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Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 45 Aula 3: Qualidade Olá pessoal, tudo bem? Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico: � Gestão da qualidade e modelo de excelência gerencial. Principais teóricos e suas contribuições para a gestão da qualidade. Ferramentas de gestão da qualidade. Modelo da fundação nacional da qualidade. Modelo do Gespública. Irei trabalhar com muitas questões do Cespe, ok? Espero que gostem da aula! Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 45 Sumário Gestão da Qualidade. .............................................................................. 3 Eras da Gestão da Qualidade ................................................................... 3 Era da Inspeção da Qualidade ............................................................... 4 Era do Controle Estatístico da Qualidade ................................................... 5 Era da Garantia da Qualidade ............................................................... 5 Era da Gestão da Qualidade Total ........................................................... 6 Principais Autores ou “Gurus” da Qualidade .................................................. 8 Walter Shewart ............................................................................... 8 Ciclo Deming ou PDCA ..................................................................... 9 Deming. ..................................................................................... 12 Juran ........................................................................................ 15 Feigenbaum ................................................................................. 16 Crosby ...................................................................................... 17 Ishikawa .................................................................................... 18 Ferramentas de gestão da qualidade ......................................................... 18 Diagrama de Causa e Efeito ............................................................... 19 Folha de Verificação ....................................................................... 21 Histograma ................................................................................. 21 Gráfico de Pareto ........................................................................... 22 Diagrama de Correlação ou Dispersão .................................................... 25 Fluxograma ................................................................................. 26 Gráfico de Controle ........................................................................ 27 Modelo do Gespública ........................................................................ 28 Modelo da Fundação Nacional da Qualidade ............................................... 37 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 40 Gabaritos. ........................................................................................ 44 Bibliografia ...................................................................................... 44 Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 45 Gestão da Qualidade. A qualidade é um conceito antigo, mas que cada dia se torna mais importante no dia-a-dia das organizações. As ideias principais que baseiam o significado atual da qualidade são, basicamente, as seguintes: � Atender às expectativas, requisitos e desejos dos clientes; � Executar as tarefas da melhor forma possível; � Preocupação constante em melhorar os processos de trabalho; � Não desperdiçar esforços e recursos; � Fazer correto o trabalho desde o princípio. A gestão da qualidade é vista hoje como fundamental para o sucesso de uma instituição, pois a permite ser mais competitiva perante seus concorrentes, manter e conquistar novos clientes e ter uma atuação sustentável econômica e ambientalmente. Entretanto, esta preocupação com a qualidade nem sempre foi tão forte. Antes dos anos 50 do século passado, a grande maioria das indústrias estava mais focada em aumentar a produção do que em se preocupar com a gestão da qualidade. Naquela época, os gestores visualizavam a gestão da qualidade como um processo reativo (ocorria após a produção do bem já ter acontecido) e voltado para as inspeções. Hoje em dia, a gestão da qualidade deve englobar todas as atividades da organização e são consideradas essenciais para o sucesso estratégico de uma organização1. Eras da Gestão da Qualidade A evolução da qualidade pode ser classificada em quatro eras2: Era da Inspeção, Era do Controle Estatístico da Qualidade, Era da Garantia da Qualidade e a Era da Gestão da Qualidade Total. 1 (Garvin, 1988) 2 (Garvin, 1988) Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 45 Figura 1 - Eras da Gestão da Qualidade Era da Inspeção da Qualidade A gestão da qualidade como conceito começou a ser desenvolvida nos primórdios da industrialização. Com a produção em massa e o crescimento das indústrias, a questão da produtividade e do controle de desperdícios ficou mais evidente para os gestores. Aquele cenário de oficinas pequenas e artesanais deixou de existir. Em seu lugar, vieram imensas indústrias com máquinas a vapor e milhares de empregados. Estes empregados nem sempre tinham noção da importância de seu trabalho e como cada tarefa impactava no processo seguinte. A consequência era um grande número de produtos defeituosos e perda de material e esforço. Para reduzir este desperdício, o controle da qualidade passou a ser realizado. No primeiro momento, a produção era vistoriada somente após o produto estar “pronto”. Ou seja, a qualidade do produto somente era checada após o processo produtivo daquele produto ter sido encerrado. Não existia, assim, uma preocupação maior com a prevenção. A ideia era evitar que produtos defeituosos fossem entregues aos clientes. Se algum produto não estivesse de acordo com o padrão, a equipe o descartaria. Inspeção Controle Estatístico Garantia da Qualidade Gestão Total da Qualidade Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 45 Era do Controle Estatístico da Qualidade A inspeção dos itens era muito custosa e não evitava as ocorrências dos defeitos. Com o tempo, as indústrias passaram a enfatizar o controle da qualidade de maneira a tentar analisar as causas dos defeitos. Nesta fase o uso da estatística foi inserido. O controle censitário (feito um a um) era muito pouco eficiente. A Estatística possibilitou o uso da amostragem e da geração dos limites aceitáveis de defeitos em um processo. Sempre que um processo produtivo apresentasse um “desvio” dos padrões de defeitos seria objeto de uma análise mais apurada. Este controle estatístico barateoua gestão da qualidade e possibilitou um maior conhecimento dos aspectos que influenciavam mais na qualidade. Isto facilitou a descoberta dos problemas nos processos produtivos e sua correção. Nesta fase, o foco dos administradores a descoberta e correção dos fatores que geravam problemas nos processos3. Era da Garantia da Qualidade Na etapa da garantia da qualidade, o foco passou para a prevenção. Na mente dos administradores, a preocupação em aprender com os problemas encontrados e planejar suas ações de correção passaram a ocupar um papel central. Autores como Juran e Deming passaram a enfatizar o planejamento da gestão da qualidade, no treinamento dos membros da organização para lidar com a qualidade, na preocupação com a motivação dos funcionários, na melhoria dos processos de trabalho, na melhora dos instrumentos de controle, dentre outros4. A gestão da qualidade passou a ser vista como um processo sistêmico, global e holístico, englobando todos os fatores do funcionamento de uma instituição5. Dentre os principais conceitos e ferramentas gerados nesta época, temos muitos utilizados até hoje, como: a filosofia “zero defeitos” (“fazer certo desde a primeira vez”), a engenharia da confiabilidade e o cálculo do custo da qualidade. 3 (Dale, 1999) 4 (Garvin, 1988) 5 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 45 Era da Gestão da Qualidade Total Os novos tempos geraram um aumento das demandas dos clientes e da competição entre as organizações. Esse cenário mais competitivo trouxe novas normas internacionais de qualidade, como a ISO 9000, e as diversas leis de proteção ao consumidor. Com isso, a qualidade passou a ser uma necessidade. Na era da Gestão da Qualidade Total, o tema da qualidade passou a ser visto pelos gestores como um fator estratégico para o sucesso de suas organizações. A qualidade passou a ser encarada como um aspecto principal para que os desejos e necessidades dos clientes sejam atendidos e a empresa atinja os resultados esperados. Estes clientes da organização seriam tanto os externos (consumidores dos produtos e serviços da organização), quanto os internos (funcionários e setores internos que dependem de nosso trabalho). Dentro dessa filosofia, todas as tarefas e atividades da organização devem ser vistas como importantes para que a organização tenha qualidade. Desde o trabalho de limpeza até a manutenção dos equipamentos são importantes. Dentre os principais valores e elementos da GQT, temos: Figura 2 - Principais elementos da GQT. Fonte: (Sobral & Peci, 2008) Melhoria Contínua Foco no Cliente Envolvimento dos Empregados Benchmarking Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 45 Assim, a qualidade de uma empresa é vista como diferencial competitivo pelos clientes e parceiros da mesma6. A gestão da qualidade seria vista como um ponto fundamental na gestão estratégica das empresas. O gestor deveria, portanto, envolver todas as relações da empresa nessa filosofia de qualidade. Não só o cliente final deve ser enfatizado, mas também os relacionamentos com os empregados e fornecedores. Assim sendo, a empresa passa a ser visualizada como um todo - a qualidade deve estar inserida em todas as suas áreas (e não só no setor de “produção”). Se um só setor não fizer “sua parte”, o cliente poderá não ficar satisfeito. Figura 3 - Definição de Gestão da Qualidade Total. Fonte: (ISO8402) apud (Dale, 1999) Desta forma, os funcionários do setor financeiro, do setor de segurança, dentre outros setores, devem compreender como suas atividades contribuem para que a organização tenha qualidade e satisfaça seus clientes. A Gestão da Qualidade Total deve gerar, através da melhoria contínua de seus processos de trabalho, o comprometimento de uma organização com a qualidade7. Vamos ver agora como isto já foi cobrado? 1 – (CESPE – MPE-PI – TÉCNICO – 2012) A observação direta do produto ou serviço ao final do processo produtivo, a inspeção com base em amostras e o surgimento dos departamentos de qualidade são as principais características da era da qualidade total. 6 (Rennó, 2013) 7 (Daft, 2005) • “uma abordagem gerencial de uma organização centrada na qualidade, baseada na participação de todos os seus membros, buscando um sucesso de longo prazo através da satisfação de seus clientes e beneficiando todos os membros da organização e a sociedade.” Gestão da Qualidade Total Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 45 Na era da qualidade total, todos membros da organização são considerados responsáveis pela qualidade. Com isso, a gestão da qualidade não se resume apenas às inspeções “in loco”, ou seja, no local da produção pelos funcionários do setor de montagem. Além disso, o surgimento dos departamentos de qualidade não surgiu nesta era, mas muito antes. Deste modo o gabarito é questão errada. 2 - (CESPE – TJ-AC – ANALISTA – 2012) Na era do controle estatístico, a inspeção um a um de todos os produtos foi realizada no intuito de garantir excelência na produção. A era do controle estatístico trouxe o controle por amostragem, muito mais barato, para a gestão da qualidade. Este controle “um a um”, também chamado de censitário, foi uma característica da era da inspeção. O gabarito é, assim, questão errada. Principais Autores ou “Gurus” da Qualidade Walter Shewart Shewart foi um dos pioneiros no estudo da gestão da qualidade e foi também grande inspirador de Deming e Juran, os mais conhecidos “gurus” da qualidade. Ele é hoje conhecido como o introdutor do controle estatístico da Qualidade. Como engenheiro, ficou também conhecido pelo seu trabalho na companhia Bell Telephone Industries. Nessa empresa, em que trabalhou por mais de trinta anos, desenvolveu muitas técnicas de gestão da qualidade. Dentre os impactos dos seus estudos na gestão qualidade, temos o ciclo PDCA e o gráfico de controle. O segundo iremos conhecer quando chegarmos no tópico das ferramentas da qualidade. Abaixo, vamos conhecer o ciclo PDCA. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 45 Ciclo Deming ou PDCA Uma das ferramentas mais conhecidas e utilizadas na gestão da qualidade, o ciclo PDCA (ou ciclo de Shewart ou Deming), auxilia o gestor na busca de uma melhoria contínua dos processos de trabalho. Seu objetivo principal é a simplificação deste processo de melhoria. Como são apenas quatro “passos”, cada funcionário pode visualizar o funcionamento da ferramenta e conseguirá auxiliar na gestão da qualidade das empresas. Seu criador foi mesmo Shewart. Ele buscou gerar uma ferramenta que possibilitasse aos administradores a identificação dos problemas em um processo. Estes problemas seriam, então, vistos como uma oportunidade de melhoria e seriam enfocados continuamente pelos membros da organização. O foco central da ferramenta seria a busca porreduzir a diferença entre os requisitos e desejos dos clientes e o que o processo consegue “entregar”, ou seja, seu desempenho. Esta ferramenta é chamada de ciclo porque deve ser continuamente refeita, reiniciada. A cada “passagem”, os dados do último “ciclo” são utilizados como insumo da próxima passagem. A ferramenta enfatiza a melhoria contínua dos processos. As etapas do PDCA são: Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 45 De acordo com Junior et Al8, “o ciclo PDCA é um método gerencial para a promoção da melhoria contínua e reflete, em suas quatro fases, a base da filosofia do melhoramento contínuo.” Os passos principais da ferramenta podem ser visualizados no gráfico abaixo: 8 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) • Estabelecemos os objetivos e as ações e métodos para que estes objetivos sejam alcançadosPlanejar • Executamos o que foi planejado. Além disso, coletamos os dados para que possam ser analisados na próxima fase e treinamos os funcionários nas atividades e tarefas que devem executar. Executar • Verificamos os resultados das ações. Para isso, utilizamos ferramentas para a tomada de decisão, como histogramas, diagramas de Ishikawa, cartas de controle, dentre outras Verificar • Se os resultados forem bons, iremos padronizar as ações e dos planejamentos adotados. Se os resultados forem ruins, buscaremos as falhas e revisaremos o processo para evitar que os problemas voltem a acontecer. Agir Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 45 Figura 4 - Passos do ciclo PDCA Um dos principais objetivos do PDCA é o de aumentar a previsibilidade nos processos organizacionais e, com isso, aumentar a chance de sucesso da empresa. Esta previsibilidade ocorre pela padronização dos processos de sucesso9. Vamos ver como isto já foi cobrado? 3 – (CESPE – MPE-PI – TÉCNICO – 2012) O ciclo de Shewhart ou Deming, clássica ferramenta da escola da qualidade, proporciona ao programa de qualidade uma metodologia de caráter pontual sobre as atividades de planejamento, execução, checagem e correção. A questão está tratando do ciclo de Shewart ou, como é mais conhecido, ciclo PDCA. Esta é uma ferramenta clássica mesmo da gestão da qualidade, mas a questão nos trouxe uma pequena “pegadinha”. O problema está na palavra “pontual”. Quando dizemos que algo tem um caráter pontual, estamos dizendo que deve ser utilizado em um momento específico, de acordo com alguma necessidade determinada. Mas o ciclo PCDA é uma ferramenta que deve ser utilizada de modo contínuo. Não é uma ferramenta que iremos utilizar “de vez em quando”. Assim, o gabarito é questão errada. 9 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Plan - Planejar Do - Executar Check - Verificar Act - Agir Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 45 4 - (CESPE – MMA – ANALISTA – 2011) O PDCA, também chamado de roda de Deming, é um ciclo que não para, por se tratar de uma sequência de atividades que são percorridas de maneira cíclica, para melhorar as atividades. Perfeito. O ciclo PDCA, ou ciclo de Deming, deve mesmo ser constantemente aplicado nas empresas. Ele é chamado de ciclo exatamente por isso - ser um processo dinâmico e contínuo de melhoria dos processos. O gabarito da banca é questão correta. 5 - (CESPE – CORREIOS – ANALISTA – 2011) O PDCA é uma ferramenta de qualidade que representa um conjunto de ações de melhoria contínua nos processos organizacionais. Esta frase não diz muito, mas está correta. O ciclo PDCA é realmente uma ferramenta da gestão da qualidade que engloba uma série de ações que buscam a melhoria dos processos organizacionais. O gabarito da banca é mesmo questão correta. Deming. Este autor deu uma contribuição imensa para o movimento da gestão da qualidade no Japão nos anos 50 e 60 do século passado, após este país ter sua infraestrutura destruída na Segunda Guerra Mundial10. Ele foi convidado a visitar o país, pois suas empresas estavam com dificuldades para conseguir competir com seus competidores estrangeiros e precisavam utilizar seus recursos do melhor modo possível para ganhar competitividade. Eles decidiram, assim, investir na gestão da qualidade. Os processos de trabalho seriam enfatizados de modo a entregar o melhor produto ou serviço para os clientes, com menos esforço. Para Deming, o cliente deve sempre ser o foco da gestão da qualidade. Como os desejos e necessidades dos clientes não ficam estáveis, também os parâmetros de qualidade devem evoluir. Este autor criou os princípios da qualidade, que são muito cobrados em provas de concurso. De acordo com Deming, existem 14 princípios11: 10 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) 11 (Deming, 1990) apud (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 45 1. Criar uma constância de propósito de aperfeiçoamento do produto e do serviço, a fim de torná-los competitivos, perpetuá-los no mercado e gerar empregos; 2. Adotar a nova filosofia. Vivemos numa nova era econômica. A administração ocidental deve despertar para o desafio, conscientizar-se de suas responsabilidades e assumir a liderança em direção à transformação; 3. Acabar com a dependência de inspeção para a obtenção da qualidade. Eliminar a necessidade da inspeção em massa, priorizando a internalização da qualidade do produto; 4. Acabar com a prática de negócio compensador baseado apenas no preço. Em vez disso, minimizar o custo total. Insistir na ideia de um único fornecedor para cada item, desenvolvendo relacionamentos duradouros, calcados na qualidade e na confiança; 5. Aperfeiçoar constante e continuamente todo o processo de planejamento, produção e serviço, com o objetivo de aumentar a qualidade e a produtividade e, consequentemente, reduzir os custos; 6. Fornecer treinamento no local de trabalho; 7. Adotar e estabelecer liderança. O objetivo da liderança é ajudar as pessoas a realizar um trabalho melhor. Assim como a liderança dos trabalhadores, a liderança empresarial necessita de uma completa reformulação; 8. Eliminar o medo; 9. Quebrar barreiras entre os departamentos. Os colaboradores dos setores de pesquisa, projetos, vendas, compras ou produção devem trabalhar em equipe, tornando-se capazes de antecipar problemas que possam surgir durante a produção ou durante a utilização dos produtos ou serviços; 10. Eliminar slogans, exortações e metas dirigidas aos empregados; 11. Eliminar padrões artificiais (cotas numéricas) para o chão de fábrica, a administração por objetivos (APO) e a administração através de números e metas numéricas; 12. Remover barreiras que despojem as pessoas de orgulho no trabalho. A atenção dos supervisores deve voltar-se para a qualidade e não para números. Remover as barreiras que usurpam dos colaboradores das áreas administrativas e de planejamento/engenharia o justo direitode orgulhar-se do produto de seu trabalho. Isto significa a abolição das Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 45 avaliações de desempenho ou de mérito e da administração por objetivos ou por números; 13. Estabelecer um programa rigoroso de educação e auto- aperfeiçoamento para todo o pessoal; 14. Colocar todos da empresa para trabalhar de modo a realizar a transformação. A transformação é tarefa de todos. Vamos ver agora algumas questões? 6 – (CESPE – MPE-PI – TÉCNICO – 2012) Entre os quatorze princípios que caracterizam a filosofia da qualidade de Deming, encontra-se a eliminação da administração por objetivos. Perfeito. De acordo com Deming, em seu princípio n° 11, a gestão da qualidade deve12, “Eliminar padrões artificiais (cotas numéricas) para o chão de fábrica, a administração por objetivos (APO) e a administração através de números e metas numéricas;“ Deste modo, Deming via o estabelecimento de metas e objetivos numéricos como um “limitador” do esforço dos funcionários. Com isso, a gestão deveria banir a Administração por Objetivos. O gabarito é questão correta. 7 - (CESPE – TJ-ES – ANALISTA – 2011) Determinado tribunal pretende, por meio da adoção de práticas de qualidade e produtividade, aperfeiçoar a maneira como se realizam as atividades em setor onde se observou que os servidores gastam muito tempo em tarefas menos relevantes para o público e onde são cometidos erros recorrentes relativos à tramitação de processos judiciais. O diretor, então, adotou a prática de fixar uma série de cartazes que visam estimular os servidores a tomar mais cuidado no que se refere à expedição e à recepção de documentos e que, além disso, contêm metas diárias referentes ao encaminhamento de processos para diversos setores. O gerente de recursos humanos do tribunal, por sua vez, defende a ideia de que os servidores devem ser treinados continuamente para utilizarem, de forma adequada, as novas tecnologias empregadas no setor. Com base na situação hipotética acima, julgue os itens seguintes. 12 (Deming, 1990) apud (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 45 Ao propor o treinamento contínuo dos servidores, o gerente de recursos humanos contraria os princípios de Deming. O gerente defende a ideia de que os servidores devem ser treinados continuamente para utilizarem, de forma adequada, as novas tecnologias empregadas no setor. Ora, o treinamento contínuo é sim um dos princípios de Deming. Dessa forma, o gabarito da banca é mesmo questão errada. 8 - (CESPE – TJ-ES – ANALISTA – 2011) Entre os denominados 14 pontos de William Deming, que tiveram influência determinante na escola japonesa da qualidade, inclui-se a implementação da administração por objetivos. Deming era contrário à Administração por Objetivos – APO, e não favorável a esta ferramenta. Ele pregava exatamente a eliminação da APO. Deste modo, o gabarito é questão incorreta. Juran Outro dos grandes nomes da gestão da qualidade, Joseph Juran era romeno, mas viveu radicado nos Estados Unidos. Foi também um dos impulsionadores da revolução da qualidade no Japão no pós guerra. Seu trabalho influenciou tremendamente a gestão da qualidade. Sua obra mais famosa foi o livro: ”Quality Control Handbook”, publicado em 1951. Ele foi criador do Instituto Juran e trabalhou muitos anos como professor e consultor nessa área. Como exemplos dos impactos de seu trabalho na gestão da qualidade, podemos citar a “trilogia da qualidade”, além da mudança do enfoque da gestão da qualidade (do plano operacional para o plano estratégico). A trilogia da qualidade de Juran tem três princípios: planejamento, controle da qualidade e aperfeiçoamento. Abaixo, podemos ver cada um deles: Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 45 Figura 5 - Trilogia da Qualidade de Juran Feigenbaum Feigenbaum trabalhou muitos anos na empresa GE e trouxe como contribuição para a gestão da qualidade os conceitos dos custos da qualidade e de que a gestão da qualidade deve ser um esforço sistêmico. De acordo com ele, a gestão da qualidade deve compreender os custos envolvidos e derivados da produção sem qualidade. Assim, existiriam diversos custos relacionados com a garantia da qualidade e com a falta de qualidade dentro em uma empresa. Os principais custos seriam os seguintes: Planejamento • identificação das necessidades dos clientes; projetar produtos adequados a esses clientes e planejar processos adequados a estes mesmos produtos Controle da Qualidade • buscaríamos avaliar o desempenho real da qualidade na organização; comparar esse desempenho com as metas e propor medidas corretivas, quando necessário Aperfeiçoamento • Determinar o que é necessário para melhorar continuamente a qualidade; detalhar seus responsáveis e treinar, motivar e apoiar as equipes. Custos da Qualidade • Custos da Prevenção • Custos da Avaliação • Custos das falhas internas • Custos das falhas externas Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 45 Além disso, ele identificou o problema dos esforços sistêmicos na gestão da qualidade. Para ele, todos os setores devem estar envolvidos na busca pela qualidade, e não apenas alguns. Sem o envolvimento de todos, a qualidade total nunca seria alcançada e os resultados seriam decepcionantes. Ele também afirmava que a participação e o conhecimento do sistema de qualidade por parte dos gestores da organização deveriam ser enfatizados, pois eram fatores primordiais. Sem que os principais administradores conheçam este sistema, o busca pela qualidade perderia impulso. A comunicação das ações do sistema de gestão da qualidade aos funcionários seria falha e sua implementação não teria sucesso. Crosby Outro dos “gurus da qualidade”, Crosby foi um grande escritor americano que trouxe o conceito de “defeito zero”, ou seja, de que não podemos aceitar os “padrões de qualidade”. O objetivo é não ter nenhum defeito. De acordo com ele13, para obtermos qualidade não podemos “aceitar” que existam pequenas falhas. Para o autor, devemos buscar o “zero defeito”: “O propósito da qualidade não é acomodar as coisas erradas, é eliminá-las para evitar tais situações. É exatamente a mesma coisa das falhas de soldagem que encontrei quando trabalhava na Martin. Enquanto mantínhamos um nível aceitável delas, elas existiam, quando se tornaram inaceitáveis, desapareceram.” Com isso, ele trouxe o conceito de que todos nós devemos “fazer certo desde a primeira vez”. Não seria aceitável produzir bens defeituosos e depois descarta-los. Deveríamos nos preocupar em assegurar que nossos processos de trabalho tenham sempre qualidade. 13 (Crosby, 1990) Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br18 de 45 Ishikawa Este teórico japonês, Kaoru Ishikawa, foi um discípulo dos gurus norte americanos. Ele traduziu muitas destas teorias americanas para o contexto e a realidade do Japão. Além disso, criou suas próprias ferramentas. Como exemplo do impacto do seu trabalho, temos a difusão dos círculos da qualidade (CQC, grupos pequenos de empregados que conduzem o controle da qualidade. democratizando a sua gestão). Outro impacto importante foi a criação da ferramenta que muitos associam ao seu nome: o diagrama de causa e efeito. Vamos ver mais uma questão? 9 - (CESPE – TJ-AC – ANALISTA – 2012) O departamento de qualidade é o principal responsável pelo sistema de qualidade de uma organização. Contudo, isso não exime outros departamentos da instituição da responsabilidade em relação à qualidade. Exato. A gestão da qualidade é uma tarefa de todos os membros da organização, não apenas de um departamento. O gabarito é mesmo questão correta. Ferramentas de gestão da qualidade Existem diversas ferramentas para a gestão da qualidade. Sete delas são mais utilizadas e muitas bancas de concursos cobram seu conhecimento. Elas são instrumentos que facilitam o monitoramento e a melhoria dos processos de trabalho. As principais são: diagrama de causa e efeito, folha de verificação, histograma, gráfico de Pareto, diagrama de correlação, fluxograma e gráfico de controle. Cada ferramenta tem um objetivo e uma função específica na gestão da qualidade, mas são utilizados de modo simultâneo em muitas situações. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 45 Figura 6 - Ferramentas da Qualidade. Adaptado de Mello (2012) apud (Rennó, 2013) Diagrama de Causa e Efeito Este diagrama é utilizado quando precisamos estudar as possíveis causas de um problema. Ele é chamado de “causa e efeito” exatamente por isso – nos auxilia a entender essa relação entre as causas e os efeitos. Para a gestão da qualidade, ele é muito importante para que os envolvidos no problema possam visualizar todos os fatores que podem estar provocando os defeitos. Vamos imaginar um caso prático? Uma secretaria de trânsito está buscando estudar as causas dos acidentes de trânsito. Muitos aspectos podem gerar acidentes, não é mesmo? Poderíamos citar, por exemplo, as vias sem conservação, motoristas embriagados, falta de sinalização, falta de policiamento na área como alguns destas possíveis causas. O diagrama de “causa efeito” (ou Ishikawa, seu criador) possibilita a estruturação e a hierarquização destas possíveis causas. Sabendo quais são as principais causas, podemos atuar para reduzir estas causas, evitando muitos dos seus efeitos, como os defeitos no processo produtivo. Ferramentas Diagrama de Causa e Efeito Folha de Verificação Histograma Gráfico de Pareto Diagrama de Correlação Fluxograma Gráfico de Controle Principal Função Levantar possíveis causas para problemas Coletar dados relativos à não conformidade de um produto Identificar com que frequência certo dado aparece em um conjunto de dados Distinguir, entre os fatores, os essenciais e os secundários Estabelecer correlação entre duas variáveis Descrever processos Analisar a variabilidade dos processos Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 45 Abaixo, podemos ver um exemplo deste diagrama, com o exemplo citado: Figura 7 - Gráfico de Ishikawa Assim sendo, quando utilizamos este diagrama, conseguimos estruturar as causas prováveis de um efeito ou problema. Vamos ver como isto já foi cobrado? 10 - (CESPE – EMBASA / ADMINISTRAÇÃO – 2010) O diagrama espinha de peixe, ou diagrama de Ishikawa, é uma ferramenta da escola da qualidade que mapeia a correlação entre causas e efeitos de um processo. Questão Perfeita. O objetivo desta ferramenta é exatamente o de mapear as relações entre causas e efeitos de um processo de trabalho, para que possamos atuar no sentido de remover estas causas. Assim, o gabarito da banca é mesmo questão correta. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 45 Folha de Verificação A folha de verificação é um instrumento muito simples. Ela nada mais é do que uma relação de “eventos” e a descrição de quantas vezes cada um deles “aconteceu”. Na sua aplicação prática, um funcionário apenas vai somando quantas vezes cada defeito ocorreu em um formulário ou planilha eletrônica. Assim, a folha de verificação é uma ferramenta de coleta de dados de uma situação específica, normalmente um processo produtivo. Para entendermos melhor o que está causando os problemas na cadeia produtiva, precisamos saber mais sobre estes fatores. Portanto, a folha de verificação seria a primeira ferramenta a ser utilizada na Gestão da Qualidade. Os dados coletados por essa ferramenta são depois usados pelas outras ferramentas. Abaixo, teríamos um exemplo de uma folha de verificação: Figura 8 - Exemplo de folha de verificação. No caso do exemplo acima, teríamos uma boa noção de quais são os defeitos no processo produtivo. A pintura (tinta borrada) foi o problema que mais vezes ocorreu neste processo produtivo. Uma informação como essa seria posteriormente utilizada para que a equipe procurasse entender o que está gerando estes defeitos no produto e melhorar a qualidade. Histograma O gráfico chamado de Histograma nada mais é do que um gráfico de barras, muito conhecido por aqueles que trabalham diariamente com planilhas eletrônicas (como o MS Excel). Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 45 Esta ferramenta serve para que o gestor possa facilmente interpretar uma lista de frequência. Quando este administrador receber a folha de verificação, por exemplo, irá transformá-la em um gráfico de barras – o Histograma. Figura 9 - Exemplo de gráfico histograma Este gráfico facilita a visualização dos aspectos que devem ser enfatizados na busca da qualidade. Quando a lista de frequência é grande, com muitos itens, o gráfico é uma ferramenta adequada para a análise destes dados de um modo mais rápido. Gráfico de Pareto O gráfico de Pareto é uma das ferramentas mais utilizadas na tomada de decisão e na gestão da qualidade das organizações. Ele é baseado no princípio de Pareto. Este princípio foi desenvolvido por Vilfredo Pareto no Século XIX14, mas é amplamente usado atualmente. Este gráfico é excelente para que os gestores consigam identificar os itens importantes em um determinado problema. Ele também é conhecido como a regra do “80/20”. 14 (Junior, Cierco, Rocha, Mota, & Leusin, 2008) Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 45 Pareto trouxe a noção de que, normalmente, poucos itens ou fatores geram a maioria dos efeitos ou impactos. Para ele, 20% dos fatores gerariam 80% dos efeitos (por isso a regra do “20-80”). Os demaisfatores (80%) seriam relativamente insignificantes, resultando em uma pequena parcela dos resultados. Na prática, este gráfico nos auxilia a entender quais são os fatores que devem ser priorizados. Dentre os casos práticos, teríamos: a gestão de estoque em uma loja, a taxa de criminalidade de acordo com regiões, a taxa de mortalidade de acordo com o tipo de doenças, dentre diversas outras. De acordo com Pareto, o gestor deveria focar seus esforços naqueles poucos itens que geram a maioria dos impactos. Se cerca de vinte ruas concentram 80% dos assaltos, o policiamento destas áreas deve ser reforçado, por exemplo. O mesmo poderia ser dito da gestão de estoques em uma loja. Se cerca de trinta itens concentram 80% das vendas, eles devem estar bem posicionados na prateleira e não podem faltar. No caso da saúde, as principais doenças (que geram a maior parte das mortalidades) poderiam ser enfatizadas. A maior parte dos recursos de pesquisa deveriam ser alocadas no estudo destas doenças, por exemplo. Um gráfico de Pareto se assemelha ao exemplo abaixo: Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 45 Figura 10 - Gráfico de Pareto Vamos ver como isto tem sido cobrado? 11 - (CESPE – ANATEL / TÉCNICO – 2012) Considere que determinada organização necessite solucionar um tipo de reclamação de usuários motivada por diversas causas e que, por limitação de recursos, a organização pretenda solucionar as causas mais relevantes. Nessa situação, o diagrama de Pareto seria uma ferramenta útil para a priorização das causas mais relevantes. O diagrama de Pareto é realmente uma ferramenta da gestão da qualidade que permite a priorização das causas mais importantes em um processo ou problema. O gabarito é mesmo questão certa. 12 - (CESPE – BASA / ADMINISTRAÇÃO – 2010) O diagrama de Pareto pode ser adotado quando se está diante de problemas e busca-se identificar quais são os itens responsáveis pela maior parcela deles. Exato. Quando temos muitos itens e desejamos descobrir quais são os mais importantes (causam mais impactos), devemos utilizar o gráfico de Pareto. O gabarito é mesmo questão certa. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 45 Diagrama de Correlação ou Dispersão Esta ferramenta possibilita a correlação entre fatores diferentes. Ou seja, ela auxilia um gestor na análise do efeito em um fator quando o outro fator é alterado. Deste modo, o gráfico nos deixa ver como a alteração em um aspecto do problema afeta o outro. Na prática, esta ferramenta serve para que possamos saber quais são os fatores que devem ser melhorados em um processo ou problema público. Como exemplos, teríamos a análise de quais fatores geram uma melhora na mortalidade infantil em uma cidade, quais os fatores geram a redução nos defeitos de uma linha de montagem, quais são os métodos de ensino que melhoram (ou não) os resultados dos alunos, dentre outros. Assim, este gráfico demonstraria se existe ou não uma correlação entre os fatores. Se os pontos ficarem muito “espalhados”, não existiria uma correlação forte. O contrário indicaria que esta correlação existe. Abaixo, temos um exemplo deste tipo de gráfico. Figura 11 - Gráfico de dispersão. Fonte: (Rennó, 2013) Vamos ver como isto já foi cobrado? 13 - (CESPE – INCA / GESTÃO PÚBLICA – 2010) O diagrama de causa e efeito, também chamado de diagrama de Ishikawa, busca, a partir de uma análise gráfica, mostrar as relações entre dois conjuntos de dados associados que ocorrem aos pares. O diagrama de causa e efeito não indica as relações entre dois conjuntos de dados, mas sim as possíveis causas de um problema. A ferramenta que mede a correlação é o gráfico de dispersão ou de correlação. Deste modo, o gabarito é questão incorreta. Menor Investimento Maior Investimento Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 45 Fluxograma Como a gestão da qualidade está focada na melhoria e padronização dos processos de trabalho, uma das ferramentas mais utilizadas é exatamente o fluxograma. Esta ferramenta possibilita o mapeamento e redesenho dos processos, de um modo fácil e simples. Além disso, um processo “mapeado” facilita a análise de seus passos e dos seus “gargalos”. Através da utilização de diversos símbolos padronizados, chamados de notações, conseguimos descrever todas as etapas e decisões envolvidas em um processo. Com isso, podemos propor melhorias e mudanças. Abaixo podemos ver um exemplo de fluxograma: Figura 12 - Exemplo de Fluxograma Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 45 Gráfico de Controle Quando um gestor trabalha com “padrões de qualidade”, costuma utilizar esta ferramenta. O gráfico de controle é utilizado para que possamos analisar a variabilidade de um processo. O primeiro passo é definir quais seriam os limites mínimos e máximos esperados de um processo. Sempre que o resultado sair daquela faixa de resultados esperados, teríamos que analisar porque isso aconteceu. Podemos ver um exemplo desta ferramenta abaixo: Figura 13 - Gráfico de Controle. Fonte: (Rennó, 2013) Neste exemplo, os meses de fevereiro e setembro teriam apresentado resultados “fora” do padrão e deveriam ser estudados mais a fundo. Assim sendo, o gráfico de controle facilita a identificação de algum fator que esteja impactando o processo de produção, por exemplo. Sempre que os resultados valores estiverem dentro da faixa esperada, poderíamos considerar que o processo está “sob controle”. Vamos ver agora como isto já foi cobrado? 14 – (CESPE – MPE-PI – TÉCNICO – 2012) O diagrama de Ishikawa, o princípio de Pareto e os modelos estatísticos são instrumentos de gestão utilizados pelo departamento de qualidade, que deve ser o responsável único pelos programas de qualidade da organização. A questão começou “bonitinha”, mas no final inseriu uma informação incorreta. Realmente, estas ferramentas citadas são Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 45 instrumentos utilizados na gestão da qualidade, mas o departamento de qualidade não é o único responsável pela qualidade. De acordo com a gestão total da qualidade, todos os membros da empresa devem ser responsáveis pela qualidade, não só os profissionais diretamente envolvidos com o processo produtivo ou algum departamento de qualidade. O gabarito é, assim, questão errada. Modelo do Gespública O termo excelência remete à qualidade, que no caso do setor público está relacionado à qualidade na prestação de serviços públicos à população. De acordo com o Gespública15, “Excelência em gestão pública pressupõe atenção prioritária ao cidadão e à sociedade na condição de usuários de serviços públicos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exercido pelas organizações públicas. As organizações públicas, mesmo as que prestam serviços exclusivos de Estado, devemsubmeter-se à avaliação de seus usuários, obter o conhecimento necessário para gerar produtos e serviços de valor para esses cidadãos e, com isso, proporcionar-lhes maior satisfação. Esse fundamento envolve não apenas o cidadão individualmente, mas também todas as formas pelas quais se faça representar: empresas, associações, organizações e representações comunitárias.” Portanto, quando falamos de excelência nos serviços públicos, estamos nos referindo a um serviço público de qualidade à sociedade em geral. Desta forma, devemos saber quais são as necessidades dos cidadãos e buscar atendê-los da melhor forma possível. Desde o início da década de 90, existem programas que buscam a evolução da qualidade na administração pública16. O primeiro passo ocorreu no governo Collor, com a criação do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade – PBQP. Este programa tinha o objetivo de aumentar a competitividade das empresas brasileiras dentro de um cenário de abertura comercial, pois 15 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional de Gestão Pública - PQGF; Instrução para Avaliação da Gestão Pública, 2007) 16 (Ferreira, 2009) Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 45 existia a preocupação de que o setor privado não estivesse em condições de igualdade com os concorrentes de outros países neste aspecto (qualidade). Dentro deste programa, foi incluído também o setor público no subprograma - Programa da Qualidade no Setor Público – PQSP (que acabou depois sendo transformado em um programa separado). Neste primeiro momento, o foco era a melhoria dos processos. No governo Fernando Henrique Cardoso, o PQSP foi transformado no Programa da Qualidade e Participação da Administração Pública (QPAP). Este programa tinha um foco nas ferramentas da gestão da qualidade e com o objetivo de modernizar o aparelho estatal. Cabe lembrar que no governo FHC ocorreu um grande esforço para introduzir a administração gerencial. No caderno MARE n°4, que analisa o programa de qualidade (em 1997), fica bem claro esta preocupação do governo com a mudança de paradigma17, “O Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública é o principal instrumento de aplicação do Plano Diretor da Reforma do Aparelho Estado, propondo-se a introduzir no Setor Público as mudanças de valores e comportamentos preconizados pela Administração Pública Gerencial, e, ainda, viabilizar a revisão dos processos internos da Administração Pública com vistas à sua maior eficiência e eficácia." Naquele momento, após sete anos da introdução do PBQP, a avaliação que se fazia era de que o setor público não tinha acompanhado o dinamismo do setor privado. Entretanto, entendia-se que existiam progressos a serem comemorados. De acordo com a mesma publicação, “Entretanto, ainda que considerada a debilidade do desempenho no setor público frente aos resultados da iniciativa privada, o saldo alcançado pelos esforços de sensibilizar as organizações públicas foi positivo. A posição, hoje, não é mais de marco zero, registrando-se inúmeras instituições públicas federais, estaduais e municipais que já aderiram à prática de implantar programas de Qualidade, recebendo, por isso, manifestação positiva da sociedade.” Em 2000, ainda no governo FHC, foi criado o Programa da Qualidade no Serviço Público – PQSP, inserindo o foco na satisfação 17 (Brasil, 1997) Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 45 dos cidadãos (usuários dos serviços públicos). Finalmente, em 2005, foi instituído o atual GESPÚBLICA, Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, unificando desta forma o programa de qualidade com o de desburocratização (que tem raízes no governo de Juscelino Kubitschek - Comissão de Simplificação Burocrática de 1956)18. Podemos ter uma ideia melhor da evolução dos programas de qualidade no gráfico abaixo: Figura 14 - Evolução dos Programas de Qualidade no Setor Público. Fonte: Gespública O GESPÚBLICA19, criado pelo Decreto n°5.378, detalha em seu artigo n°2 os seus objetivos: “Art. 2° O GESPÚBLICA deverá contemplar a formulação e implementação de medidas integradas em agenda de transformações da gestão, necessárias à promoção dos resultados preconizados no plano plurianual, à consolidação da administração pública profissional voltada ao interesse do cidadão e à aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais, que objetivem: I - eliminar o déficit institucional, visando ao integral atendimento das competências constitucionais do Poder Executivo Federal; II - promover a governança, aumentando a capacidade de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas; III - promover a eficiência, por meio de melhor aproveitamento dos recursos, 18 (Ferreira, 2009) 19 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional da Gestão Pública – PQGF; Instruções para Avaliação da Gestão Pública – 2008/2009, 2008) Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 45 relativamente aos resultados da ação pública; IV - assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental, promovendo a adequação entre meios, ações, impactos e resultados; e V - promover a gestão democrática, participativa, transparente e ética.” Na busca destes objetivos, o GESPÚBLICA elaborou o Modelo de Excelência em Gestão Pública – MEGP. Este modelo tem como base os princípios constitucionais da administração pública e, como pilares, os fundamentos da excelência gerencial20. O GESPÚBLICA explicita os nossos “famosos” princípios constitucionais desta forma21: Já os pilares do MEGP, fundamentos da excelência gerencial, são descritos pelo GESPÚBLICA do modo abaixo22: 20 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional da Gestão Pública – PQGF; Instruções para Avaliação da Gestão Pública – 2008/2009, 2008) 21 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional da Gestão Pública – PQGF; Instruções para Avaliação da Gestão Pública – 2008/2009, 2008) 22 (Ministério do Planejamento, Prêmio Nacional da Gestão Pública – PQGF; Instruções para Avaliação da Gestão Pública – 2008/2009, 2008) Legalidade •Estrita obediência à lei. Nenhum resultado poderá ser considerado bom, nenhuma gestão poderá ser reconhecida como de excelência à revelia da lei. Impessoalidade •Não fazer acepção de pessoas. O tratamento diferenciado restringe-se apenas aos casos previstos em lei. A cortesia, a rapidez no atendimento, a confiabilidade e o conforto são requisitos de um serviço público de qualidade e devem ser prestados a todos os cidadãos- usuários indistintamente. Moralidade •Pautar a gestão pública por um código moral. Não se trata de ética (no sentido de princípios individuais, de foro íntimo), mas de princípios morais de aceitação pública. Publicidade •Ser transparente, dar publicidade aos fatos e dados. Essa é uma forma eficaz de indução ao controle social. Eficiência •Fazer o que precisa ser feito com o máximode qualidade ao menor custo possível. Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor relação entre qualidade do serviço público prestado e o correspondente gasto público exigido. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 45 Pensamento sistêmico - Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo, com foco na sociedade. Aprendizado organizacional - Busca contínua e alcance de novos patamares de conhecimento, individuais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de informações e experiências. Cultura da Inovação - Promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial para a atuação da organização. Liderança e constância de propósitos - A liderança é o elemento promotor da gestão, responsável pela orientação, estímulo e comprometimento para o alcance e melhoria dos resultados organizacionais e deve atuar de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura da excelência, à promoção de relações de qualidade e à proteção do interesse público. É exercida pela alta administração, entendida como o mais alto nível gerencial e assessoria da organização. Orientação por processos e informações - Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor às partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como base a medição e análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis. Visão de Futuro - Indica o rumo de uma organização e a constância de propósitos que a mantém nessa direção. Está diretamente relacionada à capacidade de estabelecer um estado futuro desejado que dê coerência ao processo decisório e que permita à organização antecipar-se às necessidades e expectativas dos cidadãos e da sociedade. Inclui, também, a compreensão dos fatores externos que afetam a organização com o objetivo de gerenciar seu impacto na sociedade. Geração de Valor - Alcance de resultados consistentes, assegurando o aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes interessadas. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 45 Comprometimento com as pessoas - Melhoria da qualidade nas relações de trabalho, para que as pessoas se realizem tanto profissionalmente quanto na vida pessoal, maximizando seu desempenho por meio de oportunidades para o desenvolvimento de suas competências e de práticas do incentivo ao reconhecimento. Foco no cidadão e na sociedade - Direcionamento das ações públicas para atender e regular continuamente as necessidades dos cidadãos e da sociedade, na condição de sujeitos de direitos e como beneficiários dos serviços públicos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exercido pelas organizações públicas. Desenvolvimento de parcerias - Desenvolvimento de atividades conjuntamente com outras organizações com objetivos específicos comuns, buscando o pleno uso das suas competências complementares para o desenvolvimento de sinergias, expressas em trabalhos de cooperação e coesão. Responsabilidade social - Atuação voltada para assegurar às pessoas a condição de cidadania com garantia de acesso aos bens e serviços essenciais, e, ao mesmo tempo, tendo também como um dos princípios gerenciais a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais, potencializando a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades. Controle Social - Atuação que se define pela participação das partes interessadas no planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades da Administração Pública e na execução das políticas e programas públicos. Gestão participativa - Estilo de gestão que determina uma atitude gerencial da alta administração que busque o máximo de cooperação das pessoas, reconhecendo a capacidade e o potencial diferenciado de cada um e harmonizando os interesses individuais e coletivos, a fim de conseguir a sinergia das equipes de trabalho. Vamos ver algumas questões deste tópico? 15 - (CESPE – MDS – TÉCNICO - 2006) Programas, tais como o GESPÚBLICA federal, utilizam, hoje, a avaliação de desempenho, a disseminação e a premiação de boas práticas de gestão como principais ferramentas de estímulo à melhoria da gestão pública. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 45 Esta questão aborda corretamente algumas ferramentas de que o Gespública dispõe no estímulo da melhoria da gestão pública. Assim, a avaliação de desempenho, a disseminação e a premiação de boas práticas são utilizadas buscando este fim. O gabarito é questão correta. 16 - (CESPE - TRT-RJ – ANALISTA ADM - 2008) Uma das políticas formuladas na busca da excelência nos serviços públicos é o Gespública, elaborado com base na premissa de que a gestão de órgãos e entidades públicos pode e deve ser excelente, mas não pode ser comparada com padrões internacionais de qualidade em gestão, devido às especificidades de cada país. O Cespe trouxe uma “casca de banana”, pois a gestão de órgãos e entidades públicos pode e deve ser comparado aos padrões internacionais. Claro que as especificidades de cada região devem ser levadas em conta, mas isto não impede a comparação, que é benéfica. Deste modo, o gabarito é questão incorreta. 17 - (CESPE - TJ-PA / ANALISTA JUD. - 2006) As atribuições do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização não incluem o apoio técnico aos órgãos e entidades da administração pública na reestruturação organizacional e de cargos e salários. Dentre as atribuições do programa, não está incluído o auxílio na reestruturação de carreiras ou salários. Veja abaixo o Artigo n° 3 do Decreto 5.378/200523, que institui o Gespública: “Art. 3o Para consecução do disposto nos arts. 1o e 2o, o GESPÚBLICA, por meio do Comitê Gestor de que trata o art. 7o, deverá: I - mobilizar os órgãos e entidades da administração pública para a melhoria da gestão e para a desburocratização; II - apoiar tecnicamente os órgãos e entidades da administração pública na melhoria do atendimento ao cidadão e na simplificação de procedimentos e normas; III - orientar e capacitar os órgãos e entidades da administração publica para a implantação de ciclos contínuos de avaliação e de melhoria da gestão; e 23 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5378.htm Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 45 IV - desenvolver modelo de excelência em gestão pública, fixando parâmetros e critérios para a avaliação e melhoria da qualidade da gestão pública, da capacidade de atendimento ao cidadão e da eficiência e eficácia dos atos da administração pública federal.” Deste modo, o gabarito é questão correta. 18 - (CESPE – ANVISA / ESPECIALISTA EMREGULAÇÃO - 2004) Programas de qualidade, como o Programa de Qualidade no Serviço Público, atuam prioritariamente na melhoria de processos de trabalho, dando menos ênfase à estruturação e reestruturação organizacional. Perfeito. Não é uma atribuição deste programa a atuação na estrutura organizacional dos órgãos e entidades públicas. O foco é na melhoria do atendimento dos cidadãos e na melhoria dos processos. Deste modo, o gabarito é questão correta. 19 - (CESPE – INCA / GESTÃO PÚBLICA – 2010) O Programa Nacional de Desburocratização, instituído na gestão do presidente Figueiredo, e o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade, iniciado em 1990, foram os alicerces para a criação do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, cuja missão é a promoção da excelência da gestão pública brasileira, mediante a avaliação continuada das práticas de gestão e dos resultados das organizações. Perfeito. O Cespe apenas nos a informação de que o Gespública foi feito com a unificação dos programas de qualidade anteriores com o programa de desburocratização. O gabarito é questão correta. 20 - (CESPE – TRE-ES - ANALISTA – 2011) A adoção do modelo do GESPÚBLICA assegura a excelência nos serviços públicos, mas não permite que se realizem avaliações comparativas entre organizações congêneres. Esta frase está incorreta, pois o Gespública permite sim a comparação dos resultados de órgãos semelhantes para que estes aumentem sua qualidade. O gabarito é questão incorreta. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 45 21 - (CESPE – TRE-ES - ANALISTA – 2011) O modelo do GESPÚBLICA não focaliza resultados, pois a excelência nos serviços públicos, objetivada por esse modelo, se pauta em critérios como cidadania, estratégia e responsabilidade socioambiental. Esta questão está equivocada, pois o Gespública tem sim um enfoque nos resultados. O modelo preconiza um Estado excelente, voltado para um atendimento de qualidade aos cidadãos. O gabarito, portanto, é questão errada. 22 - (CESPE – CORREIOS – ANALISTA – 2011) As ações de qualidade desenvolvidas com o intuito de assegurar a satisfação dos clientes devem-se limitar aos processos problemáticos das organizações. A gestão da qualidade está baseada na melhoria contínua. Deste modo, mesmo que um processo já esteja “razoável” deve ser continuamente melhorado. Não são apenas os processos problemáticos que devem ser trabalhados. Portanto, o gabarito é questão errada. 23 - (CESPE – MPS – ADMINISTRADOR – 2010) O ambiente no qual estão inseridas as organizações está em constante mudança, fazendo-se necessária a observação cautelosa da realidade e a boa adaptabilidade. Essas são as características centrais da administração da qualidade total, na qual a flexibilidade organizacional é um ponto essencial. Esta adaptabilidade, flexibilidade e observação da realidade são fatores importantes em qualquer gestão de qualidade, mas não são características centrais, como a banca descreveu. As características centrais da gestão da qualidade são: o foco nos clientes e a melhoria contínua. O gabarito é questão errada. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 45 Modelo da Fundação Nacional da Qualidade A Fundação Nacional da Qualidade gerou um modelo de gestão da qualidade. Ele se chama Modelo de Excelência da Gestão – MEG24 e está voltado para a melhoria contínua dos processos da organização. A FNQ é uma instituição focada na disseminação do conhecimento sobre a Excelência em Gestão. Para atingir alguns destes objetivos, ela criou o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), que vem premiando as boas práticas de gestão das organizações brasileiras. De acordo com a FNQ, os conceitos principais (ou fundamentos) são25: “1. Pensamento Sistêmico - Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo. 2. Aprendizado Organizacional - Busca e alcance de um novo patamar de conhecimento para a organização por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de experiências. 3. Cultura de Inovação - Promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial competitivo para a organização. 4. Liderança e Constância de Propósitos - Atuação de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando o desenvolvimento da cultura da excelência, a promoção de relações de qualidade e a proteção dos interesses das partes interessadas. 5. Orientação por Processos e Informações - Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e execução de ações deve ter como base a medição e análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis, além de incluir os riscos identificados. 24 Fonte: http://www.fnq.org.br/site/376/default.aspx 25 Fonte: http://www.fnq.org.br/site/376/default.aspx Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 45 6. Visão de Futuro - Compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externo no curto e no longo prazo. 7. Geração de Valor - Alcance de resultados consistentes pelo aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes interessadas. 8. Valorização das Pessoas - Criação de condições para que as pessoas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, do desenvolvimento de competências e de espaços para empreender. 9. Conhecimento sobre o Cliente e o Mercado - Conhecimento e entendimento do cliente e do mercado, visando a criação de valor de forma sustentada para o cliente e, consequentemente, gerando maior competitividade nos mercados. 10. Desenvolvimento de Parcerias - Desenvolvimento de atividades em conjunto com outras organizações, a partir da plena utilização das competências essenciais de cada uma, objetivando benefícios para ambas as partes. 11. Responsabilidade Social - Atuação que se define pela relação ética e transparente da organização com todos os públicos com os quais ela se relaciona. Refere-se também à inserção da empresa no desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras; respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais como parte integrante da estratégia da organização.“ Dentre os principais critérios de gestão da qualidade, o MEG realça os seguintes: liderança, estratégias e planos, clientes, sociedade, informações e conhecimento, pessoas, processos e resultados. O MEG utiliza uma ferramenta de aprendizado e melhoria contínua, o ciclo PDCL (Plan, Do, Check, Learn). Abaixo, temos um diagrama destes principais aspectos: Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 45 Figura 15 - Modelo de Gestãoda Fundação Nacional da Qualidade. Fonte: http://www.fnq.org.br/site/376/default.aspx A liderança é fundamental para que toda a organização esteja focada nos seus desafios e objetivos. Esta liderança visa comprometer e motivar seus funcionários para o alcance da visão de futuro, ou seja, do resultados desejados. Para que os membros saibam o que deve ser feito, a liderança irá formular e monitoras as diversas estratégias e planos para que os objetivos estratégicos sejam alcançados. Estes objetivos envolvem, normalmente, o atendimento de desejos e necessidades de clientes específicos e, no caso do setor público, da sociedade como um todo. Sem esse foco no cliente, a organização não terá sustentabilidade. E para atender bem aos desejos e necessidades dos clientes, a instituição terá de gerenciar muito bem seus processos de trabalho e motivar e desenvolver suas pessoas. Finalmente, deverá existir um processo de gestão do conhecimento, de forma que todos os membros da organização tenham as informações e os conhecimentos necessários ao seu trabalho. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 45 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. 1 – (CESPE – MPE-PI – TÉCNICO – 2012) A observação direta do produto ou serviço ao final do processo produtivo, a inspeção com base em amostras e o surgimento dos departamentos de qualidade são as principais características da era da qualidade total. 2 - (CESPE – TJ-AC – ANALISTA – 2012) Na era do controle estatístico, a inspeção um a um de todos os produtos foi realizada no intuito de garantir excelência na produção. 3 – (CESPE – MPE-PI – TÉCNICO – 2012) O ciclo de Shewhart ou Deming, clássica ferramenta da escola da qualidade, proporciona ao programa de qualidade uma metodologia de caráter pontual sobre as atividades de planejamento, execução, checagem e correção. 4 - (CESPE – MMA – ANALISTA – 2011) O PDCA, também chamado de roda de Deming, é um ciclo que não para, por se tratar de uma sequência de atividades que são percorridas de maneira cíclica, para melhorar as atividades. 5 - (CESPE – CORREIOS – ANALISTA – 2011) O PDCA é uma ferramenta de qualidade que representa um conjunto de ações de melhoria contínua nos processos organizacionais. 6 – (CESPE – MPE-PI – TÉCNICO – 2012) Entre os quatorze princípios que caracterizam a filosofia da qualidade de Deming, encontra-se a eliminação da administração por objetivos. 7 - (CESPE – TJ-ES – ANALISTA – 2011) Determinado tribunal pretende, por meio da adoção de práticas de qualidade e produtividade, aperfeiçoar a maneira como se realizam as atividades em setor onde se observou que os servidores gastam muito tempo em tarefas menos relevantes para o público e onde são cometidos erros recorrentes relativos à tramitação de processos judiciais. O diretor, então, adotou a prática de fixar uma série de cartazes que visam estimular os servidores a tomar mais cuidado no que se refere à expedição e à recepção de documentos e que, além disso, contêm metas diárias referentes ao encaminhamento de processos para diversos setores. O gerente de recursos humanos do tribunal, por sua vez, defende a ideia de que os servidores devem ser treinados Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 45 continuamente para utilizarem, de forma adequada, as novas tecnologias empregadas no setor. Com base na situação hipotética acima, julgue os itens seguintes. Ao propor o treinamento contínuo dos servidores, o gerente de recursos humanos contraria os princípios de Deming. 8 - (CESPE – TJ-ES – ANALISTA – 2011) Entre os denominados 14 pontos de William Deming, que tiveram influência determinante na escola japonesa da qualidade, inclui-se a implementação da administração por objetivos. 9 - (CESPE – TJ-AC – ANALISTA – 2012) O departamento de qualidade é o principal responsável pelo sistema de qualidade de uma organização. Contudo, isso não exime outros departamentos da instituição da responsabilidade em relação à qualidade. 10 - (CESPE – EMBASA / ADMINISTRAÇÃO – 2010) O diagrama espinha de peixe, ou diagrama de Ishikawa, é uma ferramenta da escola da qualidade que mapeia a correlação entre causas e efeitos de um processo. 11 - (CESPE – ANATEL / TÉCNICO – 2012) Considere que determinada organização necessite solucionar um tipo de reclamação de usuários motivada por diversas causas e que, por limitação de recursos, a organização pretenda solucionar as causas mais relevantes. Nessa situação, o diagrama de Pareto seria uma ferramenta útil para a priorização das causas mais relevantes. 12 - (CESPE – BASA / ADMINISTRAÇÃO – 2010) O diagrama de Pareto pode ser adotado quando se está diante de problemas e busca-se identificar quais são os itens responsáveis pela maior parcela deles. 13 - (CESPE – INCA / GESTÃO PÚBLICA – 2010) O diagrama de causa e efeito, também chamado de diagrama de Ishikawa, busca, a partir de uma análise gráfica, mostrar as relações entre dois conjuntos de dados associados que ocorrem aos pares. 14 – (CESPE – MPE-PI – TÉCNICO – 2012) O diagrama de Ishikawa, o princípio de Pareto e os modelos estatísticos são instrumentos de gestão utilizados pelo departamento de qualidade, que deve ser o responsável único pelos programas de qualidade da organização. Administração p/ Analista da ANS Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 45 15 - (CESPE – MDS – TÉCNICO - 2006) Programas, tais como o GESPÚBLICA federal, utilizam, hoje, a avaliação de desempenho, a disseminação e a premiação de boas práticas de gestão como principais ferramentas de estímulo à melhoria da gestão pública. 16 - (CESPE - TRT-RJ – ANALISTA ADM - 2008) Uma das políticas formuladas na busca da excelência nos serviços públicos é o Gespública, elaborado com base na premissa de que a gestão de órgãos e entidades públicos pode e deve ser excelente, mas não pode ser comparada com padrões internacionais de qualidade em gestão, devido às especificidades de cada país. 17 - (CESPE - TJ-PA / ANALISTA JUD. - 2006) As atribuições do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização não incluem o apoio técnico aos órgãos e entidades da administração pública na reestruturação organizacional e de cargos e salários. 18 - (CESPE – ANVISA / ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO - 2004) Programas de qualidade, como o Programa de Qualidade no Serviço Público, atuam prioritariamente na melhoria de processos de trabalho, dando menos ênfase à estruturação e reestruturação organizacional. 19 - (CESPE – INCA / GESTÃO PÚBLICA – 2010) O Programa Nacional de Desburocratização, instituído na gestão do presidente Figueiredo, e o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade, iniciado em 1990, foram os alicerces para a criação do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, cuja missão é a promoção da excelência da gestão pública brasileira, mediante a avaliação continuada das práticas de gestão e dos resultados das organizações. 20 - (CESPE – TRE-ES - ANALISTA – 2011) A adoção do modelo do GESPÚBLICA assegura a excelência nos serviços públicos, mas não permite que se realizem avaliações comparativas entre organizações congêneres. 21 - (CESPE – TRE-ES - ANALISTA – 2011) O modelo do GESPÚBLICA não focaliza resultados,
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