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3 RECONVENÇÃO NCPC

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INOVAÇÕES DO PROCESSO DE CONHECIMENTO (NOVO CPC) – RECONVENÇÃO ART. 343 NCPC
Reconvenção: continua a existir no CPC de 2015, e com a mesma finalidade e requisitos que no CPC de 1973. Unicamente, ela não deve ser apresentada em peça autônoma, simultaneamente com a contestação, mas na própria contestação, em peça única. Ela continua tendo natureza de ação autônoma, e a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva não impede que ela prossiga. A lei explicita, ainda, que ela pode ser proposta contra o autor e terceiro, e pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
RECONVENÇÃO
Dentre as modalidades de resposta, destaca-se a reconvenção, que se distingue das demais por não constituir um mecanismo de defesa, mas de contra-ataque.
Em regra, na contestação o réu não pode formular pretensões em face do autor, salvo a de que os pedidos por este formulados sejam julgados improcedentes. 
Se o réu quiser formular pretensões em face do autor, terá de valer-se da reconvenção. 
A contestação não amplia os limites objetivos da lide: o juiz se limitará a apreciar os pedidos formulados pelo autor, acolhendo-os ou não. 
A reconvenção amplia: o juiz terá de decidir não apenas os pedidos do autor mas também os apresentados pelo réu, na reconvenção.
Não cabe reconvenção, apenas para que o réu postule a improcedência do pedido inicial, bastando a contestação. 
A reconvenção pressupõe que o réu queira algo mais do autor, que não se satisfaça com a mera improcedência, e queira formular pretensões em face dele.
O que justifica a reconvenção é a economia e maior eficiência do processo, pois as pretensões de ambos os litigantes serão julgadas de uma só vez. Mas também — e sobretudo — a possibilidade de se afastar o risco de decisões conflitantes. 
Afinal, a pretensão formulada pelo réu tem de ser conexa com a do autor ou com os fundamentos de defesa. Sem a possibilidade de reconvir, o réu teria de valer-se de processo autônomo, julgado por outro juiz. E se juízes diferentes julgam pretensões conexas, há sempre o perigo de resultados incompatíveis.
A reconvenção permanece no CPC de 2015 como uma das formas de resposta do réu. Os requisitos continuam os mesmos: que o réu manifeste pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. E ela continua tendo natureza de ação autônoma, o que deve prosseguir ainda que haja desistência da ação ou ocorra causa de extinção que impeça o exame do mérito. A única alteração é que, no novo sistema, ela não é apresentada em peça autônoma, protocolada simultaneamente com a contestação, mas na própria contestação (art. 343).
Natureza da reconvenção
A reconvenção é uma nova ação, pois aciona o judiciário a proferir uma resposta às pretensões formuladas pelo réu. 
A peculiaridade reside em que não forma um novo processo. A ação principal e a reconvenção terão um processamento conjunto, e serão julgadas por uma só sentença. Haverá duas ações em um único processo. Quando as suas pretensões não forem conexas com a ação principal ou com os fundamentos de defesa, o réu terá que ingressar com a ação autônoma, não podendo valer-se da reconvenção. Mas, mesmo que o forem, o réu poderá optar por ajuizar ação própria, criando com isso um processo autônomo; com a ressalva de que, verificando-se a conexidade entre as duas ações, será determinada a reunião dos processos, na forma do art. 55 § 1º, do NCPC.
Uma vez que a reconvenção não cria um novo processo, se o juiz indeferi-la de plano, não estará proferindo sentença, pois não porá fim ao processo ou à fase condenatória. O ato será decisão interlocutória, que desafiará a interposição de agravo.
A pretensão do réu reconvinte em face do autor reconvindo pode ser de natureza condenatória, constitutiva ou declaratória. Não é necessário que seja da mesma natureza que a formulada pelo autor. 
Independência da reconvenção
Embora ação e reconvenção processem-se em conjunto, para que possam ser julgadas juntamente, há relativa independência entre elas. O art. 343 § 2º NCPC estabelece que: “A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção”, o que se justifica por ser uma nova ação. O réu dificilmente faria uso da reconvenção, se o prosseguimento ou desfecho desta ficasse condicionado ao da ação original.
Exceto as hipóteses de extinção sem julgamento de mérito da ação ou da reconvenção, a regra é que ambas sejam julgadas por uma só sentença. Mas há ainda a possibilidade de o juiz acolher a prescrição ou decadência da pretensão formulada na ação original, extinguindo-a com resolução de mérito, e determinar o prosseguimento da reconvenção, ou vice-versa.
Cabimento da reconvenção
A reconvenção é própria do processo de conhecimento: não cabe em processos de execução, nem cautelares.
Dentre os de conhecimento, só nos de jurisdição contenciosa; nos de jurisdição voluntária, não.
Também não é admissível nos de procedimento sumário (extinto pelo NCPC).
Os procedimentos especiais podem ser de dois tipos: os que, com a apresentação de resposta do réu, passam a ser comuns; e os que permanecem especiais, mesmo depois da resposta, isto é, que têm peculiaridades ao logo de todo o curso. Só cabe reconvenção nas do primeiro tipo, como, por exemplo, nas monitórias, em que, oferecida a resposta, segue-se o procedimento comum. Nesse sentido, a súmula 292 do STJ: “A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordinário”.
Não cabe reconvenção em embargos de devedor, nem nos processos de liquidação. Mas sim em ação rescisória, desde que a pretensão do réu seja desconstituir a mesma sentença ou acórdão, embora por fundamentos diversos.
Por fim, não cabe reconvenção nas ações que corram no Juizado Especial Cível, uma vez que ela não se coaduna com a presteza do rito. Mas o art. 31 da Lei n. 9.099/95 admite que o réu formule, em sua contestação, pedido contraposto ao do autor.
Prazo
No CPC de 2015, elas devem ser apresentadas em uma única peça. A reconvenção é apresentada na contestação. Nada obsta, porém, que o réu proponha reconvenção independentemente de contestação (art. 343, § 6º). Mas se quiser apresentar as duas coisas, a reconvenção deve vir na contestação.
Portanto, se o réu contestar sem reconvir, não poderá mais fazê­-lo, porque terá havido preclusão consumativa. E vice-versa.
Mas isso não significa que o réu precise contestar para reconvir. É possível a reconvenção sem que o réu conteste, caso em que deverá ser apresentada no prazo que o réu teria para contestar.
Se o réu não contestar, mas reconvir, não será revel, porque terá comparecido ao processo, e se manifestado. Portanto, deverá ser intimado de todos os atos processuais subsequentes. Mas serão presumidos os fatos narrados na petição inicial? Depende. Se, ao reconvir, o réu apresentou fundamentos incompatíveis com os do pedido inicial, estes não se presumirão verdadeiros. Mas naquilo em que não houver tal incompatibilidade, haverá a presunção.
Vale lembrar que o CPC de 2015 manda que as duas sejam apresentadas em peça única e não mais separado.
Requisitos da reconvenção
Conexidade
Estabelece o art. 343 NCPC, caput, que “o réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa”. A reconvenção está ligada à economia processual e ao afastamento do risco de decisões conflitantes: isso pressupõe a conexidade exigida pelo art. 343, pois não se justificaria o processamento, a instrução e o julgamento conjuntos se ela não existisse.
A conexão vem tratada no art. 55, do NCPC, e pressupõe que duas ou mais ações tenham o mesmo objeto ou a mesma causa de pedir.
O art. 343 admite que a conexão se dê entre a reconvenção e a ação principal, ou entre aquela e os fundamentos da defesa.
Caberá reconvenção se o pedido ou a causa de pedir apresentados pelo réu reconvinte estiver relacionado com os da ação principal. Por exemplo: em ação declaratóriade inexigibilidade de título de crédito, o réu pode reconvir pedindo a condenação do autor ao pagamento da dívida. Há conexão, porque o objeto das duas ações está relacionado à mesma dívida. 
A reconvenção também será admitida se houver conexão com os fundamentos da defesa, isto é, se o seu pedido ou causa de pedir estiverem relacionados com os fundamentos da contestação, com as razões de fato e de direito expostas pelo réu, para justificar que o pedido inicial seja desacolhido.
Por exemplo: se o réu, em contestação, alegar que o valor já tinha sido pago, e que a nova cobrança era indevida, poderá reconvir, pedindo a condenação do autor a pagar em dobro o que cobrou, na forma do art. 940, do CC. Tanto a defesa quanto o pedido de condenação estarão fundados na cobrança indevida daquilo que foi pago.
Competência
Para que caiba reconvenção, é preciso que o mesmo juízo tenha competência para julgar o pedido principal e o reconvencional.
Legitimidade
Talvez a maior novidade em relação ao tema sejam as possibilidades, expressamente acolhidas pelo art. 343, §§3º e 4º, do NCPC, de o réu apresentar reconvenção em face do autor e de terceiro (que obviamente deverá ser citado para integrar a demanda) e de o réu apresentar, em litisconsórcio com terceiro, reconvenção em face do autor. Trata-se da reconvenção subjetivamente ampliativa, não admitida pela doutrina com base no CPC/73, que sempre exigiu a identidade de partes entre ação principal e reconvenção. Ainda, o §5º do mesmo dispositivo legal, claramente combatendo o disposto no art. 315, parágrafo único, do CPC/73, autoriza que, “se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual”. As polêmicas sobre legitimidade envolvendo a reconvenção, portanto, parecem ter sido resolvidas pelo NCPC.
Compatibilidade de procedimentos
Como a ação e a reconvenção terão um só processo, e serão julgadas conjuntamente, é preciso que tenham procedimentos compatíveis. Não cabe reconvenção em procedimento sumário (extinto pelo NCPC), nem em procedimento especial, a menos que este siga pelo ordinário, com a resposta.
Procedimento da reconvenção
Apresentada reconvenção pelo réu no bojo da contestação, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 dias (NCPC, art. 343, §1º). Observe-se que o Novo Código utiliza a palavra “resposta”, em vez de “contestação”, como faz o artigo 316 do CPC/73.
A instrução e o julgamento da ação originária e da reconvenção serão feitas em conjunto.

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