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1 DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Eduardo Tanaka 2 CONSTITUÇÃO • Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05/10/1988. 3 CONSTITUÇÃO • Os direitos e garantias fundamentais (título II) subdividem-se em: • direitos individuais e coletivos (art. 5o), • direitos sociais (arts. 6o ao 11), • nacionalidade (arts. 12 e 13), • direitos políticos (arts.14 ao 16), • partidos políticos (art. 17). 4 DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Prof. Eduardo Tanaka 5 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Caput- Princípio da isonomia • Art. 5°- “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pais a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos seguintes termos...” • A igualdade proclamada aqui é a igualdade formal, ou seja, igualdade de todos perante a lei 6 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • "Os direitos e garantias individuais não têm caráter absoluto. Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. (continua...) 7 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • (...continuação) (...) nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros." (MS 23.452, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 12/05/00) 8 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; • Este inciso eliminou, por exemplo, a exclusividade da pensão alimentícia para mulheres, assim como acabou com a exclusividade do homem na chefia da unidade familiar. 9 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “(...) o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que não há violação ao princípio da isonomia quando a discriminação tem como base a natureza das atribuições e funções exercidas em razão do sexo. (...). (AI 403.106, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 14/10/05) 10 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Súmula 339, do STF: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento da isonomia”. 11 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Principio da legalidade • II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 12 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Principio da legalidade • Administração Pública. Só pode fazer aquilo que está previsto na lei. • Privado. Pode fazer tudo que não seja proibido na lei. 13 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Principio da legalidade • O princípio da legalidade impõe que qualquer comando jurídico há de provir de uma das espécies normativas, ou seja, a submissão e o respeito à lei. 14 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • O princípio da reserva legal estatui que a regulamentação de determinadas matérias há de fazer-se necessariamente por lei formal, entendida como ato normativo emanado do Congresso Nacional elaborado de acordo com o devido processo legislativo constitucional. 15 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • "Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público." (SÚM. STF 686) 16 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • III - ninguém será submetido à tortura ou tratamento desumano ou degradante; 17 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Liberdade de pensamento • IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 18 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • "Liberdade de expressão. Garantia constitucional que não se tem como absoluta. Limites morais e jurídicos. O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência, manifestações de conteúdo imoral que implicam ilicitude penal. As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de maneira harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF, artigo 5º, § 2º, primeira parte). (continua...) 19 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • (... Continuação) O preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra o ‘direito à incitação ao racismo’, dado que um direito individual não pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra. Prevalência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica" (HC 82.424 STF, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19/03/04) 20 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “A liberdade de expressão constitui-se em direito fundamental do cidadão, envolvendo o pensamento, a exposição de fatos atuais ou históricos e a crítica.” (HC 83.125, STF, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 07/11/03) 21 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito de resposta • V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; 22 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • a) Direito de resposta ou réplica: visa proteger a pessoa de imputações ofensivas e prejudiciais a sua dignidade humana e deve ser proporcional ao agravo sofrido. O seu conteúdo não pode acobertar atividades ilícitas. • b) Indenização por dano material: pressupõe uma diminuição do patrimônio, causando-lhe prejuízo econômico. 23 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • c) Indenização por dano moral: há um abalo psíquico, um constrangimento, uma dor, uma angústia, uma humilhação sofridas no aspecto não econômico dos bens jurídicos, independentemente de diminuição do patrimônio. Abrange o dano estético. • d) Indenização por dano à imagem: o simples uso indevido da imagem, sem autorização, gera a indenização. Não se exige a ocorrência de ofensa à reputação do indivíduo. 24 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Súmula 37, do STJ: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”. • Súmula 227, do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. 25 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “O dano moral indenizável é o que atinge a esfera legítima de afeição da vítima, que agride seus valores, que humilha, que causa dor. A perda de uma frasqueira contendo objetos pessoais, geralmente objetos de maquiagem da mulher, não obstante desagradável, não produz dano moral indenizável.” (RE 387.014-AgR, STF, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 25/06/04) 26 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Liberdade de consciência, de crença e de culto • Vl -é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 27 Dos Direitos e Deveres Individuaise Coletivos – Artigo 5º • VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; • Entidades de internação coletiva são: penitenciárias, reformatórios, orfanatos, hospitais, quartéis etc. 28 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • VIIl - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 29 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Liberdade de expressão • IX -é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica, e de comunicação, independente de censura ou licença; 30 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Censura significa o controle, o exame por parte do Poder Público, previamente e com caráter vinculativo, visando a impedir a livre circulação de idéias contrárias aos interesses dos detentores do Poder Político. • Licença, por sua vez, é a necessidade de autorização para a prática dessas liberdades. • A censura e a licença, no entanto, condicionam-se a limites, porque incumbe ao Estado zelar pela dignidade do povo e pelo mínimo de moralidade. 31 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Liberdade de expressão • C.F., Art. 220, parágrafo 2o – “É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.” 32 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • "As liberdades públicas não são incondicionais, por isso devem ser exercidas de maneira harmônica, observados os limites definidos na própria Constituição Federal (CF, artigo 5º, § 2º, primeira parte). O preceito fundamental de liberdade de expressão não consagra o 'direito à incitação ao racismo', dado que um direito individual não pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os delitos contra a honra. Prevalência dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica." (HC 82.424, STF, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 19/03/04) 33 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito á indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 34 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Intimidade relaciona-se às relações subjetivas e de trato íntimo das pessoas, suas relações familiares e de amizade. • Vida privada envolve todos os demais relacionamentos humanos, tais como relações comerciais, de trabalho, de estudo. • Privacidade= intimidade + vida privada + honra + imagem. • Essa proteção em relação àqueles que exercem atividade política ou os artistas deve ser interpretada de uma forma mais restrita. 35 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • "Constitucional. Dano moral: fotografia: publicação não consentida: indenização: cumulação com o dano material: possibilidade. Constituição Federal, art. 5º, X. I. Para a reparação do dano moral não se exige a ocorrência de ofensa à reputação do indivíduo. (continua...) 36 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • (...continuação) O que acontece é que, de regra, a publicação da fotografia de alguém, com intuito comercial ou não, causa desconforto, aborrecimento ou constrangimento, não importando o tamanho desse desconforto, desse aborrecimento ou desse constrangimento. Desde que ele exista, há o dano moral, que deve ser reparado, manda a Constituição, art. 5º, X." (RE 215.984, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 28/06/02) STF. 37 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Inviolabilidade da casa • XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 38 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Inviolabilidade da casa • Só em 4 situações alguém pode entrar na casa sem consentimento do morador: • A qualquer hora (dia ou noite): • 1 - em caso de flagrante delito • 2 - Desastre • 3 - para prestar socorro, • Somente durante o dia: • 4 - por determinação judicial. 39 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “(...) o conceito normativo de ‘casa’ revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade, compreende,), os escritórios profissionais, inclusive os de observada essa específica limitação espacial (área interna não acessível ao público contabilidade, ‘embora sem conexão com a casa de moradia propriamente dita’ (Nelson Hungria). (...) nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de direito, ingressar sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional,(...) (HC 82.788, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 02/06/06) 40 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “Prova: alegação de ilicitude da prova obtida mediante apreensão de documentos por agentes fiscais, em escritório de empresa — compreendido no alcance da garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio — e de contaminação das provas daquela derivadas (...) só a ‘determinação judicial’ autoriza, e durante o dia, a entrada de alguém — autoridade ou não — no domicílio de outrem, sem o consentimento do morador.” (STF - RE 331.303-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 12/03/04) 41 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Sigilo de correspondência e comunicação • XlI - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 42 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei nº 7.210/84, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.” (HC 70.814, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 24/06/94) 43 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • "É ilícita a prova produzida mediante escuta telefônica autorizada por magistrado, antes do advento da Lei nº 9.296, de 24.07.96, que regulamentou o art. 5º, XII, da Constituição Federal." (HC 74.116, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 14/03/97) 44 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Comunicações telefônicas: A lei 9.296/96 regulamenta a interceptação telefônica, esta concebida no sentido da captação e gravação de conversa telefônica, no mesmo momento em que ela se realiza, por terceira pessoa, sem o conhecimento de qualquer dos interlocutores. 45 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Devem estar presentes três requisitos: • 1) ordem judicial, • 2) finalidade de investigação criminal ou instrução processual penal e • 3) hipóteses e forma que alei estabelecer. 46 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Tal lei não admite a hipótese de interceptação se existir outro meio de obter as informações. Também não será admitida a interceptação se o crime for apenado com detenção. Aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática (e-mails, por exemplo). 47 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Gravação clandestina: é a captação e gravação da conversa pessoal, ambiental ou telefônica, no mesmo momento em que se realiza, feita por um dos interlocutores, ou por terceira pessoa com o seu consentimento, sem que haja conhecimento dos demais interlocutores. Essa conduta afronta o inciso X, do art.5.º, da CF. • Excepcionalmente, o STF admite que a própria pessoa, e não terceiros, grave, sem ordem judicial, conversa telefônica, quando, por exemplo, quiser obter a prova de um crime ou configurar a legítima defesa (HC 80.949). 48 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “A quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico de qualquer pessoa sujeita a investigação legislativa pode ser legitimamente decretada pela Comissão Parlamentar de Inquérito, desde que esse órgão estatal o faça mediante deliberação adequadamente fundamentada e na qual indique a necessidade objetiva da adoção dessa medida extraordinária. Precedente: MS 23.452-RJ, Rel. Min. Celso de Mello (Pleno).” (MS 23.639, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 16/02/01) 49 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Inviolabilidade de dados: sigilos bancário e fiscal • Os sigilos bancário e fiscal somente poderão ser excepcionados por ordem judicial fundamentada ou de Comissões Parlamentares de Inquérito, atendendo as seguintes características: • a) os dados sejam indispensáveis e sejam fundados os elementos de suspeita apoiados em indícios idôneos de possível autoria de prática ilícita; 50 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Inviolabilidade de dados: sigilos bancário e fiscal • b) haja individualização do investigado e do objeto da investigação; • c) seja mantido o sigilo em relação às pessoas estranhas ao procedimento investigatório, pois somente deve ser usado para a investigação que lhe deu causa. 51 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Inviolabilidade de dados: sigilos bancário e fiscal • É pacífico que esses dados podem ser devassados pela Justiça Penal e Cível e pelas Comissões Parlamentares de Inquérito. 52 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Inviolabilidade de dados: sigilos bancário e fiscal • Quanto ao Ministério Público, o STJ entende que não pode requisitar diretamente as informações, porém, o STF entende que pode quando envolver dinheiro ou verbas públicas. 53 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Quanto ao Fisco, há a possibilidade de quebra do sigilo bancário quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais dados sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. • O mandado de segurança, e não o habeas corpus, é a ação constitucional adequada para resguardar o direito líquido e certo de não quebrar os sigilos bancário e fiscal, salvo hipóteses excepcionais. 54 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Liberdade de exercício de profissão • XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 55 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Liberdade de exercício de profissão • XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; • Trata-se de norma constitucional de eficácia contida. Enquanto não for promulgada a lei, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão. Por exemplo qualquer um de nós pode exercer a profissão de pedreiro; o mesmo não acontece com as profissões de médico ou advogado, pois, nestas, só poderemos exercê-las se atendermos as qualificações e os requisitos, estabelecidos nas leis respectivas. 56 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito de acesso à informação • XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 57 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Jurisprudência STF: • “(...) A liberdade de imprensa, na medida em que não sofre interferências governamentais ou restrições de caráter censório, constitui expressão positiva do elevado coeficiente democrático. E a prerrogativa do sigilo da fonte, nesse contexto, constitui instrumento de preservação da própria liberdade de informação. Isso claramente significa que a prerrogativa concernente ao sigilo da fonte, longe de qualificar-se como mero privilégio de ordem pessoal, configura, na realidade, meio essencial de concretização do direito constitucional de informar (...)." (Inq 870, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 15/04/96) 58 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito de locomoção • XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; • Direito cuja garantia se instrumentaliza com o habeas corpus. 59 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito de reunião • XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 60 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • São elementos da reunião: pluralidade de participantes, tempo (com duração limitada), finalidade (finalidade lícita, pacífica e sem armas) e lugar (local delimitado). • A comunicação prévia às autoridades se justifica pelas condutas a serem desenvolvidas: regularização do trânsito, segurança, ordem pública, impedimento de realização de outra reunião. 61 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • A tutela do direito de reunião se efetiva pelo mandado de segurança, e não pelo habeas corpus, pois, nesse caso, a liberdade de locomoção é simples direito- meio para o pleno exercício de outro direito individual. 62 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito de associação • XVII - É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; • Caráter paramilitar: treinamento com a finalidade bélica, com organização hierárquica e o princípio da obediência. 63 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XVIII -a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 64 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 65 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Liberdade de associação • XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 66 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXI- as entidades associativas, quandoexpressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; • Caso de representação processual, pois a autorização deve ser expressa, ou seja, além de ter previsão genérica no estatuto, deve estar na ata da assembléia geral que conferiu poderes para a demanda, ou, procuração individual outorgada pelos membros. 67 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito de propriedade • XXII- é garantido o direito de propriedade; 68 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; • Para se entender este inciso, é necessário esclarecer que a "função social" da propriedade varia, conforme seja ela urbana ou rural. 69 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; • O art. 182, § 2° da CF diz o seguinte: "a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor". • O plano diretor é um instrumento de política de desenvolvimento e expansão urbana, exigido pela CF para cidades com mais de 20.000 habitantes; nele são enumeradas as obrigações dos proprietários de imóveis urbanos e as punições que sofrerão, caso não as cumpram. 70 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “O direito de edificar é relativo, dado que condicionado à função social da propriedade.” (RE 178.836, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20/08/99) 71 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; • Em relação às propriedades rurais, o art. 186 da CF diz o seguinte: "A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 72 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • I- aproveitamento racional e adequado; • II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; • III- observância das disposições que regulam as relações de trabalho; • IV- exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores." 73 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Desapropriação • XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 74 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Necessidade pública: problemas inadiáveis, envolvendo situações que não podem ser procrastinadas, ou seja, situação de emergência. • Utilidade pública: é conveniente mas não imprescindível. Não há urgência e sim conveniência. • Interesse social: solucionar problemas sociais. 75 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Nestas três hipóteses deverá haver prévia indenização, mas não necessariamente em dinheiro. A indenização, em desapropriação por interesse social prevista no art. 184, da CF, será prévia, mas em títulos da dívida agrária. A indenização, em desapropriação urbana prevista no art. 182, § 4.º, III, da CF, em títulos da dívida pública. 76 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Requisição administrativa • XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 77 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Proteção à pequena propriedade rural • XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 78 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Proteção à pequena propriedade rural • Penhora é o ato judicial pelo qual, em virtude do mandado do juiz, se tiram os bens do poder do condenado (devedor) pondo-os sob a guarda da justiça, para segurança do processo de execução. A Constituição assegurou a impenhorabilidade do bem de família rural. 79 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito autoral • XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; (Lei 9.610/98) 80 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • "Pela execução de obra musical por artistas remunerados é devido direito autoral, não-exigível quando a orquestra for de amadores." (SÚM. 386) 81 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: • a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; • b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e ás respectivas representações sindicais e associativas; 82 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e desenvolvimento tecnológico e econômico do País; (Lei 9279/96) 83 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXX- é garantido o direito de herança; 84 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em beneficio do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; 85 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXXII- o Estado promoverá, na forma de lei, a defesa do consumidor; • A Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, conhecida como “Código de Defesa do Consumidor”, estabeleceu as normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social. 86 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 87 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Princípio da inafastabilidade da jurisdição • XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; • Jurisdição significa dizer ou aplicar o direito no caso concreto, produzindo coisa julgada. • O direito de ação é um direito subjetivo à sentença, seja esta de acolhimento ou de rejeição da pretensão, desde que preenchidas as condições da ação. 88 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “A garantia de acesso ao Judiciário não pode ser tida como certeza de que as teses serão apreciadas de acordo com a conveniência das partes.” (RE 113.958, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 07/02/97) 89 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeitoe a coisa julgada; 90 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Ato jurídico perfeito é aquele que já se consumou, tornando-se, ao tempo em que se efetuou, apto para produzir efeitos, decorrendo de um negócio jurídico ou de um ato feito de acordo com a lei. • Coisa julgada é a decisão judicial de que já não caiba recurso. • Direito adquirido é aquele que já se incorporou ao patrimônio e à personalidade do seu titular, decorrendo diretamente da lei. 91 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • É importante notar que não se pode alegar direito adquirido se o prejuízo for decorrente de emenda constitucional ou de dispositivo da própria Constituição. O legislador deixa claro, no inicio do inciso que a vedação em causa se destina à lei, isto é, ao ordenamento infraconstitucional. 92 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “A supremacia jurídica das normas inscritas na Carta Federal não permite, ressalvadas as eventuais exceções proclamadas no próprio texto constitucional, que contra elas seja invocado o direito adquirido.” (ADI 248, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 08/04/94) 93 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Devido processo legal e seus princípios correlatos: • LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; • Por devido processo legal entenda-se um conjunto de garantias destinadas ao indivíduo para que este possa se defender, só se admitindo restrições ao direito quando observado tal princípio. 94 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Devido processo legal e seus princípios correlatos: • Segundo o princípio do devido processo legal, deverão ser assegurados ao indivíduo, entre outros, os seguintes princípios constitucionais: a) juiz natural; b) contraditório e ampla defesa; c) vedação à prova ilícita; d) presunção de inocência; e) publicidade dos atos processuais; f) razoabilidade ou proporcionalidade; e g) celeridade processual. 95 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Juiz natural: pré-constituído e competente • XXXVII - não haverá juízo ou tribunal do exceção; • Somente os juízes, tribunais e órgãos jurisdicionais previstos na Constituição se identificam ao juiz natural, princípio que se estende ao poder de julgar também previsto em outros órgãos, como o Senado nos casos de impedimento de agentes do Poder Executivo. 96 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Juiz competente • Llll - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; • Exige-se o respeito absoluto às regras objetivas de determinação de competência, para que não seja afetada a imparcialidade e independência do órgão julgador. 97 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Princípio da ampla defesa e do contraditório • LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral serão assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 98 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Contraditório é a possibilidade de refutação da acusação e se dá quando as partes são colocadas em pé de igualdade, dando-se igual oportunidade ao acusado de opor-se ou dar outra versão aos atos produzidos pela outra parte contra ele. • Ampla defesa é o direito do acusado de apresentar, no processo, todos os meios lícitos necessários para provar sua inocência (testemunhas, documentos etc.) 99 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Segundo jurisprudência pacífica do STF, o contraditório não se aplica aos inquéritos policiais nem a sindicância, se meramente preparatório para o processo administrativo disciplinar (PAD). 100 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • "A garantia do direito de defesa contempla, no seu âmbito de proteção, todos os processos judiciais ou administrativos." (RE 426.147-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 05/05/06) 101 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Vedação à prova ilícita • LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 102 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “As provas obtidas por meios ilícitos contaminam as que são exclusivamente delas decorrentes; tornam-se inadmissíveis no processo e não podem ensejar a investigação criminal e, com mais razão, a denúncia, a instrução e o julgamento (...).” (HC 72.588, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 04/08/00). No mesmo sentido: HC 81.993, DJ 02/08/02. 103 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Princípio da presunção de inocência • LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; • Há a necessidade do Estado comprovar a culpabilidade do indivíduo. Isto, porém, não afasta a constitucionalidade das espécies de prisões provisórias, cautelares. Assim, permanecem válidas as prisões temporárias, em flagrante, preventivas, por pronúncia e por sentenças condenatórias sem trânsito em julgado. 104 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Princípio da presunção de inocência • Súmula 9, do STJ: “A exigência de prisão provisória, para apelar, não ofende a garantia constitucional da presunção de inocência”. • Diversamente, porém, o lançamento do nome do acusado no rol dos culpados viola este princípio. 105 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Publicidade dos atos processuais • LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 106 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Princípio da Razoabilidade ou Proporcionalidade • Segundo o STF, o princípio do devido processo legal é a sede material do princípio da razoabilidade ou proporcionalidade, que se desdobra em três sub-princípios, a saber: 107 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • a) adequação: o meio deve ser adequado para o fim pretendido. • b) necessidade: quando várias medidas existem deve-se escolher a de menor impacto. • c) proporcionalidade em sentido estrito: o meio não deve sacrificar mais o direito intensamente do que o benefício a ser atingido. 108 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo.” (SÚM. 70) • “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.” (SÚM. 323) 109 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (intuído pela Emenda Constitucional nº 45 de 2004) 110 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Tribunal do Júri • XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: • a) a plenitude de defesa; • b) o sigilo das votações; • c) a soberania dos veredictos; • d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 111 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • O júri é um tribunal popular composto por um juiz de direito, que o preside, e por 21 jurados, que são sorteados dentre cidadãos que constem do alistamento eleitoral do Município, formando o Conselhode Sentença com 7 deles, sendo, regra geral, o juiz natural para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 112 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Crimes dolosos contra a vida: • homicídio (matar alguém), infanticídio (matar o próprio filho logo após o parto, em virtude do estado puerperal), aborto, e instigação, induzimento ou auxílio ao suicídio. 113 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • O STF declarou que a garantia constitucional da soberania do veredicto do júri não exclui a recorribilidade de suas decisões. 114 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Princípio constitucional penal da legalidade • XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; • O constituinte adotou, também, o princípio da anterioridade, pelo qual para existir delito é necessário que o fato delituoso seja cometido após a entrada em vigor da lei incriminadora. 115 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Irretroatividade da lei penal • XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; • A retroatividade da lei penal benigna, que atinge, inclusive, a coisa julgada, pode ocorrer de duas formas: o fato não é mais considerado crime pela nova lei (abolitio criminis), ou, a lei nova, de algum modo, beneficia o agente, lhe é favorável (lex mitior). 116 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; 117 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Repúdio ao racismo • XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; • Racismo é todo e qualquer tratamento discriminador da condição humana em que o agente dilacera a auto-estima e o patrimônio moral de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, tomando como critérios raça ou cor da pele, ou ainda, etnia, religião e procedência nacional. 118 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Pela relevância do julgamento proferido pelo STF, destacamos alguns trechos da ementa do HC 82.424: • “Escrever, editar, divulgar e comerciar livros “fazendo apologia de idéias preconceituosas e discriminatórias” contra a comunidade judaica (Lei 7716/89, artigo 20, na redação dada pela Lei 8081/90) constitui crime de racismo sujeito às cláusulas de inafiançabilidade e imprescritibilidade (CF, artigo 5º, XLII) 119 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Inafiançável diz-se do crime que o acusado é preso ao praticá-lo, e, na própria prisão, incumbe-lhe providenciar os meios de se defender. É o contrário do afiançável, onde o acusado organiza sua defesa em liberdade, oferecendo, em garantia, dinheiro ou equivalente monetário, cuja denominação é fiança. • Imprescritível é aquele crime cuja sanção é perene, porque o Estado poderá punir o infrator a qualquer tempo. 120 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 121 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Indulto é uma espécie de indulgência coletiva, clemência ou perdão, independente de pedido, aplicando-se aos réus condenados. É de competência exclusiva do presidente da República (artigo 84, XII, da CF). Ao indulto individual dá-se o nome de Graça. • Graça é medida de clemência ou indulgência específica. Ocorre por iniciativa do condenado. Exclui a pena. • Anistia é um ato de clemência soberana, geral. É atribuição do Congresso Nacional por lei (artigo 48, VIII, da CF). Exclui o crime e a pena. 122 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Os crimes hediondos são enumerados pela Lei 8.930, de 6.09.94, conforme segue: • a) homicídio quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado; b) latrocínio (roubo seguido de morte); c) extorsão mediante seqüestro; d) extorsão qualificada pela morte; e) estupro; f) atentado violento ao pudor; g) epidemia com resultado morte; h) genocídio. 123 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Proteção à ordem constitucional e o Estado Democrático. • XLIV- Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupo armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 124 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Princípio da responsabilidade pessoal • XLV- Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 125 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Princípio da individualização da pena • XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: • a) privação ou restrição da liberdade; • b) perda de bens; • c) multa; • d) prestação social alternativa; • e) suspensão ou interdição de direitos; 126 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • a) privação ou restrição de liberdade • Privação é a reclusão e detenção, cumpridas em estabelecimentos próprios e sacrificam a permanência do agente no meio social. • Restrição molesta o exercício do direito de liberdade, mas não retira o condenado do convívio social. 127 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • b) perda de bens; • Considerada uma pena restritiva de direitos, integra o rol dos efeitos da condenação e se dá em favor da União. • É a perda em favor da União dos instrumentos do crime ou do produto do crime ou qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo infrator com a prática de fato criminoso. 128 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • c) multa • Consiste na obrigação imposta ao condenado de pagar ao Estado determinada soma em dinheiro. 129 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • d) prestação social alternativa; • É uma pena restritiva de direitos, consubstanciada na prestação de serviço à comunidade ou entidades públicas, gratuitamente. 130 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • e) suspensão ou interdição de direitos; • Implica na perda permanente (interdição) ou temporária (suspensão) de direitos. Perfaz-se, por exemplo, com a proibição para o exercício do cargo, função ou atividade pública, ou mandato eletivo; com a proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; com a suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículos, etc. 131 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XLVII - não haverá penas: • a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; • b) de caráter perpétuo; • c) de trabalhos forçados; • d) de banimento; (expulsão do brasileiro) • e) cruéis; 132 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo apenado;133 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 134 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “Detento assassinado por outro preso: responsabilidade civil do Estado: ocorrência da falta do serviço, com a culpa genérica do serviço público, dado que o Estado deve zelar pela integridade física do preso.” (RE 372.472, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 28/11/03). No mesmo sentido: RE 215.981, DJ 31/05/02. 135 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; 136 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Extradição passiva • LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; • Extradição é a transferência compulsória de pessoa que está no território nacional para outro país, a pedido deste, para que responda a processo ou cumpra pena naquele país. 137 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Conceito: Extradição é o ato pelo qual um país entrega um indivíduo, acusado de um crime ou já condenado criminalmente, à justiça de outro país, que o reclama, e que é competente para julgá-lo e puni-lo. • Extradição ativa é a requerida pelo Brasil a outros Estados; extradição passiva é a que se requer ao Brasil. • Assim, a Constituição estabelece as hipóteses de concessão da extradição passiva, podendo, porém, a legislação infraconstitucional estabelecer outros requisitos formais. 138 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Requisitos constitucionais: • Brasileiro nato: nunca será extraditado. • Brasileiro naturalizado: quase nunca será extraditado, salvo se crime comum, praticado antes da naturalização ou tráfico ilícito de entorpecentes, não importando, neste último caso, se foi antes ou depois da naturalização. • Português equiparado: é equiparado à brasileiro naturalizado e pode ser extraditado naquelas mesmas hipóteses, mas só para Portugal (Decreto Legislativo 70.391/72). 139 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro.” (SÚM. 421) 140 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; • Estrangeiro: quase sempre será extraditado, salvo se crime político (atentado, efetiva ou potencialmente, contra a soberania nacional e a estrutura política) ou de opinião (exacerbação da liberdade de manifestação do pensamento). 141 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; • Identificação criminal é o exame datiloscópico (colhimento das digitais) e fotografias. 142 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “(...) A identificação criminal não será feita se apresentada, ante a autoridade policial, a identidade civil da indiciada (...) ” (RHC 66.180, Rel. Min. Francisco Rezek, DJ 10/03/89) 143 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; • Ação penal pública é aquela cuja iniciativa cabe privativamente ao Ministério Público. Uma vez que o direito de punir pertence unicamente ao Estado, a regra no direito processual penal é que a ação penal seja pública. Este tipo de ação inicia-se por uma peça chamada "denúncia" . • A ação penal privada é aquela cuja iniciativa cabe ao particular ofendido. É ele que ingressa nos autos como titular da ação penal, para que se persiga e se puna o infrator. 144 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • O STF entende que a admissibilidade da ação penal privada subsidiária da pública pressupõe a inércia do Ministério Público em adotar, no prazo legal, uma das seguintes providências: a) oferecer denúncia; b) requerer o arquivamento do inquérito; c) requisitar diligências; e d) nas infrações de menor potencial ofensivo, oferecer a transação penal. 145 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 146 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e á família do preso ou á pessoa por ele indicada; 147 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Princípio da não auto-incriminação • LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; • É um direito público subjetivo assegurado a qualquer pessoa que, na condição de testemunha, de indiciado ou de réu, deva prestar depoimento perante órgãos do Poder Legislativo (CPIs, por exemplo), do Poder Executivo (Inquérito Policial, por exemplo) e do Poder Judiciário. 148 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “CPI e o privilégio constitucional contra a auto- incriminação. Cabe acentuar que o privilégio contra a auto-incriminação — que é plenamente invocável perante as Comissões Parlamentares de Inquérito (...) É por essa razão que o Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu esse direito também em favor de quem presta depoimento na condição de testemunha, advertindo, então, que ‘não configura o crime de falso testemunho, quando a pessoa, depondo como testemunha, ainda que compromissada, deixa de revelar fatos que possam incriminá-la’ (RTJ 163/626, Rel. Min. Carlos Velloso). 149 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “O privilégio contra a auto-incriminação, garantia constitucional, permite ao paciente o exercício do direito de silêncio, não estando, por essa razão, obrigado a fornecer os padrões vocais necessários a subsidiar prova pericial que entende lhe ser desfavorável.” (HC 83.096, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 12/12/03) 150 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 151 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 152 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 153 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Prisão Civil • LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; • A prisão civil é admitida somente em duas situações: 154 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • a) quando o sujeito, mediante sentença judicial, recebeu a obrigação de pagar pensão alimentícia a terceiro e, tendo condições, não o fez; • b)no caso do depositário infiel, isto é, o indivíduo que se incumbiu de guardar um bem com a obrigação de restituí-lo, e que não o faz, quando solicitado; o depositário infiel pode pegar pena de até um ano de prisão. 155 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Assistência Jurídica gratuita • LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; 156 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • A assistência jurídica significa a prestação de informação, assessoria e orientação jurídicas fora do processo. • A assistência judiciária gratuita, ou justiça gratuita, compreende a defesa dentro do processo judicial e é regulada pela Lei nº 1.060/50. Presume-se pobre quem declarar a impossibilidade de suportar as despesas processuais sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, o que dispensa a parte de comprovar o estado de miserabilidade. Esta garantia pode alcançar a pessoa jurídica. 157 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Lei 1.060/50 • Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família. • § 1º. Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos desta lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais. (...) • § 3º A apresentação da carteira de trabalho e previdência social, devidamente legalizada, onde o juiz verificará a necessidade da parte, substituirá os atestados exigidos (...). 158 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “Ao contrário do que ocorre relativamente às pessoas naturais, não basta a pessoa jurídica asseverar a insuficiência de recursos, devendo comprovar, isto sim, o fato de se encontrar em situação inviabilizadora da assunção dos ônus decorrentes do ingresso em juízo.” (Rcl 1.905 ED-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 20/09/02) 159 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 160 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: • a) o registro civil de nascimento; • b) a certidão de óbito; 161 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “Os atos relativos ao nascimento e ao óbito relacionam-se com a cidadania e com seu exercício e são gratuitos na forma da Lei. (...).” (ADI 1.800-MC, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 06/04/98) 162 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 163 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • § 1°-As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. • Este parágrafo indica que as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais possuem aplicabilidade integral, desde quando a própria Constituição não exija que um certo dispositivo necessite de regulamentação nos termos e na forma da lei. 164 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • § 2°- Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 165 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • O rol de direitos e garantias é exemplificativo, pois não exclui os decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição. • Igualmente, não exclui a existência de outros direitos e garantias, de caráter infraconstitucional, decorrentes de tratados internacionais em que o Estado Brasileiro seja parte. 166 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • § 3°- Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.(incluído pela Emenda Constitucional n. 45 de 2004). 167 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • § 4°-O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (incluído pela Emenda Constitucional n. 45 de 2004). • Os delitos a serem julgados no Tribunal Penal Internacional são aqueles considerados graves, que afetam a comunidade internacional no seu conjunto, a saber: crime de genocídio; crimes contra a humanidade; crimes de guerra e o crime de agressão. Vale ressaltar que a competência do Tribunal Penal Internacional é complementar às jurisdições penais nacionais. 168 Cláusulas Pétreas • 3. DIRETOS E GARANTIAS PÉTREOS • Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: • I- a forma federativa de Estado; • II- o voto direto, secreto, universal e periódico; • III- a separação dos Poderes; • IV - os direitos e garantias individuais. 169 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Remédios constitucionais • Estudaremos os chamados "remédios constitucionais". São instrumentos poderosos de proteção jurídica a serem utilizados para resguardar determinados direitos previstos na própria Constituição. 170 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Remédios Constitucionais Administrativos • XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: • Direito de petição: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder, 171 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito de petição: “a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder,” • É o direito que pertence a uma pessoa de invocar a atenção dos poderes públicos sobre uma questão ou situação. • Seu exercício está desvinculado da comprovação da existência de qualquer lesão a interesses próprios do peticionário e sua negativa é sanável por meio de mandado de segurança. 172 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Remédios Constitucionais Administrativos • XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: • Direito de certidão: b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 173 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito de certidão: “b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;” • Trata-se de um direito líquido e certo de qualquer pessoa à obtenção de certidão para defesa de direitos, desde que demonstrado seu legítimo interesse, entendido este como a existência de um direito individual ou da coletividade a ser defendido. 174 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito de certidão: • Diante da denegação ilegal do fornecimento de certidões, o remédio judicial idôneo para a repressão da ilegalidade é o mandado de segurança, e não o habeas data. 175 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Habeas corpus • LXVIII - conceder-se-á habeascorpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 176 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • A expressão habeas corpus é de origem latina e significa "tenha-se o corpo". Designa instituto jurídico que tem por finalidade precípua proteger a liberdade de locomoção, ou seja, de "mover-se com o próprio corpo". Protege, portanto, apenas o direito de pessoa física e viva (pessoa jurídica, ente abstrato definido em lei, não tem como e, portanto, não há como cercear a sua liberdade de locomoção). 177 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito tutelado: direito de locomoção: ir, vir e ficar, do art. 5.º, XV, da CF. • Legitimidade ativa: é uma verdadeira ação penal popular, pois qualquer do povo, nacional ou estrangeiro, pode impetrar um habeas corpus em favor de alguém, não se exigindo a capacidade de estar em juízo, nem a capacidade postulatória. 178 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Não há como a pessoa jurídica sofrer restrição na sua liberdade de locomoção, porém, ela pode impetrar um habeas corpus em favor de uma pessoa física. • O promotor de justiça, na qualidade de órgão do Ministério Público, pode impetrar habeas corpus, devendo paciente, contudo, manifestar-se previamente. • O magistrado, na qualidade de juiz, poderá concedê- lo de ofício, mas não poderá jamais impetrar habeas corpus. 179 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Legitimidade passiva: contra ato do coator, que poderá ser tanto autoridade quanto particular (nesta hipótese, somente por ilegalidade). • Hipótese de cabimento: violência ou coação, por ilegalidade ou abuso de poder, na liberdade de locomoção. 180 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Há duas espécies de habeas corpus: o preventivo e o repressivo. • Habeas corpus preventivo é aquele utilizado nos casos em que o direito de locomoção está sendo ameaçado (neste caso, será concedido ao paciente um salvo-conduto, assinado pelo juiz, sendo que uma cópia do mesmo também será enviada à autoridade coatora). • Habeas corpus repressivo ou liberatório é aquele utilizado quando a violência ao direito de ire vir já aconteceu, por ilegalidade ou abuso de poder (ou seja, o individuo já está preso, detido etc.). 181 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Liminar em habeas corpus • Desde que presentes os seus pressupostos (probabilidade de ocorrência de dano irreparável e indicação razoável da ilegalidade no constrangimento), é possível a concessão de medida liminar em habeas corpus seja ele preventivo ou preventivo. 182 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • habeas corpus • Qualquer pessoa, brasileira ou estrangeira, independentemente da capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo, profissão, estado mental, pode ingressar com habeas corpus, em benefício próprio ou alheio. Não há necessidade de advogado para impetração do habeas corpus. 183 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • A palavra ilegalidade, aqui, deve ser entendida em sentido amplo, ou seja, como presença de cerceamento de defesa, acusação baseada em lei posterior ao fato ocorrido, instauração de processo criminal perante juiz incompetente, ausência de defesa em processo criminai etc. • Abuso de poder é o exercício irregular do poder, pelo transbordamento, por parte da autoridade, dos limites de sua competência. • O processamento do habeas corpus é gratuito e pode ser impetrado pelo próprio paciente, independentemente de interposição de advogado. 184 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º � • Habeas corpus deverá ser utilizado contra ato do coator, que poderá ser tanto autoridade pública (delegado de polícia, promotor de justiça, juiz) como particular. No primeiro caso, nas hipóteses de ilegalidade e abuso de poder, enquanto o segundo caso, somente nas hipóteses de ilegalidade (Alexandre de Moraes). 185 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. • § 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares. 186 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada." (SÚM. 693) • “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública." (SÚM. 694) 187 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “Pena de demissão. O habeas corpus visa a proteger a liberdade de locomoção — liberdade de ir, vir e ficar — por ilegalidade ou abuso de poder, não podendo ser utilizado para proteção de direitos outros.” (HC 82.812, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 27/06/03). No mesmo sentido: HC 82.880-AgR, DJ 16/05/03. 188 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Habeas data • LXXII - conceder-se-á habeas data: • a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; • b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 189 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Habeas data • Direito tutelado: direito à informação da pessoa. • Legitimidade ativa: qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira, quanto pessoa jurídica, desde que as informações sejam relativas à sua pessoa, nunca de terceiros. O caráter dessa ação é personalíssimo. 190 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Habeas data • Legitimidade passiva: as entidades governamentais ou as pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços para o público ou de interesse público (os dados possam ser transmitidos a terceiros). • Hipóteses de cabimento: conhecimento, retificação ou anotação de dados, desde que haja recusa na via administrativa. 191 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Habeas data • Custas: art. 5º, LXXVII, da CF: são gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas- data”, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 192 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de segurança • LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para obter direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 193 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de segurança é um instrumento que protege por exclusão, ou seja, protege direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data. 194 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Direito tutelado: qualquer direito líquido e certo, com exceção do direito de locomoção e deinformação da pessoa. Direito líquido é um direito sem dúvidas. Direito certo se refere, na realidade, ao fato certo, incontroverso, capaz de ser comprovado de plano, por documentos. 195 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Legitimidade ativa: qualquer pessoa física como jurídica, nacional ou estrangeira; as universalidades reconhecidas pela lei (espólio, massa falida, por exemplo); órgãos públicos despersonalizados, mas dotados de capacidade processual (Chefia do Poder Executivo, Mesas do Congresso, Senado, Câmara, Assembléias, Ministério Público). 196 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Legitimidade passiva: é a autoridade coatora, podendo a pessoa jurídica de direito público, da qual faça parte, ingressar como litisconsorte. Pode ser que a pessoa praticante do ato seja natural ou componente de pessoa jurídica de direito privado com funções delegadas do Poder Público (ex.: concessionárias). 197 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Hipótese de cabimento: ato comissivo ou omissivo praticado ilegalmente ou com abuso de poder. 198 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • “Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.” (SÚM. 510) 199 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de segurança coletivo • LXX - o mandato de segurança coletivo pode ser impetrado por • a) partido político com representação no Congresso Nacional; • b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 200 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de segurança coletivo • Direito tutelado: são os mesmos direitos que podem ser objeto do mandado de segurança individual, porém direcionado à defesa dos interesses coletivos. 201 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de segurança coletivo • Legitimidade ativa: atuam em substituição processual. • a) partido político com representação no Congresso Nacional, ou seja, pelo menos um Deputado ou Senador. Os partidos políticos podem defender quaisquer interesses coletivos ou difusos ligados à sociedade. • b) organização sindical, entidade de classe ou associação, desde que presentes os seguintes requisitos: constituição legal e pleiteiem a defesa dos interesses de seus membros ou associados. 202 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de segurança coletivo • “Tratando-se de mandado de segurança coletivo impetrado por sindicato, é indevida a exigência de um ano de constituição e funcionamento, porquanto esta restrição destina-se apenas às associações.” (RE 198.919, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 24/09/99) • STF entende que a exigência de um ano de constituição e funcionamento destina-se apenas às associações. 203 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de segurança coletivo • "A legitimação das organizações sindicais, entidades de classe ou associações, para a segurança coletiva, é extraordinária, ocorrendo, em tal caso, substituição processual. CF, art. 5º, LXX. Não se exige, tratando-se de segurança coletiva, a autorização expressa aludida no inciso XXI do art. 5º da Constituição, que contempla hipótese de representação." (RE 193.382, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20/09/96) 204 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção • LXXI-Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdade constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 205 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção • Direito tutelado: direitos e liberdades constitucionais e as prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. 206 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção • Legitimidade ativa: qualquer pessoa inviabilizada de exercer os direitos e liberdades constitucionais e as prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, decorrente da falta de norma regulamentadora. • O STF admite o mandado de injunção coletivo, por aplicação analógica do art. 5.º, LXX, da CF. 207 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção • Legitimidade passiva: somente a pessoa estatal com dever jurídico de emanação de provimentos normativos. • Noções de Direito Constitucional 21 • EDITORA APROVAÇÃO 208 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção • Hipótese de cabimento: falta de norma regulamentadora das normas constitucionais de eficácia limitada de princípio institutivo de caráter impositivo e das normas constitucionais programáticas vinculadas ao princípio da legalidade, tornando inviável o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa (nexo de causalidade entre a omissão legislativa e a inviabilidade do exercício). 209 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção • Observações: 1) ao procedimento do mandado de injunção serão observadas, no que couberem, as normas do mandado de segurança, mas, o STF não admite, no caso, a concessão de liminar; 2) a decisão em mandado de injunção reconhece a existência da mora legislativa, vale dizer, a demora em legislar do Poder Público em relação à matéria. • Constitucional 21 • EDITORA APROVAÇÃO 210 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção • Em resumo, existem duas posições quantos aos efeitos do mandado de injunção: a posição não- concretista (adotada até 2007 pelo STF) e a posição concretista. • Pela corrente não-concretista, até então majoritária no STF, o Judiciário, reconhecendo a existência da mora legislativa, comunicaria essa omissão, para que o Poder Legislativo elaborasse a lei, sem que, acaso não elaborada a norma, houvesse a resolução do caso para a parte impetrante. 211 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção • A posição concretista divide-se em geral e individual. • Na posição concretista geral, defendida por alguns doutrinadores, a decisão do Poder Judiciário teria efeitos erga omnes, com a implementação de uma normatividade geral, até que a omissão fosse suprida pelo poder competente. Esta posição é bastante criticada em face do princípio da separação de poderes. 212 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção • A posição concretista divide-se em geral e individual. • No concretismo individual há duas correntes: a direta e a intermediária. Pela corrente direta, adotada agora pelo STF, o Judiciário, reconhecendo a mora legislativa, decide, desde logo, o pedido do requerente do mandado de injunção e provê sobre o exercício do direito constitucionalmente previsto. 213 Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º • Mandado de injunção - No concretismo individual há duas correntes: a direta e a intermediária. • Já para a corrente intermediária, defende-se a idéia de, em primeiro lugar, comunicar ao Congresso Nacional, ou ao órgão obrigado a legislar, a omissão inconstitucional, para que, exercitando a competência, faça-se a lei; se, entretanto, os órgãos obrigados não fizerem a lei, em certo prazo estabelecido na decisão, o Judiciário,
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