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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO 4. COBRE NA PLANTA Hélio Grassi Filho O cobre participa de inúmeras enzimas, atuando no metabolismo de carboidratos, do nitrogênio, na síntese de lignina e clorofila. 4.1. COBRE NO SOLO Forma: Cu2+, adsorvido a minerais de argila, hidróxidos de ferro e à matéria orgânica; Solução: Cu2+ na forma de complexos solúveis com a matéria orgânica; 4.1.1. Condições de Carência de Cobre no Solo - baixo teor total*; - alto pH;(a elevação de uma unidade de pH leva a uma queda em 10 vezes de sua concentração na solução do solo) - alto teor de matéria orgânica; - excesso de N, P e Zn na adubação; - falta de aeração( Cu2+ + e- Cu+); * teor no solo = 10 a 80ppm, sendo que 98% encontra-se ligado a complexos com a matéria orgânica. 4.1.2. Toxidez de Cobre no Solo A toxidez ocorre como conseqüência do acúmulo no solo de produtos contendo o elemento, que são usados no controle de doenças de plantas, como é o caso da ferrugem no cafeeiro, fruteiras, entre outras. 4.2. COBRE NA PLANTA O cobre tem alta afinidade por grupos peptídicos e sulfidrílicos, e com as proteínas ricas em cisteína, bem como com grupos carboxílicos e fenólicos. Tanto na solução do solo como nas raízes e no xilema, mais de 98-99% do Cu está presente na forma complexada. Isto prova que há uma baixa concentração de Cu+1 e +2 livres no citoplasma ou em organelas. 4.2.1. ABSORÇÃO a) Via Radicular Forma: Cu-Quelato e Cu2+ Contato íon-raiz: Interceptação Radicular - 70% Fluxo de Massa - 20% Difusão - 10% Mecanismo: Ativo - a presença do Cu inibe a absorção do Zn e vice-versa; b) Via foliar - é absorvido como Cu-Quelato e Cu2+, sendo redistribuído para órgãos em crescimento, folhas novas e frutos em formação; - quando há presença de Zn, os dois elementos competem pelo mesmo sítio de absorção, prevalecendo aquele que possuir a maior concentração; - em condições de concentração iguais de Cu e Zn na calda de aplicação, é absorvido o Cu devido ao seu menor Km; 4.2.2. TRANSPORTE e REDISTRIBUIÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO - no xilema o Cu caminhará na forma de complexos com o grupo amino; - no floema é considerado pouco móvel, sendo redistribuído na forma de complexos com o grupo amino; - o Cu2+ tem forte afinidade com o átomo de N do grupo amino (compostos nitrogenados como aminoácidos, atuando como carregador de Cu tanto no xilema como no floema); 4.3. FUNÇÕES DO COBRE Constituinte de Proteínas: Anurina, Estelacianina, Umecianina, Glicoproteínas Constituinte de Enzimas: Oxidase do Ascorbato(ascorbato = dicetogliconato); Polifenol Oxidase; Creolases; Catecolases; Tirosinases; Ativador de Enzimas: Lacase; Plastocianina; Oxidase de Diamina; H2O2; Oxidase do Citocromo (cit.a + cit.a3 + e- cit.a + cit.a3red.); Carboxilase de ribulose difosfato; Processos Fisiológicos: Fotossíntese; Respiração; Distribuição de Carboidratos; Redução e Fixação de N2; Metabolismo de Proteínas; Metabolismo de Parede Celular; Regulação Hormonal; Precursor da Molécula de Clorofila; Envolvido com o mecanismo de resistência à doenças; (1) Fotossíntese: Cerca de 70% do Cu das folhas estão nos cloroplastos como proteínas complexadas. Uma delas, a plastocianina, participa do fluxo de transporte eletrônico, unindo os dois sistemas fotoquímicos. (Tabela 1) Tabela 1: Relação entre o conteúdo de cobre e alguns constituintes do cloroplasto e a atividade de enzimas contendo Cu em folhas de ervilha ( Ayala & Sandmann, 1988). Cu Clorofila Plastocianina Transporte Atividade Enzimática (μg g-1) (μM g-1) (nM μM-1 de e-1 PS I Dianine Ascorbato CuZn SuD clorofila) Relativo Oxidase Oxidase (UE mg-1 prot) μM g-1 proteína h-1 6,9 4,9 2,4 100 0,86 730 22,9 3,8 3,9 1,1 54 0,43 470 13,5 2,2 4,4 0,3 19 0,24 220 3,6 CuZn SuD = Superóxido Dismutase Cu e Zn UE = unidade de enzima (2) Outras enzimas: A polifenoloxidase está associada com a qualidade de bebida do café: dentro de limites, quanto melhor a qualidade, maior a quantidade da atividade enzimática. No arroz, quando cresce o teor no tecido há inibição na atividade da sintetase do ácido aminociclopropano carboxílico, com o que diminui a conversão da S-adenosilmetionina no mesmo. Em conseqüência, cai a produção de etileno, o que faz atrasar a senescência das folhas e aumenta a formação de raízes adventícias. É conhecido como efeito “tônico” dos fungicidas cúpricos aplicados no cafeeiro para o controle da ferrugem: as folhas persistem por mais tempo presas aos ramos e a maturação das cerejas é mais uniforme. É possível que o fenômeno esteja associado com menor produção de etileno provocada UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO pelo Cu. O teor de lignina de muitas plantas é maior que o de proteínas. O processo de lignificação é acelerado por enzimas como a lacase e as peroxidases que oxidam os fenóis. Tabela 2: Efeito da deficiência de Cu em espinafre, nos pigmentos do cloroplasto e no transporte de elétrons fotossintéticos nos PS II e PS I (Baszynski et al., 1978) Conteúdo Pigmentos do Cloroplasto Plastocianina Atividade Relativa (μg g-1 peso de folhas frescas) 10-19molmg-1 do Fotossistema Tratamentos Clorofila carotenóides Plastoquinona Clorofila PS II PS i + Cu 1310 248 106 5,16 100 100 - Cu 980 156 57 2,08 66 22 (3) Lignificação: a síntese da parede celular e das camadas de lignina são orientadas pelo Cu, tanto é que em plantas deficientes em Cu, ocorre distorção de folhas novas e de caules novos, e aumento da suscetibilidade ao ataque de doenças, principalmente quando associados a altos teores de N. Tabela 3: Efeito do status nutricional do cobre na composição da parede celular de folhas de plantas jovens de trigo recém emergidas (Robson et al., 1981) Conteúdo Parede Porcentagem células da parede % da PMS Trata mentos Cu Celular α-Celulose Hemi- celulose Lignina Fenólico Total Ácido Ferulico (μg g-1) (% PMS) + Cu 7,1 46,2 46,8 46,7 6,5 0,73 0,50 - Cu 1,0 42,9 55,3 41,4 3,3 0,82 0,69 (4) Formação e germinação do grão de pólen: a deficiência de cobre afeta mais a formação de grãos, sementes e frutos do que o crescimento vegetativo; Tabela 4: Relação entre o suprimento de Cu, o crescimento e distribuição de matéria seca de pimentão vermelho ( Rahimi, 1970) Suprimento de Peso de matéria seca (g por planta) Cu (μg por vaso) Raízes Folhas e caules Botões e Flores Frutos 0,0 0,8 1,7 0,16 nenhum 0,5 1,6 3,3 0,28 nenhum 1,0 1,5 3,2 0,38 0,87 5,0 1,4 3,0 0,36 1,81 10,0 1,2 2,0 0,28 1,99 4.4. CARÊNCIA DE COBRE Visíveis: - folhas inicialmente verde escuras localizadas em “ramos aquosos”, tornando-se cloróticas (laranjeiras); - as folhas encurvam-se e as nervuras podem ficar muito salientes (cafeeiro); UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO - falta de perfilhamento e topo caídos (cana-de-açúcar); EXANTEMA - rachadura nos caules (cascas) de certas árvores (pêra, maçã, citros, ameixa) e exudação de goma; Químicos: aumento da concentração de N-alfa-amínico; menor absorção de O2; Excesso: deficiência de ferro induzida; manchas aquosas e depois necróticas, das folhas e desfolhamento precoce; diminuição do crescimento e diminuição na ramificação; 4.5. NÍVEIS ADEQUADOS Culturas ppm de Cu mg kg-1 de Cu Culturas em geral7 a 30 7 a 30 Essências florestais* 5 a 20 5 a 20 Tabela 5: Níveis adequados e deficientes de Cu nas folhas para algumas cultura de interesse comercial. Cultura Nível (ppm) Nível (mg kg-1) Adequado Deficiente Adequado Deficiente Macieira 12 4 12 4 Cana-de-açúcar 8 5 8 5 Trevo 12 3 12 3 Batata 5 2,5 5 2,5 Cafeeiro 10 8 10 8 Abacaxi 9 -12 - o - 9 -12 - o - Tabela 2: Exportação de Cobre pela colheita de algumas culturas. Cultura g/ t de produção Algodão 10,00 Alho 26,40 Café 14,50 Gladíolos(100.000 plantas) 9,0 Tabela 3: Teor de COBRE para algumas essências florestais: Essência Florestal Teor adequado de cobre ppm mg kg-1 Araucária 3 3 Eucalipto 8 - 10 8 - 10 Pinus 5 - 8 5 - 8 Seringueira 10 - 15 10 - 15 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO 5. FERRO NA PLANTA Hélio Grassi Filho O ferro atua na ativação enzimática de vários sistemas enzimáticos, tais como hidrogenase fumárica, catalase, oxidase e citocromos, entrando na composição de algumas enzimas como as ferridoxinas. 5.1. FERRO NO SOLO É o micronutriente que apresenta o maior teor no solo, variando entre 20 a 40%, calculado como Fe2O3. Por este motivo a deficiência é geralmente devido a uma diminuição na disponibilidade. Formas de Ocorrência: - Minerais Primários: silicatos ferro-magnesiano, óxidos e carbonatos; - Minerais Secundários: Fe na rede cristalina; - Matéria Orgânica: Formando complexos com os ácidos fúlvicos e húmicos do solo, favorecem o deslocamento do Fe no perfil do solo; - Trocável: ligado às argilas e à matéria orgânica; - Solúvel: Formas inorgânicas - Fe3+; Fe2+; Fe(OH)2+ e Fe(OH)2+; Formas orgânicas - Fe-quelato; 5.1.1. Condições de Carência de Ferro - baixo teor* total; - altas concentrações de P, Cu, Mn e Zn; - pH elevado - clorose induzida por calcário (a elevação de uma unidade de pH através da calagem, faz com que a concentração do Fe em solução caia 1000 vezes); - matéria orgânica; - encharcamento - Fe3+ + e- Fe2+; - variações genéticas; * Teor no solo - 10.000 a 100.000 ppm 5.2. FERRO NA PLANTA O Fe encontra-se na solução do solo principalmente como Fe+3, Fe+2 e quelatizado, sendo absorvido nas duas últimas formas. A absorção do Fe é influenciada por outros cátions como K, Ca e Mg. O Cu, o Zn e o Mn podem induzir deficiência presumivelmente por inibição competitiva. 5.2.1. ABSORÇÃO a) Via Radicular: Forma: (Fe3+); Fe2+ e Fe-quelato; Contato íon-raiz: Interceptação radicular - 50% Difusão - 40% Fluxo de massa - 10%; Mecanismo: ativo; b) Redução do Fe+3 a Fe+2 na rizosfera Até 30% do Carbono fixado na fotossíntese pode ser liberado na rizosfera na forma de restos e lisados celulares, mucilagens (alto peso molecular) e compostos de baixo peso molecular (açúcares, ácido orgânicos, aminoácidos e fenóis) Os primeiros podem ter importância indireta na UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO nutrição de plantas por servir como alimento para microorganismos ou evitando o seu efeito. Entre os ácidos orgânicos excretados está o cítrico, que aumenta a solubilidade do P, Fe, Mn e do Zn. Estratégia 1: a acidificação da rizosfera aumenta a solubilidade do Fe+3 e sua redução e a absorção subseqüentes ocorre comumente em dicotiledôneas, ou seja, prótons extrudados solubilizam o Fe+3 que é reduzido a Fe+2 , seja na forma livre ou como quelato (idem a Cu e Mn); Estratégia 2: em condições de baixa disponibilidade de nutrientes, as monocoltiledôneas passam a exudar aminoácidos não protéicos como o ácido avênico e o muginêico, chamados genéricamente de fitosideróforos - transportadores vegetais de Fe, literalmente. Tais sideróforos são também produzidos por microorganismos. b) Via Foliar: - a absorção é relativamente baixa (8% do Fe é absorvido em 24H), sendo aplicado nas formas de FeSO4.7H2O e de Fe-EDTA; - é muito utilizado em fruticultura nas regiões que possuem solos calcários; 5.2.2. TRANSPORTE E REDISTRIBUIÇÃO No xilema caminha quelatizado pelos citrato e malato, e no floema é redistribuído nas forma de Fe-citrato e ferridoxina solúvel; 5.3. FUNÇÕES DO FERRO Constituinte estrutural: Quelatos com ácidos di e tri carboxílicos; Fitoferrina juntamente com o P; Constituinte de Enzimas: a) Grupo Heme: Peroxidase; Catalase; Citocromos a, a3, b2, b3, b6, f (transporte de e-); Hemoglobina(leg); Redutase do Sulfito; Oxidase do Sulfito; b) Grupo das Ferridoxina: Ferridoxina (transporte de e-); fotossíntese e respiração; Desidrogenase succínica; Nitrogenase; c) Grupo não Heme: Redutase do Nitrito; Redutase do Nitrato; Hidrogenase; Aconitase; Processos Fisiológicos: Fotossíntese; Respiração; Fixação biológica do N2; assimilação de N e S (1) Respiração: Plantas carentes em Fe tem a atividade respiratória (consumo de O2, libertação de CO2 reduzida devido ao comprometimento do transporte de e- nas oxidações terminais que ocorrem nos mitocôndrios, começando no Ferrocitocromo b e indo até o oxigênio): e-1 e-1 e-1 e-1 Cit b ? Cit c ? Cit a ? Cit a3 ? O2 (2) Fotossíntese: O Fe participa da biossíntese do grupo heme (metaloporfirina) e, através deste, da formação da clorofila e outras porfirinas (citocromos, catalases, peroxidases) UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO Tabela 1: Efeito da deficiência de Fe no conteúdo de clorofila e na atividade enzimática em folhas de tomateiro (Machold, 1968) Tratamento Fe nas Folhas Clorofila Atividade Enzimatica (Relativa) (μg g-1 peso fresco) (mg g-1 peso fresco) Catalase Peroxidase + Fe 18,5 3,52 100 100 - Fe 11,1 0,25 20 56 Tabela 2: Efeito da deficiência de Fe no conteúdo de clorofila e na atividade da ferridoxina e da redutase do nitrato em folhas de citros (Alcaraz et al., 1986) Conteúdo de Fe Clorofila Ferridoxina Redutase do Nitrato (μg g-1 peso seco) (mg g-1 peso seco) (mg g-1 peso seco) (nM NO2 g_1 PF h-1) 96 1,80 0,82 937 62 1,15 0,44 408 47 0,55 0,35 310 47 →81(a) - 0,63 943 (a) 40 horas após a infiltração de folhas destacadas em solução contendo 0,2% de FeSO4 Tabela 3: Efeito de ferro no status nutricional de folhas de tabaco no conteúdo de clorofila e nos componentes do fotossistema 1 (PS I) e a capacidade de transferência de elétrons de PS II e PS I. (Pushinik & Miller, 1989) Fe Fe Clorofila Componentes do PS I Capacidade de Tratamento (μg cm-2 das folhas) P700 Cytocromos Proteína Transporte de e-1 (pM cm-2) (μg cm-2) PS II PS I + Fe 1,44 89 545 599 108 56 840 - Fe 0,25 26 220 201 38 30 390 - Fe + Fea 1,16 24 430 474 79 36 764 a 10 dias após a aplicação foliar de ferro 5.4. CARÊNCIA DE FERRO Visíveis: Clorose de folhas novas - reticulado fino; seguido de branqueamento do limbo foliar; Diminuição no crescimento e na frutificação; Químicos: menor teor de clorofila; alto teor de ácido cítrico; Excesso: manchas necróticas nas folhas 5.5. NÍVEL ADEQUADO Culturas ppm de Fe mg kg-1 de Fe Culturas em geral 25 - 500 25 - 500 Essências florestais* 25 - 500 25 - 500 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO Tabela 1: Níveis adequados e deficientes de Fe nas folhas para algumas cultura de interesse comercial. Cultura Nível (ppm) Nível (mg kg-1) Adequado Deficiente Adequado Deficiente Citros 50 - 80 20 50 - 80 20 Abacate 56 - 178 26 - 40 56 - 178 26 - 40 Milho56 - 178 24 - 50 56 - 178 24 - 50 Arroz > 80 < 60 > 80 < 60 Soja 45 - 60 25 - 35 45 - 60 25 - 35 Tomate 107 - 250 70 - 80 107 - 250 70 - 80 Tabela 2: Exportação de FERRO pela colheita de algumas culturas. Cultura g/ t de produção Algodão 230,00 Alho 193,40 Café 90,00 Cana de açúcar 32,00 Tabela 3: Teor de FERRO para algumas essências florestais: Essência Florestal Teor adequado de ferro ppm mg kg-1 Araucária 25 25 Eucalipto 150 - 200 150 - 200 Pinus 50 - 100 50 - 100 Seringueira 70 - 90 70 - 90 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO 6. MANGANÊS NA PLANTA Hélio Grassi Filho Entra nas reações enzimáticas relacionadas com o metabolismo dos carboidratos, com as reações de fosforilação e com as reações do ciclo de Krebs. O Mn é também ativador da Reação de Hill. 1.1. MANGANÊS NO SOLO Ocorre no solo em três valências +2, +3 e +4, estando estas formas em equilíbrio dinâmico, sendo predominante a forma Mn2+. Formas de Ocorrência: - Minerais Primários: Ferro-magnesiano; - Minerais Secundários: Pirolusita(MnO2) e Manganita(MnOH); - Matéria Orgânica: Formando complexos pouco estáveis com os ácidos fúlvidos e húmicos do solo; - Trocável: ligado às argilas e à matéria orgânica; - Solúvel: Mn2+ 1.1.1. Condições de Carência de Manganês - baixo teor total*; - altas concentrações de P, Cu e Zn; - pH elevado - (a elevação de uma unidade de pH através da calagem, faz com que a concentração do Mn em solução caia 100 vezes); * Teor no solo - 20 a 30.000 ppm 1.2. MANGANÊS NA PLANTA O Mn é absorvido ativamente, de acordo com a cinética de Michaelis-Menten. Tem propriedades químicas semelhantes às de metais alcalinos-terrosos, como o Ca+2 e o Mg+2, e de metais pesados, Fe e Zn, por exemplo, e, por isso, esses cátions podem inibir sua absorção e o transporte. O Mg+2, em particular, o faz. Por sua vez o Mn inibe a absorção dos mencionados, principalmente a do Fe. 1.2.1. ABSORÇÃO a) Via Radicular Forma: Mn2+ Contato íon-raiz: Difusão - 80%; Interceptação radicular - 15%; Fluxo de massa - 5% Mecanismo: ativo (passivo) b) Via Foliar É absorvido nas formas Mn2+ e Mn-quelato, sendo utilizado na forma de MnSO4.4H2O. e na concentração de 0,15 a 0,30% do fertilizante na calda. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO 1.2.2. TRANSPORTE E REDISTRIBUIÇÃO Tanto no xilema como no floema caminha na forma de Mn2+. O caminhamento pelo floema é deficiente devido à pequena quantidade redistribuída por ele. Na condição de um bom suprimento de Mn, as folhas acumulam altas concentrações com a idade, mas uma pequena quantidade de Mn é redistribuído das folhas velhas para as novas em desenvolvimento, onde Mn é deficiente. Fica sujeito a precipitações com o H2PO4-. 1.3. FUNÇÕES DO MANGANÊS Constituinte Estrutural: Manganina; Ativador Enzimático: Sintetase de Glutatione; Ativação da Metionina; ATPase; Quinase Pirúvica; Enolase; Desidrogenase isocítrica; Descarboxilase Pirúvica; Pirofosforilase; Sintetase de Glutamilo; Transferase do Glutamilo; Enzima Málica; Oxidade do ácido indolil acético; Processos Fisiológicos: Absorção Iônica; Fotossíntese; Redução do Nitrogênio, Respiração; Controle Hormonal; Síntese de Proteínas; Proteção contra a entrada de patógenos (Síntese de lignina e inibe a aminopeptidase) (1) Fotossíntese: Reação de Hill = 2H2O 4H+ + 4e- + O2 Enzima que contém 4 átomos de Mn e que transferem 4e- para o Fotossistema II; Plantas C3 - enzimas não identificadas contendo Mn, operando na fase do escuro; Plantas C4 - Enzima málica e a carboxiquinase pirúvica tem exigência absoluta (2) Redutase do Nitrito +5 +3 +1 0 -1 -3 Mo Cu, Fe Cu, Fe Mn NO3- NO2- NO N2 NH2OH NH3 R. Nitrato R.Nitrito R. Hiponitrito R. Hidroxilamina (3) Proteção contra a entrada de patógenos - Síntese de lignina - barreira física à entrada de patógenos (Tabela 1) - Síntese de Fenóis Solúveis - Folhas de cacaueiro sadias apresentam um teor de Mn 3 a 4 vezes maior (450mg kg-1) do que as afetadas pela vassoura de bruxa; - Inibe a aminopeptidase, enzima que hidrolisa proteínas, dando aminoácidos essenciais para o desenvolvimento de fungos; - Inibe a metilesterase da pectina, exoenzima do fungo que degrada a parede celular do hospedeiro UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO Tabela 1 Relação entre o conteúdo de manganês e de lignina em colmos e raízes de plantas jovens de trigo ( Brown et al., 1984) Lignina Conteúdo de Manganês (mg kg-1 ) (% do peso de matéria seca) 4,2 7,8 12,1 18,9 Colmo 4,0 5,8 6,0 6,1 Raízes 3,2 12,8 15,0 15,2 1.4. CARÊNCIA DO MANGANÊS Visíveis: clorose de folhas novas (reticulado grosso), seguida de branqueamento; Manchas pequenas e necróticas; formas anormais nas folhas; Citológicos: Cloroplastos vacuolados; Químicos: menor teor de amido; Fisiológicos: respiração diminuída, menor atividade fotossintética, menor alongação celular (inibição da síntese de lipídios ou metabólicos secundários como o ácido giberélico e isoprenóides, ajuda a controlar o nível de AIA, ativando a oxidase do mesmo; diminui a defesa contra a entrada de patogenos). Excesso: a princípio deficiência de ferro induzida, depois manchas necróticas ao longo do tecido condutor; encarquilhamento de folhas largas; menor nodulação nas leguminosas; 6.5. NÍVEIS ADEQUADOS Culturas ppm de Mn mg kg-1 de Mn Culturas em geral 30 - 100 30 - 100 Essências florestais* 30 - 100 30 - 100 Tabela 1: Níveis adequados e deficientes de Mn nas folhas para algumas culturas de interesse comercial. Cultura Nível (ppm) Nível (mg kg-1) Adequado Deficiente Adequado Deficiente Citros 40 - 100 15 40 - 100 15 Abacate 30 - 500 - o - 30 - 500 - o - Milho 50 - 150 - o - 50 - 150 - o - Cafeeiro 80 - 100 25 80 - 100 25 Feijão 30 - 300 20 30 - 300 20 Tomate 250 - 400 7 250 - 400 7 Tabela 2: Exportação de MANGANÊS pela colheita de algumas culturas. Cultura g/ t de produção Algodão 14,30 Alho 46,00 Café 22,30 Cana de açúcar 15,70 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO Tabela 3: Teor de MANGANÊS para algumas essências florestais: Essência Florestal Teor adequado de manganês ppm mg kg-1 Araucária 4 4 Eucalipto 100 - 600 100 - 600 Pinus 200 - 300 200 - 300 Seringueira 15 - 40 15 - 40 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO 7. ZINCO NA PLANTA Hélio Grassi Filho É o micronutriente mais estudado de nossa agricultura devido ao avanço da ocupação da região Centro-Oeste, ou seja, em condições de solo sob vegetação de cerrado. Em termos nutricionais o Zn tem um papel importante como catalisador responsável pela produção de auxina. 7.1. ZINCO NO SOLO - Mineral Primário: maior parte encontra-se ligado à cristais dos minerais ferro-magnesiano - Matéria orgânica: pode formar quelatos e complexos menos estáveis que os estabelecidos com Cu, Fe, Co e Ca; - Trocável: Zn2+; - Solúvel: Zn2+ e Zn-Quelato, predominando as formas complexas orgânicas solúveis;7.1.1. Condições de Carência - baixo teor* natural no solo; - pH elevado - (a elevação de uma unidade de pH leva a uma queda de 100 vezes de sua concentração na solução do solo); - encharcamento - diminui em 25% a disponibilidade; - adubação fosfatada pesada; * teor total no solo: 10 a 300ppm 7.2. ZINCO NA PLANTA De um modo geral, aceita-se que a absorção radicular do Zn+2 se dê ativamente, embora nas raízes cerca de 90% do elemento ocorram em sítios de troca ou adsorvidos nas paredes das células do parênquima cortical. A absorção foliar também é ativa. O processo é favorecido por um pH do meio em torno de 6 e diminui muito quanto o pH está perto de 3. O Cu+2 e o Fe inibem a absorção. O B parece estimular a absorção radicular, enquanto diminui a foliar quando na mesma solução Zn e B são fornecidos nas doses destinadas a corrigir a deficiência de ambos simultaneamente. O Ca+2 em baixas concentrações aumenta a absorção, diminuindo-a quando altas. O efeito inibidor do Mg+2 é mais acentuado. 7.2.1. ABSORÇÃO a) Via Radicular Forma: Zn2+ e Zn-Quelato; Contato íon-raiz: Difusão - 60% Fluxo de massa - 20% Interceptação radicular - 20%; Mecanismo: ativo; a1) Interações no solo - Cu e Fe inibem a absorção de Zn; - B estimula a absorção de Zn via radicular; - Ca em baixas concentrações promove uma maior absorção do Zn e o Mg tem efeito inibidor; a2) Deficiência de zinco induzida pelo fósforo UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO - altos níveis de fósforo causam diminuição na absorção de Zn, levando ao aparecimento de sintomas de deficiência de Zn; TEORIAS PARA EXPLICAR A INTERAÇÃO Zn X P 1- Efeito Diluição: SOLO POBRE EM Zn + ADUBAÇÃO FOSFATADA CRESCIMENTO DA PLANTA DEVIDO À PRESENÇA DE FÓSFORO APARECIMENTO DE DEFICIÊNCIA DE Zn DEVIDO À POBREZA DO SOLO E AO CRESCIMENTO PROPORCIONADO PELA ADUBAÇÃO FOSFATADA 2. Fósforo insolubiliza o Zn, formando um composto insolúvel na superfície externa da raiz - fosfato de zinco; 3. O fósforo inibe não competitivamente a absorção do zinco; 4. O fósforo diminui o transporte do Zinco da raiz para a parte aérea, através da formação de compostos insolúveis que ficariam depositados nas paredes do xilema; b) Via Foliar Forma: Zn2+ e Zn-Quelato Absorção maior na página abaxial das folhas, aparentemente a translocação do Zn é floemática, no sentido das regiões de crescimento. Utilizam-se como fontes de fertilizantes, Sulfato de Zinco e Zinco Quelatizado, normalmente na concentração de 0,15 a 0,60% do fertilizante na calda. Os quelatos de Zn no cafeeiro movem-se das folhas onde foram aplicadas a outros órgãos em maior proporções que as fontes minerais b1) Interações do Zn - Cu x Zn - a presença do Cu dificulta a absorção do Zn, devido à competição pelo mesmo sítio de absorção, sendo que o Cu tem preferência na absorção por apresentar um Km menor que o do Zn; - B x Zn - a presença do H3BO3 dificulta a absorção do Zn quando se utiliza o Sulfato como ânion acompanhante do Zn; Para solucionar o problema, adicionar KCl à calda, na concentração de 0,15 a 0,25% do fertilizante; 6.2.2. TRANSPORTE E REDISTRIBUIÇÃO O transporte no xilema ocorre na forma de Zn2+ o que talvez se explique pela baixa constante de estabilidade por quelantes orgânicos o que, por sua vez, ajudaria a entender o item 4 das interações PxZn. A redistribuição no floema como Zn2+ ou Zn-citrato. É um elemento pouco móvel. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO 6.3. FUNÇÕES DO ZINCO Constituinte das Enzimas: Anidrase Carbônica; Isomerase de Fosfomanose; Desidrogenase Láctica; Desidrogenase Alcoólica; Aldolase; Desidrogenase Glutâmica; Carboxilase Pirúvica; Sintetase do Triptofano; Ribonuclease; Ativador Enzimático: Proteinases, Peptidases e Fosfo-Hidrolases; Processos Fisiológicos: Respiração; Controle Hormonal; Síntese de Proteínas; formação de auxina, RNA e Ribossomas; exerce influência na permeabilidade de membranas; (1) Síntese do AIA (triptofano) O Zn é essencial para a síntese do triptofano, que por sua vez é o precursor do AIA; (2) RNA As plantas carentes em Zn mostram grande diminuição no nível de RNA, do que resulta menor síntese de proteínas e dificuldade na divisão celular; é que o Zn inibe a RNAse, enzima que hidrolisa o RNA;(Tabela 1) Tabela 1: Efeito do suprimento de Zn no peso de matéria fresca, atividade da RNAse e de nitrogênio protéico em soja. (Johnson & Simons, 1979) Suprimento de Zn P. Matéria Fresca Atividade RNAse Nitrogênio Proteíco (mg dm-3) (g por planta) (%)a (% do P. Mat. Fresca) 0,005 4,0 74 1,82 0,01 5,1 58 2,25 0,05 6,6 48 2,78 0,10 10,0 40 3,65 a % hidrolizada do RNA do substrato (3) Redução de Nitrato Há acúmulo de N-NO3-1 nas plantas deficientes, indicação de participação na redução daquele e na síntese de aminoácidos; (4) Oxidases A dismutase de superóxido contém Cu e Zn, decompondo radicais oxidantes (O2-1) produzidos a partir do O2, protege a célula do seu efeito prejudicial; quando há deficiência aumenta, por outro lado, a atividade da peroxidadse, da oxidase ascórbica e das fenolases; (Tabela 3) Tabela 3: Efeito da deficiência de Zn na geração de radicais superóxidos (O2-1), e a atividade da superóxido dismutase (SuD) em raízes de algodão. (Marschner, 1988) Suprimento de Zn P M Seca (g (4 plantas)-1) Atividade da Proteína durante o crescimento Brotações Raízes Geração O2-1, SuD (nmol min-1) (UE) + Zn 3,1 0,8 1,3 75 - Zn 1,8 0,5 3,7 35 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO (5) Outras: A deficiência de Zn induz esterilidade do grão de pólen no trigo e reprime a sexualidade no milho; a podridão de raízes de cereais causada por Rizoctonia é inversamente proporcional ao status de Zn nas plantas. 6.4. CARÊNCIA DE ZINCO Visíveis: diminuição no comprimento dos internódios, com formação de tufos terminais de folhas(rosetas-laranjeira, cafeeiro, pessegueiro) ou plantas anãs(milho, arroz e cana-de-açúcar); folhas novas pequenas, estreitas e lanceoladas; diminuição na produção de sementes; Químicos: acúmulo de amidas - glutamina e asparagina; maior atividade da RNAase; Excesso: Carência de Ferro; 6.5. NÍVEL ADEQUADO CULTURAS ppm de Zn mg Zn kg-1 Culturas em geral 20 - 70 20 - 70 Essências florestais* 20 - 70 20 - 70 Tabela 1: Níveis adequados e deficientes de Zn nas folhas para algumas cultura de interesse comercial. Cultura Nível (ppm) Nível (mg kg-1) Adequado Deficiente Adequado Deficiente Citros 25 - 100 15 25 - 100 15 Abacate 30 - 150 - o - 30 - 150 - o - Milho 15 - 50 10 15 - 50 10 Cafeeiro 15 - 20 10 15 - 20 10 Feijão 20 - 100 10 20 - 100 10 Tomate 60 - 70 15 60 - 70 15 Tabela 2: Exportação de ZINCO pela colheita de algumas culturas. Cultura g/ t de produção Algodão 12,00 Alho 44,80 Café 32,00 Cana de açúcar 4,86 Tabela 3: Teor de ZINCO para algumas essências florestais: Essência Florestal Teor adequado de ZINCO ppm mg kg-1 Araucária 5 5 Eucalipto 40 - 60 40 - 60 Pinus 34 - 40 34 - 40 Seringueira 20 - 30 20 - 30 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO 6. NÍQUEL NA PLANTA Hélio Grassi Filho O níquel está quimicamente relacionado com o Fe e o Co. Encontra-se preferêncialmente no estado de oxidação Ni+2 nos sistemas biológicos, porém pode ser encontrado nasformas Ni+1 e Ni+3. O Ni forma complexos estáveis com a cisteína e citratos e as níquel proteínas são coordenadas para vários ligantes. A primeira evidência da função do Ni na urease de plantas superiores foi provada por Dixon et al. (1975). Mais tarde o requerimento de Ni por leguminosas foi mostrado indiferente à nutrição nitrogenada (Eskel et al, 1984) e a essencialidade do Ni para as não leguminosas também foi estabelecida (Brown et al., 1987). Algumas das funções do Ni são agora claramente definidas, e plantas não podem completar o seu cilclo sem um adequado suprimento do elemento. 6.1 Níquel no solo O níquel é muito relacionado com o Co em suas propriedades químicas e bioquímicas. A composição da maioria das rochas da crosta terrestre possui Ni, cujo valor varia: Material de Origem Teor (mg.kg-1) Ultrabásicas (dunita, peridotita) 1200-2000 (Serpentina) 500 Eruptivas Básicas (basalto, gabro) 150 (granito) 5-100 Metamórficas e sedimentares Arenitos 90 Argilitos 90-100 Barros Leossicos 10-20 O teor de Ni no solo depende do material de origem, mas de um modo geral, os teores médios variam de 20 a 40mg.kg-1, podendo em solos derivados de serpentina alcançar teores de 100 a 7000mg.kg-1. A distribuição de Ni no perfil do solo depende do tipo de formação, caso seja podzólico, tende a aumentar seu teor com a profundidade, porém em latossolos, o seu teor permanece uniforme ao longo do perfil. Não esquecendo que o Ni pode se encontrar ligado ao colóide, à M.O. e estar presente na solução do solo nas formas Ni+2 e Ni+3 e ligado a compostos orgânicos. 6.1.1 Condições de carência A disponibilidade de Ni é inversamente proporcional à elevação do pH no solo e à adição de material orgânico 6.2 Níquel na planta UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO É absorvido como Ni+2 num processo multifásico (mais de uma isoterma para descrever a velocidade de absorção em função da concentração externa). Uma alta proporção do Ni na planta aparece como compostos orgânicos com peso molecular entre 1.000 e 10.000 6.2.1 Absorção Forma química: Ni+2 e Ni-quelato Contato íon-raiz: Difusão Mecanismo: Ativo - com 3 isotermas de [] de absorção-Km = 0,1; 7 e 70μM Sofre interações no solo com P, Fe, Zn e Cd Via foliar - facilita o aproveitamento da uréia - quebra da molécula - no interior da célula 6.2.2 Transporte e Redistribuição É transportado no xilema como complexos ou quelatos orgânicos aniônicos. Transporte - via xilema o Ni caminha preferencialmente na forma quelatizada com malato, citrato, aspartato e compostos derivados de aa Redistribuição - via floema - idem, porém considerado pouco móvel 6.3 Funções Tabela 1: Suprimento de Ni na solução nutritiva e aplicação foliar de uréia na necrose de folhas novas, conteúdo de uréia e atividade da urease e, plantas de soja (Krogmeier et al., 1991) Suprimento de Aplicação Foliar Necrose foliar Conteúdo de uréia Atividade Urease Níquel (μg dm-3) (mg uréia por folha) (% do PMseca) (μg g-1 do PMS) μmol NH3 h-1g-1 PMS 0 <0,1 64 2,2 0 3 5,2 1038 2,7 6 13,6 6099 2,4 0 0 0 11,8 100 3 2,0 299 11,3 6 3,5 1583 9,6 A urease isolada de feijoeiro mostrou que a molécula apresentava um peso de 540kDa e consiste de seis sub-unidades e cada sub-unidade contém dois átomos de Ni. nas sub-unidades o Ni é coordenado por N- e O- ligantes, e uma das ligações Ni-O pode ser desligada pela água durante as reações hidrolises. - Atividade Enzimática - coordenador das ligações de N e O na urease; S na cisteína e hidrogenase; ligantes de N no tetrapirrol - é essencial para a estrutura e função catalítica de enzimas; - incrementa a atividade da urease 6.4 Carência UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Ciências Agronômicas DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS ÁREA DE CIÊNCIA DO SOLO - baixo aproveitamento do N provindo da uréia; - necrose de pontas das folhas novas; 6.4.1 Toxidez - queima de folhas novas do ápice para a base 6.5 Níveis Adequados Adequados 1 a 10mg.kg-1 (Rebafka et al. 1990) 15 a 22mg.kg-1 (Singh et al., 1990a) 10 a 30mg.kg-1 ( Homer et al, 1991) Níveis Tóxicos >10 mg.kg-1 Marschner, 1983) para algumas espécies, enquanto que para outras é > que 50 63-112 mg.kg-1(Singh et al., 1990a)
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