, com a finalidade de, no mínimo, se conseguir a emancipação do homem – ainda que ela seja classificada como unilateral. Pois, é notório que não há isenção do outro lado, representado pelo Capital. 
 
Questão 3.
Quais as características comuns das diversas propostas”contemporâneas” de intervenção gerencial (participação na gestão, re-engenharia, etc) e até que ponto e porque podem ou não serem consideradas como novidades?
R: Na verdade, todas elas trazem em seu conteúdo, apesar das diferenças técnico-conceituais propostas em cada uma delas, a tentativa de melhorar os resultados do processo de acumulação capitalista. Em nenhum momento elas conseguiram eliminar, ou sequer atenuar os conflitos gerados pela relação desproporcional a nível de forças entre o Capital e o Trabalho. Também, é preciso evidenciar seu carater dissimulado, de tentar encobrir seu objetivo maior que é ser um eficiente e ativo instrumento de dominação social do Capital sobre o Trabalho.
O que a princípio noticia-se, com o apoio dos mais diversos Aparelhos Ideológicos de Estado, engajados e coniventes com a manutenção do “status quo” em que estão mutuamente envolvidos, como mais uma novidade gerencial, não passa de mais uma camuflagem para encobrir o verdadeiro objetivo que é dar continuidade nas velhas idéias de Taylor a respeito do controle, de forma coercitiva, do trabalho.

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